segunda-feira, 22 de junho de 2015

EvangelionDay Relembra o Dia em que Shinji Entrou no Robô

É em um dia como hoje, que tudo começa para o garoto Shinji.
Diversos usuários das redes sociais fãs de Evangelion celebram com carinho nostálgico o #EvangelionDay. Foi em um dia como hoje, após o dia dos pais (21), que em 22 de Junho de 2015 o cientista determinado e objetivo Gendo Ikari se reencontra novamente com seu filho Shinji, depois de vários anos de distanciamento, e lhe pede para entrar no robô (wuaaaahhh). Parece sádico que isto se dê logo após o dia dos pais, onde Shinji mesmo com profundo rancor, espera que esta seja uma tentativa de reaproximação de seu pai, quando na verdade o que se espera é que o garoto possa arriscar sua vida em máquinas-simbiontes gigantes contra bestiais criaturas alienígenas.

É engraçado isso, pois creio que nos primórdios da década de 1990, quando se iniciou o planejamento de Evangelion, ninguém esperava que a série fosse chegar de fato ao ano de 2015 ainda em plena atividade. Lembremo-nos que durante os anos de 1980 e 90 havia todo um fascínio místico em torno dos anos 2000, encarados como os anos de profunda revolução tecnológica (como de fato se provou ser, mas inferior ao fantasiado pela ficção) e com indistinta incógnita messiânica. Os anos 2000 são anos clássicos no universo Sci-Fi, e é um tanto curioso observar estas obras que utilizam este período, em o quanto a tecnologia de seus mundos se tornaram anacrônicas, mesmo que contendo mecanismos avançados que ainda estejamos longe de alcançar – seus designs colocam estas obras na charmosa terminologia “Retro-futurista”. Eu diria que Shinji com seu emblemático toca-fitas nos novos filmes da série Rebuild é mais marcante e insinuoso do que seria no contexto adequado. 
O episódio de estréia que se situa na data de hoje, O Ataque do Anjo (Angel Attack–Apostle Approach) é um episódio básico de estruturação clássica, apresentando os principais pontos de conflitos que irão dar o norte do enredo e já colocando o protagonista dentro do “mecha”. É lugar comum, e ainda assim é um dos melhores e entusiásticos episódios de estréia que já assisti. Belissimamente orquestrado, ele é convidativo e impactante; dinâmico e ágil – inclusive para os padrões atuais – em te envolver no cenário e despertar um misto de tensão e interesse por aquele universo. Drama, ação, fantasia, trilha sonora e especulação cientifica harmonicamente equilibrados em 24 minutos. É um episódio exemplar que conta com uma abertura simples e bem desenhada e ritmizada, com tamanha vibração atmosférica que insinuam um teor colérico, que seria difícil prever o que a série se tornaria após o primeiro cour. 

2015 é um ano mítico para Evangelion, e por conta disso, a enfim remasterização oficial da série clássica em lançamento em aguardada versão Blu-ray, o término do mangá, entre outras coisas, enfim acontecerem este ano; é verdade que também se esperava o encerramento da cine-série Rebuild com o lançamento do último filme, mas Hideaki Anno é imprevisível, assim como seus anseios e tormentas internas. É em parte o que fez de Evangelion o que acabou se tornando com o passar do tempo.