sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Comentários: PSYCHO-PASS #07 – Flowery Language

Kogami com esse buque de flores, fica ainda mais irresistível. É isso aí!

Deus! Que episódio puxado, mas ainda assim tããão bom. E dá lhe mais citações filosóficas. O aspecto que eu gosto neste episódio é o fato dele chamar a atenção para o estado letárgico daquela sociedade através de 3 personagens; Kogami, Ginoza e Oryo. E o melhor foi como a narrativa exemplificou isso.

Kogami quer sentir emoções reais. Se sentir vivo. Da dor muscular aos nervos a flor da pele diante uma situação de alta tensão. “Nossas armas são poderosas, e é por esse motivo que seu usuários devem ser mais fortes do que ela” – Ao contrário de Ginoza que segue o protocolo, cumprindo o que este espera dele, Kogami preferiu abrir mão do seu status, a ter um comportamento robótico. Antes eu acreditava que os Enforces também eram meras peças do sistema, e verdade que essa ideia não está distante de ser verdade, mas ao menos Kogami tem se mostrado bem vivo em meio a essa situação. Embora eu ainda sinta que falte nele o questionamento. O que faz com que mesmo que ele se oponha aos métodos convencionais, não consiga ver além do Sibila. Ao contrário de Shogo, Kogami apenas se “rebelou” por causa de uma vingança, e possui uma visão ainda bem unilateral.

Mas ele vem numa crescente como personagem, vejo bastante potencial para que isso seja desenvolvido além do plot de vingança. O Ginosa por outro lado, consegue ver ainda menos do que Kogami, confiando cegamente no sistema ao ponto de menosprezar os indícios documentais do amigo. Representa bem aquela sociedade como um todo, que abnegou a possibilidade de ser quem controla a maquina, para ser aquele que é controlado por ela. Por ele ser a força da lei ali, a falha do sistema fica ainda mais acentuada quando notamos o despreparo deles parar lidar com situações extremas que fogem do convencional.

Fuck Yeah Sexy Appeal Everywhere

Dessa vez, o episódio foi centrado em torno de Rikako Oryo, e através dela notamos mais claramente o quão entorpecida está aquela sociedade. É como se suas bocas estivessem vedadas com um pano invisível. As pessoas têm medo de conversar e falar sobre o que está acontecendo, e os Enforces parecem impedidos de cumprir o básico de uma investigação, que tomar o depoimento das estudantes; Afinal, elas não precisam manter o manter o nível de estresse baixo. A imprensa, como vimos no episódio 06, não pode documentar, nem noticiar casos assim, com a sociedade sendo mantida a margem do que realmente importa. Então, uma cortina de fumaça acaba se formando. E é justamente nesse ponto obscuro, que o sistema falha e dá brechas para os criminosos mais qualificados.

Quando terminei de assistir, eu senti uma estranha sensação de êxtase. Aquela cena final, e a psicopatia de Oryo chegando a níveis altíssimos me fez ficar sorridente. Esse feeling altamente perturbador é o que torna a metade final mais instigante, terminando num momento que para mim foi puro delírio narrativo.

E não é algo assustador que te faça ficar com medo ou que te pressione psicologicamente, mas há algo de doentio ali que exala pelo monitor. Eu realmente espero um grande desfecho para este caso, a Oryo merece, até o momento se mostrou a melhor antagonista que já apareceu, sendo muito divertida de se assistir. E sim, o episódio valeu pela Oryo e pelo Kogami. Apenas.

Caraca, não gostaria de estar na pele dessas garotas. Talvez no lugar de Oryo-BRINCADEIRINHA

Este caso é bem típico, mas é colocado de uma forma que legitima figuras como a Oryo. A história já nos mostrou diversas pessoas assim, desequilibradas psicologicamente, que através de atos questionáveis pensam estar fazendo um bem maior, como forma de validar tais atitudes. O que eu gosto, é como a narrativa a coloca apenas como uma peça num engrenagem. Ela está sendo manipulada, e como muitos que seguem as ordens de seus lideres, pensa estar fazendo o seu papel social, mesmo que esteja tirando vidas de pessoas inocentes e se divertindo no processo. Ao contrário do antagonista anterior, nos tempos aqui motivações bem válidas que se conectam diretamente com o plot, tornando a interessante como um todo, e não apenas como um caso isolado de uma psicopata que saiu matando todo mundo, como aquela Vovó assassina de Another. Ela está bem amparada, e encobertada por alguém maior que ela.

Por outro lado, parte do episódio acaba se perdendo em uma narrativa enfadonha que tenta situar o expectador em algo já obvio, e que no máximo esperava poder conferir suas deduções através de “ações”, não em diálogos extremamente expositivos. Sei que diálogos expositivos são uma característica de Urobuchi, mas é bem diferente dos longos diálogos travados em salas subterrâneas de Fate/Zero enquanto algum personagem se deliciava tomando um vinho. Eram diálogos estratégicos, ou morais, sempre com embates muito fortes emocionalmente (teve alguns em que eu ficava completamente arrepiada). O mesmo em Madoka Mágica – Citando apenas dois exemplos mais conhecidos. Aqui em Psycho-Pass, ele praticamente descreveu todo o enredo e jogou na cara do espectador. Parece bonito, poético, mas é como se estivesse dando voltas em torno de si mesmo.

Com uma Googleada e um clique, eu consigo entender toda a logica em volta de Kierkegaard (eu não conhecia esse cara), que se trata plot dessa trama. O estresse, a dor, a violência, o ser humano seguindo seu instinto mais primitivo, é o que o que te torna um ser vivo, e altamente capacitado, pois ao lidar com esse tipo de situação, ele vai se tornando mais resistente, com a capacidade de distinção. Um pássaro que viveu sua vida toda numa gaiola, jamais conseguiria se manter vivo em liberdade. Agora eu estou esperando que no final de Psycho-Pass, todos estejam adormecidos na Matrix, por não terem engolido a pílula vermelha. Shogo na verdade é um herói, que está tentando tirar a todos da caverna. PLOT TWIST CARPADO.

Por isso, toda aquela explicação de Shogo, acaba se tornando muito desnecessária [como se fosse uma masturbação semiótica], e obstruindo o ritmo da trama, quando seria algo muito mais apreciável se colocado como uma subcamada. Esse tipo de escrita é muito pobre em séries audiovisuais, enquanto fazem um completo sentido em romances. Como Urobuchi agora que está se aventurando como um roteirista acaba sendo normal. Porém, a falta de uma direção mais experiente, apesar de bem competente, para poder dar a polida básica que o roteiro precisa isso pode ser uma pedra no sapato. Lembrando que em Madoka Magica, ele tinha o maestro Akiyuki Shinbo, que está cada vez mais refinado como diretor. Também notei certo sexismo no diálogo de Kogami com Akane, onde ele implica que assédio moral é algo inofensivo e por isso, pode ser encarado como uma brincadeira inofensiva, pegando um caso de estupro que fora visto com repúdio. Com essa analogia, ele justifica as atitudes do colega, que é um cara digno, cujo unico defeito é ser muito mulherengo. É, que mal há em ficar pegando nas partes intimas de mulheres, né mesmo!? Eu não tenho problemas com sexismo em qualquer obra, mas fico incomodada quando isso é aplicado como algo correto, sem que a narrativa justifique a abordagem. Acho que o Urobuchi Gen nesse episódio não conseguiu fugir de forma alguma de suas raízes.

 Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★

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***

 >A câmera bem que poderia explorar mais esse cenário, hein!?


> Eles estão a fim de matar as shippers do coração. CAARAA, a Akane realmente sabe o que é bom. É como dizem, difícil uma mulher que não resista à um bom tanquinho hehehehehehehe. E o melhor é a naturalidade com a qual ela reage quando Kogami pergunta se há algo no rosto dele. Mas hein? Como assim Kogami, ela não estava olhando pro seu rosto não, acorda aí! 
> HUEHUEHUEHUEHUEHUEHUEHUEHU OH DELS isso foi atrevido e muito sensual.

> Aparentemente elas brincaram de tesoura a noite inteira. LESBICAS EVERYWHERE

 
> No episódio passado, a discussão era referente a sistema, com isso tivemos uma obra de arte exposta com corpos humanos que evocava o sentimento de censura. Neste, girou em torno das emoções humanas e como o desespero pode ser eficaz para acordá-lo para a realidade, então temos uma arte um dos estados humanos mais primitivos. O que teremos no próximo?