Todo final de temporada é mesma coisa, não é? E como de
costume, vamos selecionar 5 luxos e 1 lixo para comentar. Todas as seleções
passaram por um rigorosíssimo padrão de qualidade e... *caham*. Aceitam uma xícara
de chá?
Música: Kimi
Janakya Dame Mitai
Interprete:
Masayoshi Oishi
A abertura de Nozaki-kun é daquelas onde o timing apurado
para a edição na composição visual em sintonia com os trechos da música tema é
imprescindível – ou pode se transformar no vemos na de Aldnoah Zero. A razão
de eu considerar essa abertura superior às demais está na agradável melodia e
interpretação de Masayoshi Oishi e, claro, na estética temática de sua animação
por meio de painéis de mangás e materiais de desenho. É bastante convencional,
mas nunca enjoativa, além de agradável aos ouvidos e ao olhar.
4) Barakamon
Música: Rashisa
Interprete: SUPER BEAVER
Tem um desenho tão convencional quanto a de Genkkan Shoujo
Nozaki-kun, até mesmo a melodia e voz seguem o mesmo ritmo alegre e positivo.
Com a diferença de se focar nos dois personagens centrais da série, evocando um
vinculo afetivo entre ambos. A boa sincronia entre a forma animada e a música
tema possibilita o contagio pela energia impulsiva da pequena Naru que
transforma tudo à sua volta. Não apor acaso a personagem aparece procurando
trazer Handa para o seu mundo, chamado sua atenção, e quando consegue alcançar
o objetivo, o cenário se transforta para um universo à parte, onírico e florido
onde o exercício da caligrafia é encarado de um jeito menos denso e mais
divertido. O toque de desequilíbrio é a Naru correndo e pintando tudo em volta
com suas mãos, sua energia é tão contagiante que extrapola o monitor. A
abertura de Nozaki-kun também transborda energia, mas não tem a Naru para
desequilibrar com seu carisma. ;)
Música: Trigger
Interprete: Yuki
Ozaki
Centrada nos dois protagonistas, essa abertura é uma
miscelânea de vários elementos comuns à narrativa da série. O que a torna
visualmente atraente é a forma como todos estes elementos são dispostos na
composição. Sobreposições, efeitos e cortes rápidos criam um mundo
multifacetado em estado de ebulição, mas mesmo com elementos de naturezas
distintas e assimétricas, há uma linha que conecta a todos, que podemos
perceber através da ótica dos dois personagens. A letra fala sobre puxar o
gatilho do mundo, que é o que torna todo o cenário caótico.
Toshiyuki Yamashita é o diretor dessa abertura, ele repete
a mesma formula utilizada em Ergo Proxy, na qual também dirigiu ao lado da
pessoa de pseudônimo Kazumasa Satou. Apesar dos recursos similares, cada uma
delas expressa uma motivação diferente.
2) Sword Art Online
II
Música: IGNITE
Interprete: Eir
Aoi
IGNITE tem uma vibe tão envolvente que incendeia meu corpo com
sua melodia impetuosa e a voz poderosa da musa Eir Aoi. A composição visual da
abertura acompanha o ritmo da música tema, com o ponto alto acontecendo quando Aoi
eleva o tom e a melodia se torna frenética. Os cortes de sequência onde Kirito enfrenta
seus adversários de armas de fogo na mão com apenas uma espada é empolgante. A cinética
é tão forte e ardente porque a direção é feliz em traduzir o furor energético do
coro em sequências tão velozes de movimentos. É o melhor momento da abertura, é
o seu clímax e é o clímax mais explosivo das aberturas da temporada. Destaque
para os efeitos de fumaça que surgem para alterar o tom da animação sempre que
a música muda de compasso. Acontece duas vezes; após a introdução, quando o “desu
gun/Darth Vader” surge como um cavaleiro em meio às chamas, marcando a mudança
de ritmo, e ao final, quando a protagonista é alvejada e o cenário muda para o
embate final com o Kirito.
Mas os toques que mais gosto e que fazem desta uma abertura
bem imaginada é como os conflitos dos personagens são explorados visualmente,
com Kirito cercado por sombra/fantasmas do passado e a Shinon procurando
superar seus traumas e renascer, simbolizado por seu mergulho (a água é diretamente ligada à psique
humana, basta se lembrar dos diversos mitos envolvendo-a, como o de Jonas.
Neste caso, representa uma jornada ao seu interior, subjetiva). Entre eles
e os unindo, a figura do “desu gun”. Também gosto muito de como há vários Kiritos
ao fundo em determinada cena e também diversas personas da Shinon. É uma metáfora
funcional para àquilo que fomos; o que se é atualmente e seu alter ego que soa
uma persona distinta no mundo virtual.
1) Tokyo Ghoul
Música: Unravel
Interprete: tk of Ling Tosite Sigure
Para quem não reconheceu o timbre da voz e seu falsete, é o
mesmo cara que canta a primeira abertura de Psycho-Pass, com Abnormalize (já comentada aqui). Ambas as
aberturas são estilizadas e visualmente metafóricas. TK segue a mesma
composição da outra abertura, descrevendo a crise de identidade do protagonista
meio humano meio vampiro e as emoções complexas que vem à tona. Versos como...
“Por favor, me diga como funciona este lugar;
Quem se encontra dentro de mim?
Estou quebrado, estou quebrado neste mundo
Mas você segue sorrindo, cego para tudo
(...)
Estou parado aqui em um abalado e retorcido mundo
Mas nada pode ver minha forma transparente”
... São traduzidos na composição visual da abertura através
de reflexos que revelam o eu interior (dica: Nosso Instinto Primitivo Refletido).
Há muito que uma imagem refletida sobre uma superfície refletora é usado para
revelar a verdadeira essência de alguém, assim como os espelhos que
simbolicamente levam a outro mundo e sua quebra sempre relacionada a algo
negativo. Tokyo Ghoul explora bem essas tropes visuais de modo a ilustrar a
psique dos personagens com uma narrativa simples, mas conduzida com tanto
estilismo que ganha um charme bem próprio. O modus operandi é o mesmo de
aberturas como a de Mirai Nikki e Deadman Wonderland, algo que
busca o aspecto cool e deprimente da tragédia, com um caráter muito subjetivo.
Gosto muito do inicio com os personagens em um mundo
flutuante e azul, cada um em uma parte, em contraste com as sequências mundanas
onde seus duplos negros surgem refletidos, pode ser interpretado como um antes
e depois. No final, eles retornam ao inicio, com o protagonista caindo e
chocando-se com sua contraparte. Isto se integra a outra parte bem divertida
que é quando exploram espaços negativos (dica: Negativo & Positivo: Os Opostos Se Atraem...Sim!)
com modelos abstratos. Estou falando dos fragmentos dos espelhos que formam
asas nos personagens. O toque psicodélico das cores foi uma jogada sensacional,
já que se relaciona com o psíquico. Enfim, eles soam como anjos caídos, e
encaixa tão bem com o corte do protagonista caindo dos céus que não posso
deixar de admirar o exercício criativo.
Música: MOON
PRIDE
Interprete: Momoiro
Clover Z
Tá certo que Sailor Moon Crystal tem uma exibição diferente
à das outras séries; é exibida somente via streaming na internet. Também é
certo que a abertura clássica é inesquecível, mas essa nova abertura também
sabe ser maravilhosa. A letra, a melodia e interpretação do grupo sentai-idol
Momoclo caiu maravilhosamente bem na temática de uma série que fala sobre
garotas fortes e independentes que combatem o mal com acessórios femininos,
maquiagem e sainhas.
A abertura em si é simples, mas com uma edição magnifica de
sequências rápidas com efeitos e golpes que preenchem todo o campo visual. Os
giros de frenéticos de câmera, mudanças bruscas de perspectivas e aprofundamento
de campo são sequências cineticamente orgasmaticas/prazerosas visualmente –
claro que se for assistir ao anime esperando sequências de ação tão virtuosas,
provavelmente irá se arrepender, mas aí é outra história, rs. Os 3DCG presentes
tiram um pouco do charme por se destacarem tanto do 2D, mas o storyboard soube
utilizar a velocidade e os cortes certos ao seu favor. O encontro das garotas
após a introdução de cada uma, resultando em todos os guarda-chuvas voando
pelos ares é um momento muito agradável e vale destaque também.
Persona 4 the Golden
Animation
Música: Shadow World
Interprete: Shihoko Hirata
Essa abertura é um crime para com uma música tão delicinha
quanto Shadow Word. Se você não sente seu sangue pulsar e várias partes do seu
corpo respondendo o chamado ao ouvir essa música, MEU AMIGO... Você... Não pode
ser uma pessoa confiável. Sei que muitos otacos que não dançam, mas isto não te
impede de curtir um bom som! Mas tudo bem, se for o caso, eu os perdoarei,
ajoe-cof cof... digo, essa é uma questão relativa. XD
De modo que essa abertura é criminosa. Ainda mais para uma
série que sempre teve aberturas e encerramentos caprichados. É tão ruim que só
foi exibida no primeiro episódio, sendo substituída por esta a partir do segundo (que é apenas menos mal, tão sem graça quanto) – também há uma terceira abertura,
que vai intercalando com a segunda, com a música Shadow World em uma nova animação (essa sim é uma abertura cool que faz jus à Persona e sincronizada à bela música). Todas aprazíveis, menos a primeira. Porque
nesta aqui eles nem tentaram, vamos convir. A intenção obviamente é refletir o
caráter cotidiano desta “sequência” que retrata os eventos ocorrido em Persona
4 The Animation sob novos ângulos, mas o resultado final é medíocre e preguiçoso.
Curta o Elfen Lied Brasil no Facebook
e nos Siga no Twitter