Dia primeiro de Outubro estreou aquele que na teoria, é um dos melhores animes da temporada de Outono. Claro que, falo isso embasada nos aspectos
técnicos, não estou falando como fã da Type-Moon. Agora, se na pratica
realmente vai se tornar o melhor anime da temporada e quem sabe, do ano, já é
outra história. Mas deixando o futuro de lado e nos focando no primeiro episódio
do anime, eu diria que Fate/Zero estreou de forma fantástica e tem tudo pra ser
um sucesso de crítica, mas talvez não caia no gosto popular, se tornando uma
série com aquele feeling elitista que Kara no Kyoukai possui – Dizem que Kara
no Kyoukai é unanimidade, quando na verdade, apenas não desperta o interesse coletivo
– e pelo primeiro episódio, o discurso aparentemente não será tão diferente.
A grande e dolorosa verdade é que Fate/Zero é muito mais
interessante para os fãs e apreciadores da Type-Moon, além dos amantes de
séries em período histórico/medieval, com aquele toque gostoso de magia, do que
para o publico em geral. Outro detalhe interessante, é que a atmosfera é
incrivelmente adulta e não apenas no character designer, mas também no suntuoso
dialogo dos personagens. Não chega a ser uma surpresa, mas curiosamente o tom
narrativo empregado no anime se aproxima mais de Kara no Kyoukai do que em Fate/Stay
Night. É meu amiguinho, dependendo do que você curte ai, poderá ser
extremamente chato e maçante, ou (como é
o meu caso) ser um alívio e tanto ver algo um pouco diferente do que
estamos acostumados a ver. Ecchi, harém, personagens vazios e enredo escolar, é
algo que definitivamente se fará ausente e não é que Fate/Zero tenha a história
mais adulta e fantástica do mundo, é apenas um anime que tem um pouquinho a
mais pra oferecer. E é importante olhar por esse aspecto, pois Fate/Zero não é
daqueles animes pra se assistir descompromissadamente. Para conseguir
acompanhar, terá que prestar o mínimo de atenção. É oito ou oitenta, onde o
meio termo se resume com o espectador dormindo e babando em frente ao
computador.
A Guerra pelo Cálice
Sagrado
Eu vejo muita gente em dúvida se pode ou não acompanhar
Fate/Zero sem ter assistido á Fate/Stay Night. Eu respondo que não só pode como
deve. Não vou adentrar no âmbito da questão sobre Fate/Stay Night (fica para um próximo post), mas
certamente será bem mais simples entender o que se passa em Stay Night depois,
quando já estiver submergido nesse universo que se dispõe a contar a origem dos
fatos ocorridos no anime anterior. Fate/Zero é um anime de fantasia, baseado na
Light Novel escrita por Gen Urubochi (da Nitro+), para a produtora Tipo-Moon.
Light Novel essa, que é um prequel (O que acontece antes do primeiro – Um evento
narrativo para contar algo que aconteceu antes da história original) da
visual novel Fate/Stay Night, produzida inteiramente pela Type-Moon, dessa vez sem envolvimento da
Nitro+.
Os eventos no anime, ocorrem 10 anos antes de Fate/Stay
Night e conta a história da quarta “Holy Grail War”, ou em bom português, a quarta
Guerra pelo Cálice Sagrado. Esse é um grande evento/torneio mágico secreto que
acontece de tempos em tempos, na cidade de Fuyuki, no Japão, onde sete magos que
são chamados de “Mestres” convocam por meio de magia, aqueles que são chamados
de “Servos”, que nada mais são reencarnações de heróis lendários que lutam
nessa batalha mortal, onde o “Mestre” vencedor, obtém o Santo Graal, um lendário
cálice mágico capaz de conceder ao ganhador qualquer desejo. O conceito é
requintado, mas tem o mesmo feeling de séries como Persona 4 (que estreia nessa temporada) ou do
fracassado [C], onde a pegada
shounen se concentra nesses duelos entre objetos/criaturas e seus donos. Vemos
isso também em Umineko no Naku Koro ni
e da mesma forma, Fate/Zero também faz abordagens como, aceitação do “Servo”
como sendo também uma pessoa e não um objeto e todo o drama proveniente disso.
Tem aquelas filosofias, que em Fate/Zero se encontra em uma abundancia maior.
Opinião
O primeiro episódio fez jus a toda a pampa do anime, com
duração de 50 minutos. Uma première digna para um projeto tão pretencioso. E eu
realmente gostaria que isso se tornasse bem comum em relação a grandes
produções. Com um pouquinho de esforço, podemos perceber as mãos de ferro do
diretor Ei Aoki e seu esforço para tornar a introdução de Fate/Zero, algo palatável
para todos os públicos, além dos loucos e surtantes fanboys da Type-Moon. Há
uma exacerbada e didática narrativa em torno dos eventos que desencadeou a Guerra
do Cálice Sagrado, que já vem do original. Obviamente, não vai agradar a todos,
mas se percebe uma intensidade em certos aspectos apresentados no anime e o
contundente cliffhanger, que é claramente um convite ao espectador disperso.
Mas deixando de lado os aspectos que envolvem a forma como a
história é apresentada, ressalto que foi uma ótima estreia. Somos apresentados
aos personagens que serão a engrenagem para a história, assim como suas
motivações – uma atenção muito bacana ao
background dos personagens e que tornará fácil a identificação com cada um
deles. Para quem só assistiu a versão animada de Fate/Stay Night, também
foi interessante, mas por outro ponto de vista. Como por exemplo, alguns
relacionamentos (e complexidades) entre
os personagens que no primeiro anime, não é tão obvio e deixa uma sensação de vácuo.
Ao se deparar com isso, institivamente, vem aquele “uau, que legal”.
- Essa cena ficou FANTÁSTICA!!! A animação dos germes e quando abrem o plano e mostra todo o local abarrotado de larvas, dão até um certo nervoso.
E não vou encerrar o post, sem comentar o que para mim, foi
o maior destaque do episódio: Toda a subtrama que envolve a Sakura e o sacrífico
que o Kariya faz por ela. Visualmente, a
cena onde ela está nua e violada, naquela fossa repleta de vermes, não foi
apenas sombria, mas chocante. E tudo isso sem precisar explorar muito os
aspectos visuais e narrativos – está ali,
se insinuando e só de pensar pelo que a personagem passou, já é triste e
aterrorizante. Agora, imagine quando aspectos como este, vierem realmente a
ser explorados? Awesome!
- Dizem que houve economia na animação desse episódio, mas para uma simples mortal como eu, tudo parece muito perfeito. A ambientação e cenário em geral, são reproduzidos com um detalhismo muito bacana. Então, visualmente fica lindo.
Yuki Kajiura compôs uma trilha sonora bem solida e que deve crescer
bastante durante a trama, à medida que ela se tornar cada vez mais necessária
no ambiente. Torço para que a OST se destaque tanto, quanto em Kara no Kyoukai, que além de ser um
anime também produzido maravilhosamente pelo estúdio Ufotable, também contou
com o talento de Yuki. Feita especialmente pra tocar fundo e emocionar. A abertura
é básica, com apresentação dos personagens e não há nenhuma originalidade, mas
a música “Oath sign” cantada pela
Lisa (a mesma das musicas de Angel Beats!)
é bonita e casou bem. Quanto ao encerramento, só se sabe que é cantada pela Aoi
Eir e se chama “Memoria”. E
particularmente, curti bastante.
Fate/Zero terá ao todo 25 episódios para mostrar sua
superioridade frente ao anime anterior produzido pelo estúdio DEEN. Como já
escrevi muito, se quiser saber mais sobre os aspectos técnicos que envolvem o
anime, indico o post do blog Subete Animes,
além de por si próprio, ser um post que merece ser lido. Emiya Kiritsugu e
Saber vão lutar juntos para matar todos os outros mestres e assim conquistarem
o Cálice Sagrado. Veremos ai uma interessante interação entre personagens com
personalidades e ideais distintos. E preciso mesmo comentar que Saber ficou
super linda e sexy com o terno preto (ela
fica linda com qualquer figurino, OLOKO MEU!). Então, gostaram da estreia,
vão acompanhar até o fim?