Uma coisa que eu gosto bastante na Type-Moon, é a forma como
eles exploram a tensão em suas séries. Em Fate/Zero a relação entre Mestres e
Servos tem ganhado bastante ênfase, principalmente neste episódio, que ficou
ainda mais profundo do que eu imaginava. O tom mais obscuro que relega o ar
mais melancólico em segundo plano é uma cortesia de Gen Urobuchi, que mesmo com
toda censura do anime, consegue manter um padrão capaz de impressionar na forma
densa como o roteiro é conduzido. Talvez o único, porém nisso tudo, seja que ao
conduzir o roteiro de forma mais lenta e dar mais atenção aos diálogos é que se
a pessoa não se envolver com o que está sendo contado, pode parecer tudo muito
sem sal. Mas Fate/Zero, como outras obras da Type-Moon tem como característica,
passar uma imagem de obra mais adulta, e quando tentou ser mais cool e jovial,
em Fate/Stay Night, acabou não dando certo por não ser honesto o suficiente.
E voltando ao episódio em sí, que leva o nome de Mestre e
Servo, temos ai algo que contempla bem os envolvimentos das figuras históricas
e mitológicas, com os seres humanos. Excelente como foi trabalhado a relação
entre Archibald, a esposa Sola-Ui, e
Diarmuad (Lancer), onde ficamos sabendo mais sobre o passado de Lancer por meio
de flasbacks. Aliás, não é por ele ser um dos personagens que eu mais gosto,
mas Lancer roubou a cena (juntamente com Rider). O vislumbre do passado amargo
de Lancer, onde ele acabou roubando o coração da esposa do seu mestre e consequentemente
tendo que enfrentar a ira do mesmo. Para uma caveleiro autêntico como Lancer,
morrer em uma batalha sanguenta é a coroação, mas ser morto pelas mãos do
próprio mestre, certamente é algo bem vergonhoso. Isso foi necessário para se
pontuar ainda mais a trajetória triste do personagem e seu relacionamento
conturbado com a esposa de seu mestre, ao qual ele tenta evitar a todo custo. Lancer
tem um poder de sedução que independe de sua vontade, com isso, Sola-Ui acabou
completamente seduzida por ele.
Na verdade não, não podemos nos esquecer que Sola-Ui, mesmo
não sendo tão poderosa quanto os outros, ela é uma maga treinada, logo ela se
deixou encantar por Lancer por vontade própria. Lembrando que Iris não cedeu ao
encanto de Lancer, justamente por resistir a essa magia. Pois é, mas eu não a condeno,
que garota iria querer resistir aquela pintinha toda sexy do Lancer, ãnh?
O desenvolvimento entre Rider e Waver é outro aspecto interessantíssimo
em Fate/Zero, apesar de mais sutil que o mole que a Sola-Ui dá para o Lancer. A
relação dos dois além de muito bonita, funciona como algo bem paternal, onde
Rider tenta a todo levantar a moral e ressaltar as boas qualidades de Waver,
que não é um desses personagens “casca vazia” que vemos por ai em alguns
shounens de harém e romance. Ele é medroso e fracote mesmo, mas tem
personalidade. Um ponto interessante quando os dois estavam a procura de Caster
e se deparam com a chocante cena das crianças mortas, devido a censura
infelizmente muita coisa se perde e fica mais sutil do que deveria. O que Waver
vê naquele local, não é apenas um monte de crianças mortas, isso certamente ele
já esperava, mas sim a “obra de arte” que ele fez com o corpo das mesmas, o que
foi revoltando e deixou o garoto tão comovido ao ponto de Rider se preocupar
com seu estado emocional ao ver tal feito.
Algo que foi menos explorado, mas que se mostrou ali como um
gancho para episódios futuros, foi o conflito etnre Tokiomi Tohsaka e Kirei
Kotomine, que se mostra já a ponto de explodir a qualquer momento e espero
bastante por isso. Fate/Zero se destaca nisso, no conflito, no desenvolvimento,
no drama sutil e em menor grau na ação, que o clímax, onde depois de toda uma
masturbação mental, você pode soltar um longo e prazeroso sorriso de
satisfação.
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