Protetora do planeta gigante, guardiã do amor e da coragem, Sailor
Jupiter!
WOOOhohohoho~ Dizendo coisas tão legais, Mako-chan, assim eu
morro.
Esse episódio despertou a garotinha sonhadora adormecida no
meu interior. Não tem COMO eu ficar indiferente a uma frase tão maneira e
otimista sobre uma emoção que é considerada uma fraqueza no ser humano. Imagina
então o efeito positivo que isto tem sobre uma criança. E a Makoto é tão forte
e delicada, e falando de uma forma bem gay, ela é maravilhosa, adoraria estar
no lugar da Usagi quando Makoto salta para salvá-la do carro, só para sentir
seu sentir a sua fragrância! O quê? Eu disse isso? SOCORRO meus dedos estão se
movendo sozinhos!!!
Act 5: Makoto – Sailor Jupiter é basicamente uma continuação
direta do episódio anterior [Masquerade Dance Party], tanto linearmente quanto
temático. Tanto que no mangá, é como se fosse no dia seguinte, com Usagi
sonhando acordada com o baile e quase sendo atropelada. Se o anterior tratava
de fantasias femininas que se mostram muito idealizadas principalmente na
puberdade, este não é tão diferente, mas apesar da similaridade temática, seu
foco está no crescimento espiritual de uma determinada personagem. Podemos dizer que, se o episódio anterior foi
puramente uma ode aos sonhos, este é de confrontação.
Makoto Kino sempre foi a mais alta das Sailors Senshin (Sailors
Soldier), mas neste episódio a nossa Mako-chan tem uma caracterização visual mais
impactante, com as perspectiva de câmera projetando seu corpo esguio e
imponente do ângulo baixo para cima, de modo que ela pareça ainda mais alta e
forte. Nada mais é que um modo de ressaltar o fato dela ser uma garota mais
alta que a média e por consequência, seu maior complexo. Sua força é também uma
barreira para que muitas pessoas possam se aproximar e conhece-la como ela é
realmente. Culturalmente no Japão [e ainda persistente no mundo todo] é
desejável que a mulher seja mais baixa que o homem em estatura, com a subversão
deste modelo sendo muitas vezes motivo de frustração para ambos. Em animes e
mangás isto costuma se retratado como um recurso para criar situações bem
humoradas, mas é incrível que a estatura ainda represente um entrave para o
relacionamento afetivo. Claro, é difícil desvincular a imagem criada pelo subconsciente,
a altura é relacionada à força e poder. Num relacionamento romântico, isto tem
um peso substancial para muitos homens, que se sentem como se não estivessem no
controle, subjugados ou intimidados. É uma besteira, mas uma besteira de raízes
culturais [que deve ser confrontado].
O storyboard faz um excelente trabalho destacando o
contraste de características visuais da Makoto, construídas pela Naoko Takeuchi.
Seu uniforme escolar é diferente de todos, destacando-a, já que foi impossível
para ela encontrar um uniforme do seu tamanho, tendo que usar o antigo. Sua
longa saia e seu cabelo com rabo de cavalo de coloração avermelhada é um arquétipo
visual para garotas duronas e delinquentes, que em muitos mangás fazem parte de
gangues. Seu tom de voz tende a ser um pouco mais grave; seu nome embora seja unissex,
é geralmente usado em garotos; e o seu planeta símbolo é Júpiter, o deus
romano. Também conhecido como Zeus. Suas habilidades mais potentes são de raios,
relâmpagos, tempestades.
Makoto é a mais forte das Sailors Senshi e sua
caracterização visual em parte é relacionada à força e imponência. Em parte,
porque apesar de uma primeira leitura visual lhe remeter a uma imagem de uma
garota agressiva e durona, Makoto é gentil, delicada e simpática. Essa sua
natureza afável é retratada através de acessórios e trejeitos minimalistas –
uma forma fantástica de ressaltar a natureza conflitante de Makoto. Não é tão
sutil como ocorre no mangá, mas é eficaz e gostei bastante dos enquadramentos
fechados nestes detalhes que fazem a Mako-chan ser uma personagem convincente
em seu conflito interno.
Essa dualidade da Makoto é atribuída ao fato dela ter que se
virar sozinha desde pequena, quando seus pais morreram, obrigando-a se tornar autossuficiente.
Seus sonhos? Não poderiam ser mais convencionais: tudo o que ela deseja no
futuro é se casar, fazer bolos e ter uma loja de flores. Mas o que mais me
chama atenção em Mako é o quanto ela se esforça para externar suas características
mais delicadas e femininas. É algo que deve ser retratado em vários momentos
durante a série, mas mesmo neste episódio é visível através dos acessórios visuais
típicos de qualquer garota, que, no entanto contrastam com ela, ressaltando o
quanto seu aspecto físico é um complexo que a atormenta. Dessa forma, ela tenta
se equilibrar o máximo que pode no aspecto visual. Em certa parte no mangá, ela
diz que tentou ao máximo se aperfeiçoar na cozinha para compensar o seu porte físico.
Digo aspecto visual porque não há sombra de dúvidas de que Makoto
realmente é feminina e delicada, que gosta de cozinhar e de coisas bonitinhas. Ela
é bem conservadora neste aspecto, e por mais que soe como algo doce, quando ela
diz para Usagi e Ami que é o marido que deveria escolher seu vestido,
colocando-o como uma figura de autoridade do relacionamento, ao invés de
romantismo isto é uma sequela preocupante do seu complexo de inferioridade (é diferente de decidir juntos ou discutir a
respeito), pois ela se coloca em um grau de inferioridade frente a um hipotético
parceiro. Por seu físico, Makoto se sente inferior às outras garotas. Ponto.
Makoto é mais uma vítima de padrões pré-estabelecidos na
sociedade, tornando-a altamente complexada e com uma grande necessidade de
provar a si mesma que pode viver um relacionamento amoroso como qualquer outra
garota. Essa questão é o ponto alto no clímax do episódio ao revelar o motivo
pelo qual se mudou de escola. Quando a pessoa que ela gostava, e certamente
achou que o sentimento era reciproco, lhe revela no último momento que está
namorando uma garota de aparência oposta à dela, é obvio que sentiu preterida,
traída por alguém que sempre lhe foi próximo. Bateu tão forte em seu complexo
que, incapaz de vê-los juntos, se transferiu para outra escola. Provavelmente,
ver a garota ao lado do seu amor platônico refletiria em sua própria fraqueza,
como um reflexo indesejável. Tal como o Mumm-Ra que não suporta a luz ou seu
reflexo, as pessoas tendem a fugir daquilo que reflita sua fraqueza.
“Sabe, o amor… é a única força que não pode ser explicada, não pode ser quebrada em um processo químico. É o farol que nos guia de volta para casa quando não há mais ninguém e a luz que ilumina nossas perdas. Sua ausência nos tira todos os prazeres, tira nossa capacidade de alegria. Torna nossas noites mais escuras e os dias mais sombrios. Mas quando encontramos o amor… não importa o quão errado, o quão triste ou horrível, nos apegamos a ele. Ele nos dá forças. Ele nos segura em pé. Ele se alimenta de nós, e nós nos alimentamos dele. O amor é a nossa graça. O amor é a nossa ruína.” - The Strain, episódio 01
Relacionamentos afetivos, sejam eles românticos ou não, é a
força e a fraqueza inerente do ser humano. Uma característica que envolve todas
as Sailors Senshin, com exceção da Usagi, tem sido a “solidão” e a dificuldade
de se relacionar, de socializar com as outras pessoas. Ami, Rei, Mako. No
fundo, essa falta de calor humano é o que têm tirado o brilho no olhar e o
sorriso espontâneo de todas elas... até se encontrarem com Usagi. Neste
episódio,
Nephrite tira proveito desta fragilidade emocional nas
pessoas. O momento onde o espectro de Motoki Furuhata ilude Makoto com falsas declarações
e promessas de amor pode se entendido como uma bela metáfora para o
comportamento humano quando se atribui ao outro às próprias expectativas.
Makoto estava sofrendo pela rejeição, essa rejeição lhe doía mais do que um sentimento
de perda, porque para ela ser rejeitada está intrinsecamente ligada ao seu
complexo de inferioridade. Ela vê seu amor platônico em Motoki, e quando seu espectro
se declara, ela se deixa enganar por uma ilusão subjetiva idealizada.
A cena em que Usagi surge e a flagra completamente dominada
entre os braços de Motoki, cega e sem forças para reagir é a síntese do episódio:
cega por uma ilusão, Makoto foi incapaz de perceber o que estava bem diante dos
seus olhos, assim como as pessoas que tinham receio de se aproximar dela por
temerem sua aparência. Estando ela extremamente vulnerável, Nephrite tira
proveito de sua situação e zomba do motivo de sua fraqueza espiritual (“você
é uma idiota por acreditar no amor” ele diz, e ela assente totalmente
destroçada por dentro “amar é idiotice. Não acredito em mais nada. Nem no amor,
nem em mais nada”). É exatamente o que sentimos quando amamos e nos
sentimos traídos por este amor; de impotência e vergonha dos próprios
sentimentos – negamos aquilo que sentimos, negamos negamos negamos e buscamos
substituir aquele sentimento vergonhoso por rancor e ódio, para nos sentirmos
mais fortes e menos humilhados.
“humanos são tão obcecados por aparências, mas ainda assim são tão
ignorantes com a verdadeira natureza das coisas” – Nephrite
Makoto não é capaz de reagir até Usagi surgir dizendo que
não há motivos para se envergonhar de amar, reafirmando que um dia ela poderá
encontrar alguém que a ame e o quanto ela é charmosa, ou seja, atraente como
mulher. Isto nos leva ao que Nephrite disse, sobre como as pessoas são
obcecadas por aparências e não enxergam o que há de mais essencial. A fraqueza
de Makoto – o tempo todo – nunca foi o amor, mas a necessidade de alimentar sua
alto-estimava que andava muito baixa devido ao seu complexo. Ela é fisicamente forte,
mas só quando se dá conta de que existe outros motivos para o qual lutar e se
empenhar, de que seu futuro e sua vida é muito maior do que um simples relacionamento
amoroso, que enfim Makoto desperta como uma Sailor, tendo aceso a habilidades
mágicas e a força necessária para moldar o seu futuro. Antes ela era forte
fisicamente, mas emocionalmente instável, e agora se sente espiritualmente
forte – o ato de se transformar é em si um rito de passagem.
***
Usagi tem seus conflitos também, mas a dificuldade de se
enturmar não é uma delas. Portanto, rumores e pré-conceitos culturais não são
capazes de parar seu desejo de tornar-se amiga de Makoto ou de qualquer outra
pessoa. Usagi faz amizade até com um saco de batatas fritas. Se você é só e sem
amigos, ela resolverá seu problema!
Esse episódio se destaca pela animação e maior fluidez em
termos de narrativa, mas também pelas adaptações feitas, que se tornaram favoráveis
para como as coisas evoluíram no episódio. Por exemplo, quando Usagi leva
Makoto para o árcade game, e ao apresenta-la, a chama de Mako-chan ao invés de chama-la
formalmente. No mangá, Ami e Luna se sentem envergonhadas por Usagi nunca saber
quando está cruzando uma linha, enquanto aqui Ami se sente surpresa com a
capacidade acolhedora de Usagi e todos acolhem Mako calorosamente. Soa mais
orgânico para uma série que não dispõe de um desenvolvimento mais extenso ao
introduzir cada personagem. A cena em que Ami vê as ótimas habilidades de
Makoto e fica um pouco enciumada é um momento bem agradável, por colocar mais
calor na relação das personagens.
Bom, é claro que a falta de maiores deformidades faciais ainda
pesa negativamente, mesmo que tenha melhorado em relação ao primeiro episódio.
Mas este é o grande episódio da série até aqui, onde a figura da Makoto brilhou
intensamente. Destaque para a interpretação de Ami Koshimizu que dá voz à
personagem. Como ela acabou de sair da personagem de Ryuuko em Kill la Kill,
que é caracteristicamente similar à Makoto, não deve ter encontrado muitas
dificuldades. Ela tem uma maravilhosa alternância entre uma voz mais natural e
caricatamente com sotaque da típica garota com jeito “moleque” que parece fazer
parte de algum gueto. Enfim, a Makoto ser tão equilibrada é o que a torna tão
apaixonante aos meus olhos. Ela é boa cozinheira, gosta de acessórios fofos, romântica,
gentil, mas também é durona, é gamer, curte basquete, é muito forte fisicamente
e muito protetora em relação aos seus amigos – assim como Jupiter em relação
aos seus subordinados. Ou seja, ela não se guia pelas normas de gênero. Você
pode gostar do que quiser independe da sua orientação sexual. Essa é a Makoto
que eu gosto.
Trivia:
-Aos interessados em sentir o cheiro da Mako-chan, a colonia que ela usa se chama potpourri. Obviamente seria sentir diretamente dela, mas não podemos ter tudo nesta vida! CONFORMEM-SE!
-Tuxedo Mask descobre onde Usagi moral no episódio anterior ele descobriu sua verdadeira identidade por causa do lenço que ela deixa cair no baile ao dançar com ele.
-Melhor quote, Rei: "Não há base científica para a existência deste fantasma". Implicando que todos os eventos ocorridos até agora na série possuem embasamento cientifico!!!! Aliás, a Rei neste episódio estava divina! 14 anos e mais venenosa e amarga do que manga com leite. AMO! Essa é a Rei que eu adoro.
-Nephrite é outro que deveria ter morrido com o hurricane da Makoto, mas sobreviveu, além de sentir que reconhecia ela de algum lugar... Ai tem!
-Assim como a Rei, a Makoto também teve um esboço para o protótipo de um hipotético anime de Codename: Sailor V que nunca saiu do papel. Lá ela se chamava Mamoru Chino e deveria ser a líder de uma gangue feminina, além de fumante. GEEEENT, NÃO! Deixem minha Makotão moezinha do jeito que é!
-Originalmente a Usagi usa a Disguise Pen para se transformar num noivo, infelizmente foi cortado do episódio, queria ver ela travestida *_*
Avaliação:★ ★ ★ ★ ★
___________________________
Temas Relacionados:
-Sailor Moon Crystal Act. 4: Fantasias Femininas
-Sailor Moon Crystal Act. 3: Seguindo Um Caminho Diferente
-Sailor Moon Crystal Act. 2: Estudando Para o Futuro
-Sailor Moon Crystal Act. 1: De Volta às Origens
-Por Que Ninguém Reconhece os Disfarces de Sailor Moon?
-Nosso Instinto Primitivo Refletido
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