Saudações
do Crítico Nippon!
Como
todos sabem, o Crítico Nippon gosta de absolutamente tudo. É até difícil pensar
em coisas que não goste. Tanto que em mais de 5 anos de Elfen Lied Brasil,
trago a vocês, sem esconder nenhum, os únicos textos em que realmente desgostei
de algo: Shingeki no Kyojin (segundo texto), Hoshi Wo Ou Kodomo e Psycho Pass2. Sim, é isso. Três obras apenas, meus amigos. Você não encontrará mais
elogios na internet em uma coluna do que na coluna Crítico Nippon. Dito isso,
ainda que fã absoluto de Star Wars (faço maratonas anuais há 10 anos, com fotos
no meu perfil do facebook para provar), isso não me impede de amar imensamente
o universo de Star Trek. Porém, o que me faz gostar mais do primeiro é
justamente o tom fabulesco, a magia, o bem contra o mal (vide minha trilogia
Cidade das Trevas). Ao invés da racionalidade de seu querido rival. E é esse
tom mágico que nos faz acreditar em algumas coisas racionalmente “improváveis”
(pra não dizer “impossíveis”), como o fato dos personagens ficarem mais fortes
sem realmente treinarem o físico. O contrário de 98% dos animes, óbvio, que
empolgam justamente através de cenas de ação de treinamento. No entanto, tentei
buscar alguns exemplos nas animações que seguem a lógica de Star Wars e discutirei
um pouco porque isso acontece.
Luke
faz a legítima Jornada do Herói e, com ele, aprendemos tudo sobre aquele mundo.
E esse é o treinamento. Obi-wan sequer o treina fisicamente (uma única vez, na
Millenium Falcon) e mesmo essa atividade tem mais a ver com sentir o mundo ao
seu redor e clarear a mente. O mesmo ocorre com seu segundo mestre, Yoda. O
treino físico aumenta minimamente, com Luke correndo e levitando pedras. Porém,
seu aprendizado e percepção para com a Força aumentam exponencialmente. Seu
aprendizado é o nosso aprendizado. Saber mais sobre aquela energia que liga
todo o universo e dá poder aos Jedi desenvolve mais o personagem que qualquer
treino físico poderia fazer. Ao acompanharmos o crescimento espiritual de Luke
Skywalker automaticamente aceitamos que ele está mais forte fisicamente.
Racionalmente, não faz o menor sentido, mas funciona brilhantemente.
Não
é, nem nunca foi, um EXERCÍCIO numa ACADEMIA com FAIXAS de graduação e toda
caganeira inventada por George Lucas mais tarde. Ficar mais forte não é questão
de ser abduzido com 3 anos de idade por um bando de monges que lhe entregam um
sabre de luz irresponsavelmente. Não é questão de subir de level ou status ou
focus mana. Yoda não é mais forte porque faz apoios e abdominais por 900 anos, jamais
foi o físico a questão. Por isso as lutas na trilogia clássica podem se dar ao
luxo de não terem graça ou harmonia. São apenas duas pessoas desajeitadas tentando não
serem acertadas. Como seres humanos reais em que podemos nos identificar. O
mesmo ocorre igualzinho no combate de The Force Awakens, que provavelmente é a
segunda luta mais feia de toda saga. E isso não importa nada para a história.
No
caso dos animes, é óbvio que mostrarem o treinamento físico quase sempre será a
melhor escolha. Isso envolve o público alvo dos shonens e a própria liberdade
que a animação proporciona. No entanto, existem alguns exemplos que seguem o “treino
espiritual”. É o caso de um dos primeiros de Yoh Asakura, o
protagonista de Shaman King, que não a toa é um dos melhores mangás de todos os
tempos. Ele precisa atravessar uma caverna e passará dias lá dentro, apenas
tateando no escuro, o chamado Buraco do Yomi. O autor cria uma gigantesca
expectativa através das falas de seu avô e da esposa Anna. Assim,quando o vemos
saindo incrivelmente melhor do que esperávamos, aceitamos o seu Over Soul
evoluído sem problemas. É um desenvolvimento de personagem ocorrendo diante de
nossos olhos, mas sem nada de físico.
Outro
caso é o do Ken Ichijouji, mais conhecido como Imperador Digimon. Apesar de
controlar inúmeros digimons gigantes e poderosos, jamais conseguiu fazer seu
próprio parceiro, Wormmon, digievoluir. Devido aos maus tratos, arrogância,
delírios de poder, enfim, o óbvio. E é bacana que um reflexo de sua evolução e
redenção como Ken seja expressa justamente ao conseguir fazer o seu próprio Digimon
evoluir para Stingmon. Não precisou de uma grande batalha e perigo, apenas o
desenvolvimento da relação entre ambos.
Finalmente
chegamos ao meu exemplo favorito, saído de Avatar – A lenda de Aang. No
episódio Os Mestres da Dominação do Fogo, Zuko perde suas habilidades de fogo.
E como é brilhantemente explicado, foi devido à perda de seu ímpeto em caçar o
Avatar. Ele precisava se focar novamente em uma nova causa. Assim, sua evolução
executando umas das mais belas sequências que eu já vi, a Dança do Dragão, é
brilhante. A fotografia é cinematográfica, bem como a estupenda trilha sonora,
e basta alguns poucos passos de dança em sincronia com seu antigo inimigo, para
nos convencer de que ele encontrou seu centro novamente. É uma evolução tão
bela e que nada tem a ver com o físico, e sim um personagem fabuloso crescendo
na nossa frente.
Por
isso que o Batman vencendo o Bane em Cavaleiro das Trevas Ressurge, por exemplo,
é ridicularizado por tanta gente. Ele fez apenas alguns apoios na prisão e
exercícios físicos. Não passa a sensação de que algo mudou e que é o suficiente
depois da surra que tomou. Faltou desenvolvimento aí. Portanto, basta saber que
o público acreditando que o personagem mudou internamente vai acreditar em
qualquer coisa que ele fizer fisicamente sem sequer perceber.
(Para mais dos meus textos, é só ir no menu "Crítico Nippon")
@PedroSEkman
Star Wars, Guerra nas Estrelas, O despertar da Força, animes, filme, Darth Vader, crítica, análise, resenha, review, comentários, estudo, Shaman King, Influências, Batman, Cavaleiro das Trevas
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