quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Primeiras Impressões da Temporada de Inverno: Parte 01


E essa nova temporada, como anda?

Resolvi pela segunda fazer um apanhado de tudo o que ando assistindo e traçar alguns curtos comentários. Obviamente não viso julgar a obra por completo, mas apenas parcialmente. Alguns ficaram pelo caminho, e outros seguem. 

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Maoyuu Maou Yuusha
Estúdio: ARMS
Episódios: 12
Assistidos: 03/12
Status: Assistindo

Maoyuu está tipo aquele joguinho da fazendinha! Alguém que usava Orkut na época, se lembra? Aquilo se tornou uma viral dos infernos. Até mesmo nas rodas de amigo da escola, ou familiares (principalmente), o assunto sempre ia para este lado; “Ei, tem roubando minhas galinhas” (!!!). Bom, já fiz toda uma introdução sobre Maoyuu no post de primeiras impressões, e o que posso dizer aqui, é que do primeiro episódio até este atual, a série conseguiu manter o seu bom nível, sempre mesclando política (e suas diversas definições) e comédia romântica.

É uma equação que me agrada bastante. Embora o Yuusha (Herói) continue sendo um frouxo, ele é um herói divertido. Há algo de ironicamente sarcástico num herói habilidoso que consegue matar dragões, enfrentar exércitos perigosos, mas não possui a desenvoltura para guiar um relacionamento, ficando nas sombras da ‘esposa’. Com todo este lance de economia e cada um desempenhando a sua função, me faz lembrar as regras de um lar, principalmente agora que Yuusha se desprendeu de Maou (Rei Demônio) para fazer aquilo que ele realmente sabe, enquanto ela cuida do castelo. Não lembra a estrutura tradicionalista de um lar?!

Quem queria uma narrativa mais pesada, torce o nariz, e penso no quão difícil seria adaptar um conceito destes para o vídeo, sem soar muito cansativo [e ainda vender]. A comédia otaku é um outro porém, mas que também não me incomoda. A relação entre Maou e Yuusha têm ficado cada vez mais divertida, e pasmem, envolvente. Eles realmente convencem como um casal virgem.

Nos meus comentários acerca do primeiro episódio, eu comentei sobre Maou não ser contra a guerra. O que não é exatamente verdade, como se pode ver. O que ela busca é a harmonia. Imagino que a narrativa mais carregada deva ficar mais para o fim, e por enquanto o que vemos é o básico da estrutura agrícola, que é vital, não apenas para o ciclo da cadeia alimentar, como para a rotação de culturas, e consequentemente a economia. Trata-se de um método usado praticamente desde o inicio da agricultura como a conhecemos, onde os fazendeiros encontraram a solução para a infertilidade e pragas diversas, no cultivo de safras por estações/temporadas. Este intervalo possibilita o cultivo da terra, onde um simples pastar de porco que deixam seus estrumes naquele local, a está fertilizando. A não rotação de culturas pode causar diversos e graves danos ecológicos. Enfim, o que estes três episódios fizeram foi introduzir este conceito que trará a expansão de pequenos mercados e por consequência, afetará a economia. Os personagens irem para um pequeno vilarejo para implantar este conceito foi uma ótima sacada, para que possamos compreender melhor como efeitos mínimos podem afetar toda uma estrutura.

 Avaliação: ★ ★ ★ ★


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Kotoura-San
Estúdio: AIC classic
Episódios: 12
Assistidos: 02/12
Status: Assistindo

O queridinho dos otakus que assistem animes em “tempo real” e dos blogueiros. Poucos davam alguma coisa por Kotoura-san, que com uma estreia impactante, vem despontando como a surpresa da temporada. Mas o que a série tem de especial, não passou apenas do impacto inicial, carregadamente melodramático – O tipo de narrativa que normalmente se espera encontrar em séries shock value [Elfen Lied, School Days]ou tearjerker [Life, 1 Litro de Lágrimas, Air TV]; que têm justamente o intuito de chocar e criar situações exageradas, que cause no espectador sentimentos de empatia e revolta.

Claro, Kotoura-San tem seus méritos, que não se limitam ao fator choque, nem fica presa ao drama. Contudo, por causa dessa forte exposição, o lado emocional de Kotoura-san soa muito superficial e não cria nenhum link entre o conflito da pequena Koutora e o espectador. Mas, te prende na tela, e a pressão esmagadora sofrida por ela, acaba instigando. E quando você pensa que acabou a narrativa quebra toda aquela pressão e se transforma numa comédia escrachada e igualmente exagerada.

Não, não... nada de LSD com diversas subjetividades, é bem batido na verdade. Eu não me senti tão envolvida no humor farofa e com pitadas de erotismo da série, mas é aquela máxima: Comédia é algo muito pessoal, subjetivo, e toca cada um de uma forma diferente com base em diversos fatores. Confesso que soltei um riso frouxo em alguns momentos, mas nunca quando o timing da narrativa pedia (sabe quando começam aquelas risadinhas de fundo nos sitcons?). Na verdade eu prefiro um humor menos obvio e mais subjetivo (aí que chata!). Kotoura-San é uma história sobre uma garota com habilidades ESP(extra Sensory Perception), que, não sabendo lidar com estes poderes, acaba sendo afastada das rodas sociais e sofrendo bullying, como já é de praxe em séries que abordam esta temática. Pra piorar, a culpa do casamento falido de seus pais recai sobre ela. É, a pequena Kotoura tem uma vida desgraçada! Pare de se lamentar da sua, com 21 anos, virgem e desempregado.

O desafio da série será o de se desvencilhar dos clichês (na verdade, não, 'desvencilhar', mas conseguir o feito de não soar repetitivo e criar situações novas) e mostrar quem tem mais gasolina pra queimar, do que o mostrado até agora. Até o momento, se mostrou sim uma estreia promissora e sem nada de especial.  É mais uma comédia romântica de “estranho casal” onde a garota, é meio diferente das demais. Kotoura-San tem o mesmo character designer e diretor de Mitsudomoe e Yuru Yuri, o que explica qualquer sensação de “já vi isso antes”. Com relação à parte técnica: Um trabalho incrível de direção um pouco mais arte, para contornar um orçamento nem tão bom.

Avaliação: ★ ★ ★

 

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Hakkenden Touhou Hakken Ibun
Estúdios: DEEN
Episódios: 13
Assistidos: 02/13
Status: Dropped

Quase toda temporada tem sua cota de animes medianamente bons, mas que acabam passando despercebidos. Hakkenden é um destes?

A única adaptação shoujo da temporada, e este anime me lembra bastante Otome Youkai Zakuro, outro shoujo adaptado pelo estúdio J.C.STAFFF com bastante competência, e que também passou despercebido por sua premissa bem pouco ambiciosa. Em ambos as séries, temos como mote o preconceito contra aqueles que detém poderes sobrenaturais, com um contexto histórico [me refiro apenas ao cenário e à época que a história se passa] ao fundo. Basicamente um embate entre crenças.

Mas, Hakkenden mostra um universo muito mais amplo, envolvendo inclusive a igreja católica. Enfim, eu não pretendia conferir, mas ouvi bons comentários a respeito do primeiro episódio e fui conferir. É realmente um primeiro episódio decente, é uma temática que me agrada, mas o desenvolvimento da trama que inicia a história não é nem um pouco convidativa, resultando em um segundo episódio tedioso. Falta uma boa dose de humor, e personagens envolventes, levando em conta que em algum momento a série irá apelar para o drama e conflitos pessoais, mesclados com algumas sequências de ação sobrenatural. Talvez até guarda alguma surpresa pela frente, mas sinceramente não estou nem um pouco interessada.

 Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
 
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Amnesia
Estúdio: Brains Base
Episódios: 12
Assistidos: 03/12
Status: Assistin...(exitante)

A história da mocinha que perdeu a memória, tendo que se deparar com um mundo desconhecido à sua volta, além de uma eminente sensação de que algo muito errado paira no ar, é um conceito interessante. Principalmente porque a fantasia, ilusões e sonhos parecem estar se sobrepondo à realidade, deixando-a ainda mais confusa, sem saber o que é real e o que é imaginação. O primeiro episódio foi um dos piores da temporada, dentre os animes que assisti (e que se fazem presente neste post). Narrativa engessada e direção pouco eficaz em tornar este produto atrativo. Junte à isto, personagens inexpressivos e sem carisma.

No entanto, do segundo episódio, ao terceiro, é nítido como a história evolui, ainda que os personagens continuem desinteressantes no geral e com um look visual breguíssimo, eu realmente me senti instigada a desvendar essa cama de gato. Shin, o namorado da nossa heroína, tem se mostrado um personagem interessante e misterioso/suspeito, e é dele que vem todo o meu interesse em saber onde tudo isto vai dar. Eu diria que o grande problema de Amnesia é a direção água com açúcar de Yoshimitsu Ohashi (Sacred Seven). A BGM é bem inexpressiva na maior parte, apesar da OP e da ED serem ótimas. No mais, as cores e character designer não deixam muito a desejar, pelo contrário, a despeito do baixo orçamento. Eu não sei por que eu estou tão curiosa com isto, mas vamos continuar conferindo enquanto este sentimento existir!

Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★


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Chihayafuru 2
Estúdio: Madhouse
Episódios: 25
Assistidos: 02/25
Status: Assistindo (É CLARO!)

Conflitos! Essa é a palavra mais em evidência nesses 2 episódios de Chihayafuru 2. Isso evidencia que o maior desafio agora serão dos personagens consigo mesmos, e para com a equipe, agora com a individualidade de cada um aflorada e entrando constantemente em choque com os demais. A Adesão da Sumire ao cast fixo de personagens foi excelente (embora eu odeio essa bitcher, e a ache extremamente irritante por querer roubar o Taichi da Chihaya. GRRRR VADIA), e até aqui ela tem demonstrado um excelente potencial a ser explorado. Em 2 episódios, podemos notar a personagem crescer cada vez mais ao ser envolvida sem perceber pela magia do Karuta. “...Eu não quero escrever poemas sobre arrependimentos”, diz, determinada a correr atrás do seu grande objetivo, que é conquistar o coração de Taichi.

É incrível ver como o karuta passa a tomar conta dela, pegando-a desprevenida em diversos momentos e causando uma certa revolução na forma como encara as coisas. Esperamos que de uma personagem fútil e blasé, ela possa amadurecer nesta jornada. E enfim temos um triangulo amoroso real, porque, que me desculpem os Aratafags, o Arata não passa da uma sombra na história (haters gonna hatear). Este contraponto entre karuta e o amor, era algo evidente deste a primeira temporada, mas só agora vem recebendo o desenvolvimento adequado. E está interessante. Com relação à Chihaya, é paradoxal como ela se mostra forte através das lágrimas, e ao contrário da temporada anterior, aqui ela vem demonstrando uma liderança fascinante, ainda que o maestro da equipe continue sendo indiscutivelmente a Kana. É difícil não sentir afeição por todo o carinho que a personagem nutre pelo karuta. O que leva à questão de: Karuta, um esporte tradicionalíssimo e limitadamente regional dentro do próprio Japão, é colocado dentro do contexto da série como mais do que um esporte, é poesia. É entrar em contato consigo mesmo. Um esporte que mesmo disputado por equipes (e para tanto, exige certa harmonia), é no fundo, no fundo individualista.

Talvez, seja esta a grande bandeira desta temporada. Quem sabe? É sem dúvidas uma forma bonita de conectar uma geração já velha, com uma nova, através de um esporte tradicional, ao mesmo tempo em que mantém o esporte vivo. Inclusive, membros da staff de produção, afirmaram que nunca havia jogado ou presenciado partidas de karutas antes, e foi apenas com o anime que passaram a ter contato com o mesmo.

Ponto negativo para a OP, que está muito abaixo da primeira, e para a animação que caiu significativamente da primeira temporada, para esta (compreensível, só de ter sido possível essa segunda sessão, já é um feito), com o character designer que sempre foi o apelo visual mais forte da serie, inconsistente em diversos momentos. A produção, liderada pelo ótimo Morio Asaka (Sakura CardCaptors, Chobits!), continua com um trabalho autoral incrível. No mais, Chihayafuru continua instigando em nós aquela gana de torcer para o que se vê no vídeo, e equilibrando bem o drama com o humor. Espero que a tensão e estratégias psicólogicas nas partidas decisivas também continue em alta.

Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★

 

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Bom, na segunda parte, comentários sobre Tamako Market, Sasami-san@Ganbaranai e outros. 


Dica de Leitura: