Nem sempre a mão consegue expressar o que se tem na mente... rs.
A adaptação desse episódio conseguiu se manter num nível bem mais satisfatório, ao meu ver, por ser uma parte mais básica e sem uma densidade maior de diálogos expositivos, embora eles ainda estejam lá e sem apreço por sutilidades. É basicamente Nanami descobrindo um novo mundo e os questionamentos que surgem nela a partir desta contraposição de experiências vividas dentro e fora.
Nanami é aquele elemento típico em uma narrativa que surge para arremessa-la em outra direção, criando mais conflitos. Eu acredito que muitos irão se apaixonar por ela e seria realmente um excelente acréscimo ao time do Murakami – não como simplesmente mais um pedaço de carne, mas por ela ter uma habilidade instantânea e útil que resolveria muitos dos problemas da trupe –, no entanto ela não aparece na opening como parte do grupo, de modo que para quem não tem conhecimento do original, seu destino é incerto. Fica o suspense, o que será de Nanami? Que ruflem os tambores!
Alguns episódios atrás eu escrevi como algumas cenas soavam tragicômicas
para mim, e Nanami com um intelecto e anseios de uma criança de 11/12 anos,
contente por ter “salvo” uma amizade apenas mostrando os seus seios para um
cara, ou o tolo desejo de viver uma tarde com uma garotinha normal e então
sentindo a inevitável sensação de abandono total ao olhar ao redor e perceber
todas as garotas de sua idade acompanhada de amigas, consegue extrair em mim
sentimentos protecionistas. Claro, esta é a intenção e por isso chamam de escrita
barata, porém a vida roubada dessas garotas e como elas ainda possuem um
intelecto tão atrofiado pelos grilhões não me deixam indiferente, por gerar uma
identificação com casos igualmente cruéis envolvendo crianças e adolescentes em
nosso mundo.
É um episódio com situações divertidas e absurdas, que também
aludem ao conflito que essas meninas estão vivendo. Das situações divertidas,
gosto do Murakami invadindo o banho das meninas, que se escandalizam, e ele diz
que não há tempo para isso! Mesmo porque, ele já deve ter visto todas nuas, né?
Aliás, tragicômico também o funcionário pervertido tirando proveito da visão do
corpo de uma menor de 15 anos, sendo que já viu este e o de muitas outras
durante experiências. Agora, de absurdo, Murakami e sua incrível memória
fotográfica resistindo às habilidades de uma bruxa é o que há! O autor ainda
arruma uma justificativa pseudocientífica que só piora as coisas. Francamente,
convenhamos que a memória ir retornando aos poucos conforme a pessoa entra em
contato com anotações e coisas que o façam recordar do que foi apagado é muito
mais aceitável. Inclusive, o cliffhanger deixa essa questão em suspense...
Mas bem, soltar uma bruxa do porte da Nanami apenas com um
cara seguindo-a de perto já é no mínimo ingênuo. Kikako mesmo, tinha uma
coleira eletrônica limitando-a.
Com cortes importantes do original e com apenas 4 episódios,
ainda terão que correr com essa trama atual para abranger a cena de embate que
vemos na opening. Nanami descobriu os segredos por trás dos experimentos com as
garotas, que está diretamente interligado com o prólogo do mangá, que o anime
cortou: por evidentemente, não poder chegar tão longe.
A minha grande
curiosidade em Gokukoku no Brynhildr é em saber o que acontece para que o mundo
se torne tão apocalíptico, mas com questões como experimentos com alienígenas e
garotas na puberdade, dá pra se ter uma vaga ideia. Ontem li a sinopse de um
hentai, do qual não me lembro do nome, em que um governo militar utilizou de
ovos alienígenas para fertilizar anjos (que
são garotinhas, heh), para fins belicistas. Não sei como isso se enquadrava
em termos práticos na obra em questão, mas em Gokukoku no Brynhildr é seguro
afirmar que essas garotas estão desenvolvidas para destruição; na melhor das hipóteses,
já que há sempre há a suspeita do argumento evolucionista, que não vejo com
bons olhos (talvez já tenham até
revelado, agora que o scan do mangá
está indo rápido, preciso voltar a ler).
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
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Imagem auto explicativa!