domingo, 7 de setembro de 2014

Comentários: Aldnoah.Zero #10 – Before the War

Levantar âncora! Içar as velas! A jornada, ao menos da primeira parte do anime, está chegando ao fim.
Imagino que para quem o aspecto romântico de shippar casais em Aldnoah Zero seja o mais interessante na série, provavelmente estará decepcionado em ver que Inaho não é assim tão indiferente à Asseylum. Quer dizer, somente aqueles que torcem por Slaine. Não que seja algo surpreendente, afinal, era obvio que a produção do anime iria deixar aberturas para alimentar a parte romântica do fandom. Mas importante é que Ei Aoki trata o assunto com seriedade, não deixando que a narrativa se perca em devaneios românticos. Achei curioso que nem Asseylum nem Inaho se sentiram constrangidos depois, sendo que está é uma situação recorrente em animes. Claro que Inaho pela primeira vez na série não se mostra mais tão frio frente à princesa, mas ela age da mesma forma que agia antes frente a ele. Acredito que as duas principais motivaçõs deste atentado seja para dar um ponto final ao conflito de Rayet e unir os dois guardiões de Asseylum em torno dela, através de laços tão fortes como a vida. Bem no momento em que Slaine tem a chance de colocar a sua mão em um Aldnoah e novamente os dois cavaleiros brancos terão a chance de salvar sua princesa. Gostei mais do que achei que fosse gostar. :)
O que me soou muito ridículo foi o desdobramento do conflito de Rayet e a postura de Inaho. Também me irritou a benevolência de Asseylum, mas não dá pra dizer que isso não faz parte da personagem. É exatamente a postura que se poderia esperar de uma personagem assim, no entanto a postura de Inaho é surpreendente, quando se pensava que ele era a pessoa mais racional naquele navio. De certa forma é uma atitude que contradiz uma situação similar ocorrida episódios atrás, com Slaine. De modo geral, foram diálogos fracos e o descontrole de Rayet por mais que possa ser visto por uma ótica humanizada, a reação geral acaba amenizando o caráter de confrontação, punição ou aprendizado, dando uma conclusão insatisfatória ao rompante. Falta um personagem com uma postura realmente rígida para dar um tom verossímil a este conflito, pois do jeito que foi retrato, todos agiram como uma mãe para o surto digno de uma criança de 8 anos da Rayet. Em meio a uma Guerra Mundial com uma super potência alienígena, não se pode levar a sério uma pessoa vir e botar em risco a vida de várias pessoas e da missão, e ainda receber palmadinhas compreensivas no final. Coisas assim empalidecem toda essa camada de atmosfera séria que a narrativa tenta aplicar à série, a urgência vai para o ralo. É contraditório e sem sentido com o que se propõe.

Se teve algo de positivo nisto tudo, foi a revelação de que Rayet é também uma marciana, o que dá mais substância às suas emoções contraditórias. Seu próprio povo traiu e tentou matar sua princesa e ela sente um misto de culpa com revolta em relação ao próprio povo. Pena que isso não foi tratado como merecia. Ah, se forem repetir o padrão do gênero, é espero que as habilidades de Rayet sejam requisitadas na hora da ação, com ela recebendo o seu perdão. Será? Aposto que sim.

Aliás, a série segue rumos perigosos com todas essas motivações de vinganças pessoais, que no fundo são motivações vagas e fracas, como toda essa traminha de Marito, Magbaredge e seu irmão morto. São conflitos válidos, mas não fortes ou sólidos o suficiente para levar uma trama à frente nem se sustentar por tempo tanto tempo. O conde por sua vez até encontra motivos maiores, como toda a questão da revolta dos marcianos em relação ao sistema monárquico, mas no fim das contas o que a narrativa enfoca é a sua vingança pessoal, que francamente é mais uma grande tolice e o próprio personagem mostra uma linha de pensamento em relação a isso que não condiz com a caracterização de um personagem inteligente e sóbrio. Todos os personagens com motivações de vinganças nesta história têm por trás motivos bem tolos e torpes. É como um bandido que tem o seu colega baleado e morto pela policia durante um assalto.  Não se pode dizer que são razões injustificáveis, mas certamente são razões moralmente torpes e sem bom senso. A série parece ter como tema principal essa questão de justiça e vingança, como se nota em seu slogan (“Faça-se a justiça, mesmo que desabem os céus”), mas o roteiro tem muitas dificuldades em trabalhar isso na narrativa.

A trama politica e da guerra têm ficado em segundo plano, mesmo com a ação, que é metódica. Em contrapartida, os personagens vêm se destacando. Mas mesmo com a crescente melhora, ainda são personagens fracos com conflitos que ainda estão longe de serem satisfatórios. Cadê a direção de Aldnoah Zero? Ei Aoki decepcionando.

Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
Roteiro: Katsuhiko Takayama
Storyboard: Sasajima Keiichi
Aux. Direção: Shuu Watanabe
Direção: Ei Aoki

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