quarta-feira, 19 de março de 2014

Guest Post: Um Pouco de Drama Para Todos

Conhece a expressão "fazer um drama"? Ela não surgiu por acaso.
Querendo ou não, nosso eu-social é moldado a partir de imagens que terceiros tecem de nós a partir de nossas ações. Por essa perspectiva, não somos o que dizemos ser, mas o que fazemos. O querido Carlírio tende a associar obras de terror à minha pessoa, e para ser justo, ele se tornou uma referência mental para mim quando o assunto é drama, tomando como base suas ações em redes sociais e em seu blog, o NETOIN!. Então, nem será surpresa se eu disser que foi essa temática que atraiu minha atenção para o seu blog. Logo abaixo, o nobríssimo pai do Netotin faz sua dissertação sobre o tema como convidado especial aqui no ELBR, em uma participação que agradeço muito.

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Quando se faz ousar falar em drama é meio automático o que vem à mente de muitas pessoas. Palavras como solidão, sofrimento, arrependimento, luta, misticismo, devoção, ódio e paixão aparecem como diretamente co-ligadas ao que pode se subentender por drama, em sua mais simplória e dócil concepção.

Em si, se poderia fazer aqui presente uma listagem deveras longa e minuciosa com cada anime ou mangá que, independentemente de seu gênero principal ou alicerce de prosseguimento no enredo (plot) apresenta o drama como uma de suas vertentes (sejam elas trabalhadas em grande fluxo ou com breves momentos).

Mas quando ouso falar desta temática tão emocional, obviamente vem à mente as obras que usam do drama como seu alicerce principal e trabalham a mesma por, basicamente, todo o prosseguimento dos títulos que usam do tema em questão com fonte básica de enredo e conseguinte ação por parte de seu elenco. É interessante frisar, de toda a forma, que o dito drama aparece das mais diferentes formas e segmentos.
Antes é necessário voltar um pouco atrás neste texto, justamente na parte cujo foco foi a aparição do drama sem esta ser a temática principal. Embora você talvez julgue como inverdade de minha parte (ainda mais por este guest post ser demasiadamente opinativo) animes como Naruto (e muitos outros do gênero shounen) apresentaram (e ainda apresentam) momentos de drama. A citação aqui pode lhe parecer vaga em um primeiro momento, mas basta relembrar de alguns momentos de tal título para comprovar, em tese, tal fato.

Faz-se aqui uma clara citação aos momentos de sofrimento e de dor vividos por tais personagens destes animes. As dores deles não chegam a ser existencial, mas são dignas de atenção por representarem um momento (ou sequência deste) no qual a dita coragem dá lugar ao medo e à incerteza. Seguramente, um drama digno de nota e repleto de possibilidades pode ser vivenciado em tais passagens.

Não é um fator incomum (a palavra “raro” nem cogita ter citação por aqui), mas saber de pessoas que choraram ao ver um momento vivido pelo próprio Naruto (ou por quaisquer outros personagens das mais variadas séries deste estilo) é algo que credencia a força do drama como potencialmente perigosa e, por algumas vezes, criteriosa. Ichigo (em Bleach), Ruffy (em One Piece), Yusuke (em YuYu Hakusho) e vários outros com certeza tiveram os seus momentos nos quais o drama pôde ficar em evidência e ser trabalhado de uma maneira tal que, pondera-se, levaram seus fãs às lágrimas (ou minimamente à muito pensar sobre o que deveria estar acontecendo).
O drama, como pôde ser citado anteriormente, aparece onde há quem julgue ser difícil de ocorrer, beirando até o improvável. Entretanto, a temática em análise possui a sua fonte para o ápice, estando ligado aos mais nobres (e perigosos) sentimentos humanos, que são conhecidos pelos nomes de amor e ódio. Neste segmento os animes mais pertinentes aos ditos gêneros shoujo e seinen saltam à frente nesta característica, trabalhando-a com um ímpeto simplesmente avassalador altamente emocional.

É possível extrair o fluxo do drama com maior facilidade quando um dilema amoroso está em xeque, por exemplo. Muitas obras fazem isso com grande qualidade e outras mais atuais também têm explorado muito bem esta temática. Clamar pela atenção do público, quando este está para ver um posicionamento que não esperava (ou arrebatador) de grupo “x” de personagens sobre um enlace amoroso, toca tão verdadeiramente o seu emocional que o dito drama aparece, muitas vezes, sem nem ao menos notar. Os envolvimentos que acontecem baseados nos sentimentos elevam a temática a um novo nível e, seguramente, emocionar-se ao vê-los ocorrendo é algo deveras natural e esperado (entenda-se que não há a obrigatoriedade das lágrimas, bastando para tanto levar o drama ocorrido em consideração).

Contudo, o drama não aparece de forma arrebatadora unicamente pelo dito envolvimento. Esta característica pode correr paralelamente em outras estórias, onde uma grande catástrofe ou um acontecimento desastroso se fazem presentes. Seriam estes os ótimos modelos de dramas existenciais, possuindo uma força de impacto emotiva tão poderosa quanto ao drama presente em enredos baseados nos sentimentos humanos. Para cada um não faltam modelos, nem perspectivas.
No que tange aos sentimentos é impossível, para a minha pessoa, não trazer à tona obras do naipe de Kotonoha no Niwa, Kanon 2006, Sakamichi no Apollon, Honey and Clover e ef~a tale of memories. Animes estes que ousaram elevar o drama partindo do sentimentalismo e trabalhando-os de forma muito precisa neste contexto. Seja pela busca da verdade, do amor, da amizade, dos enlaces verdadeiros ou de transpor barreiras, o drama se faz presente com um repertório muito saudável e incrivelmente dinâmico, podendo realmente levar ao ponto de lágrimas ou a fortes emoções nos mais variados momentos presentes em seus prosseguimentos.

E quando se fala do drama presente em acontecimentos ou catástrofes, podendo eles estar ou não representando uma possível realidade (ou ainda abusarem da ficção como estopim de seus enredos), animes como Tokyo Magnitude 8.0, Saikano, Elfen Lied, Chrno Crusade e Iriya no Sora UFO no Natsu surgem como ótimos exemplos a serem citados, com alta relevância da categoria em pauta. 

De toda a forma, e baseado em toda e qualquer característica aqui presente (independente de ser shoujo, shounen, seinen e afins), salienta-se que todo e qualquer drama pode realmente emocionar, mas isto não significa em seu íntimo que a sensação seja branda, pura ou reconfortante. Sentimentos baseados na raiva podem aparecer com grande força em virtude de suas estórias e acontecimentos nas mesmas. Sentir nervoso por causa de uma ação de personagem “x” em situação “y”, quando a decisão tomada por tal aparentava que não seria exatamente aquela, é algo tão comum quanto emocionar-se por uma passagem amorosa (independente desta ter tido um final feliz ou não).
Trabalhar o drama em si pode aparentar ser fácil, entretanto a dificuldade tende a aumentar gradativamente em um enredo, pois quando se trata desta temática é necessário emocionar o público que segue as obras baseadas na mesma de forma concreta. Como já foi ressaltado anteriormente, não existe a obrigatoriedade de levar ninguém às lágrimas ou aos suspiros compulsivos, contudo pode-se sim desbravar os sentimentos das pessoas e deixar que estes façam valer a reação de cada um a partir do impacto sobre aquilo que se leu ou assistiu.

Pode ter sido um texto muito corrido, mas minha pessoa acredita ter passado a mensagem que queria sobre o drama nas obras provenientes do Japão, independente das mesmas virem em formato anime ou mangá. Você pode se sentir bem ou mal com aquilo que ocorreu ao seu personagem ou grupo destes preferido, bem como tentar entender o que realmente aconteceu na ambientação de tal obra para que o drama dela fosse tão incisivo a ti.

Humildemente agradeço o convite da nobre amiga Roberta, que me permitiu tecer estas palavras para o site parceiro do NETOIN!, o Elfen Lied Brasil. Espero poder ter feito valer a chamada e a confiança à minha pessoa, de alguma forma. E faço votos para que você, visitante desta casa, tenha gostado deste texto.

Até a próxima!

(por @cnetoin - Visite o blog parceiro, em www.netoin.com)


Por Unknown às 18:56:00
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