Está e a primeira vez que Kino no Tabi emprega a estrutura de um arco de dois episódios, e pela primeira vez vemos storyboards e roteiros pobres em um episódio duplo que é absolutamente decepcionante e previsivelmente chato.
No decorrer dos dois episódios são empregadas ferramentas de roteiro que suscita a curiosidade do fã notívago da série que espera ser surpreendido por uma resolução reflexiva sobre o Ser e suas ações, como têm sido de praxe – surpreendentemente o que observamos é um desfecho desprovido das melhores qualidades da série, que tornou Kino no Tabi um ícone da animação. Todos os por quês vêm em respostas planas e desinteressantes com uma jornada dupla que reutiliza conceitos já avistados anteriormente de uma forma morna e pouco inspirada. Fica a sensação de uma transa onde o clímax é estritamente unilateral: o parceiro goza mecanicamente vira para o lado, dando por finalizado sua missão, embora do outro lado esteja alguém que está longe de se sentir saciado.
O percurso da trama, nos fim das contas, se resume a combates de battle shounen pouco inspirados e uma resolução plana em que o roteiro encontra uma solução fácil e uma moral que diz que os fins justificam os meios e que o ser humano é psicologicamente sucumbível à violência da vida – já vimos isso antes e muito melhor elaborado em Batman: A Piada Mortal.
Esperemos que a série volte à sua magnifica sutileza e dubiedade no próximo.
Diretor do episódio: Heisaku Wada (eps 7), Kooji Kobayashi (eps 6)
Storyboard: Heisaku Wada (eps 7), Kooji Kobayashi (eps 6)
Roteiro: Sadayuki Murai
Exibição original: 20 e 27 de Maio de 2003
Curta o Elfen Lied Brasil no Facebook
e nos Siga no Twitter