Pergunta.
Aqui, temos um exemplar episódio de como a continuidade contínua (oi) traria um efeito benéfico para vários dos episódios de UBW, enquanto que a continuidade seriada acaba se revelando um anticlímax natural, resultando num ritmo repleto de solavancos. O episódio anterior é excelente, no entanto a sua conclusão em seqüência, aqui, perde bastante do brilho em um desfecho de pouco impacto atmosférico, se perdendo entre uma semana e outra. Uma maratona de vários episódios seguintes talvez resolva isto? Na verdade não, já que o problema é estrutural. Ou seja, está diretamente relacionado à estrutura de concepção do cenário; roteiro, storyboard, imagética, trilha sonora – Enfim, talvez isso pudesse ser solucionado com um olhar artístico mais apurado por parte da direção, na organização do planejamento, fazendo com que a catarse ocorresse no próprio episódio anterior, embora o impacto do seu término não teria o impacto que teve. Mas divago. Pensar em sis é quase sempre um exercício inútil.
Novamente o efeito de eco é utilizado na narrativa de modo a levar a uma melhor compreensão para aquilo que a direção talvez não tenha encontrado melhores meios para expressar com maior sutileza. Fazer-se entender na transposição das palavras para a imagem pode ser complicado sem que se acarrete ao exercício didático. Eu penso que, ao contrário do episódio anterior, entre outros, porém, este não conseguiu se sair tão bem neste artifício. Quero dizer, mesmo que no anterior se perceba o recurso do eco, há uma atmosfera e construção que anula ou tira um pouco do peso dos efeitos maléficos que isto pode ocasionar. Afinal, tomado por um torpor, geralmente se tende a relevar tais coisas. Mas em determinada sequência do episódio, há coisas que o Gilgamesh diz, que já são conhecidas mesmo pelos neófitos, que soam obvias, mas Saber ao agir como que ignorante mediante a informação, soa estupidamente tola e burra, tal como Shirou na versão Fate, do estúdio Deen (e também na visual novel, apesar do recurso ser emprego à exaustão para lembrar o leitor das regras do jogo). A razão para a parceria entre magos e servos é justamente pela impossibilidade de ambos agirem isoladamente, com a exceção de Gilgamesh, que é um caso a parte, ou o próprio Archer, que também tem as suas razões bem próprias – e ainda assim, ambos estiveram até certo ponto relacionados a um mago.
O desenlace entre Archer e Shirou tem seus aspectos bons e ruins. De ruim, o fato de soar exageradamente piegas na entonação da abordagem, mas sem a força dramática necessária ao contexto. Pareceu longa demais toda a cena que antecede à desaparição de Archer e posterior a vitória de Shirou, o que fez com que transparecesse um certo vazio no nucleio. Algo que, por exemplo, não se percebe no original, que demonstra um timing muito mais exato na economia dos diálogos e expressão da compacticidade dos dois personagens antagônicos. Por outro lado, o caminho encontrado para tornar sólido a decisão de Archer amolecer o espírito ao ponto de ceder a vitória ao Shirou, sem que isso soe contraditório, foi bastante satisfatório. Digo, Archer por si próprio é um personagem de emoções e ações contraditórias, isto faz parte irrevogavelmente do seu caráter, e aquilo que torna sua figura humanizada – no entanto, a impressão de que o roteiro possa estar sendo contraditório e por conseqüência, o expectador se sinta ludibriado, é um equivoco fatal. A narrativa precisa encontrar modos de fazer com a audiência creia naquilo que está lhe sendo passado, mesmo que pareça absurdo ou inverossímil com o nosso mundo, no universo ficcional tudo aquilo precisa parecer verdadeiro. E a produção da série foi feliz em conseguir evidenciar por meio de imagens, ao invés de diálogos, o que levou Archer e esmaecer tanto frente ao Shirou.
Claro, simbolicamente foi como encarar um reflexo do seu passado e reencontrar com algo que havia ficado dormente e quase esquecido dentro de você. Como quando abrimos o álbum de fotografias e reencontramos com velhas emoções e sentimos novamente tudo aquilo como se tivesse acontecido ontem. Mesmo o anime sendo extremamente feliz nesta parte, ainda não consegue deixar tão claro a gama de emoções que passavam por Archer, e creio ser muito difícil para o meio visual enfatizar tais emoções vindo de um material adaptado; ele fora seduzido por seu antigo sonho de herói ao ver como Shirou não se rendia, chegando ao ponto de não mais querer matá-lo, mas sim ver até onde podia seguir apesar de tudo. Foi particularmente belo o momento em que ele é obrigado a defrontar com a criança ingênua frente a um desiludido Kiritsugu, e a forma como ele lamenta ser defrontado por aquelas memórias. É um momento tão singelo, que o sorriso em minhas faces se congelou. No fim,
Archer não foi derrotado fisicamente por Shirou, o que seria implausível mesmo para um Archer debilitado com apenas 1/10 de suas forças (aliás, no anime ele leva Shirou para sua reallity marble, coisa que não acontece no original justamente por seu estado debilitado – no entanto, é algo que podemos tomar como uma licença poética do meio visual), mas como já comentei anteriormente, esta era uma batalha do campo metafísico; de natureza simbólica e internalizada. O que faz com que Archer entre em conflito sobre a possibilidade de já ter encerrado aquela batalha, porém, isto não faria dele o perdedor natural? Ou seja, o duelo era verbal, na tentativa irracional de demover Shirou. Algo instintivo e de pouca razão racional, que o leva persistir mesmo quando não se lembra mais nem quem é.
Um tanto sem sentido é a aparição da SABER AFTERLIFE, tornando a situação abstrata demais para o expectador comum, e sem ponto de sustentação direta. É um elo perdido, se desconsideramos a existência de um anime da rota Fate, embora os leitores certamente compreendem o sentido da cena em sua exatidão, onde a Saber revolvida consigo mesmo defronta-se com aquela que ainda persiste, num análogo a Shirou e Archer; e por fim ela toma sua decisão, ao perceber a armadilha em que caíra. Mas, em sentido paralelo, a forma como ligam as pontas soltas deixadas no anime de Fate/Zero (vamos colocar desta forma) e finaliza seus arcos dramáticos torna UBW uma autentica seqüência, sem maiores disparidades. Com isso, Saber percebe o equivoco do seu desejo – algo que ocorre mesmo no UBW original, se não me engano –, pois o Graal não pode realizá-lo, sendo a ferramenta que é, formando assim um elo à aparente atitude inexplicável de Kiritsugu no último episódio de Zero, que a ordena que destrua o cálice sagrado, ao compreender a sua real natureza – essa atitude provoca a destruição de parte da cidade de Fuyuki, assim como com a vida de milhares de pessoas; entre elas, a de Shirou, que como a Fênix mitológica, renasce das cinzas como uma nova pessoa.
É interessante a uniformidade deste argumento. Uma das epifanias que mais gostei de descobrir em UBW é sobre a real natureza destrutiva do Graal, e que com a exceção de alguns personagens, o quão tolos são aqueles que desejam tê-lo para realizar seus ideais. Soa até cruel. De certa forma, é como se ele revelasse a verdade sobre tais ideais. Deste modo, a única serventia que algo assim teria, seria para personagens como Kirei – e recentemente Gilgamesh, que outrora o olhava com desinteresse, descobriu nele uma maneira de tentar se reaproximar novamente da nostálgica era dos deuses. Ou algo assim. (mas, claro, a melhor representação da essência verdadeira do Graal, só veremos em Heaven’s Feel. Em UBW o que vemos é apenas um aperitivo para o prato principal)
Avaliação: ★★★★★
Staff do episódio:
Roteiro: Kazuharu Sato
Diretor do episodio: Takuro Takahashi
Storyboard: Takahiro Miura
Direção de Animação: Shunya Kikuchi, Mieko Ogata, Yuka Shiojima
Direção: Takahiro Miura
-Próximo episódio...TRANSPLANTE DE MANA
-Que ofensivo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! (dsclp, não vou traduzir, porque é imoral e somos um blog familiar e evangelizado)
-KYAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH Gilga está submergido nuzinho e gosttoso em todos os males do mundo, enquanto admira as estrelas. É o meu modelo de homem ideal /que não mentira verdade *apaga*
-Tomokazu Seki interpretando o Gilga deveria ser considerado patrimônio da humanidade ;) porque né, cada vez que Gil aparece, as pussy colapsa
-Não é interessante como isto se parece com a boca de um esgoto jorrando imundices e poluindo geral? Bacana.
-Shinji mitando! Serei muito doente se confessar que eu desatei a gargalhar e considero essa melhor cena do episódio? Oh, eu sei, eu sei. O pobre é um personagem coitado no qual somos levados a repudiá-lo e a que este tipo de cena se destina, Mas é inevitável! Ficou épico, com toques de sadismo.
-Esses caras do Ufotable....
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