Manglobe está falido, segundo Animador do Estúdio

A hipotética falência do estúdio de Samurai Flamenco e Samurai Champloo foi o assunto mais quente do dia de ontem entre aqueles que respiram diariamente os bastidores da indústria da animação!

Manglobe já foi um estúdio tido como muito promissor, quando em seus primeiros e dourados anos lançou as produções altamente originais (não apenas no sentido de ineditismo do enredo, mas também excentricidade do argumento) de Samurai Champloo (2004), Ergo Proxy (2006), e Michiko to Hatchin (2008); todos estes elevados pela crítica, especialmente Samurai Champloo, o mais reconhecido pelo maistream – dirigido por Shinichiro Watanabe. A partir de 2008, Manglobe cessaria sua linha criativa de obras originais e passaria a se centrar exclusivamente em adaptações e serviços terceirizados. Somente em 2013 ao lançar Samurai Flamenco o estúdio voltou a suas origens com uma produção desconcertante que deu muito o que falar, mas só isso mesmo, pois ninguém – novamente – comprou.

Assim, enfim, depois de alguns anos de boatos em relação ao que estaria se passando com o estúdio, a fumaça ganha forma e revela um incêndio interno que parece fora de controle. O animador Toshio Kobayashi escreveu em seu perfil no twitter que devido à falência do estúdio a sua renda para este mês e o próximo simplesmente desapareceu. O post que ele escreveu sobre a suposta falência do Manglobe foi apagado logo em seguida, mas seu urgente pedido de trabalho ainda permanece online.

Seu colega animador, Hideto Komori, também no twitter revelou que ao questionar se seria pago ficou chocado com o e-mail de confirmação. Ele ainda observou que o site oficial do estúdio estava off-line e por isso não conseguia se conectar e ia precisar arrumar um trabalho novo. Segundo ele, está procurando se informar de como os funcionários podem recuperar seus salários atrasados de uma empresa em falência, e que esta seria a primeira coisa que ele iria procurar confirmar por telefone nesta quinta-feira. O roteirista Shigeru Morita, por sua vez, comentou que uma companhia não especificada, aparentemente, foi a razão da franca falência do Manglobe.

Bem, estúdios de animação levando calote ou tendo dificuldades de receber do cliente não é nenhuma novidade na indústria – poucos vão a publico anunciar essas coisas, como ocorreu anos atrás com o Production I.G. que estava com uma conta milionária não paga –, mas se tratando de um estúdio de arrecadação baixa, como claramente é o Manglobe, certamente uma conta alta pode derrubar todo o castelo de cartas.

Gangsta

Manglobe esteve envolvido recentemente na produção de Gangsta, um dos animes mais bem comentados da temporada anterior, e também produziu Genocidal Organ (Gyakusatsu Kikan), projeto do bloco noitaminA da Fuji TV para os cinemas, parte de uma série de adaptações dos romances de Keikaku Itou, denominado Project Itou que tem data de estreia marcada para 31 de Novembro deste ano. Felizmente, qualquer que seja a situação atual do estúdio, aparentemente não irá influenciar na entrega do projeto, que já está praticamente concluído.

Todos os nomes citados são de pessoas diretamente envolvidas, ou que já se envolveram profundamente, com o estúdio, como funcionários de longa data. Manglobe foi formado em 2002 pelos produtores Kobayashi Shinichiro e Kochiyama Takashi, ex-funcionários do estúdio Sunrise, da franquia Gundam. O nome do estúdio é resultado de uma romanização equivocada da palavra “mangue”, que se refere a forma como o estúdio pretendia ser um ecossistema onde várias ideias e talentos iriam se misturar e criar novas criaturas. Bem, o fato é que dos estúdios adorados pelos otaquinhos, o Manglobe é um dos menos conhecidos. Em outros tweets, Hiyori Akishino, que trabalhou como designer para as adaptações do Manglobe de Hayate no Gotoku! Can not Take My Eyes Off You (2012) e Hayate no Gotoku! Cuties (2013) soltou algumas queixas em relação ao estúdio. Akishino afirma que sua equipe foi mal atendida durante a produção de ambas as séries e não foi compensada com as receitas provenientes do licenciamento em inglês.

Acontece.

Enquanto isso, fiquem com o vídeo promocional do sci-fi Genocial Organ, que conta com a Egoist na trilha sonora! Ansiosa!