sábado, 26 de janeiro de 2013

Comentários: PSYCHO-PASS #14 – CRAAAAAAAAAAZY


Yeah you drive me crazy, crazy, crazy for you baby...

LOL, eu! Isto era pra ontem, fui digitar deitada e acabei dormindo com o as bochechas em cima do teclado (acordei com elas marcadas, mas poderia ter sido pior) e acordei hoje. Mas o importante é que todo aquele sentimento de êxtase que eu senti após ver o episódio continua com sua fagulha acesa aqui. Na verdade, a vontade é soltar a CAPSLOKA aqui e ir assistir o episódio mais uma vez, no puro frenesi!! ADEUS COWBOYS! SEE YOU COWGIRL, SOMEDAY, SOMEWHERE!

VÉÉÉÉÉI QUE POHA FOI ESTE E.P.I.S.O.D.I.O.? E aquela cena bárbara de assassinato publica (gente, eu fiquei chocada)? E a Shion com voz de orgasmo? E o Shougo mostrando que não é apenas um rostinho bonito? Isto é o que eu chamo de um episódio com eventos de efeitos em larga escala! FUCK YESSSSS!


E essa nova OP? OHMY GODOKA! Simplesmente FANTÁÁÁÁÁÁÁSTICA! Na maior vibe out of control [se permitem o trocadilho, rs]. É enlouquecedora! Mas, pulando para o episódio (tá difícil de pensar sobre, raciocínio está todo loucão. Estou me sentindo como alguém que acabou de sair da sala de cinema após assistir Django), é fácil perceber que o Gen Urobuchi tomou as rédeas novamente e voltou a ser o cara que escreve?  Vejam como os diálogos estão deliciosamente densos, repletos de humor negro e com certa dose de existencialismo.

Contudo, o que mais me deixa crazy aqui é em como a direção está especialmente afiada neste segundo cour, onde sequências sem muita ação visual conseguem transmitir uma tensão e uma vibração incrível – E até mesmo o Urobuchi está menos bruto na escrita. Eu não me sentia tão excitada assim com Psycho-Pass, desde o primeiro episódio, nem o incrível décimo primeiro episódio conseguiu me deixar tão empolgada assim.  A sequência que os Enforces Vão atender a ocorrência do homem de capacete, e então a câmera fecha na perspectiva – primeiro focalizando as Dominators surgindo triunfais, poderosas, assustadoras – de Akane olhando para a Dominator que segura em mãos num ângulo subjetivo, e então fechando em sua expressão. É o que chamam de “Show, Don't Tell”. Porque todos os seus conflitos estavam ocorrendo interiormente, como podemos ver pelo flasback pontualmente desfragmentado.


E com aquela BGM ao fundo, se tornou uma cena poderosa. Mexeu comigo. E a quebra de toda essa tensão foi visualmente cômica, com Kougami dando um tapinha maroto nas costas de Akane, que pra variar faz mais uma daquelas caras e bocas que só ela sabe fazer (as vezes acho que ela é vesga, em outras que sofre de autismo).

 

OWN MY FEELS, OLHE AS MÃOZINHAS DO KOUGAMI <33

Eu curti pra caramba o argumento deste episódio. Enquanto a narrativa visual nos dá, pela primeira vez, uma perspectiva global de um evento em larga escala [bem no coração daquela sociedade], o texto gira em torno de algo que víamos discutindo há muito tempo, mas dessa vez pela perspectiva dos personagens, que pela primeira vez conversam e questionam sem se postarem na defensiva com relação ao sistema Sibila. Pode parecer que o enredo não está andando, batendo no mesmo martelo, mas é notável como este episódio estabeleceu não apenas uma mudança brusca na forma como os personagens encaram tudo à sua volta, fazendo cognitivamente um contraponto com a opening, como possivelmente o início de uma reviravolta.

Ao questionar sobre um suspeito entrando no local com uma mascara daquelas, Kagari indaga “qualquer um consideraria ele suspeito”. O que ele parece se esquecer, é de que ele não está na nossa realidade contemporânea “aparentar ser suspeito não é o bastante para alertar a segurança”. É como se fosse o Urobuchi, trocando uma ideia com o expectador mais incauto, da forma mais trivial possível. Por este viés, acontece todo o diálogo dos Enforces referente ao caso, que foi muito eficaz em transmitir também um ponto de vista mundano ao cotidiano dos personagens (o que eu já tinha gostado no episódio anterior). Foi legal vê-los quebrando a cabeça e fazendo questionamentos, algo que eu já estava impaciente para ver.


Mas, sem dúvidas, a narrativa passa a ficar realmente contundente a partir deste ponto; “Não há mais nenhuma maneira de lidar com crimes assim...Nessa cidade” – Um ponto de vista meio melancólico de Akane.

Pouuurra, a sequência do cara agredindo e massacrando a cabeça da mulher em pleno centro, e ninguém fazendo nada, de alguma forma foi meio chocante para mim. Logo, eu, que estou acostumada com um padrão bem alto de violência. “O que eles são, espantalhos?” – Difícil alguém ter visto esta cena e não ter pensado algo assim. É uma violência visceral, e a forma como foi colocada neste episódio, sempre à certa distância, do ponto de vista de um espectador, dá uma certa sobriedade que se distancia da violência gratuita e exposta. Se assim fosse, perderia todo este impacto gerado, porque o que choca, não é a violência em si, mas as atitudes. Seja do espancador, ou a de todos ali em volta apáticos (mais chocante ainda ver que ela não foi uma vítima ao acaso, mas que se tratava do alvo de um maníaco).
E o único momento em que foca no rosto desfigurado da vítima, também foi de choque. Não pela violência em si, mas na atitude do Drone à vitima. Caraca! Há todo um humor negro embutido nesta sequência, em toda subjetividade do Drone com aquele sorriso plastificadamente assustador tratando a vitima como suspeita enquanto a mesma é agredida. Incrível, surreal! LOL. Se o diretor da trilha sonora vacilasse um pouquinho, poderia ter acabado com todo o feeling. As expressões da vítima chegam a soar hilariante.

“Eles disseram que não entenderam o que estava acontecendo. Não acho que tenham culpa. Alguém morrer bem na sua frente...Você não imaginaria. Essa ideia nem passa pela sua cabeça. Essas pessoas viveram até agora, sem nem considerar que uma coisa dessas podia acontecer.” – Este é o tipo de diálogo que, Akane só pode tecê-lo por ter vivido isto na pele. Ela está mais madura, e mais consciente. A outra Akane, possivelmente ficaria chocada e externando sua revolta (como visto no primeiro episódio).  Isto me lembra do ataque terrorista com gás sarin em Tóquio, 1995. Vi um documentário onde os transeuntes viam pessoas morrendo, sendo intoxicadas bem à sua frente e ficavam simplesmente imóveis. Uma das vitimas chegou a dizer que não sabia o que fazer, como se portar, que sua mente ficou em branco (outros continuaram com suas rotinas normais atravessando por cima dos corpos para irem ao trabalho).


Muito têm se falado sobre “O efeito Genovese(Ou “efeito espectador”), nome dado à esta fenômeno social desde o incidente em torno de Kitty Genovese ainda na década de 60, nos EUA, onde fora atacada por um maníaco na rua e entre todos os vizinhos que observavam o ocorrido, nenhum foi capaz de esboçar alguma reação. Quando se diz que o sentimento de coletivo dá sensação de responsabilidade compartilhada, eu concordo bastante. Isto atenua bastante a culpa da pessoa. O que explicar, quando mesmo pessoas de boa índole são capazes de barbaridades em grupo? Neste caso, porém, é importante observar também o contexto obvio daquela sociedade. Foi algo totalmente atípico presenciado por eles. E porque eles deveriam fazer algo, quando isto nunca fora preciso? E se suas matizes se sujarem?

Parece falar aquele espírito de solidariedade numa sociedade que se encontra em nível robótico, ampliando este conceito do “efeito espectador”. Paradoxalmente, uma sociedade coletivista não costuma olhar para nada, além do próprio umbigo. Sendo uma obra escrita por um japonês, obviamente há as influências inevitáveis em sua própria sociedade, inclusive já cheguei a comentar sobre isto no contexto de PP, que se assemelha de certa forma à sociedade japonesa atual: Indiferente, onde políticos precisam apelar para idols a fim de fazer os leitores jovens votarem. Uma justiça extremamente eficaz, que se mostra incapaz de lidar com atos atípicos, por mais que isto pareça surreal. A politica que tenta estabelecer a queda da democracia. O próprio incidente com o gás sarin, onde nenhum japonês jamais esperava ser possível algo deste nível numa sociedade como aquela. O próprio maníaco que provavelmente matou a garota pelo simples fato dela estar se envolvendo com algum homem, se não ele. Enfim, não é tão distante assim as inspirações do Urobuchi.


Isto me leva a um ponto abordado na analise anterior, sobre anomia: O que as pessoas fazem quando não se sentem seguras? E quando não há ordem? Segundo Dahrendorf (pensador alemão), o comportamento das pessoas fica imprevisível. Gente ordeira começou a participar de saques. Você não se sentiria seguro sem saber qual poderia ser a reação do seu vizinho ao se encontrar com ele, que poderia te alvejar com uma pedra ou tentar contra sua castidade.

E este é o ponto a ser alcançado por Shougo, que até aqui se mostrou um maestro formidável. Logo ele, que eu temia que caísse num tropo barato. Alcançando um estado de desordem, ele estabelece a anomia, e consequentemente uma nova ordem. “Antigamente, as pessoas trancavam suas portas físicas como algo natural, porque duvidar dos outros era a base da ordem” – Este, o diálogo mais incisivo sobre todo o episódio. E bem, tive a certeza que o Shougo sabia exatamente o que estava fazendo, no episódio 11, quando ele se estabelece como aquele que irá incitar o questionamento. Ele é praticamente a Clarisse McClellan de Fahrenheit 451, uma entidade diabólica sem a qual o pensamento não seria possível. Então, diferente da Rina (o que aconteceu com ela? Volte Rina, não deixe aquele episódio ter sido em vão), uma resistência ineficaz por bater de frente com a moral social, Shougo é aquele terrorista que expõe a fragilidade do governo diante toda a população, atacando o ponto mais vital de todo governo: Justamente a sociedade que o apoia.


Eu SUPONHO que a participação de Shougo esteja acabando, tão logo ele alcance seus objetivos. Li boatos de que, do episódio 15, ao 16, ele [possíveis SPOILERS, selecione se quiser saber:] e Kougami vão se encontrar. Levando em conta a sequência da OP onde Kougami está com uma arma de verdade, supõe se que eles irão travar um duelo mortal. Eu mesma acho, que talvez ele morra. Por falar nisto (haha a @jenniferdecastro que me lembrou, valeu), o capacete visto com Shougo neste episódio, é o mesmo que aparece no prólogo nos 5 minutos iniciais onde Kougami enfrenta alguém usando o capacete. Shougo observa tudo com um sorriso no rosto, enquanto Kougami se mostra consideravelmente ferido. Ele vence MÃS... (se leu a seleçãozinha ali, já sabe o que quero dizer). WHATA FUCK MAN PEGAEL SEUS LINDOS! A expressão de ódio do Kougami, e a expressão SAAAAAAAAADICA e prepotente de Shougo, MEUDEOS é puro gooozo (E Akane assume o papel de narrador, eu nem me lembrava disto)!
“Você é Kougami Shinya.”

“Você é o Makishima Shougo!”

AAAAAAAAAAAAAAAARRRRRRRGHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH MEEEU PEITO

Bom, acho que dá pra entender qual é a do emblema médico na OP anterior: Shougo é o médico, que está diagnosticando e oferecendo a cura, usando um método brutal, em um sociedade passiva como ovelhas. Aliás, ele já citou algumas vezes sobe “seguir o pastor fielmente”, e esta metáfora pode ser visto através de: Pastor 01(Ginoza), Pastor 02 (Tsunemori), e os cães (Enforces).

Enfim, chega! CHEEEGA! E eu ainda fiquei tensona por alguns minutos. Aaaaahhhhh caraaa, este episódio foi bom demais, DEMAAAAAAAIIIIIIIIIIIIIISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS; Fica pau a pau com o episódio 11.  Êxtase define.

 Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★

Curta o Elfen Lied Brasil no Fecabok!
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 "Elogios comigo, te levam a qualquer lugar"

>HUUMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM DAAAANADINHÁÁÁÁÁÁÁÁA Então foi assim que a Yaayoi te ganhou! Ah, sobre a pessoa que Shougo estava conversando, eu suspeito de ser alguém infiltrado. E se for pra apostar em alguém, eu apostaria na Shion por ser aquela que fica mais tempo fora de nossas vistas. Ou poderia ser a Rina, agora trabalhando para ele?


>"Uma revolução sabotada antes de começar" Iwakami Yasumi


Livro ganhar de uma premiação No-Fiction (tudo o que se é entendido como factual) da Kodansha em 1996 e fala sobre o “colapso” do comunismo soviético e como a escuridão se formou sobre a sociedade. A sinopse fala exatamente sobre o período de transição de poderes depois da queda da URSS, o momento onde não havia leis, nem ordem, e a criminalidade dominou a cidade, transformando-a num sangrento conflito, enquanto um embate étnico se alastrava pela zona rural. Bem, dá pra se ter uma ideia de qual é o objetivo de Shougo. Como eu disse, causar a queda do sistema, trazendo um novo estado. Mas novos estados, restabelecimento das leis e da ordem, não se dá num passe de mágica. 

> "De qualquer forma, um roubo à mão armada, é? Se essa coisa não funcionar, estaremos praticamente desarmados, não é, gino-san?" HUEHUEHUEEHUHEU PALMAS, PALMAS, SIMPLESMENTE HILÁRIO A REAÇÃO DE RECEIO DO KAGARI HAHAHAHAAHAH

>ffffffffffuuuuuuuuuuccccccck dude. Shougo cansou de ser só mais um rostinho bonito. Só na ficção mesmo que nerds e pseudo intelectuais têm habilidades fisícas assim! Hmf!

>Lembra as meninas de COULD ATLAS ("A Viagem" no Brasil, que lembra mais um título de filme espírita), não? E parecem ser hologramas! Aliás, elas são hologramas!

>A sequência desta abertura se dá a partir da anterior. Ela termina com Kougami baleado e atirando contra o sistema. Aqui, começa da mesma forma, e então, o que era P&B, ganha cor. Com os Enforces observando a cidade tomada por fumaça, o pode significar que ela pode cair em desordem. Shougo está andando com um livro vermelho, na mira de alguém (?), imediatamente surge Akane completamente vermelha, fugindo de algo. Provavelmente sua cor simboliza o conhecimento adquirido, vide o livro que Shougo carregava da mesma cor. A Dominator afunda no pântano. Akane se desequilibra por talvez, ter perdido a base de sustentação que tinha. Então temos Kougami abatido em meio aos Enforces caídos. Kougami e Shougo travam uma luta braçal. Em seguida, se nota um choque e contraste intenso entre cores vivas e o P&B, muito provavelmente representando o embate entre forças opostas durante um período que estiver tudo fora de controle.

Que podre, sem Akane, Ginoza e os Enforces, o governo conta com quem para manter a ordem e o sistema? O cubo que a chefe da Secretaria de Segurança Pública jogava, então afunda, provavelmente representando a sua queda. Akane intervendo entre Shougo e Kougami, armado com uma arma de fogo anacrônica. E então todos os Enforces caminham abatidos e passam por Kougami. O que pode ser? Ele se tornando bode expiatório? Ele morre e aquilo não passa de sua sombra? Essa abertura está mais louca que meus sonhos. Adorei.