A figura misteriosa de Five surge e encurrala Nine, colocando Sphinx numa situação de perigo.
Esses dois últimos episódios de Zankyou no Terror se diferem
substancialmente dos três primeiros, escrito por Shoten Yano – enquanto eles
traziam a tona toda uma reflexão mais filosófica e um desenvolvimento sutil que
sempre acrescentava algo à narrativa, sem que necessariamente isto significasse
acelerar o andamento da história, os dois últimos escritos por roteiristas
diferentes (Aoi Sayo no episódio 4º e Jun
Kumagai no 5º) fazem um desenvolvimento mais obvio nas tramas que movem o
enredo: reafirmação das motivações ambíguas da Sphinx, Lisa enfim dando um
passo adiante, Shibasaki finalmente percebendo que não se trata de um atentado
terrorista comum e fazendo conexões e, então, a última peça do tabuleiro se
posiciona e dificulta que Sphinx atinja seus objetivos. Falo da bela e hostil
Five, que para alcançar seus objetivos, não mede consequências.
Este foi um belíssimo cartão de visitas, estabelecendo as
influências que Five possui [direta ou indiretamente, através de conexões das
pessoas que estão lhe dando amplo poder de ação], sua obstinação cega por
Sphinx, e que certamente baterá de frente com Shibasaki, por ambos terem
postura profissional e personalidade aparentemente distintas. Enquanto
Shibasaki mantém a sobriedade e seriedade, ela se diverte com a caçada e exibe
uma postura de extravagância e vaidade. É obvio que eles irão se bicar,
principalmente por Five aparentar ser uma pessoa manipuladora que não tem
escrúpulos quando se trata de conseguir o que quer. Sendo Shibasaki uma vitima (como revelado no episódio 3) de
manipulações de bastidores, o conflito de interesses entre os dois deve render
alguns momentos interessantes. O destino pode ser bem sacana, colocando ele
novamente em uma posição desfavorável, onde tentar além do que as pernas alcançam,
pode lhe colocar novamente em uma situação desfavorável na escala de poder. Nine
é outro afetado pela garota, mas de uma forma nervosa e descontrolada. Ambos ainda são estudantes e dividiram
o mesmo espaço enquanto estavam no instituto, onde a brincadeira de
pique-esconde demonstra de forma obvia o tipo de relação que estabeleceram.
Five é a peça que faltava no tabuleiro de Zankyou no Terror.
Sua introdução é incendiaria e faz acreditar se trata do elemento que irá
colocar um pouco de gás na apatia atmosférica da série. É o fôlego que a série
pedia, já praticamente na metade de sua execução e demonstrando claramente no
quarto episódio estar necessitada de um novo empurrão. A narrativa continua
fazendo suspense sobre os objetivos de ação da Sphinx e quando finalmente as
peças pareciam enfim formarem uma imagem, Five surge atirando as peças para
todos os lados. Mas, afinal, essa é mesmo a sua intenção? Qual é a de sua obsessão
pelos garotos? Estaria ela a serviço da organização do Instituto ou procurando
por vingança? Sphinx parece ter o objetivo de expor algo de podre nas
estruturadas do poder e suas conexões diversas. Tais especulações deixam minha
mente borbulhante. Embora, deva confessar baixinho, que sinto falta das subjetividades do texto escrito por Shoten Yano nos 3 primeiros episódios.
Zankyou no Terror tem uma narrativa menos obvia tanto para o
gênero no qual se sustenta ou mesmo se tratando de animes. Se o episódio
anterior soou mais redundante mesmo que o desenvolvendo de forma mais concreta
a trama da Lisa e deixando claro que Sphinx não temia as autoridades ou o que
tinham descoberto sobre eles, este trouxe elementos novos e subversão da
estrutura que a série vinha mantendo. Isso é bom, seja mocinhos ou não heróis, é
preciso haver conflitos para manter acesa a chama do interesse. E o embate
entre Shibasaki e Sphinx demonstrava já perder o fôlego, já que nunca se
estabeleceu entre eles qualquer rivalidade pessoal.
Em outras palavras, devo dizer que muitos se confundem
quanto a “ritmo”. Zankyou no Terror não é uma série que propõe uma narrativa frenética
e de acontecimentos diversos, mas seu ritmo ainda é equilibrado. Neste aspecto,
o episódio 04 é o mais fraco até então, mas ainda compreensível para uma série
de tv. Seu ponto mais frágil são seus personagens pouco envolventes, o que numa
história que é principalmente acerca dos personagens, é um grande crime.
Observação: Nesse sim, a Lisa teve um desempenho bem fraco,
mas necessário e fiel à sua caracterização até então.
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
Roteiro: Jun Kumagai
Storyboard: Minoru Yamaoka
Ass. de Direção: Minoru Yamaoka
Direção: Shinichiro Watanabe
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
Roteiro: Jun Kumagai
Storyboard: Minoru Yamaoka
Ass. de Direção: Minoru Yamaoka
Direção: Shinichiro Watanabe
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-Eu achei tão orgastica essa expressão do Shibasaki que URREI na hora! Sim, quero ver ele mostrando pra garotinha quem é que manda!! HAHAHAHAHA
-Sequências de enquadramentos em plongéé e contra-plongéé que demonstram a forma como Shibasaki cresce para cima de seu superior e a perde de poder deste, que se sente diminuído e incapaz. Enquanto isso Shibaaki o olha com superioridade, como alguém que pode ter perdido tudo, menos a honra. Ou algo assim.
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