domingo, 24 de fevereiro de 2013

Top Flop: Os Piores Animes de 2012 – Parte 02


Seguindo com a segunda parte das maiores decepções de 2012, no meu ponto de vista.

Voltando com a segunda parte, e mantendo aquele mesmo esqueminha da anterior. Muitos se questionaram da ausências de pérolas como La Storia Della Arcana Famiglia, Zetman, Kill me Baby, mas abandonei estes animes do primeiro ao segundo episódio, ao notar futuramente iria me arrepender. Ainda tem a ilustre presença de Shining Heart’s: Shiwase no Pan no ano de 2012, em um ano que não foi muito feliz para o Production I.G. – Este anime sobre pães é um dos mais eficazes em fazer o espectador pegar no sono, tão logo clique no playzZzZzZz...

Medaka Box e Total Eclipse foram os únicos da lista que que droppei à altura dos 05 ou 06 episódios, e suas presenças se devem unicamente por eu julgar que vi o suficiente para ter uma ideia formada sobre ambos.  Alguns provavelmente vão cobrar Little Busters!, mas até onde eu vi, era mediano, com problemas técnicos, mas longe de merecer uma nota abaixo de 05. Eu ainda estou juntando mana para ver se me animo em continuar a assistir, só por ser fã da Key Visual Arts.

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Status: Dropped com 5 episódios de 24
Estúdio: Satelight


Cercado de expectativas (algumas muito negativas), tal qual Fate/Zero, essa série é uma side story lançada como light novel do universo Muv Luv. O original é um harém de comédia que conta com a presença até de personagens de Kimi ga Nozomu Eien, um eroge (visual novel com muito sexo, tchã nã nã e cocotas/ no woman, yep cocotas) da mesma produtora de Muv Luv. Parece algo bem bobo, mas pelo simples fato de parodiar acontecimentos de Kimi Ga, já me deixou curiosa. Dizem que é uma desgraça (se for como Akane Maniax, uma prequel de Kimi Ga, realmente é uma bosta). Então de onde vinha as expectativas? De Muv-Luv Alternative, listada no VNDB como a oitava eroge mais popular, logo atrás de CLANNAD (e Fate/Stay Night permanece por anos, imbatível no primeiro lugar).

As criticas são excelentes, descrevendo uma história realmente séria. Eu assistiria se ganhasse adaptação, apesar de ficar com um pé atrás (POW, entre os personagens tem até a Akane, de Kimi Ga). Total Eclipse é uma expansão, e já veio com a responsabilidade de vender, estabelecer um nome, para então as produtoras pensarem em investir de fato na franquia, com direito à um bom orçamento. Ah, bem, Total Eclipse vendeu, e digamos que com aquela produção meio porquinha (com direito à troca de diretores já com a série em andamento, correria pra conseguir entregar o episódio no dia de sua exibição, resultando em diversas inconsistências no storyboard, entre outras), vendeu mais do que merecia. Eu abandonei o anime no episódio 05 por que era uma série que a despeito das boas intenções e do bom argumento, era extremamente esquizofrênica, recheada de tantas incoerências narrativas que me deixava toda empolada.

O enredo que flertava com xenofobia era tão ingênuo que qualquer discussão em torno desses conflitos soava bem tolo. E a série ainda gerou uma polemicazinha entre alguns otakus e blogueiros aqui no Brasil, referente a uma comparação com Infinite Stratos. No fim das contas, Total Eclipse sempre foi mesmo um harém escolar/acadêmico. Entre Infinite Stratos e Total Eclipse, fico com o último, que ao menos é sincero com sua premissa. Vai uma pergunta: Total Eclipse foi capaz de ser maior que os clichês do gênero que por si só, já causam uma dissincronia com a proposta?


02) Senki Zesshou Symphogear
Status: Completo. 13 de 13
Etúdio: Satelight


Faz parte dessa leva que encontrou seu boom nos ano 2000 de garotas mágicas voltadas para os marmanjos. A ideia por trás soa interessante ao equilibrar o gênero musical com o mecha musume, duelando contra alienígenas com armas gigantes, ainda que não seja lá tão original assim. Black Rock Shooter e Macross Frontier também já contaram suas histórias seguindo raciocínio similar, mas Symphogear tinha o diferencial de ser style e descolado com aqueles ataques que formavam onomatopeias gigantes no ar, armas estilosas e gigantescas, transformações criativas (que é um dos fatores mais importantes pelo ponto de vista do fã do gênero, ao lado do subtexto yuri) e um designer chamativamente atraente.

Symphogear é desses que a galera assiste pelo PLOT (sim, este tipo de plot), mas as situações criadas são tão enfadonhas e com personagens que não interessam que talvez a única coisa digna é a trilha sonora e Nana Mizuki. O roteiro parece ter sido escrito para uma criança de 08 a 12 anos, impressiona a audácia, imaginei que só Black Rock Shooter fosse capaz e apelar para o lema de Florzinha, Lindinha e Docinho derrotam o macaco louco e salvam Townsville, graças ao poder do amor. E eu falo sério.  Vale frisar que Symphoear foi uma dessas séries que procurou seguir a trilha deixada por Madoka Mágica, sem a mesma competência. Bom, a segunda temporada vem aí, o apelo idol que a série possui parece ter sido o suficiente pra promover uma sequência.


03) Gyo


Status: Completo, 1 OVA
Estúdio: ufotable

Assim como Mirai Nikki, eu tinha grandes expectativas para essa adaptação. Quem acompanha o ELBR à mais tempo, deve ter visto todos os meus surtosa cada anuncio (teve até uma vez que escrevi um post inteiro comentando algumas novidades direto de um smartphone). Os motivos para o hype eram suficientemente válidos: 

>Primeira adaptação para outra mídia de um mangá do Junji Ito* - Gyo, entre todos os mangás de Ito, sempre foi o com maior potencial para uma série animada.

>Sou fã de carteirinha do Ito-sensei. Se me disser que isso não é um bom motivo, eu vou achar ofensivo de vossa parte.

> Estúdio ufotable. Seis a cada Dez otakus hardcores querem que sua série seja adaptada por este estúdio.

O irônico é que Gyo não passou de um experimento bizarro no laboratório de animadores do ufotable. Se você não entendeu o paralelo, a história se desenrola em torno de experimentos bizarros num laboratório, criando um vírus com cheiro nauseante de peidos (!). Os militares esperavam vencer a Segunda Guerra Mundial nocauteando o inimigo com este cheiro bostial (Deus, eu vou morrer rindo só de digitar isto).  Mas algo sai errado e os peixes acabam infectados, vagando na terra como zumbis. Sim, é uma sátira ao cinema trash americano, com algumas criticas e referências.

Enfim, o ufotable promove diversas oficinas para os seus jovens animadores (muito deles estiveram em Fate/Zero), e o projeto Anime Bunko é uma forma de lapidar os talentos da casa, colocando em suas mãos projetos que provavelmente nunca receberiam uma animação. Gyo fez parte deste projeto. Takayuki Hirao é um animador muito habilidoso e isso é perceptível na adaptação, que a principio seria pouco menos de 30 minutos e foi ganhando cada vez mais duração até chegar em 70 minutos. Claro, por influência de Takayuki Hirao, cabeça da produção e que goza de certo prestigio, e não sem motivos; ele é realmente talentoso (algumas das melhores sequências de ação de Kara no Kyoukai e HOTD foram ideias originais dele). Infelizmente, ao invés de ser um trashzão divertido e criativo, Gyo é apenas grotesco e apelativamente vulgar. Do tipo que faz a cabeça dos fãs do gênero, mais pelo sadismo do que por ser realmente bom, tanto que já foi licenciado nos EUA.


Status: Completo. 8 de 8 episódios vistos, com louvor
Estúdio: Ordet


Cercado de expectativas (algumas muito negativas) era questão de tempo para que o OVA homônimo do estúdio do auto proclamado salvador da indústria de animes, Yutaka Yamamoto, ganhasse uma versão para tv. Frente ao sucesso retumbante do OVA, nascia então uma franquia rentável que vale mais pelos produtos que gera do que propriamente o material de origem. Mas eu gosto do OVA original, e sua popularidade pode ser medida pela quantidade de detratores que conseguiu atrair. Já a série de tv teve uma passagem de silencio gritante, tal qual aconteceu com Shakugan no Shana que teve sua exibição tratada com indiferença do fã de anime. Afinal, só os fãs hardcores para encontrar qualidades a serem defendidas em BRS TV.

Particularmente não desgosto da série. O texto é ruim num nível de causar constrangimento, apelando para simbologias e subjetividades que em qualquer outra situação (como no OVA) poderiam ser atraentes até atraentes, mas que perdem seu objetivo numa construção equivocada. O que eu gosto em BRS TV é o que me faz gostar tanto de novelas mexicanas (e pasmem, algumas são muito boas, ainda que sem um bom aparato técnico); dramalhão, situações forçadas, expressões dramaticamente exageradas e uma trilha sonora que dá o tom à cada cena – Sempre muito carregadas, é obvio, uma autentica sacarina melosa. Isso tudo me diverte à um nível que vocês não imaginam.

E eu peguei bem a ideia de BRS TV: basicamente um diário rabiscado com as emoções mais ingênuas de uma garota no alto dos seus 12 anos, onde qualquer conflito, mal entendido e brigas, é o fim do mundo. É basicamente isso, é como se fosse um mundo expressado pela lente de um pré-adolescente, um mundo onde tudo é intenso, carregado de paixões que parecem eternas, muita possessividade, orgulho bobo, rancor, egoísmo, esse tipo de coisa que não poderia deixar de sentir empatia por já ter passado por algo assim. Esse argumento base de BRS tem minha empatia, e o OVA conseguiu delinear isto de uma forma melhor (mais sofisticado para falar dessas dores cardíacas que os adolescentes e adultos, conhecem bem, de tanto sentir) que o anime tv, que se perde num emaranhado de subtramas pretensas na intenção de mascarar o argumento fraco. As sequências no universo alternativo são boas apesar de tudo.


05) Medaka Box
Status: Dropped. 5 episódios de 12, assistidos com força de vontade
Etúdio: GAINAX


Cercado de expectativas (algumas muito negativas) é fácil de entender o hype de algumas pessoas e a descrença de outras. Primeiro que se trata de um mangá que tem o texto de Nisio Isin e que dizem ser uma parodia/subversão do gênero shounen – O que não é nada incomum se tratando do Isin. Segundo porque veio pelo tão amado e idolatrado, até pouco tempo atrás, estúdio GAINAX, que ao lado do também falecido Madhouse e da TOEI (que se encontra em estado de coma desde 19XX); costumava ser o preferido do publico convencional. E terceiro, pegue todas essas expectativas e subverta cada uma delas.

Há quem diga que o magá só fica bom realmente depois da entrada de certo personagem, o que pelos cálculos deveria aparecer numa hipotética terceira temporada do anime. O que não deve acontecer, levando em conta que é a JUMP que banca e o mesmo não trouxe retornos aparentes. “Ouvi” muito aquela velha história de que você deve continuar assistindo porque no episódio 200 e XX, tudo fica melhor. É claro que eu acho isso engraçado, pena que o anime de Medaka também não conseguia arrancar nem um meio sorriso dos meus lábios. GAINAX nunca foi muito bom com adaptação, seu diferencial era produções originais, e Medaka Box tem todo um aspecto que talvez funcionasse melhor com uma produção mais autoral. Mas isso tudo são divagações, o que temos de fato é uma série com uma construção deficiente, que infelizmente não parece ter sido corrigido na versão animada.

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