Parece que a força da bambina está no cérebro e não nos músculos.
Oh, bem... Esqueçam. Ninguém vai entender mesmo.
Entender! Tá aí. Não entendo como animes que possuem planos
de fundos tão variados e exóticos não o exploram como se deve, fazendo dele de
fato um elemento imprescindível para o enredo e suas tramas. Galilei Donna e
Suisei no Gargantia são os mais recentes em que o cenário se torna parte da
aventura, mas acabam fincando restritos a um belo plano de fundo. Será que não
aprenderam nada com animes como Nadia, Aria ou The Castle of Cagliostro?
Mas divago. Neste episódio as primeiras linhas de diálogo
entre as irmãs Galidons e Anna também são difíceis de entender plenamente sem
criar algumas dúvidas. Ou talvez seja apenas eu que seja um pouco lenta. De
qualquer forma, foi como chegar numa roda de amigos e pegar a conversa pela
metade. Pelo que o roteiro deixa explicitado, a afobação de Anna no episódio passado não passou despercebido – isso é bom. Pelo modo que a conversa é
conduzida, fica claro que elas conhecem o fato de Anna ter conexões com a
Adnimoon e Roberto, mas as Ferrari não parecem revoltadas com ela. Anna diz não
concordar com os métodos de Roberto. Porém, pelas reações de Hazuki, Kazuki e
Hozuki, parecem desconhecer que ela era/é uma agente dupla.
Ainda que seja assim, é estranho conceber que elas possam
ser tão ingênuas ao ponto de não desconfiarem de que Anna esteja fazendo jogo
duplo com todas as informações que dispõe – e a colocava à frente delas em
termos de informações sobre o tesouro – e mesmo que saibam suas reações não são
criveis. Bom lembrar que ainda há um fio solto nessa equação, porque as ações
suspeitas de Anna procurando pelo tesouro no mecha-fish foram gravadas. Isso provavelmente
será usado em algum momento dramático mais à frente. Ou ignorado.
Roteiro problemático, heh.
Nossas meninas agora estão no Mar Cáspio numa passagem bem relâmpago,
já que Anna entrega o paradeiro do mecha-fish (se elas sabem das conexões de Anna com Roberta, não seria o mais
lógico desconfiarem que ela é uma x9? Veremos). É bom ver a logica fazendo
sentido aos vislumbrarmos a superioridade da força ofensiva de Roberto e em
como elas não possuem a mínima chance. Anna ser uma agente dupla torna justificáveis
as sequências anteriores delas se safando tão facilmente e Roberto não fazendo
tanto esforço assim para captura-las.
Outro ponto interessante é que a Adnimoon como uma empresa
de geração de energia – que tem ambiciosos planos monopolizar o mundo –,
certamente deveria ter algum conhecimento vago do que se tratava o tesouro de
Galilei, sendo a ampulheta uma fonte poderosa de energia (tenho a impressão que as explicações cientificas serão ignoradas e
talvez seja o melhor mesmo... hmm...). O que justifica eles terem partindo
para cima da família Ferrari, usando a tática de duas vias; pressionando de um
lado, para que se vejam sem saída e confiem em uma estranha suspeita que sabe
muito sobre essa história (como diria o
antigo ditado, mantenha os inimigos sempre por perto e conheça todos os seus
passos). Assim, as pontas se juntam e essa trama termina de modo coerente,
salve pormenores.
Agora elas vão seguir atrás dos pergaminhos e uma nova trama
se inicia... no Japão. Provavelmente o cenário definitivo e que tratará de
novamente incitarem sobre si as atenções da Adnimoon e Roberto, pois é claro
que de alguma forma, elas tratarão de frustrar seus objetivos e a resposta está
na revelação final do que há por trás desses pergaminhos ou o que há por trás destes se mostrará muito mais atrativo.
Enfim, um episódio com direção mais assertiva e sequências
que conseguem envolver, embora a animação em si tenha deixado a desejar. Para
mim, o mérito está em como o Roberto consegue convencer como um rival
ameaçador. Mesmo sabendo que ele não iria/poderia de modo algum dar cabo das
irmãs ou ao menos alguma delas – a não ser que este fosse um anime escrito por
Gen Urobuchi, hahaha –, quando aponta a arma para Kazuki, o suspense dramático
da cena funciona. É bom ver que ele é um anti-herói completo, sem pudores em
entrar no braço com uma mulher; outro acerto foi colocar Hazuki como elemento
ativo e continuar trabalhando a fraqueza emocional de Kazuki. Hazuki tem esse
senso latente de justiça e tendência ao heroísmo. Embora a escrita seja um
tanto quanto rasa demais, gosto da personalidade dela.
Quanto a Roberto não ter matado elas... Bom, o roteiro
escolheu o melhor caminho, levando em conta que não faz parte da premissa que
elas sejam mortas e um conflito nasça daí. Vê-las ganhando no braço de Roberto
seria no mínimo broxante, sendo assim, somente duas coisas poderiam detê-lo:
primeiro a suplica de Anna, seguido do raciocínio logico de que era um pedido realizável,
tendo em vista que elas não eram mais necessárias nem representavam nenhum
perigo. Neste aspecto, Roberto não ser um cara estritamente mal, mas sim com
uma ideologia questionável, torna o fato de ele ter atendido Anna algo que soa
verdadeiro, levando em conta seus laços afetivos.
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
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-Mas será que a ampulheta é realmente o tesouro? E será que o tesouro ser uma referência ao tempo se mostrará alvo vital para o desenrolar da história?