Sabe aquela música lá do Legião Urbana? Então, ela fala sobre a tv, a manipulação da mídia, alienação social e a melancolia desesperançosa do individuo. O que torna o nome "Teatro dos Vampiro" algo perto do genial [e também sua letra].
Desde os 5 minutos finais do episódio 7, que Samurai
Flamenco (Samumenco) vem dando o que falar, com relação a determinado ponto de virada no
enredo que se tornou controverso. Até então, a série havia estabelecido uma
linguagem mais realista, que se assemelha inclusive à palheta de cores desbotadas,
para contar mais uma história sobre super heróis inseridos no mundo real. Como
nessas histórias, Samumenco segue a mesma mecânica, com poucas variações; o
contraste entre a fantasia do nosso herói e a dura realidade urbana, a
dificuldade dessa integração e a popularidade. A expectativa de todos era que o
próximo passo dado fosse o primeiro clímax e ponto de virada deste tipo de
obra, que é o choque dramático de uma tragédia envolvendo o herói e/ou alguém
próximo a ele, dando-o (des) motivação
e uma nova perspectiva de um mundo real que não tolera super heróis.
Pois bem. O esperado ponto de virada acontece nos 5 minutos
finais do episódio 7, mas não exatamente como se esperava... e caralho!, a
reação geral foi de pura perplexidade. Da minha parte, eu fiquei completamente paralisada
e com a boca aberta, porque, caramba, num minuto você está assistindo a uma
série com narrativa realista e no outro, um cara se transforma num gorila
guilhotina – uma criatura freak do nível que se encontra num Sailor Moon ou
qualquer tokusatsu, só que matando geral explicitamente, algo que você não esperaria
numa série do gênero dedicado ao publico infantil. Então, é difícil se manter
centrado e não ter a cabeça explodida. Numa comparação esdruxula, seria como se
do nada surgisse diversas aeronaves no céu e delas saíssem criaturas
assustadoras devorando cérebros (!!).
Enfim, Samumenco vinha sendo bastante questionado por sua
abordagem simplória de uma temática que já se encontra batida, tendo sido
explorada incontáveis vezes por quadrinhos de diversas nacionalidades. A
execução nunca foi além de competente, mas era divertido, a introdução do mundo
e de seus personagens foi bem feita e particularmente, me agradava ver a temática
sendo explorada pela ótica japonesa, algo até onde eu tenho conhecimento,
inédito. Eles pegaram o conceito de super herói americano e subverteram para a
sua perspectiva cultural: o Samurai Flamenco não é samurai e não dança
flamenco, mas a estética do seu uniforme segue o padrão de vestimenta do
samurai clássico – além de que também sua ideologia segue de perto a do código
de conduta samurai – e suas cores são flamencas. Mas essencialmente, ele não é
um samurai, está muito mais próximo de um herói do tokusatsu, como um Jiraya Gira Jaya Ninja Jiraya Mim Quer a Força (algo assim, pai é fã dessas coisas e fica me torturando =P).
Alinhado a esta temática, está a Flamenco Girl, que tem
menos ainda de samurai e tão pouco segue sua ideologia, nem mesmo tendo nada de
flamenco em suas vestimentas, mas representa o gênero mais expressivo de super
herói voltado para o publico feminino; as mahou shoujo na clássica formação inspirada
nos super sentai, iniciado lá atrás com Sailor Moon.
Essa nova abordagem de Samumenco pode até gerar expectativas
em curto prazo, mas apesar das camadas interpretativas que a série propõe, a
execução da premissa se revelou problemática e se sustentado apenas no shock value
e metaficção. Teve alguns episódios que poderiam ter tido um tratamento melhor.
Porém, ainda é cedo para definir um pensamento lúcido enquanto a obra ainda está
aberta e apresenta diversas possibilidades adiante. Sendo assim...
"...Eu sou o Samurai Flamenco." |
No episódio 10, a série fecha o arco iniciado no episódio 7
com um clímax, e novamente surpreendendo ao expor a identidade de seus heróis. O
que nos aguarda no próximo episódio? Será que os personagens acordaram de sua
fantasia para encarar as consequências do mundo real? Mas ainda faltam bastantes
episódios pela frente! Seja como for, essa expectativa é divertida e confesso
estar ansiosa pelo próximo. Yay, este é o poder da manipulação e eventos
orquestrados!
O que me leva ao próximo tópico deste post e verdadeira
razão que me levou a escrever o texto.
Parte 2
Não sei bem o que pensar sobre o que é a exata proposta de
Samumenco, mas tenho uma ideia. Toda essa questão sobre a constante reinvenção da
série me fez pensar em como o adulto está condicionado à indústria do entretenimento,
que também vive em uma constante auto circularidade em um momento contemporâneo
onde tudo se torna volátil numa rapidez assombrosa. Oras, estamos
constantemente expostos à informação, estamos menos ingênuos e mais cínicos aos
truques, que perdem seu valor e magia tão rápido quanto a atualização da sua
timeline onde tem sempre alguém apontando os erros ou mostrando o que há por
trás daquela técnica. Desse modo, somos submetidos a sucessivas situações
extremas para sair do estado de letargia.
Ninguém botou fé no titio, e sobre isto, alguém desabafou sobre, no PdH
Samumenco traz consigo um enredo folhetinesco clássico, onde
se utiliza diversas manobras/recursos de narrativa para manter a atenção do
espectador numa obra longa com diversas repetições (também podemos chamar de narrativa em eco ou expositiva) para
sempre lembrar seu publico – que talvez esteja distraído, ou começou a
acompanhar agora ou perdeu a parte anterior – da motivação do
enredo/personagem. Diferente de uma criança que possui a espontaneidade e
pureza de assistir o mesmo episódio trocentas
vezes como se fosse a primeira e sempre achar divertido e fantástico mesmo a cosa mais ingênua do mundo, a estrutura de monstro
da semana tende a aborrecer os mais velhos, fazendo com que seja adicionado
novos elementos e variações, mesmo mantendo a estrutura básica, além do enredo simplório ser logo esnobado. Também esta
narrativa em eco, irrita constantemente adultos que leem as séries da JUMP e
animes originalmente voltados para o infantil, como Cavaleiros dos Zodiacos e
suas super repetições expositivas (não
que isto seja um fator atenuante para as determinadas criticas, afinal, há boas
maneiras de criar exposição sem soar over).
E se super heróis existissem de verdade num mundo real, como
seria? Samumenco começa com esta premissa clichê já reiterada anteriormente milhares
de vezes desde que Stan Lee e Jack Kirby apostaram na proposta em Quarteto
Fantástico. Depois de Watchmen, o conceito nunca mais foi o mesmo e depois de
tantas repetições, surgiu a sátira aos super heróis reais, sendo Kick-Ass
relativamente um dos representantes mais novos dessa vertente e talvez, sei lá,
o mais popular da vertente. E se você analisar, todas essas propostas são
propostas voltadas para o publico jovem-adulto. Os próprios quadrinhos de super
heróis, outrora voltados para o publico infantil (não entremos em questões controversas referentes à origem de muitos
destes), também conquistaram os adultos e em determinado momento, foram
remodelados para acompanhar um novo publico alvo, agora mais velho.
Atualmente o cinema de super heróis entrou numa vibe mais
realista, que difere substancialmente da proposta anterior (veja só a estrutura do novo filme d'O Homem de Aço, por exemplo), que já aproximava seus heróis da audiência ao torna-los
mais emocionalmente frágeis, repletos de dilemas em tramas obscurecidas e
violentas. Aliás, não apenas o cinema de super herói, mas o cinema em si e toda a indústria de entretenimento.
Os motivos? Complexos, mas dá pra resumir como resultado da
transição do modo de vida tradicional estável para o mais complexo onde o homem
passa a seguir o ritmo das máquinas, isto no final do século XIX, período das
duas Guerras Mundiais e advento do capitalismo e, consequentemente, da indústria
do entretenimento. Quando especialistas apontam que a indústria do
entretenimento se tornou um monstro manipulativo e hipnótico, um gigante em
termos de arrecadação, devido a vida empobrecida (não somente no sentido material, mas espiritual, de perspectiva social)
da população, não consigo deixar de pensar na política do "Pão e Circo" (tática romana para manter a população carente entretida e esquecer dos diversos problemas sociais, diminuindo as chances de revolta). Enfim,
acho que é importante mencionar que a indústria do entretenimento (incluso todos os meios de Comunicação)
foi e sempre será ampliada com o progresso, a industrialização e enfraquecimento
dos laços tradicionais, como família e comunidade.
Ou você realmente acha que este vídeo não é intencionalmente tosco, estereotipado e com forte tendência memetica, fruto de um excelente marketing de vinheta pra um programa popularesco de um emissora com forte identidade com a camada popular? Quem achou tosco vai compartilhar e comentar, quem achou divertido, também. A filhinha da minha vizinha se amarrou e até dança sempre que passa! A intenção é fazer parecer não intencional, mas um vídeo sério.
Toda produção cultural reflete e refrata o espírito de sua
época e depois de uma longa exposição às maquiagens, o que se procura hoje é o
real – assim como outrora também se procuravam no audio visual a representação
do real, mas este já se tornou defasado para nós frente a tantas tecnologias. Em
1985, o cinema nascia em sua primeira exibição publica, chamando as pessoas
para comparecerem e conferirem a nova invenção que prometia reproduzir o real.
Hoje o pequeno curta “A Chegada do Trem na Estação” é uma ingenuidade tamanha, mas diz
se que na época, provocou pânico coletivo nas pessoas que achavam que o trem ia
sair da projeção e atingi-los, por estar vindo em suas direções.
A fotografia também, inventada com o intuito de capturar o
real. Seria a fotografia capaz de capturar o real a partir do momento que a
pessoa tem consciência de sua objetividade e de que está de frente a ela,
simulando personagens e diversos trejeitos?
Em The Sky Crawlers, Mamoru Oishii constrói uma bela metáfora
desse nosso mundo contemporâneo, ao introduzir um grupo de transumanos que
vivem numa base aeronáutica em um ciclo de vida que parece eterno, enquanto
entram em violentos e mortíferos combates aéreos. A guerra se tornou palco midiático
em que eles são a atração principal (numa
das melhores sequências, aparece um grupo de turistas na base para conhecê-los
no exato momento em que a base é atacada pelo país rival e tudo isto sendo
noticiado ao vivo), com a guerra se tornando o entretenimento. Para o
fantástico Oshii (ow, ow! Haters gonna
haters para quem odeia ele! =p), que acompanhou muitas guerras pela tv, esta
havia se tornado um show mundial, onde o conflito é transmitido ao vivo e em
tempo real para todo o mundo com os jornalistas cobrindo ao vivo como se fosse
uma copa do mundo, onde você pode assistir sossegadamente enquanto toma tranquilamente
seu café da manhã.
The Sky Crawlers |
E o comentário do Oishii foi perspicaz. Um evento real de
grande porte só existe se tiver a atenção da mídia, e isto faz com que
engendrem artimanhas e simulem efeitos catastróficos para chamar sua atenção.
Tem aquela história especulativa do Sadam Hussein, mesmo certo da derrota mais
do que certa, declara guerra aos EUA ao invadir o Kuait, sabendo que seu gesto
se tornaria midiático e transmitido ao vivo pela tv, com o objetivo de ser o
novo líder da causa árabe. E os americanos prorrogaram intencionalmente devido
a comoção da opinião publica em ano eleitoral numa guerra sendo transmitida ao
vivo pela CNN. Neste aspecto, um acontecimento de grande porte não pode mais
apenas acontecer, mas se tornar midiaco onde muitas partes lucrem com isto,
transmutando-se o real em imagem. É algo que aprendi no meu curso sobre a
gestão da imagem de uma empresa: design, conceito de marca, divulgação, são coisas
que fazem toda a diferença num mundo altamente competitivo e de pouco diferença
entre um produto e outro, onde o importante é o consumidor consumir sua marca,
não mais o produto, sendo mais caro dizer à massa que ele existe do que fazê-lo
existir, de fato.
Voltando a Samumenco, é interessante ver como a
competitividade entre Samurai Flamenco e Flamenco Girl pelos holofotes midiáticos,
onde ela cria uma larga vantagem sobre ele apenas pelo seu marketing agressivo (literalmente), apetrechos chamativos e
uma coreográfica de impacto, rebaixando-o a um mero assistente dela. O fato é
que naquele momento, Samurai Flamenco não existia mais porque não era mais um
produto interessante para a mídia. O que não dura tanto tempo assim, afinal, no
audio visual tudo é etéreo demais e ele se separa dela, volta a protagonizar
sua própria história e se torna novamente relevante, ao ponto de um programa de
tv colocar uma boa quantia pela sua cabeça, enquanto lucra com a repercussão.
Neste meio tempo, Mari, a nossa Flamenco Girl, perde o
entusiasmo, e embora continue manipulando – agora não mais seu amigo&rival
de combate ao crime, mas suas colegas que integram com ela um grupo idol
musical –, interpretando, dizendo frases ensaiadas, esperando que o outro desse
a resposta esperada, como se fosse um scrip para tv. Tudo em Flamenco Girl é
falso e ensaiado, buscando simular um real que seja novamente interessante para
a mídia, já que lutar no anonimato contra criminosos é o mesmo que não existir.
Tiger&Bunny |
Falando em aspectos midiacos, Tiger & Bunny é um outro
anime que enfoca na rotina de super heróis, só que de um modo que busca
satirizar o herói clássico americano sob uma nova perspectiva. Na história, os
heróis estão defasados, e para continuar a existirem, agora precisam atuar sob
contratos de agências e carregar bandeiras de merchandising em seus uniformes,
enquanto têm suas lutas contra bandidos e arquirrivais televisionadas. Da
central, são comandados por uma produtora, que de olho na audiência, influi em questões
primordiais referentes à performance do herói, como tempo de duração do embate,
qual o melhor herói a protagonizar aquele momento, táticas, etc.
Gatchaman Crowds |
Em um outro anime bem mais recente, Gatchaman Crowds, a
internet e suas redes sociais são primordiais para manipulações da massa. Os
heróis, até então desconhecidos, se revelam para a mídia, se tornam conhecidos
e passam também a manipular a massa, dessa vez, para fins benéficos.
Os acontecimentos histórias perdem a espontaneidade e o individuo
cria um simulacro de si mesmo ao saber que está sendo filmado. O ponto máximo
do simulacro é quando o signo passa a ser mais importante do que aquilo que ele
representa (como o Luciano Huk dublando
pessimamente no filme Enrolados, por questões de marketing em torno do seu
nome). Desse modo, não é surpreendente que os monstros comandados pelo
vilão King Torture agem quase como se fossem [e numa outra camada provavelmente
o é] uma sátira dos vilões clássicos de tokusatsu que só servem para ganhar
tempo, pois não representam ameaça e nem mesmo se espera que eles vençam os
heróis. Eles agem em papeis demarcados por Torture, tendo a única e especifica
função de colocarem o nome de King Torture na mídia, fazê-lo existir e ser
temido, criando-se então um grande show.
Num primeiro momento, o primeiro vilão, o Gorila Guilhotina,
é o mais complicado e violento de se lidar, causando choque a todos por sua hostilidade
e pelas cabeças que arrancou. Foi uma grande apresentação midiaca que tornou
King Torture o assunto do momento. A partir de então, os inimigos enviados não
representam qualquer entrave até mesmo para um herói urbano e sem muita técnica
como o Samurai Flamenco. Torture manipula a mídia, entretendo-a, enquanto arma
o grande clímax, atraindo a Flamenco Girl ao inflar seu grande ego para uma
armadilha, preparando tudo para o grand finale, e assim propiciando o clímax
ideal para o embate final com quem realmente lhe interessava desde o inicio:
Samurai Flamenco.
“Tortura é uma forma de comunicação. Então, pelas últimas horas eu comecei a entender quem você é. Você e eu somos bem parecidos. (...) Você anseia pelo entretenimento. Você busca confusão, problemas, notícias e eventos no mundo. Se um incidente o interessa, você se foca nele e não o solta até o exaurir. (...) Se eu te matar aqui e agora, você terá uma morte muito horrenda! Pessoas ficarão de luto e elogiarão suas conquistas em vida. O entanto, isto não é entretenimento. O mundo vai se lembrar de você por um dia e meio... talvez dois. Então vai acabar. Você será apenas uma dessas noticias emocionantes que você sempre desprezou. No entanto se você entregar aquela garota para mim, você será parte do entretenimento. Sim, um entretenimento dos bons. (...) Se você recusar o jogo sujo, não há entretenimento”.
Assim sendo, mais do que metaficção de um nem tão novo
modelo de super herói, o que na verdade Samurai Flamenco propõe é satirizar a
indústria do entretenimento e sua natureza manipulativa, exibindo um padrão,
subvertendo-o em seguida tão logo deixe de ser interessante, de um modo que não
só mantenha o interesse, mas traga novas discussões ao trair as expectativas do
espectador trazendo à cena algo completamente inesperado. Ao fim desde arco, a
série repete este padrão, segurando o interesse da audiência para o que virá a
seguir. É a formula básica da Comunicação, que se vê repetindo continuamente e
com sucesso nas novelas da Globo, nos títulos da Shounen JUMP, e até mesmo de
programas como o do João Kleber e seu Teste da Fidelidade.
Parte 3
Por mais que um gorila guilhotina saltando na tela
abruptamente arrancando cabeças seja chocante, é algo que se tornou mais valido
pelo signo que representou naquele momento do que a inserção do personagem em
si na trama – que não tem importância alguma, sendo inserido com o único objetivo
de chocar. Neste caso houve uma inversão interessante: saímos do real e entramos
no caricatural, com este fazendo o papel de ser a descarga intensa que tira o
espectador da passividade. O real é objeto de fuga da artificialidade da ficção
quando esta se torna saturada, mas o inverso também é verdadeiro. Isto pode ser
sinal de nossa eterna insatisfação, de como somos voláteis, ou simplesmente que
invertemos os polos e o entretenimento já deixou de ser um mero entretenimento
há muito tempo para exercer um papel proativo em nossas vidas de cotidiano sem
perspectivas socais, cansativo e/ou estressante.
Disseram recentemente que meus textos acabam se conectando
uns aos outros. Ora, pois, não é intencional, mas se trata de um fenômeno cultural
(além do que, comportamento humano e
sociedades são do meu interesse e sempre trago pra cá). Por exemplo, são temas tanto de Psycho-Pass como Shingeki no Kyojin [e até mesmo Gatchaman Crowds na metáfora dos
pássaros em gaiolas], trazem a mesma alegoria de seres humanos limitados em
muralhas [sociais] erguidas que estão satisfeitos e acomodados com este novo
estilo de vida, sem grandes ambições, apenas executando tarefas pré-definidas e preferindo fechar os olhos para todos os problemas evidentes. É
apenas comentário social inserindo em alguma camada, às vezes de modo
inconsciente pelo próprio autor, afinal, o produto cultural reflete o espirito
da época.
Segundo a teoria da manipulação da indústria do
entretenimento (um pequeno exemplo são
os merchandising, que contrapõe a propaganda convencional, só que de modo mais
discreto e muito mais eficaz, sendo quase que aquele mata-baratas: com o tempo,
elas criam mecanismos de auto-defesa que a tornam imunes. Logo, os cientistas
precisam estar sempre acompanhando e aprimorando os venenos para que não se
tornem defasados. Você pode fugir da propaganda direta, mas não do merchandising
discreto presente em tudo que consome atualmente), por estar em um estado
de alienação e isolamento, cada indivíduo é pessoal e diretamente atingido pela
mensagem. Enfim, enfim, está tudo conectado. Se a indústria investe tanto em moe
e nas idols, é porque há interesse que o publico alvo continue gastando naquilo
que é do seu interesse, logo o produto precisa ser continuamente aprimorado e
renovado (não por acaso idols têm vida artística
curta).
Temas Relacionados
-A Relação Entre Pais & Filhos nos Animes
Recomendação de Leitura:
-O discurso da Direita em Shingeki no Kyojin (Nihon Go!)
-A Relação Entre Pais & Filhos nos Animes
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