sábado, 28 de março de 2015

Yuki Yuna Wa Yusha De Aru: Yuki Yuna is a Hero (2014)

Mais um mahou shoujo que afim de maltratar suas garotinhas meigas. 
Depois da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Fria, os super-herois foram perdendo um pouco do seu misticismo. A sociedade foi se tornando menos ingênua e a jornada do herói foi se tornando mais mundana, enfrentando conflitos comuns a pessoas mortais e se deparando com as consequências que se tornar um defensor da justiça traz. Fate/Stay Night é praticamente um estudo sobre a dicotomia do querer se tornar herói contra o choque de realidade que se percebe ao redor. Garotas mágicas é um gênero clássico que lida com o heroísmo pela ótica da personagem feminina, e embora desde o seu advento já tenha havido obras que ilustram o alto preço cobrado por uma vida de heroísmo, como Magic Knight Rayearth, Madoka Magica é sem dúvidas a obra que melhor soube projetar este aspecto nebuloso por trás dos sonhos de cada garotinha em se tornar uma heroína capaz de lutar, salvar o mundo com lindos uniformes e transformações. E surgiu num momento propicio, quando o gênero [assim como os animes, em si] já estava bem sedimentado e amadurecido na visão e memória de todos – neste sentido, por mais que você nunca assistiu um, ainda assim têm uma ideia do que é um mahou shoujo. Portanto, a comoção que causou tem sua razão de ser. Com isso, qualquer obra que surgisse com temática similar pós-Madoka, estaria fadada a comparações e a uma sombra talvez não muito confortável.

Não foi diferente com Yuki Yuna Wa Yusha De Aru (Yuki Yuna is a Hero/ Yuki Yuna é uma heroína), anime que surgiu de um projeto multimídia (anime, mangá, game, light novel) denominado Takahiro IV Project, que inclui quatro títulos escritos por Takahiro durante 2014, sendo eles a visual novel Shoujo-tachi wa Kouya wo Mezasu, com participação de Romeo Tanaka, Matsuryuu e a equipe do cultuado Cross+Channel; a adaptação em anime do seu popular [no ocidente] mangá Akame ga Kill, e a light novel Washio Sumi wa Yusha de Aru, um título com conteúdo bem diferente do que se vê no anime, retratando os dias antes delas se tornarem garotas mágicas. 

Com direção de Seiji Kishi (Angel Beats!, Kamisama Dolls, Jinrui wa Suitai Shimashita, Persona 3 The Animation) e escrita de Makoto Uezu a partir do argumento de Takahiro, Yuyuyu (como se convencionou chamar) é mais um desses animes de garotinhas mágicas que veem com grande entusiasmo a ideia de serem heroínas, mas que são obrigadas a lidar com um peso maior que seus ombros podem suportar. 
A história se passa no ano 300 da era dos deuses, em que a heroína Yuki Yuna (Haruka Terui) vive uma vida comum e ordinária ao lado de suas amigas Mimori Togo (Suzuko Mimori), Fuu Inubouzaki (Yumi Uchiyama) e Itsuki Inubouzaki (Tomoyo Kurosawa), participando diariamente do clube do herói, em sua escola. O anime se desenvolve em cima de suas atividades de clube, que envolve atividades filantrópicas, ou seja, ações comunitárias ao qual elas atribuem o verdadeiro significado do heroísmo. Na série, acompanhamos seu dia-a-dia e os conflitos que surgem entre essas amigas, especialmente quando elas recebem o chamado para se tornarem heroínas e combaterem estranhas criaturas chamadas “Vertex” em uma realidade paralela. Com o tempo, aprendemos que elas agem em nome de uma entidade mística chamada Shinju-sama, que lhes atribuem poderes/habilidades específicas à personalidade de cada uma. Existem várias garotas mágicas no mundo, são escolhidas de acordo com a sua capacidade de serem boas heroínas para atuarem em suas próprias regiões. Sua função é defender o deus/deusa Shinju dos terríveis Vertex, criaturas que caíram em pecados. Mas por que defender Shinju? A resposta é obvia afinal se trata da entidade que é o pilar de sustentação do mundo e cada ataque proferido contra Shinju, é sentido no mundo. Uma coisa muito legal é que, como as batalhas ocorrem em um universo místico, quanto mais os Vertex se aproximam do território de Shinju e atacam sua barreira protetora, as consequências são sentidas no mundo através de tremores, terremotos, furacões, tsunamis, que todos encaram como ocorrências naturais, embora suas causas sejam mais profundas ali na série.  

Vemos que as heroínas de Yuyuyu encaram o ato do heroísmo com um olhar quase santo, através de uma perspectiva de pureza, e ainda que elas estejam sempre pensando no bem ao próximo cada vez que praticam uma ação, há algo de idealizado como encaram isso. Em suas cabecinhas de meninas de 13/14 anos, um ato de bondade e virtuosismo é uma causa nobre e pura, e de fato, para o que elas se dispunham a fazer pelos outros em seu clube a recompensa sempre fora a mais calorosa das satisfações, afinal, o máximo que elas davam em troca era seu tempo livre. No entanto, para tantos outros atos de heroísmo, a recompensa não é tão doce e se exige um auto sacrifício que nem mesmo adultos digeririam bem, menos ainda uma criança. Como nos ensinou Fausto, tudo na vida cobra seu preço. No caso de Yuyuyu, é interessante que os poderes são oriundos de uma entidade divina, não humana, e, portanto teoricamente se espera que a recompensa para uma atitude nobre seja uma benção divina e não uma maldição, o que faz com que elas encarem as consequências com bastante revolta e incompreensão. O preço cobrado por Shinju-sama é mantido em suspense até dado momento, mas é lógico e tem um peso que não parece grande num primeiro momento, mas é ampliado de acordo com as necessidades de cada personagem e a medida que o tempo passa, se tornado mais pesado e doloroso. 
Yuyuyu é um anime de boas ideias, mas pessimamente estruturado, com roteiro e direção apáticos que fazem pouco para injetarem vida e sentido de urgências às ações da série. O argumento de Takahiro ganha forma através de uma direção frágil de Kishi que demonstra certa deficiência em explorar melhor os temas que são caros ao enredo, e um roteiro igualmente sem imaginação que narrativamente falha em dar convicção as ações e sentimentos das personagens, a nítida impressão que se tem é que ele apenas preenche os pontos marcados com diálogos clichês e dramas previsíveis. Não que o clichê a previsibilidade seja um problema por si só, caso contrário não seriam ferramentas narrativas utilizadas à exaustão ao ponto de não haver muitas saídas super originais mais, mas pela forma insonsa como é utilizado. O modo como cada elo do enredo é conduzido demonstra uma incapacidade assustadora de se construir conflitos. A nítida impressão que se tem é que Kishi e Uezu não acreditavam no projeto que tinham em mãos. Isso gera um contraste curioso, pois há a postura caricatamente fabulosa das personagens, as transformações, habilidades, o universo mítico colorido [quase onírico] com criaturas imageticamente excêntricas e a interação entre as personagens que tem razão de existência em querer despertar a empatia e sentimento de proteção, mas soa como um quadro desbotado na parede, que você olha e percebe as intenções do autor, mas sofre com a ausência daquilo que seria primordial para uma sintonia simétrica. 

Pode parecer que há muito de subjetivo e pouco de lógica nesta crítica, e claro, toda crítica é por natureza subjetiva em algum nível, mas a narrativa de Yuyuyu sofre com um mal de estruturação e estimulação de conflitos que são óbvios. De 12 episódios, 9 são dedicados a nada-, digo, claramente possuem a proposta de criar em nós empatia e apego ao cotidiano comum e feliz das personagens, para depois, no clímax, apresentar a quebra; a loucura, a insanidade, a perda de controle emocional, instabilidade e o drama de ter seus sonhos feitos em pó. O problema é que o cotidiano das personagens é maçante e arrastado, com eventos que não propõe nada ao crescimento dos conflitos das personagens. Não acontece nada!, chegou um ponto em que eu comecei a implorar para que acontecesse algo de significativo. Não digo a respeito da ação, que só ocorre em 3 momentos distintos da série e nada mais, mas em relação a caracterização mesmo, boa interação. Na série, o que eles entendem por boa interação é colocar as personagens em um banho coletivo ou algo que envolva atividades em conjunto. Não que a grande parcela de slice of life de Yuyuyu seja ruim, ainda que chegue em um ponto em que se torne enjoativo e sem variações criativas, mas a quê ele se destina e o número de episódios em que isto acontece.
A protagonista Yuna, por exemplo, é uma personagem em 12 episódios sem qualquer razão especifica para existir ali, pois nem o papel de agente catalizador primordial ela desempenha. Madoka passa boa parte da história em seu anime sendo uma personagem “desinteressante” e inútil, mas ela tem um grande papel na equação daquilo tudo, até mesmo no fato dela ser “desinteressante” há um significado. Yuna não tem um motivo, não tem uma história ou motivação que realmente seja passível de interesse – ela sonha em ser uma heroína, mas por quê? De onde surgiu isso e qual a razão? Não existe. Não há nada por trás de Yuna. É uma personagem oca, vazia, sem sentido, que por um acaso é a protagonista. Togo, por outro lado, é a sua melhor amiga e é uma personagem muito mais interessante, e embora pudesse ter seu grande momento na história melhor trabalhado, ela é aquilo que mais me despertou atenção e interesse em Yuyuyu. Ela tem um conflito, tem uma razão por trás de suas ações, e ainda por cima é uma garota mágica cadeirante (!!!). Em quais outras séries você já viu algo assim? Puz, até o fanservice em torno da personagem é bem feito. É um conceito legal e a personagem tem um pano de fundo envolvente, com certo grau de complexidade. O seu conflito em relação às pernas é algo que tem uma boa abordagem, tratado sempre indiretamente ou através do comportamento da própria personagem. Assim, não era preciso ela dizer abertamente, pois suas ações deixavam claro sua amargura e conflitos por não ter os movimentos das pernas. Seu drama quando todas são convocadas para se tornarem mahou shoujo e vão se transformando uma a uma é pungente e lindo em suas tentativas de fuga e negação.

É um ato isolado, claro. Tenta se explorar o fator da amizade de Yuna e Togo para a eclosão do conflito no clímax da série, mas não funciona muito bem, justamente pelas deficiências já citadas. A amizade entre elas é bonitinha e acolhedor, mas falta diálogos ou sequências que tornem isto mais forte. Além disso, a importância da Yuna é dissolvida nas ações de Togo pela equiparação do coletivo, este que por sua vez perde em naturalidade pela forma abruta que é contada – não é através de um flashback no último momento que fará com que eu me envolva plenamente com o que irá acontecer. Ademais, o contribui ainda mais para a diminuição de importância de Yuna, é que os conflitos que estouram em Togo possuem sua própria razão de ser. Estes, que como já comentei, soam artificiais pela forma como é estruturado, especialmente se pensarmos tudo o que estava em jogo e o que Shinju significava – atitudes como da Togo só se tornam passíveis de envolvimento quando percebemos a crescente instabilidade emocional consumindo a personagem pouco-a-pouco, através DE episódios.
Suas ações são algo que realmente fazem sentido dado o contexto, no entanto, há aquela terrível certeza de que você acabara de ser manipulado e tudo ao fundo soa extremamente fake. Por isso a importância da construção gradual com certa ênfase na narrativa. Como o drama de certa personagem que tem o sonho de se tornar cantora, mas perde a fala como consequência de ter utilizado muitos seus poderes. É algo que você enxerga com exatidão no que vai dar, somando 1+1, mas que poderia se contornado facilmente dando mais substância ao conflito, mas é tão superficial e nítido o quanto ele será utilizado e apenas como ferramenta de roteiro que quando ocorre, por mais que a cena peça envolvimento, o sentimento de indiferença acaba por ser maior. Ainda mais quando ela é apenas um pivô para o arroubo de sua irmã, Itsuki, uma personagem extremamente artificial. Isso é algo que poderia ser corrigido com a existência de tramas paralelas, contudo a direção e roteiro de Yuyuyu fazem apenas replicar pontos específicos do enredo, utilizando flashbacks ou centralizações pontuais para informar.
Com isso, Yuyuyu poderia facilmente ser uma produção mediana, que sofre com ausências disso e daquilo, incapacitando-o de ser algo maior a ser repercutido no futuro mesmo através de um pequeno culto. Mas acaba ficando num nível ainda mais baixo se levarmos em consideração o episódio final. Que trai completamente a crença mais forte dentro daquele universo, para entregar um final feliz. Se você pensar em Madoka, por mais que muitos odeiem o final, ele respeita a lógica daquele universo, no sentido de que o sacrifício é necessário. Yuyuyu passa uma borracha por cima de tudo. É como se todo o conflito anterior não tivesse mais razão de ser. É como estar assistindo ao final de Clannad After Story, só que pior e sem aquela atmosfera poderosa criada em torno de si através de todos os episódios. A arte como entretenimento é isso, é a arte de saber manipular, e pra isso e preciso fazer que nos esqueçamos por alguns momentos que estamos sendo manipulados a sentirmos tudo o que sentimentos. Yuyuyu não me deixava esquecer.

Nota: 4/10
Direção: Seiji Kishi
Roteiro: Makoto Uezu
Argumento original: Takahiro
Musica: Keiichi Okabe (MONACA)
Estúdio: Studio Gokumi
Páginas: MAL, ANN

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