sábado, 22 de dezembro de 2012

Comentários: PSYCHO-PASS #11 – E Você Achando Que Seu Natal Está Ruim


O último episódio de Psycho-Pass!

Sim, o último, porque os noitaminA só voltam agora em janeiro, daqui a exatos 17 dias*, assim como diversos seriados americanos. Enfim, é um bom períodos pra quem tem vida social, socializar, e para quem é hikikomori botar outras séries em dia.


E Psycho-Pass fecha o primeiro cour com a certeza de uma nova pegada no próximo, e se estivermos corretos com relação à impressão deixada pela opening, Akane estará muito mais taciturna e Kougami se afundando cada vez mais no “pântano do conhecimento”. Nota-se que intencionalmente a série não teve um cliffhanger de peso ou angustiante, provavelmente para sublinhar a ruptura de um argumento e começar outro. Bem, ao menos eu vejo dessa forma, porque olhando todo o episódio ele soa como a síntese de parte do que NÓS vimos e discutimos em todos os anteriores.

O desgraçado do Shougo é lindo mesmo sendo um desgraçado, puro tesão haauuu~  ^///^

Shougo enfim encontra o que ele esteve procurando. Até então, todos que ele testou falharam no teste, e pelo que pôde se perceber a característica comum entre os assassinos que o levaram a fracassar era a falta de originalidade e incapacidade de pensar por si mesmos. E se levarmos em conta que Shougo está batendo justamente contra esses valores [que está impregnando toda a sociedade atual da série], é totalmente lógico que eles se tornassem descartáveis pelo seu ponto de vista. Aqui a sua semente parece germinar. Eu não estou certa o que ele pensa com relação à nosso lindão da bundinha durinha (malhado e definido daquele jeito, a bunda do Kougami deve ser boa para receber umas unhadas selvagens!). Provocar e incitar, assim como fez com Akane, tentando os despertar?

É o certo, e ele parece ter ficado contente com o resultado. Por outro lado, sua provocação à Akane parece ter surtido efeito imediato, com resultados a serem colhidos em episódios próximos. Ele sabia que Akane não teria forças suficientes para atirar, assim como isso iria abala-la psicologicamente tão forte ao ponto deste choque poder gerar nela um questionamento.  E é aquilo que vínhamos discutindo durante todos esses episódios: A própria CID é despreparada para operações praticas que foge do domínio do Síbila, porque tudo que eles aprendem na academia é teórico.


Relembremos-nos do que o velho Masaoka disse para Akane no primeiro episódio: Esqueça tudo o que você aprendeu lá mocinha. Neste episódio Akane diz em resposta à Masaoka que aprendeu alguma coisa sobre procedimentos de emergência (‘teve alguns treinos’), mas ela realmente nunca fez isso na pratica. Então, eu defendo sim quando criticam a Akane. Ela como inspetora é fraca, o próprio Ginozo também apesar das PAMPAS DE EU SOU FODÃO, mas é o sistema que torna essa sociedade castrada de sinais de personalidade, e incapazes de executar uma tarefa racional sem o auxilio da tecnologia (e aí novamente nos lembremos do diálogo do Singuji com a repórter: Você seria capaz de executar algo sem o auxilio da tecnologia?). Se os cidadãos são incapazes, porque os oficiais também não seriam? – "Para ser honesto, eu não tenho ideia do que está acontecendo (...), uma área subterrânea que nossos registros dizem que não existe (...)".

Ao tirar da sociedade a possibilidade que estes possam adquirir conhecimento e sabedoria através dos seus erros e à exposições diversas, ao lhes tirar a capacidade de sentir emoções fortes e contrastantes (aquele cenário construído no arco da Oryo em torno das estudantes em regime de celibato é contundente nisto) e o conhecimento através dos livros por isto ser considerado nocivo – A sociedade cria cidadãos incapazes de lidar com situações adversas.


Talvez por isso eu tenha ficado tão hipnotizada pela figura de Shougo frente à Akane dizendo coisas como "Agora você sente a importância da vida em seu dedo indicador, não é?" /// "isso é algo que você nunca pôde experimentar sendo um dos fantoches do síbila" – ABSOLUTO. O desespero crescente em Akane toda vez que ela apontava a Dominator para Shougo na vã esperança que esta disparasse e a sua reação totalmente cética por cada vez o seu Psycho-Pass ficar mais e mais e mais baixo foi uma experiência visual fantástica em resumo a aquilo que nós já sabíamos. Mais do que seguir às regras, Akane não foi capaz de atingir Shougo, não por faltar por vontade; ela atirou, descontroladamente. Mas ela não era capaz, tanto psicologicamente, como na pratica. Ela não sabia nem segurar o rifle. O próprio Masaoka relata que não via uma arma de fogo já fazia bastante tempo. E o cara é um dinossauro, quando ele diz muito tempo, pode crer que isso deve ter uns 50 anos. LOL

Akane ter sido incapaz de lidar com aquela situação só prova o nível de dependência daquela sociedade (com o atenuante de que a pobre ainda é uma recém-formada).  E o que o UUUROBUTCHER faz? Pega todas essas ideias e transforma numa sequência FODA. Sim, FOOOOODA! Enquanto todos vocês ficavam sem respirar (WOW, eu vi tantos comentários de “eu fiquei sem ar”), eu apenas não me vi piscando em nenhum momento. Fiquei totalmente imóvel (que contraste com o episódio anterior, no qual eu dei até pulinhos na minha cama), capturada por aquela tensão atmosférica criada em torno do monologo prolixo do Shougo. Eu não fiquei nem um pouco nervosa, mas era como se eu estivesse assistindo a uma cena real onde robôs gigantes destruíam tudo à minha volta numa luta violenta. Estou ciente que não foi pra tanto, mas me deixem sentir isso!!! E eu também vou deixar vocês sentirem este episódio como se fosse o ponto de ruptura assistido mais fantástico EVER ao ponto de não sentir mais o chão sob seus pés. I’M GOING TO DROWN IN FEELINGS! Faz parte do show.


Paradoxalmente, meu interior berrava em desespero com a Akane com aquela arma. PQP MANOLOS. Eu não sabia que sentia pena dela, ou se sentia raiva “AAAAAKAAANE PEEEESTE, ATIRA NEEEELE, PUXA ESSE GATILHO PELO AMOR DE DEEEEUS~”. O mais gozado é que por alguns segundos, quando ela deu aqueles disparos aleatórios, eu imaginei que ela tivesse acertado a Yuki. Pensei “FODEO”.  Isso foi de tirar o fôlego. Quando terminou, eu fiquei ainda alguns segundos fora da realidade pelo estado psicológico totalmente arrasado da Akane. Não fosse por isso (ou talvez se eu tivesse naquele período), eu acho que teria chorado junto com ela, quando enfim acorda do transe, porque eu senti aquilo bater bem forte no meu peito.  AWWNNNNNN bonitinho demais o Kougami chegando perto dela naquela maca e dando aquele toque nela – Vocês percebem o quão intimo aquele gesto foi? Hein? E que foi a presença dele que a despertou do transe? KOOOOUUUKANEEEEEEEEE<333 /shipper


Oh, NOOOOO! Eu sinto que me perdi toda e acabei desvirtuando o tópico onde eu estava. Peraí que deu branco, onde eu estava mesmo (eu falo sério)?  ......................oh, bem, eu preciso fechar o texto mesmo. Tudo o que acontece neste episódio foi bem previsível na verdade, já era esperado que a Akane sofresse algum choque para que pudesse perceber a disparidade do Sibila enquanto juiz absoluto, sendo literalmente como o nosso símbolo da justiça; representada pela deusa mitológica Diké que nasceu através da cabeça de seu pai –  Zeus, sendo assim puramente racional. Como não há sentimento seus julgamentos são imparciais e frios, ela não precisa enxergar. A balança pesa os prós e contras e com a espada ela cumpre sua sentença. Assim como sabemos perfeitamente que este simbolismo não funciona como deveria em nosso país, também não funciona no contexto de PP; O Síbila é capaz de executar alguém inocente (como podemos ver no primeiro episódio) e manter vivo um sociopata como o Shougo.

Eu tenho as minhas dúvidas quanto ao Síbila ser realmente falho, tecnicamente ele faz o que foi programado para fazer. Para mim, a falha é social, ao deixarem para uma maquina a função de julgar pessoas com base em dados, sabendo que o ser humano é muito complexo para ser analisado em caráter definitivo dessa forma. Neste momento, há uma discussão sobre o estado de sociopatia de Sugo. A Oryo por sua vez era claramente psicopata (ela tem todas as características latentes de um, logo compreensível o porquê desse contraste imenso em relação à Shougo), e por isto foi pega de uma forma tão besta. Em ambos os casos, notamos a ausência de remorso ou culpa. Basicamente, por isso que eles mantêm o seu Pycho-Pass tão puro, mesmo sendo capazes de barbáries.


O ponto onde quero chegar: É apenas isso? Será que essas pessoas não se preparam para algo assim? Sério que não? Gosto mais da teoria de que Akane e Shougo teriam sido modificados geneticamente ainda crianças – Se encaixa. Mas a primeira consideração é mais lógica para com a proposta da série. Claro, e também podem ser as duas alternativas. Mas eu ficaria um pouco chateada se se essas pessoas que implantaram o Síbila, não tiverem cogitado essa possibilidade. O certo é que este ponto da trama é ainda é muito vago e com poucas informações fornecidas. Certamente só conheceremos o sistema [a sociedade e o próprio contexto de implantação do Síbila] nos últimos episódios. Não dá pra analisar sem dados em mãos.

Enfim, a série fecha um arco de forma esplendida, e ainda que eu continue não gostando de algumas decisões, tanto da direção, quanto do roteiro, este episódio colocou em evidência a importância que todos os outros tiveram para a história chegar ao ponto em que chegou. Dá aquela impressão boa de que está tudo muito bem amarradinho. Estou na expectativa hard para ver como a série será retomada (embora possamos ter uma ideia), mas é o Urobutcher fazendo aquilo que ele é especialista: Desenvolvimento psicológico. Se estes personagens chegarem aos episódios finais, como aqueles de Fate/Zero; destruídos emocionalmente (hahaha ainda me lembro no trapo humano em que o Kiritsugo Se transformou ao final daquela guerra), vai ser sensacional.

Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★

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> O texto está cada vez mais próximo do que se vê em Fahrenheit 451, aproveite a férias (se você curte ler livros)! Só vou dar uma dica: Shougo é praticamente uma Clarisse McClellan; o papel de uma entidade diabólica sem a qual o pensamento não seria possível, como a serpente o fora para Eva no Éden. Shougo é a serpente para Akane a forçando pensar, e se eu fosse chutar uma teoria, diria que ele não chega vivo até o final. É desesperador quando nossas verdades, aquelas verdades essenciais que alicerçam nossa existência, desmoronam. E vai ser delicioso ver Akane tendo que lidar com isso. Segundo o filósofo francês Gilles Deleuze, “o erro da filosofia é pressupor em nós uma boa vontade de pensar, um desejo, um amor natural pela verdade”. E não é por amor à verdade que o protagonista de Fahrenheit 451 enfim decide ver o que há nos livros (na história, os livros foram proibidos de serem lidos), como se recebesse um sopro de disposição natural para que nele o desejo pela verdade dos livros fosse despertado. Ele só vai buscar a verdade dos livros após ter sofrido uma “violência”. Claro que, neste livro é tudo muito metafórico, já a narrativa de Urobuchi é mais literal e agressivo, mas é obvio que é este o motivo dele estar provocando Akane, e acredito que também Kougami.


 > Essa cena foi psicologicamente dramatica, e uma construção fabulosa de tensão e o estado em que ela fica quando começa a tremer as pernas e se desorientar, aquilo foi tão... pungente e portanto, risivelmente patético. WOW, o ser humano é mesmo patético em situações de perigo.

> Essa cena, eu me senti tocada. É bonitinho ver como o Masaoka protege ela. Certeza que ele a vê como uma filha. Esse instito paternal aflorado nele, com certeza vem do seu distanciamente de Ginozo. Sim, pra mim eles são pai e filho.

> BADASSSSSSSS - Essa primeira parte do anime também foi veryyyyyy intense. Eu gostaria que no lugar daquela BGM orquestral com coral ao fundo fosse substituído por uma com mais densidade porque toda a sequência me lembrou muito games de Survival Horror; angulações, cortes abruptos de câmera, enquadramentos, tudo isso levando à uma pressão incrível do ambiente. Mas Ode to Joy novamente fez bonito. Arrepiante.

> Senguji se saiu melhor do que eu esperava a princípio. Ele diz que se sentiu verdadeiramente vivo pela primeira vez quando viu seu amigo ser morto em um guerra. Eu tenho para mim que ele era uma figura de alegoria dentro deste arco. Todas as suas colocações levam a isso, como se através do contraste o Urobuchi quisesse evidenciar o estado dormente da sociedade, afinal não são tão diferentes assim.

> HAHAHAHAHA na hora que o Senguji descobre a Yuki, eu gritei internamente "AAAAARRRRGHHHHH NÃO, NÃÃÃO SEU IDIOTA, IMBECIL OTAAAAAAAAARIA. VOCÊ VAI MORRER" mesmo sabendo de antemão que ela estava fadada a morrer. E vocês não imaginam o quanto vibrei quando vi Kougami saindo todo trabalhado nos PERIGONS daquele tambor. Agora, eu fiquei me mordendo de inveja da Yuki segurando as mãos e olhando nos olhos de kogami (a que ponto eu cheguei). 'Desculpe fazer você passar por uma situação tão imprudente?' Ah, para kougami. Até então ela tava adorando a aventura!! HAHA.



> FINAL PODEROSO. E na volta de PP, a ending muda, mas novamente com EGOIST com a música "All Alone With You". Diz muito, né?