Yeaaah! Hora de comentar 5 encerramentos luxuosos e 1
lixoso. Essa gostosa brincadeira que é uma das minhas temáticas preferidas aqui
no blog. Fazer isso é realmente divertido! Bora lá?
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Música: TIME" (Date TIME)
Interprete: Mineral Miracle Muse
Nada mais apropriado em um anime que contém um grupo musical
de idols fictícias do que coloca-las para compor a trilha sonora. Com Haruka Tomatsu, seiyuu da Mari Maya; M.A.O, que faz a Mizuki Misawa; e Erii Yamazaki como Moe Morita, a composição do encerramento soa como clip promocional de
idols. Inclusive, a performance das personagens não deixa nada a desejar neste
aspecto. Isto em um anime que dialoga sobre os recursos narrativos da mídia
visual e seu formato metamórfico. Na
série, elas são idols, e como qualquer idol, são prolificas. Enquanto atuam,
cantam e fazem propaganda, em segredo também agem como justiceiras mahou shoujos; em uma caracterização que também parece fazer parte de um show
business melindrosamente manipulado. Falei
mais embasadamente sobre isto em outro texto (Teatro dos Vampiros & Metalinguagem de Samumenco) e é muito
interessante essa uniformidade.
Ainda tem a letra da música que possui rimas musicais divertidíssimas
(“Tem
algum problema se eu me apaixonar mais e mais por você?/Claro que você ignora
esta questão, como herbívoro que é (...)/Tem alguma problema se eu te amar cada
vez mais?/Eu te amolo pra você me beijar, como a carnívora que sou”) em
uma letra tolinha e doce, que brinca com questão dos herbívoros – uma problemática
nem tão nova, mas cada vez mais alarmante. E é claro que num encerramento com
um grupo idol num cenário “cor de rosa” que soa à inocência com garotas puras
que te amarão independente do que for, e numa série que tem como temática a ingenuidade
frente à fantasia escapista (“O herói nunca vai desistir, nunca vai se
esconder, nunca vai ser derrotado, nunca vai aceitar o mal”), acaba
sendo um divertido exercício de metalinguagem. Mas em suma, este encerramento
só faz presente aqui, por ser um feijão com arroz executado com competência. Não
é algo a ser lembrado futuramente quando se lembra da série, mas convidativo e
acompanhar por mais alguns segundos os crédito finais.
4) Miss Monochrome
Música: Poker Face
Interprete: Yui Horie
Por falar em idol, numa série em que uma androide com “Inteligência
Artificial” (aspas justificáveis!) que
sonha em ser uma idol amada por todos – este encerramento talvez seja o mais
perto que ela conseguirá chegar. Quem viu este anime de 5 minutos sabe do que
estou falando. E sabe também que a personagem título encarna todos os predicados
que uma waifu, dizem, deve ter (:P);
desde o caricato autismo até a ingenuidade inocente de garotinha de 5 anos. De
qualquer forma, qualidade da obra e temática de lado, não dá pra negar que este
encerramento é danado de criativo e simpático, né, não!? O bom CGI cai bem na robogirl, e a performática e voz digital
faz parecer uma real apresentação dessas cantoras 2D com hologramas em shows
lotados de fanboys e fangirls transpirando o aroma do capeta. xP
3)
Coppelion
Música: Tokumade
Interprete:
angela
Justiça seja feita: parte dos méritos deste encerramento se
deve à angela e este grave vocal violento! Heh~ O mote da série refere-se a
garotas geneticamente modificadas (daí o
motivo de serem chamadas de “bonecas”) à procura de sobreviventes em uma
Tokyo pós-apocalíptica tomada pela radiação. O encerramento acerta ao evocar a
este conflito emocional das personagens e sua natureza primária: o de uma
criação humana, mas ganharem consciência de um ser pensante, deixando então de
serem meras bonecas sem vontade própria e se tornando verdadeiramente humanas –
a parte da ED em que a boneca cai e emerge da lama como uma nova criatura
[humana] remete à gênese do Xintoísmo, a principal religião japonesa, onde a
origem do cosmos deu-se em um indistinguível mar de lama.
O começo em que a personagem principal aproxima-se da boneca
e a pega no colo em uma pose soturna me faz pensar na lógica de um sonho: único
mundo onde é possível coexistir lado a lado com seu eu lírico. Dessa forma, ela e a boneca são a mesma pessoa.
O nome da série [Coppelion] e o próprio argumento é uma
referência à Coppélia, uma peça de balé francesa. Assim como Pinóquio, Coppélia
foi o invento de um homem, mas ao contrário deste, não ganhou vida. Na
história, Dr. Coppelius faz uma boneca no tamanho real de uma dançarina, que de
tão real, um aldeão acaba por se apaixonar por ela. Uma paixão daquelas
arrebatadoras que cegam qualquer sentido de razão, fazendo-o vestir-se como a
boneca em questão, fingindo que ela ganhara vida e salvando-a do destino cruel
nas mãos de seu criador.
É uma ED sensacional!! Bom uso de filtros – em especial o
uso da paleta roxa é bem inteligente, afinal, se trata de uma cor que não
apenas remete ao mundo místico, com áurea de mistério e espiritualidade, mas
como também remete à introspecção e sentimentos melancólicos – que alude a um
mundo onírico. O ritmo da melodia com a animação mesclada entre animação
original e quadros reutilizados é bastante atmosférico. =D
Música: Daisy
Interprete: STEREO DIVE FOUNDATION
É o estúdio Kyoto Animation fazendo o de sempre: endings relativamente
superiores à openings. Essa então é uma das mais delicadas, bonitas e criativas
por parte do estúdio, imaginada por Taichi Ishidate, uma boa promessa. Traz todos os personagens do elenco andando lado a lado,
porém, pela perspectiva da co-protagonista Mirai Kuriyama, imersa demais em si
mesma para se perceber ao lado dos outros, que são representados da cabeça pra
baixo e imersos em um grau maior de escuridão, simbolizado sua ausência no
mundo de Kuriyama – o uso estilístico de representar o emocional dela de modo
surreal [como se ela fosse uma atriz e estivesse sobre um fundo chroma key] e sempre flutuante, ou seja, se alterado em
cada frame, é fabuloso. E ainda termina
com um clímax surpreendente, onde, Kuriyama se encontra seu maior admirador e
as sombras finalmente se dissipam. Ela estar seguido de braços estendidos por
todo o tempo até chegar nele faz parecer que estava seguindo a famosa linha
vermelha do amor. Bacana, né? Românticos de plantão piram! S2s2s2s2s2
1) Kill la Kill
Música: Gomen ne, Ii ko ja Irarenai.
Interprete:
Miku Sawai
No ultimo post que escrevi sobre Kill la kill, eu comentei e
coloquei uma tradução interpretativa sobre este encerramento (KILL la KILL – Tempo De Violência),
bem no final do texto. Podem conferir de modo mais embasado por lá, mas em
suma, este anime que é uma sátira temática de séries e padrões oldschool das décadas
de 70, 80 e 90 – tidas como as melhores da animação japonesa e época que é
fonte interminável de nostalgia – não se furtou em copiar quadro a quadro o
encerramento do clássico dorama Sukeban Deka, com Ryuuko no lugar da protagonista.
Confira e compare.
Muitos acharam que não combinou muito com a personalidade de
Ryuuko na série, mas discordo, levando em conta que Ryuuko não é uma personagem
de desenvolvimento profundo. Ela é uma personagem temática, assim como a Hajime
de Gatchaman Crowds onde seu estereotipo é a força motriz do enredo. Suas ações na
série são movidas por pura motivação e pouco há sobre a personagem em si.
Falando da ED, a produção criativa é fantástica ao construir diversas camadas
narrativas referente à temática da série de um modo tão simplista e funcional.
Bônus para a melodia, que mesmo mais melódica que o geral, ainda tem uma vibe enérgica, combinando com o feeling
do anime.
#Lixo
Strike the Blood
Música: Strike my soul
Interprete: Yuka Iguchi
A música em si é bem legal, a animação está na média de
todos os encerramentos que saem a cada temporada, mas o conjunto da obra é bem
preguiçoso, com visual e áudio que não se complementam muito bem. Alguns
acertos e aqui e acolá, mas no geral, visualmente não acompanha o ritmo da
melodia. Vai pra lixeira. Alguém vai chorar por ela? ...Ninguém? Ok!
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