[O Rastejante Desconhecido]. O que ele quer? Qual a resposta por trás da charada proposta?
Toda sociedade utópica possui os seus fantasmas, que uma hora ou outra sempre voltam para assombrá-la. Por exemplo; pode ser um acontecimento do passado que provocará uma reação no futuro [como no livro Admirável Mundo Novo] ou um grupo que consegue driblar a vigilância do sistema perfeito [como no filme Equilibrium]. Não importa. A ameaça sempre surge sorrateiramente de quem está à margem da sociedade.
Episódio 2 brilha intensamente complementando o 1º (que se focou no perfil e amadurecimento da
protagonista Akane), mas com uma nova abordagem, estabelecendo a premissa
da nova temporada. Levando em conta que serão apenas 11 episódios, é satisfatória
a rapidez com quê a premissa se apresenta e o avanço da trama que termina
levando Akane a ter certeza do envolvimento de uma figura central em meio a
estes eventos caóticos, mas para mim o episódio brilha mesmo ao trazer para
mais perto o cotidiano da Akane, do trabalho, passando pelo hobbie, até à sua
intimidade, mostrando o quanto a personagem é incrivelmente humana. Mesmo no
episódio no anterior, era possível notar que Akane tinha sim amadurecido e
estava mais segura e perspicaz, uma investigadora/inspetora completa, mas era
também evidente que não havia se transformado em outra, só estava FODAMENTE forte
e equilibrada. Este episódio se complementa trazendo sua faceta fragilizada,
solitária e com uma atmosfera mais carregada, melancólica – como não poderia
deixar de ser depois de todos os eventos que presenciou na temporada passada. Um
episódio repleto de referencias à primeira temporada que o tornam altamente
degustativo, como quando Akane diz que vai mais cedo pra casa para relaxar, por
receio do seu psycho pass ficar manchando – mentira, ela é assintomática, e
Gino obviamente entende o que ela estava tentando fazer.
O ponto alto é quando ela vai com Ginoza visitar o
psicoterapeuta e ele a repreende pelos cigarros, Gino olha atônico para ela –
afinal, Akane não fuma – e a câmera corta para a cena seguinte, de Akane com os
cigarros [da mesma marca que o Kougami fumava] acesos e um olhar distante. Não
é preciso de muito para entendermos que ela sente a falta dele, mas vai além.
Por que os enforces fumam livremente? Porque eles já estão condenados, mas na
primeira temporada, Guinoza sempre fora severamente repreendido por fumar, por
ser algo que contribui para manchar o psycho pass. No entanto, Akane é imune à
fumaça. Podemos tirar a conclusão de que Akane estava fragilizada e
emocionalmente carente, não está errado, mas o ato de se infligir a algo que
não lhe afeta, e, entretanto é temido pelo sistema (nota para o auxiliar virtual dela a repreendendo), a remete para
as singularidades que existem em qualquer sistema “perfeito”. Ela sabe e tem
uma experiência que poucos possuem, afinal lidou com Makishima (outro acerto do episódio foi evitar dizer
diretamente o nome dele. Não é necessário, automaticamente fazemos o link)
e agora está lidando com uma ameaça similar, que é um pouco mais complexo que
foi no caso do Makishima – até certo ponto ninguém acreditava que uma
existência como Makishima era possível naquele sistema e a revelação de que ele
era assintomático foi um grande plottwist que colocou em cheque o Sibila, mas a
forma como ele operava era simples.
A forma de agir de Kamui é complexa, porque envolve tecnologia
e mecânica que pode ser aplicada a outras pessoas que não ele. É obvio que os
objetivos do Kamui são tão idealistas quanto o de Makishima, o que é
interessante nisto tudo é a sua forma de agir e a mecânica utilizada para
conseguir enganar os olhos do Sibila.
Portanto, esta é uma cena que também evidencia os
questionamentos internos de Akane em relação a fragilidade do sistema no
momento em que ela buscava internamente uma resposta para o misterioso enigma (oras, Kougami era um excelente detetive
dedutivo à lá Sherlock Holmes e Akane tem seguido seus passos, nada mais justo
que buscar inspiração no mentor).
Este episódio me levou a algumas teorias que relacionam a
premissa da série às dicas deixadas na OP. Sigam-me:
Começando pela frase francesa “quelles couleur est-ce que
tu?” (De que cor você é?) que surge
na abertura, que agora sabemos se tratar da enigmática inicial W.C. (What Colour [are you]?). Como é
notável em diversos frames, há grande ênfase nas cores, dualidade e na mistura
de faces (Tougane se transforma em um
diabo, no próprio sistema Sibila e em Kougami), todo mundo ali com exceção
da Akane aparecem distorcidos, fundidos a outros e irreconhecíveis em algum
momento.
Isto nos leva a outro ponto. Na premissa da segunda
temporada, há hologramas que simulam outra identidade, mesmo que a pessoa
copiada tenha morrido ainda criança. E principalmente, há a questão de como
alguém consegue limpar um psycho pass sujo.
Não tenho uma resposta certa pra isso, mas obviamente tudo
se relaciona. Em certo episódio de Zankyou no Terror, um personagem diz para o
outro que a cor de sua voz era completamente distinta dos demais. Acontece que
ele era uma pessoa singular que conseguia ver as cores de outras pessoas pela
sua voz. Em várias religiões, a cor é relacionada ao estado de espírito que
determinada pessoa se encontra, nos anos 70 isto explodiu em um show de psicodelia
(influenciado pela própria onda psicodélica
que tomou conta da contracultura e alcançou a grande mídia) nos animes, com
vários diretores utilizando cores para ressaltar o estado de espirito de
personagens (como no incrível Ace wo Nerae, era geralmente um truque usado em animes de baixo orçamento) – em
Kill la Kill, a história alude aos chacras que existem no interior de cada
pessoa. Resumidamente, chakras é a energia vital adormecida no interior de cada
um, e se manifesta através de 7 níveis de cores. Você também pode chamar de áurea,
se quiser. Nunca ouviu algo do tipo, “sua áurea está nublada”? Não por acaso,
para algumas culturas o arco-íris é visto como uma ponte que liga dois mundos e
como um caminho, que conduz o Homem da Terra ao Céu, um laço e divindade e
criatura. Enfim, a cor se relaciona intimamente com o interior humano, e não
falo apenas em nível místico ou como é retratado no entretenimento, as cores realmente
afetam suas emoções, ainda que muitas vezes não nos demos conta (por isso o cuidado na sua aplicação na mídia
visual). Misticamente, elas refletem nossas emoções e energia vital.
Então, para não estender mais, o que eu quero dizer é que:
eu não sei como isso vai afetar o enredo da série na pratica e se será
importante ou apenas uma rima poética, uma questão filosófica, mas numa
premissa em que é difícil identificar se aquela pessoa é realmente quem
aparenta ser e onde pessoas se assemelham a outras, a OP reflete isto de forma
fantástica. Bem, certamente que ainda teremos muito que discutir a respeito.
E pra fechar, claro que estes frames iniciais de duas mãos
se saudando e depois a dominator se materializando em ambas, parece soar como uma parceria que se desfez, será que é relativo à Akane e Mika? Ou seria em relação ao Sibila? Ou ao Tougani? QUESTÕES
O episódio novamente insistiu em como alguns personagens
refletem outros [da primeira temporada] e traz a tona a questão da natureza cíclica
das coisas, e ainda faz uma rima com o tema da série, sobre pessoas que parecem
ser outras – contudo, as pessoas podem substituir umas às outras em funções,
assumir o mesmo lugar, tomar posições semelhantes, mas nunca serão de fato
aquela outra pessoa. É perceptível que Akane no salão de exercícios vê o quanto
Tougane lembra Kougami, mas ele não é. E como ela sabe disto? Você pode dizer
que é obvio, mas ela que viveu ao lado do nosso tesudo cão de guarda, reconhece
facilmente que ambos possuem cores distintas. Por isso, ela lança um olhar
profundo para ele se exercitando, mas logo depois dá às costas. Por mais que se
assemelhe, ele não é o Kougami.
***
Eu gostei demais deste episódio, mais denso e com
acontecimentos em cadeia que dá mais substância ao que vemos no anterior. É
curioso e divertido como a personalidade da Mika está sendo tratado. Ao invés
de demonizá-la, mostram que ela não é uma pessoa de más intenções e que todos
se acostumaram ao seu gênio. Ela apenas possui uma visão turva das coisas,
inexperiência e grande orgulho, mas todos a tratam como uma filha caçula e
mesmo quando dá motivos, ninguém perde o controle, apenas tentam aconselhá-la de modo
fraternal e adulto [ou simplesmente a ignoram como se ela fosse uma criança
pirracenta]. Ela soube até ser divertida em alguns momentos, quando debocha da
sugestão de Gino sobre o WC – eu ri tanto. Ela e Gino talvez formem uma bela
parceria (duvido que romântica).
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
Roteiro: Jun Kumagai
Diretor Auxiliar: Tomoya Takahashi
Storyboard: Tomoya Takahashi
Diretor de Animação: Koutarou Nakamori
Composição de Roteiro e argumento: Tow Ubukata
Direção: Naoyoshi Shiotani
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- aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh isso foi tãaaaaaaaaaaaaaaaaao, tãaaaaaaaaaaao fofo!!! OMOCHIKAERI! Quando é o Gino que chama a atenção dela, ela fica puta da vida, mas quando é a Yayoi, fica deredere. DESCULPE SHION, JÁ ESTOU SHIPPANDO HAAARD, PPK ONFIRE!
-Assim como Kagari, Hinakawa Sho adora doces e é aquele personagem "diferente", mas ao contrário do Kagari ele é introvertido. Adorei ele, não parece ter muita confiança em si mesmo.
-Deixa eu contar pra vocês. Ontem eu tive uns sonhos loucaços (novidade nenhuma), e entre eles sonhei com Psycho-Pass (LOOOOOOOOL, raramente sonho com animes de séries, mas já sonhei que eu era a Saya de Blood-C e eu tinha uma katana e usava aquela sainha, e eu era linda e sexy matado monstros e saltando casas), e no sonho a Akane (parecia ser ela, mas não sei ao certo porque estava distante, mas pensei que fosse ela e agora não tenho certeza poha nenhuma) levava um tiro. Ai eu acordei um tanto inconsciente pensei "bah, morrer eu sei que ela não vai morrer". Ai chega hoje e é a Aoyanagi-san quem se fere. Como dizem, os significados dos sonhos são invertidos e nada exatos.
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