Infinita Criação de Espadas [e lágrimas].
UBW chega ao final do seu capítulo na história da animação japonesa, correspondendo o básico das expectativas dos fãs, e mesmo sendo indiscutivelmente melhor, longe de ser o “clássico” da primeira adaptação. Mas, afinal, os tempos são outros. FSN já não é uma surpresa. Ainda assim, destoa para o futuro com menor relevância que Fate/Zero.
Que os portões da divergência se abram e comece o risca-faca!
Devo dizer que chego ao final menos empolgada do que quando comecei. E que o segundo cour foi menos do que o que prometia ser. Não obstante, fora algumas arestas, esta segunda season segue como uma produção regular com alguns ótimos momentos. Este episódio, por exemplo, não é o que eu classificaria como ótimo (devido algumas circunstâncias que comentarei a frente), no entanto chega quase lá; sendo assim um caso distinto onde a BGM (background music) consegue alcançar o seu melhor momento em toda a série. A trilha sonora de UBW se seguiu bem irregular durante todo o percurso; e olha que essa é uma das poucas criticas a série que é quase unanimidade entre os expectadores – a verdade é que parecia mais com o gato de schorodinger (as vezes existe e é genial, outras vezes não). Mas desta vez, os “novos” arranjos de This Illusion (piano), Sorrow, Sword of Promise Victory, Emiya, Into the Night, New Dawn alinhadas às novas faixas foram utilizadas irrepreensivelmente – Se a atmosfera do episódio não chega a ser espetacular, é mais pela rivalidade de Shirou e Gilgamesh não ser tão forte em UBW quanto é em Fate; convenhamos, Gilga aqui é puro Az de Espadas, pois apesar de se encaixar perfeitamente na linha narrativa, ele é o personagem mais “Estranho no Ninho” desta série, que se centra na maior parte do tempo no antagonismo de Caster e rivalidade de Archer X Shirou. Nesse sentido, não há grande estimulação ou conflito existente entre Shirou e Gilga, a não ser o natural (e que não flui com tanta efervescência no anime, justamente pela ausência de Fate). Podemos dizer que Shirou e Gilga são rivais espirituais, justamente pela característica de combate de ambos, pra não falar do contrastante idealismo.
É por essa característica do fantasma nobre de cada um, que Shirou rivalizar quase que em par de igualdade com Archer e Shirou é algo que bate em nós com coerência lógica, uma vez que podemos notar o quanto Shirou vai se desenvolvendo e despertando gradualmente (melhor trabalhado e evidenciado na visual novel) suas habilidades. Em UBW, tudo isto soa com mais naturalidade que em Fate. Mesmo que a série animada peque um pouco neste aspecto, a estrutura de combate neste episódio consegue manter um tom lúcido e sólido ao levar Gilgamesh a ser superado e humilhado em seu próprio jogo, após Shirou conseguir criar seu próprio UBW. Foi glorioso. Mesmo amando o loirudo, meu coração ficou incontrolável diante sua superação, que em parte, se deve à sua própria arrogância.
Como vi Nasu comentar certa vez, é algo difícil considerar o potencial de Gilgamesh, uma vez que ele dificilmente leva a sério qualquer combate. E aqui, Shirou brilha como estrategista, pois ele não se contenta em contar com a ausência de afinco de Gilga, buscando vencê-lo através de sua debilidades como guerreira. Alguém já havia dito, o que faz dele um grande rival não são suas habilidades como combatente, mas a covardia do seu arsenal. Em um mundo tão próprio e duelando com alguém que dispõe de habilidades similares, o Gold Archer não parece tão amedrontador. Se para ele levar a sério uma luta com um falsificador como Shirou já seria uma humilhação, estar em desvantagem o deixa tão transtornado e com a mente colapsada, que o tornou uma presa fácil ao sacar a EA. Ufotable fez bem ao invés de mostrar Shirou projetando as armas, o que tiraria parte de sua vantagem sobre Gilga já que exigiria mana e tempo, retratá-lo utilizando o arsenal presente em UBW (no duelo com Archer isto não ocorre). Podemos interpretar também que, ao utilizar Rho Aias sem ao menos ter presenciado Archer a utilizando, se dá à sua maturidade como mago, ao utilizar sua conexão com Archer para ler a UBW.
A animação estava realmente boa, com cortes bem cinéticos, especialmente a coreografia de combate de Shirou em torno de Archer. Apesar do background da UBW continuar horrorosamente fake, os efeitos de fumaça, energia e pó entregam bons visuais – ainda acho as partes em que a Saber aparece são sempre desenhadas com mais dedicação nos pequenos detalhes. A excalibur é um estrondo!
Agora, eu falei de Az de espadas anteriormente, e poderia muito bem mencionar a desnecessária intervenção de Archer. Ele aparecer em um momento à parte para se despedir de Rin pode até ser encarado como uma licença poética, mas intervir no resultado final soa mais como uma falta de imaginação para criar a situação final de despedida entre mestra e servo. No caso de Shirou, ele não faz nada que o próprio Shirou não pudesse fazer. Na subtrama da Rin, as coisas acontecem de uma forma tão auto-imposta e megalomaníaco que ao invés de criar tensão e apreensão, tudo que consegue é a total indiferença. Há uma discrepante hipocrisia latente numa narrativa que sadicamente esfola e castiga um personagem cartunesco como o Shinji, para logo em seguida tentar convencer que ele é digno de qualquer tipo de compaixão. Ainda mais numa situação daquela. É impossível que eu possa aceitar a aparição de Archer como qualquer coisa virtuosa, e nisto, para mim, está abaixo de qualquer Key Magic. É só horroroso mesmo. Portanto, vou me resguardar e me abster de comentar o Graal se transformando numa massa gigante com pernas e braços à lá last boss de Blood-C The Last Dark.
E que venha o final verdadeiro! Saberfãs, o choro é livre!
Avaliação: ★★★★★
Staff do episódio:
Roteiro: ufotable
Diretor do episodio: Takahiro Miura, Masashi Takeuchi
Storyboard: Takahiro Miura
Direção de Animação: Takuya Aoki, Tomonori Sudou, Hisayuki Tabata
Direção: Takahiro Miura
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