sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Primeiras Impressões da Temporada de Inverno: Parte 02


A segunda e última parte das impressões da temporada de Inverno.

E sim, galerow, são impressões parciais. Por favor, não vamos confundir com resenhas, estudos e o caralho a quatro. Está longe do ideal, que são impressões curtas, isso quer dizer que eu exagerei um pouco no tamanho (kkk), e seja como for, as minhas impressões iniciais sobre cada série foram passadas. 

É notável a quantidade de pessoas dispensando a maioria dos animes dessa temporada, e deixando um hype considerável na próxima que virá (que ao menos no papel, possui diversos títulos aguardados pelo publico). Quanto a mim, estou acompanhando mais do que eu realmente queria/deveria.

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Mercado da Tamako
Estudio: Kyoto Animation
Episódios: 12
Assistidos: 03/12
Status: 12

Mais um anime com a assinatura das damas de ferro do KyoAni. Sim, falo de Naoko Yamada e Reiko Yoshida (K-On!), e àquela ao quais todos aqueles que odeiam este character designer atual do estúdio, devem crucificar: Yukiko Horiguchi.

Estive lendo uma entrevista (não muito bem conduzida, diga-se de passagem) com a diretora Naoko Yamada e a responsável pela composição do roteiro, Reiko Yoshida, e fiquei com a clara impressão do estúdio KyoAni ter um ambiente muito familiar, onde muitos influenciam no andamento da história, ao contrário da hierarquização militar de outros, como SHAFT (e equipe/coletivismo é algo que se emprega muito bem no estúdio, olhando suas produções). Fiquei impressionada quando Yamada disse que Tamako Market tinha um argumento original muito mais fantasioso antes de sair do papel, onde a Tamako seria uma garota com poderes mágicos, mas que a medica que a história avançava isso ficou restrito ao pássaro gordo. Elas acharam mais interessante a carga emocional da série, focando mais nas interações entre os personagens. E devo dizer que eu fico muito grata por esta decisão.

Com 3 episódios, é bem perceptível uma vibe meio familiar que a série ressoa. Com familiar, eu quero dizer que é aquela sensação de “eu já senti/vi/presenciei isto antes”. São personagens fictícios, que você nunca irá encontrar por aí em alguma esquina ou na sua timeline do twitter, mas que evocam lembranças devido a interação entre eles. Particularmente, de cara me lembrou do estúdio Ghibli e suas produções [especialmente as feitas para tv. Na época em que o estúdio ainda produzia este tipo de material] com foco no convívio diário, sem as lições de morais (obviamente). Olhando por este ângulo, também funciona para o sentido mais usual da palavra “família”.

O próprio cenário construído em torno de um mercado que parece mais uma vila comunitária é algo muito evocativo do passado. A forma com o Tamako interage e se empenha nos negócios de sua família, sempre com um sorriso espontâneo no rosto (é bacana ver como no episódio 03, quando o professor da Tamako vai ao mercado, todos começam a agradecê-lo pelo empenho no ensino da garota, demonstrando o imenso carinho que todos nutrem por ela), francamente, é uma visão muito tradicional. O trabalho da produção em retratar o estilo suburbano japonês foi extremamente eficaz (nota para a fotografia magistral que a série tem). E como a própria Yamada disse, o próprio mochi já é algo intrínseco na cultura deles,  tornando todas estas minhas palavras, obviedades puras.

Falando em mochi, ele é praticamente um personagem de apoio. E são estes personagens de apoio, o grande atrativo deste anime. Os vizinhos da Tamako são peculiarmente excêntricos (o que dizer daquela "vizinha" com voz de homem? HAHAHAHA); e a rivalidade em torno do mochi é impagável, ao ponto do pai de Tamako invocar com o nome do pobre pássaro gordo, o [Dera] Mochimazzi, só por causa de um trocadilho implicando que mochis são ruins. Aliás, o Dera rouba todas as cenas, com toda a sua arrogância e prepotência, com aquele típico ar blasé aristocrático que possui. São estes personagens que tornam Tamako Market tão interessante e distinto, e não apenas as garotas fofas (se atenham ao carinha do café aficionado por LP’s, que coisa mais retrograda hehe, e como ele sempre dá através da música a resposta para o conflito de cada personagem está sentido nos episódios). Enfim, Tamako é escrito com as mesmas palavras de “príncipe”, (王子), então talvez aconteça ainda alguma surpresa por aí, levando em conta que a ideia original era um romance entre Tamako e um príncipe.

Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★



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Sasami-san@Ganbaranai
Estúdio: SHAFT
Episódios: 12
Assistidos: 02/12
Status: Assistindo

Até aqui, a estruturação do enredo está fantástica. Temos um primeiro episódio com a assinatura insanamente nonsense de um Akiyuki Shinbo especialista em lysergsaurediethylamid (falando claramente: LSD). Não é o mesmo Shinbo de Madoka Magica, mas sim aquele que irrita alguns com o sua excentricidade desmedida. É um primeiro episódio que não se preocupe em explicar, situar, se fazer entender, mas sim entregar. Entrar um episódio vibrante, incompreensível e talvez surpreendente. Como bônus, uma animação rica em movimentos que pouco se vê no estúdio. E foi muito bom ver o que o Shinbo pode fazer com um orçamento melhor (entre outras oportunidades, Nisemonogatari possui uma e outra sequências igualmente vibrantes), e o arranjo entre sequências bem orquestradas de ação e BGM resultou num espetáculo visual muito harmonioso.

O segundo episódio se preocupa unicamente em explicar tudo o que com certeza vocês não entenderam no despirocado episódio anterior. Isto tudo entrelaçado numa narrativa expositiva extremamente dinâmica e divertida. É uma estruturação e construção de mundo muito eficaz. Vejam só, se trata de uma história sobre uma nerdinha antissocial em fase crescente de hikikomorismo (e todos os conflitos que isso engloba) + mitologia xintoísta (entidades, deidades, essências, deuses, espíritos que em alguns casos são relacionados à objetos/seres inanimados, e etc. e tal, BASICAMENTE); a narrativa pega este argumento e costura 2 tramas intercaladas, que se influenciam mutualmente. É simples, objetivo e com uma execução envolvente. No segundo episódio, por exemplo, todo o argumento da história se desenvolve em meio ao cotidiano nerd e jogos MMORPG, com comentários sarcásticos, aleatórios, frios, dos outros personagens e desesperados de Sasami ao ver que algum deles mexendo na sua preciosa coleção de mangás, fuçando no que não deve, teclando no note enquanto come salgadinho – Ações simples, e que leva à uma rápida identificação/empatia com a personagem.

Também você pode notar em como o orçamento caiu (claro que não iria se sustentar, mas seria bom se as sequências de ação continuassem bem animadas), com enquadramentos à distância, maneirismos, mise-en-scène, sombras e todos aqueles cortes oblíquos que estamos acostumados. Em compensação, os diálogos estavam afiados, com um humor negro calcado na subjetividade que tornou o episódio até mais bem visto aos meus olhos [pelo fator diversão e identificação, fora a ótima resolução], que o primeiro. Junte tudo isto à um desfecho inesperado e bem climático: Temos então aquele que só não é o meu anime preferido na temporada, porque este título já é de Chihayafuru 2.

Nem tudo o que o Shinbo toca, vira ouro, ou é bom, no entanto Sasami@Desmotivada está no caminho certo. Sasami-san@Ganbaranai é como se fosse uma Haruhi, ciente de todos os poderes que possui, e que de repente acabou os perdendo para o Kyon, que não tem consciência de ter herdado estes poderes. Fazem ideia da loucura? Parcialmente, isto faz desta série uma versão fumada e mais fantasiosa de Suzumiya Haruhi, guardada as devidas proporções. Com uma proposta destas, o ideal seria uma narrativa linear, mas desenvolvida em pequenos arcos, como visto nestes 2 episódios. Torna a narrativa mais limpa e menos tóxica; consequente mais simples de entender com argumento pouco ortodoxo como este.

Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★


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Vividred Operation
Estúdio: A1-Pictures
Episódios: 12
Assistidos: 02/12
Status: Assistindo

Eeeerrrr, não me sinto realmente à vontade para dar mais do que 2 estrelas para o pouco que vi até aqui. O primeiro episódio não me deixou particularmente entusiasmada. Foi uma estreia bem mediana e eficiente em caracterizar todo o conflito e argumento da história. O segundo episódio veio para confirmar a impressão do primeiro: O roteiro é pobre – AI MEU DEUS! PORQUE EU TÔ ASSISTINDO ISTO, É O PENSAMENTO INICIAL –. E intencionalmente raso, ao menos inicialmente. E mesmo que o roteiro fosse mais trabalhado, isso não significaria necessariamente em um conflito e desfechos complexos, levando em consideração que o mote do gênero é justamente um entretenimento leve, com garotas bonitinhas.

O ponto forte de Vividred Operation é justamente o fanservice típico comumente do gênero: as batalhas, as transformações, os pantyshot, a amizade colorida entre as garotinhas e aquela pitada de sci-fi e magia. Oras, meu coração quase saiu pela boca quando o maior suspense do episódio 02, era o fato de uma das garotas não gostar de tomate, e ter mentido para a amiga, só para se aproximar dela e também agradá-la. Owwnnnnnn *faz biquinho*///

Vê-la desajeitada, triste e com os olhos marejados, isto é um true moe! É esperado que a partir deste ponto, as sequências de ação fiquem mais divertidas (apesar de que este CGzão, tira um pouco do tesão. Até os personagens são CG’s em algumas tomadas. LOOOOL – E não é um 2DCGI no nível Hiroyuki Imaishi, não), a história ganhe mais liga, as personagens fiquem mais interessantes e este quê de superficialidade diminua, embora nunca vá sumir por completo, podem ter certeza disto. Os pantyshots e enquadramentos explorando os corpos pré-púberes das garotas pode ser bem amoral para alguns, no entanto, mas esperado se tratando de ninguém menos que Kazuhiro Takamura, o cara de Strike Witches (Vividred é basicamente um sucessor do mesmo).

Só o que me deixou intrigada mesmo, foi Akane circulando de microshortinho legging vermelho numa moto voadora pela cidade, além do fato dela colocar maionese no arroz. Por Godoka, quem em sã consciência coloca maionese no arroz? Fala sério!

E bem, vi algumas criticas com relação à transformação, mas esta talvez seja a única coisa um pouco original aqui. Gosto dessa combinação de magia com tecnologia, não apenas embutido no conceito, mas de forma prática também, e durante a transformação é legal ver como o look das personagens é gerado como se fosse cientificamente. A tecnologia gera magia, e não o contrário. Não tem nada de inédito nisto, mas foi divertido de se observar, principalmente porque este look e todo o processo, como não poderia deixar de ser, é tão gaaaaaay. A segunda transformação [o docking] é ainda mais extravagante e responsável pelo melhor momento do segundo episódio. Estou ansiosa para ver o docking (uiiiiii) da Akane. Inevitavelmente me lembrei de Senki Zesshu Symphogear neste conceito de armas gigantes, já que foi o último que vi neste formato, que medo!

E se ainda não ficou claro, Vividred é ralmente pra poucos. Odeio este argumento, mas neste caso se aplica bem. Trata-se de uma série ainda bem fraca, convenhamos, mas ganha pontos no fator diversão.



Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★

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Cuticle Tantei Inaba
Estúdio: Zexcs
Episódios: 12
Assistidos: 01/12
Status: Dropped

Nem estava nos meus planos, mas recebi boas criticas e fui conferir. Me decepcionei. Típica comédia random com diversas gags visuais, gritos e gesticulações, bem pastelão. Há quem goste e defenda veementemente, mas ainda que sim, comédia seja algo bem pessoal, Cuticle Tantei é bem genérico (e daí? BAAAAAAKA). Uma versão menos brilhante de Yondemasuyo, Azazel-san. Agora, é inegável o carisma dos personagens. Eu quase senti vontade de continuar assistindo por eles...eu disse quase!

Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★

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Bakumatsu Gijinden Roman
Estúdio: TMS Entertainment
Episódios: ??
Assistidos: 01 e meio
Status: FUZILADAMENTE dropped

Que coisa ruim e chata, são as primeiras palavras que veem à mente. Ainda me surpreende ver que havia quem hypava esta série unicamente pelo character designer do senhor Monkey Punch, célebre criador do icônico Lupin III. Mas talvez não mais surpreendida de ver que realmente há quem goste. Bom...

Eu não gosto do conceito de Robin Hood (talvez por isto eu odeie ainda mais o Robin, de Batman). Nem mesmo da história original. Por questões bem particulares, mesmo. Mas bem, Bakumatsu usa este conceito de uma forma cartunescamente maniqueísta, roteiro superficial e um humor puxado para as gags visuais. Como se pode ver no caso de Vividred, a superficialidade pode ser contornada por outros fatores, mas neste caso não há nada que realmente me interesse ou tenha chamado minha atenção em Bakumatsu. O segundo episódio tem uma execução extremamente maçante, algo que não se nota no primeiro, e foi aí que fechei o vídeo e parti para outra.

 Avaliação: ★ ★ ★ ★

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