sábado, 1 de dezembro de 2012

Comentários: PSYCHO-PASS #08 – The Rest, Is Silence


Oh my feels!!!

Montagem de alguém do tumblr que explicita exatamente a orma como eu vi essa cena HAHAHAHA

No episódio anterior eu comentei sobre o meu desejo de ver um bom desfecho para este caso, e especialmente um fim digno para a Oryo, e não é mesmo que fui prontamente atendida? Será o que Butcher Gen leu os comentários deste blogu sobre desenhos animados coreanos? OH, YES, YES! Estamos sendo constantemente vigiados. Cuidado com o que vocês falam, hein. Tá, não.

Ainda assim, este episódio não conseguiu me agradar como um todo, porém foi eficaz em ser incrivelmente divertido, ao ponto de eu não questionar nada em todos os seus quase 23 minutos. Kogami chegando à conclusão de que o caso não seguia o mesmo padrão do anterior, eu apenas conseguia suspirar com a troca de olhares entre ele e Akane. Aquilo foi tão HHNNGGG. Akane, sua bobinha!

Kogami marchando tão imponente em direção a Oryo eu não sabia se surtava por toda aquela postura emanando sensualidade e testosterona [KOGAMI GOSTOSO], ou se ficava tensa pelo que poderia acontecer com a Oryo, no fim eu apenas consegui me revoltar loucamente com a postura daquele velho filho da puta que atrapalhou a mise en scène dele ao apontar a Dominator para ela.

Fodeo minha filha

Oryo Rikako
Crime Coefficient is 473.
Enforcement mode is Lethal Eliminator.
Aim carefully and eliminate the target.

A partir daí foi pura TENSÃO, enquanto eu sorria e mastigava as jujubas pelo puro nervoso. Os Enforces procurando por Oryo no galpão, enquanto ela fugia de cães mecânicos e do caçador com um rifle na mão, com Shogo ao fundo tão lindo e divoso se divertindo com toda a situação e recitando trechos fragmentados de Titus Andronicus – Mais alguém se lembrou do episódio onde Kirei recita um Salmo da bíblia, em Fate/Zero II? –, puuuutz, eu senti toda essa sequência muito vibrante, envolvente e um tanto quanto brutal.

E foi um fim digno para a Oryo, embora ela tenha sido tão estúpida, acabou se mostrando uma antagonista muito simpática. Mesmo o seu desfecho, ela faz umas caras assustadoras e se mantém calma, ao ponto de ainda desdenhar do seu algoz no final. E claro, eu totalmente fraca, fraca, fraaaaca não pude evitar soltar um gritinho quando ela cai na armadilha de urso e quando aquele rifle simplesmente detona sua cabeça, arrancando-a fora. Aliás, que puta cena mais sádica, aquele POOOOW seguido da cabeça dela caindo na água foi lindo, revi umas 3 vezes com um sorriso largão na face. FUCK. YOU. BITCH! Eu quase pude ver o rosto sádico de Urobuchi ao escrever essa cena, se divertindo. CARAMBA, o Shogo é o próprio Urobuchi, e ainda fez questão de deixar uma pontinha de fanservice para fazer as fangirls delirarem “Tenho a sensação de que ele vai ser mesmo muito divertido”. E assim, um arco se fecha com uma BGM absoluta ao fundo e as cortinas de fumaças se dissipam prometendo um conflito interessante logo à frente.

FEAR, FEEEAR, FEEEAR 
Foi um episódio dinâmico, ao ponto de eu respirar aliviada ao termino do mesmo. Acredito que nesse, a direção teve uma execução próxima do ideal, balanceando bem áudio e visual. A narrativa em Psycho-Pass às vezes me incomoda em ser expositiva ao extremo e a dificuldade da direção em tornar isso o mais atrante possível visualmente, estendendo por demais os diálogos quando na verdade não estão dizendo nada de novo, apena o obvio. Mas eu gosto quando isso é feito de forma dinâmica, já que Psycho-Pass parece querer atingir vários públicos e ainda ser cult. Se vão conseguir, só as vendas de BD/DVD e singles dirão, mas isso implica em ser mais literal em tudo.

No inicio do episódio, Shogo questiona Oryo sobre o motivo de ela só escolher as alunas daquela escola. Ela lhe responde àquilo que esteve implícito na narrativa desde o inicio do arco. Oras! Como podemos ver pela reação extremada do diretor (que sim, se explica por tudo o que aquela escola representa, e também explica o porquê ele interveio quando Kogami apontou a Dominator para a Oryo. Foi tudo muito abrupto e ele não poderia imaginar que uma aluna estive por trás de todos aqueles crimes....Se nem o Ginoza imaginava, pff), e pelo pânico gerado nas alunas quando o velho Masaoka saí da sua forma holográfica de Drone, aquela é uma escola bastante convencional, que tem como objeto formar garotas femininas e “boas” mulheres que atendam ao pré-requisito da sociedade paternalista.

A primeira escultura de Oryo é uma obvia crítica ao sistema.



Também fica implícito o quanto Shogo a observava, que ele sabia das possíveis falhas nesse método de Oryo, mas não fez nada para evitar, porque ao que parece ele está à procura de alguém que possa ser “único” e não se deixar levar por questões pessoais, além de estar buscando se divertir nesse processo todo. Logo, não há porque ele intervir e aconselhar, apenas observar sadicamente. Fica aí a minha ansiedade em querer saber como ele pretende lidar com Kogami.

E não havia nada de original realmente no método de Oryo, além de se obviamente muito falho, o que deixa ainda mais obvio o quão ridículo é o Ginoza, e os Enforces não terem ligado rapidamente todas as pontas soltas desse método. O serial killer seguia um padrão, matando somente alunas daquela escola, e sempre as transformava em obras de arte, então não há nada de realmente tão brilhante na dedução de Kogami, pelo contrário, investigar a mensagem por trás daquelas “artes” seria o qualquer detetive de ficção policial faria.

No inicio, eu até achava isso legal, pois também apontava as falhas do sistema, porém isso tem ficado cada vez mais difícil de aceitar sem demonstrar certa descrença. Mesmo que o Sibila acabe tirando muito do instinto policial do CID, que fica muito dependente das analises frias de uma máquina, às vezes parece que a capacidade dedutiva de Ginoza e os demais estão deterioradas. Ele, Ginoza, ainda levanta a questão obvia de não ser possível uma estudante como a Oryo, ter armado todo aquele esquema sozinha, espero que essa linha seja retomada lá no próximo episódio. Não acho bacana enaltecer Kogami em detrimento dos outros personagens.  Urobuchi, você tá fodendo com os personagens, faz isso não!


As referências a Shakespeare neste episódio foram absolutas. De Hamlet, à Titus Andronicus. E foi a meu ver, o melhor uso de referências na série, onde todas as citações se misturam ao conflito da trama em uma bela montagem entre roteiro, BGM e visual, onde tudo foi mostrado visualmente e institivamente. As belíssimas citações de Shogo são trechos de vários atos de Titus Andronicus que se assemelham e muito ao caminho trilhado por Oryo do inicio ao fim, incluindo todo o cenário que alude bastante à narrativa da peça – O grupo de caça que persegue a rainha dos Godos, Tamora, a forma como ela é caçada, e jogada aos cães selvagens, e também gosto da chuva incessante que parece transmitir emocionalmente uma das linhas de diálogos da peça onde alguém cita figuramente uma chuva torrencial. E o próprio título do episódio, "The Rest, Is Silence", passagem emblemática de Hamlet, onde as últimas palavras do personagem são “O Resto é Silêncio”.

Mas o que esse título quer dizer, afinal? Na minha concepção, diz respeito à forma como Shogo vê Oryo (se alguém tiver uma interpretação diferente, diz aê). Essa é uma fala do último ato da peça, onde Hamlet começa o seu plano de vingança. Oryo, mesmo que implicitamente, é motivada por um desejo de vingança, tanto que ela procurar afrontar a sociedade, transformando seus manequins (as garotas que acabaram virando suas vitimas, e que pelas suas palavras eram treinadas para serem donas de casas perfeitas) em obra de arte, e até o rancor que sentia pelo caminho trilhado por seu pai.  Em Hamlet, as mulheres eram mal tratadas, e as situações chegam num ponto onde amigos viram inimigos com uma facilidade enorme.

Acredita que a relação entre título e a trama, são os sentimentos que ambas expiram. Durante toda a história, Hamlet luta com as palavras do fantasma do seu pai, pedindo vingança. Hamlet está perturbado, e depois que ele morre, não há mais ninguém para continuar a linhagem, não há mais nada além que o silêncio. Enfim, mimimi, episódio divertidíssimo e pulsante, embora a construção do roteiro não me agrade por expor muito a fraqueza dos personagens de Urobuchi na forma como tudo é conduzido.

Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★

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> Quer dizer que certas artes são consideradas perniciosas? E alguns vícios. Um cara que coleciona bonecas, o outro que é viciado em tabagismo, e até livros? Gostaria que isso fosse mais explanado.


> À direita, o livro verdadeiro que Shogo segura. O preço é bem salgadinho, nhé!


> Sentirei saudades da voz da Maaya Sakamoto. R.I.P. Oryo!!!!!

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