Não para, não para, não para não!!!!
E eu achando que o ritmo iria diminuir? VAI NADA! Ficamos órfãs
do tio açougueiro, mas Katsuhiko Takayama (Boku
no Pico, Pico×CoCo×Chico *pausa para as gargalhadas histéricas* /idade mental:
11 anos) mostrou para os alarmistas que não há o que temer! Afinal, o cara
já mostrou competência em Ga-Rei-Zero, fazendo uma dobradinha com o diretor da
série, Ei Aoki. Mas confesso que, embora este tenha sido um bom episódio e com
elementos explosivos, a execução me soou mais fria. Como o cenário continua se
expandindo com a mesma estrutura dos episódios anteriores, inclusive em termos
de direção, acredito que a diferença esteja no estilo de escrita mais light, ao
contrário da escrita com diálogos e construção de cenários mais pesados de
Butcher. Eeeh, eu sei que muitos não curtem sua escrita carregada [e
expositiva], mas atribuía mais intensidade às sequências de ação.
Parto do pressuposto de que as sequências de ação de Aldnoah
Zero [em todos os 4 episódios] são visualmente agradáveis, no entanto falta
identidade. Ou seja, faltam laços afetivos que envolvam o expectador e o faça
importar com os rumos da história e dos personagens. E por que isto acontece?
Porque ainda não pudemos acompanhar e sentir mais vivamente os conflitos dos
personagens nem a guerra fria que culminou na falsa morte da princesa pirotécnica
– obviamente se entende que a série escolheu se estruturar deste modo e com
este ritmo para apresentar o conflito politico, espera-se que isto tudo deva
convergir em algum momento num ponto de PLOT TWIST [como já de praxe em toda
obra imaginada pelo Butcher, sempre tem alguma reviravolta] e enfim entrarmos na
premissa real. Confesso que eu esperava que isto fosse ocorrer em menos tempo,
mas pelo andar da carruagem, prevejo que esta trama deva se estender por mais
uns bons episódios (ou será que teremos
um primeiro cour de 12 episódios todinho retratando esta guerra?), e este
será o calcanhar de Aquiles da série. Tanto pode ser interessante acompanhar
por um longo período essa guerra entre Terra (Japão) e Marte (Alemanha),
como também pode se tornar tedioso. Veremos.
O que pode fazer a diferença é uma lógica de ação
envolvente, que explode bem os conflitos entre os personagens e entre eles e os
marcianos. Qualquer obra de apocalíptico deve saber utilizar o ambiente instável
ao redor para mostrar como isto afeta seus personagens, como se comportam neste
ambiente. Aldoah Zero ainda carece desse apelo emocional, e personagens secundários como Kisaki Matsuribi e Yutaro Tsumugi são apenas secundários, pouco
acrescentam ao elenco – na verdade, eles me soam mais como potenciais vitimas futuras do confronto. Rayet, por outro lado, demonstra muito potencial dramático com
seu ódio declarado aos marcianos e, agora, Slaine, que pretende retornar a
terra. Prevejo momentos fortes. Slaine sempre deixa uma forte impressão em
todas as cenas que protagoniza, provavelmente por sua fraqueza emocional. Inaho
ainda carece de carisma. Penso que o problema não é ele fazer o tipo estiloso
calculista de pouca expressão, que é um estereotipo de personagem que tende a
gerar empatia, mas sim pelo fato de ele soar desinteressante e pau no cu (ainda que pra mim ele feda nem cheire).
Então, o episódio segue novamente a mesma estrutura dos
anteriores. Uma primeira parte de diálogos e criação de atmosfera para algum
embate na segunda – e é justamente a confrontação dos terráqueos com um novo Kataphrakt
a parte que me deixou mais empolgada no episódio. Prevejo pessoas reclamando de
adolescente encontrando a solução, mesmo com apoio do grupo e dos adultos, para
derrotar o inimigo, mas quando se assiste um filme de invasão o que se espera?
E quando se lê um romance policial onde quem resolve o mistério e alguém comum?
Ou o que se esperar ao pegar um romance? Adolescentes resolvendo a cena é o que
geralmente se espera numa série mecha e devo dizer que, mesmo que eu goste mais
das imprevisibilidades (espero que não
sigamos a lógica de Saint Seiya, onde um cavaleiro de bronze é capaz de derrotar
um deus), a lógica de ação é bem coerente e consistente. Por acaso [há quem
diga que na ficção não existe acaso, tudo tem seu proposito], eles é quem têm
mais tempo para pensar em planos alternativos, ver o confronto dos mais velhos
e tirar disto uma solução, e cof cof, estarem mais perto da cena de ação.
Enfim. Sinto como um episódio menor, transicional, mas ainda em um nível bom de
construção e entretenimento. Por enquanto não consigo enxergar muito na frente,
o que me deixa sempre na expectativa.
Reação final
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
Roteiro: Katsuhiko Takayama
Roteiro: Katsuhiko Takayama
Storyboard: Ei Aoki, Sasajima Keiichi (Clean copies)
Direção do episódio: Masanori Utsunomiya
Direção: Ei Aoki
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-me incomoda ver a princesa com uma expressão tão doce enquanto e bonito enquanto o mundo todo explode e ela é caçada por conspiradores. Soou meio artificial essa caracterização visual. Coisa boa: não há magia em Aldnoah Zero.
-Vibrei demais com o timing do novo tema de encerramento. É a minha insert song preferida no anime e combinou muito com o feeling do encerramento. O desenho dessa vez é mais de edição, mas também ficou bacana. Adoro ver encerramentos diversificados, de acordo com o tom de cada episódio/arco. Enquanto o primeiro destacava a ideologia e dupla identidade da princesa de Vers, este aqui coloca Slaine e Inoho em contraste.
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