domingo, 28 de abril de 2013

Comentários: Shingeki no Kyojin #04 – A Última Noite


Eles voltaram!

Shingeki no Kyojin já está quase com ¼ de execução e ainda não decepcionou, mas o interessante é que a série estabeleceu um nível tão alto de frenesi, que sua audiência parece estar assistindo um filme de terror/horror onde se espera apreensivamente pelas cenas que lhes darão calafrios. Curiosamente, este episódio se desenvolve com a mesma montagem de um filme de horror, tem todos os ingredientes: Tempo de tela para os personagens de fundo se apresentarem adequadamente, conflito entre o líder da turma e algum random babaca que será uma das primeiras vítimas, e aquele carismático que fazem todos rirem.

Hoje quando acordei e vi os comentários do Critico Nippon no perfil do ELBR, já fiquei ciente da aparição dos titãs pelos seus surtos empolgados – que se repetiram no buteco do ELBR. Realmente gostamos de sentir adrenalina, não é mesmo?! Mas quando dei play no episódio, o ritmo estava tão bom e o desenvolvimento em cima do elenco de personagens e suas diversidades, trabalhados com um tensão tão agradável, que me esqueci completamente dos gigantes. É a estrutura tradicional, onde o Eren serve de gatilho em uma teia de inter-relações em que algo que ele faça ou diga acaba afetando todo o grupo. Este processo foi bem divertido e climático, com um foco em todo o elenco em treinamento antes que as coisas ficassem realmente sérias. Comecei a me apegar a alguns personagens e quando me vi preocupada com eles durante o ataque do titã, notei que já estava completamente envolvida.



Annie Leonhardt (YuShimamura talvez, seu primeiro grande papel como seiyuu) foi a agradável surpresa aqui, transformando Eren em uma bola de futebol! JEJEJEJEJEJE. O romance que não vejo entre ele e Mikasa, eu já percebo em alto potencial com relação à Annie. Eu sei que poderei ser julgada por já está falando em romance quando nem há sinais claros para tal, mas oh você garoto, eu posso encontrar casais numa trama mesmo se o autor não o criar.

Por outro lado, enquanto a Sasha Potato Girl, Annie e Mikasa conseguem cativar em cenas de efeitos e deixar suas marcas, o time masculino não está conseguindo se sobressair. A começar com Eren [porque os que receberam tempo de tela são apenas idiotas], já que Armin ainda é uma incógnita. Eren não é ruim, mas ainda lhe falta algo, um pouco mais de nuances para que consiga cativar. Pode ser um problema do anime, mas as cenas mais emocionais do personagem não soam convincentes, parece apenas um ator limitado que não consegue fazer muitas expressões além da habitual. A parte em que ele está conversando com aquele que lhe salvara a vida, e então sai correndo em prantos (repetindo a cena anterior, onde ele discursa para todos e sai correndo com lágrimas nos olhos), pareceu muito teatral para uma série que não é teatral. Era para ter sido um momento emocional, não nonsense como quando Misaka veio correndo atrás dele com expressão assustadora [no episódio 01], certo? E Tetsuro Araki tem que usar menos efeitos dramáticos em planos cotidianos ou periga soar banal antes mesmo de chegarmos na cerne do enredo.

Com a teoria de que o equipamento do episódio passado fora realmente sabotado, mais a forma como ele é descrito neste episódio, também desfez a impressão que eu havia ficado de que Eren era diferente por não ser abaixo da média, tendo somente a força de vontade como habilidade.


Seja como for, sua ira e agressividade tornam sequências como as vistas no finalzinho, vibrantes! É através da sua raiva incontida que ele melhor expressa sua obstinação e também quando soa mais sincero, dando urgência ao conflito – algo que senti falta num anime harém aí em que os personagens ficam presos num jogo, e tudo o que o protagonista faz é flertar com todo elenco feminino. Ao contrário, a inquietação de Eren ao ver todos acomodados, é crucial para que sua motivação continue verossímil.

Por fim, é assombroso o controle absoluto que Hajime Isayama demonstra ter sobre este enredo, com eventos milimetricamente calculados (é diferente de um Gantz ou mesmo um Claymore, em que as tramas são bem soltas e seus autores vivem socando eventos aleatórios – espero que Eren possa evoluir tanto quanto o Kurono). Só isso explica sua falta de receio em já jogar o esperado encontro entre o titã colossal e Eren logo no inicio, quando havia um vasto universo de possibilidades para se explorar. Mas ele parece ter pressa e o ritmo está deliciosamente dinâmico. Junte a isso, a teoria de que o equipamento fora danificado por alguém, as lembranças esparsas de Mikasa, a aparição sombria do pai de Eren e principalmente, o que diabos são esses raios que aparecem sempre que o Colossus (chamarei o gigante assim) dá a cara? Isso é intrigante, sério! Que porra é essa, manolo, ele por acaso está se teletransportando? AAHHH SINISTRO!! Mais, porque ao invés de destruir geral, ele apenas faz buracos para os outros entrarem?  HAHAHAH QUE MEEEEEEEEEEEEEEEEEEEDO! O interessante é que ele parece ter plena consciência da situação, aquele olhar que ele lança para Eren foi tão blasé, que me deu calafrios.


Este episódio novamente utiliza de muitos quadros estáticos para cenas de efeito, que até ficaram muito bonitos, embora a qualidade do character designer esteve em flagrante queda. Perdoável, sim, pois as sequências no final foram de arrepiar, com uma belíssima animação para as cenas de ação. Do momento em que o Colossus aparece deixando a todos embasbacados e então assopra todo mundo pelos ares, até aquela alucinante queda de um personagem em que Sasha raciocina rapidamente e pula para salvá-lo, cara, aquilo me deixou arrepiada. O enquadramento de câmera fixado em sua decida pelos muros me deixaram com friozinho na barriga. Sensibilidade incrível, mas nem dá tempo para comemorar a sagacidade da nossa Potato Girl, porque está tudo caindo, personagens voando, eu temendo por ela e Annie, quando Eren grita e dá o comando para atacar – a partir daí, meu amigo, eu fiquei em choque! Um choque alucinador, eu diria, daqueles em que você perde a noção do tempo e espaço. Eren partindo pro ataque e chamando a todos, que atenderam prontamente ao recado e então começam a voar como um exercito de homens aranhas, é o tipo de jogo de cena que valida a existência da mídia audiovisual. A trilha sonora, a dublagem, os movimentos, dinâmica de ação; é arrepiante sentir isso tudo na pele. Semana que vai ser puro terror, pelo preview. Sugiro que os mais sensíveis tomem água com açúcar antes!

P.S.: A inserção música no meio do episódio foi sensacional!
P.S².: Não sei se é a melhor, mas essa é a mad mais criativa com a abertura de SnK (NSFW)
P.S.³: Não soltem spoilers nos comentários, isso me obriga a excluí-lo por completo. Ao menos avisem antes que o conteúdo do comentário possui spoilers, para evitar que a experiência dos que não leram o mangá seja arruinada.

Avaliação: ★ ★ ★ ★



-Potato Girl continua protagonizando os momentos mais divertidos do episódio  (eu quase morri quando a Mikasa coloca a culpa na Sasha e depois a recompensa com um pão HUHUEHUEE), e dessa vez ela ainda mostrou que também é foda quando série. Já sou fã!!! E o grupo já parece se formar ;D


-QUALITY ANIMATION











-Essa semana o fandom de SnK andou comparando algumas partes do anime que são muito parecidas com algumas sequências de Evangelion. Eu nem havia percebido, lol, mas se explica pelo fato de que um dos animadores do episódio 02, Katsuhiro Kitada, trabalhou em Rebuild of Evangelion 2.


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Comentários do Critico Nippon (@PedroSEkman)

Gozei.

Ops, hum, vamos lá:

É interessante notar como, até agora, temos mais mulheres fortes do que homens. Até mesmo a Sasha foi fartamente elogiada (e sua técnica rápida para salvar o amigo ao final do episódio nos prova isso - bem como sua habilidade de roubar até mesmo os oficiais do exército). E fico feliz de ver o Eren se distanciando dos estereótipos que citei no último e mantendo a personalidade forte. O clássico coitadinho que sofre bullying já está insuportável.

Bacana também é não ignorar pensamentos que poderiam facilmente estar na mente da maioria ali - e do espectador - como o comentário do soldado de que eles não tem como vencer os titãs. E por mais que sejam tocantes as palavras do Eren por sabermos seu passado e suas motivações (O Menino que Sobreviveu), é difícil não encarar aquilo como uma idealização tola. Principalmente ouvindo-o falar em fazer isso com TODOS os titãs, quando 20% da população humana já foi exterminada (e os já citados 25 mil do último ataque). Queremos, sim, torcer pela vitória, mas é sempre bom colocar os dois lados na mesa.

E justo quando o universo se expandia mais, com os canhões em cima de trilhos nas muralhas, e os exércitos de exploração recuperando sua moral e voltando mais do que cadáveres; justo quando sentia a camaradagem do grupo crescendo e o time mantendo fortes relações calorosas... surge o espetacular ataque abrupto e impactante, nos colocando completamente no lugar daqueles jovens distraídos. E mais!, nos colocando cara a cara com o responsável pelo primeiro ataque, uma posição completamente nova daquela de quatro episódios atrás quando assistíamos tudo da rua. Infelizmente, por mais empolgante que seja (e é muito), eles surgem do nada demais. E certamente um gigante de 50 metros deveria ser percebido, bem, com muita antecedência. Fico pensando se haverá uma explicação para o raio... Por que o raio já não cai dentro da muralha, afinal? Hum?

Sasha Browse, eu amo batatas, você ama batatas, nós viveríamos muito felizes juntos. E com a pose do Karatê Kid você arrasa meu coração.


Rapidamente sobre o mangá:

Dei uma lida nos primeiros capítulos que parecem ir até este episódio e, olha, o anime ganha em tudo. Mesmo. Mikasa parece a Sadako. E há quadros em que o Eren é tão artificial e torto que achei ter saído das últimas páginas dos meus cadernos de aula. Os quadros são pequenos e, em sua maioria, apenas cabeças flutuantes. É extremamente desinteressante.

Outra coisa, comentei em um episódio passado achar que o anime iria começar a se conter na carnificina... sendo que no mangá é praticamente inexistente. O que é um erro gravíssimo se quisermos temer os vilões de uma história, mas não vemos as consequências.

A dimensão de tudo parece amplificada no anime, e o envolvimento idem. O material está em excelentes mãos.

Tem algo de muito errado com o rosto dessa criança.
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