domingo, 27 de julho de 2014

Comentários: Aldnoah.Zero #04 – Point of No Return

Não para, não para, não para não!!!!
E eu achando que o ritmo iria diminuir? VAI NADA! Ficamos órfãs do tio açougueiro, mas Katsuhiko Takayama (Boku no Pico, Pico×CoCo×Chico *pausa para as gargalhadas histéricas* /idade mental: 11 anos) mostrou para os alarmistas que não há o que temer! Afinal, o cara já mostrou competência em Ga-Rei-Zero, fazendo uma dobradinha com o diretor da série, Ei Aoki. Mas confesso que, embora este tenha sido um bom episódio e com elementos explosivos, a execução me soou mais fria. Como o cenário continua se expandindo com a mesma estrutura dos episódios anteriores, inclusive em termos de direção, acredito que a diferença esteja no estilo de escrita mais light, ao contrário da escrita com diálogos e construção de cenários mais pesados de Butcher. Eeeh, eu sei que muitos não curtem sua escrita carregada [e expositiva], mas atribuía mais intensidade às sequências de ação.

Parto do pressuposto de que as sequências de ação de Aldnoah Zero [em todos os 4 episódios] são visualmente agradáveis, no entanto falta identidade. Ou seja, faltam laços afetivos que envolvam o expectador e o faça importar com os rumos da história e dos personagens. E por que isto acontece? Porque ainda não pudemos acompanhar e sentir mais vivamente os conflitos dos personagens nem a guerra fria que culminou na falsa morte da princesa pirotécnica – obviamente se entende que a série escolheu se estruturar deste modo e com este ritmo para apresentar o conflito politico, espera-se que isto tudo deva convergir em algum momento num ponto de PLOT TWIST [como já de praxe em toda obra imaginada pelo Butcher, sempre tem alguma reviravolta] e enfim entrarmos na premissa real. Confesso que eu esperava que isto fosse ocorrer em menos tempo, mas pelo andar da carruagem, prevejo que esta trama deva se estender por mais uns bons episódios (ou será que teremos um primeiro cour de 12 episódios todinho retratando esta guerra?), e este será o calcanhar de Aquiles da série. Tanto pode ser interessante acompanhar por um longo período essa guerra entre Terra (Japão) e Marte (Alemanha), como também pode se tornar tedioso. Veremos.
O que pode fazer a diferença é uma lógica de ação envolvente, que explode bem os conflitos entre os personagens e entre eles e os marcianos. Qualquer obra de apocalíptico deve saber utilizar o ambiente instável ao redor para mostrar como isto afeta seus personagens, como se comportam neste ambiente. Aldoah Zero ainda carece desse apelo emocional, e personagens secundários como Kisaki Matsuribi e Yutaro Tsumugi são apenas secundários, pouco acrescentam ao elenco – na verdade, eles me soam mais como potenciais vitimas futuras do confronto. Rayet, por outro lado, demonstra muito potencial dramático com seu ódio declarado aos marcianos e, agora, Slaine, que pretende retornar a terra. Prevejo momentos fortes. Slaine sempre deixa uma forte impressão em todas as cenas que protagoniza, provavelmente por sua fraqueza emocional. Inaho ainda carece de carisma. Penso que o problema não é ele fazer o tipo estiloso calculista de pouca expressão, que é um estereotipo de personagem que tende a gerar empatia, mas sim pelo fato de ele soar desinteressante e pau no cu (ainda que pra mim ele feda nem cheire).

Então, o episódio segue novamente a mesma estrutura dos anteriores. Uma primeira parte de diálogos e criação de atmosfera para algum embate na segunda – e é justamente a confrontação dos terráqueos com um novo Kataphrakt a parte que me deixou mais empolgada no episódio. Prevejo pessoas reclamando de adolescente encontrando a solução, mesmo com apoio do grupo e dos adultos, para derrotar o inimigo, mas quando se assiste um filme de invasão o que se espera? E quando se lê um romance policial onde quem resolve o mistério e alguém comum? Ou o que se esperar ao pegar um romance? Adolescentes resolvendo a cena é o que geralmente se espera numa série mecha e devo dizer que, mesmo que eu goste mais das imprevisibilidades (espero que não sigamos a lógica de Saint Seiya, onde um cavaleiro de bronze é capaz de derrotar um deus), a lógica de ação é bem coerente e consistente. Por acaso [há quem diga que na ficção não existe acaso, tudo tem seu proposito], eles é quem têm mais tempo para pensar em planos alternativos, ver o confronto dos mais velhos e tirar disto uma solução, e cof cof, estarem mais perto da cena de ação. Enfim. Sinto como um episódio menor, transicional, mas ainda em um nível bom de construção e entretenimento. Por enquanto não consigo enxergar muito na frente, o que me deixa sempre na expectativa.

Reação final

Avaliação: ★   ★ ★
Roteiro: Katsuhiko Takayama
Storyboard: Ei Aoki, Sasajima Keiichi (Clean copies)
Direção do episódio: Masanori Utsunomiya
Direção: Ei Aoki
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-me incomoda ver a princesa com uma expressão tão doce enquanto e bonito enquanto o mundo todo explode e ela é caçada por conspiradores. Soou meio artificial essa caracterização visual. Coisa boa: não há magia em Aldnoah Zero.


-Vibrei demais com o timing do novo tema de encerramento. É a minha insert song preferida no anime e combinou muito com o feeling do encerramento. O desenho dessa vez é mais de edição, mas também ficou bacana. Adoro ver encerramentos diversificados, de acordo com o tom de cada episódio/arco. Enquanto o primeiro destacava a ideologia e dupla identidade da princesa de Vers, este aqui coloca Slaine e Inoho em contraste. 



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