Boooring. Tem uma forma melhor de começar um comentário
sobre esse episódio? Não, não tem. Apesar do meu “hate” pra cima da série – que
de nada tem haver com o fato de ter se apresentado como anime de terror – eu sempre
estou na espera de um episódio que realmente me surpreenda e me deixa no “gás”.
Porque convenhamos, é chato ficar só falando mal. Mas bem, há como disfarçar
isso, ao invés de eu comentar sobre a parte técnica do episódio e como tudo
isso me aflinge, comento sobre o mistério que é o fio condutor de todo esse
enredo.
Mas sobre o mistério, também não houve nada muito
significativo, embora dê pra se tirar conclusões com as respostas dadas. Uma
coisa interessante que eu já vinha reparando desde o episódio anterior, é que esse arco final de Another, vem sofrendo
de uma mudança de direção e isso se tornou mais aparente neste, em especifico.
Felizmente, abandonaram aquela tentativa de “terror” forçado da primeira
metade, mas em compensação, o suspense ficou mais fraco também. O cliffhanger do
episódio passado, foi completamente sem inspiração e nesse tivemos a
constatação, com uma broxada anticlimática, bem na hora do gozo. Tudo aquilo
não teve impacto algum. Sangue, gritos, desespero, BGM de suspense e apreensão
ao fundo. Tudo parece superficial e forçado demais. Ruim porque, um episódio
onde essa foi à única ação em toda a execução, denuncia o quão monótono foi
essa “sétima impressão” de Another. Monótono devido a execução, não pela falta
de “ação”.
Quando falo, “nada
muito significativo”, quero dizer que nada de novo ou que mude
drasticamente a forma como tudo se encaminha, mas apenas muitas distrações para
desviar propositalmente o foco e manter viva a chama da discussão em torno do
mistério e algumas questões levantadas. E sim, apesar de não me sentir tão
animada quanto a vocês pra teorizar e debater sobe o mistério de Another (devido à execução não me empolgar), eu
o acho interessante e é um argumento que gostaria de ver na mão de pessoas mais
competentes.
Isso tudo é uma grande bobagem. Mas há algo bacaninha em Another,
então vamos a isso.
Era como se imaginava no episódio anterior, o Sr. Kubodera
estava diante de um grande stress e acabou “despirocando” de vez, após surtar e
matar sua velha e incapaz, mãe. Por que ele tomaria uma decisão tão radical?
Faz parte do fenômeno? Nem mesmo os personagens sabem. Nem Tatsuji Chibiki faz
uma ideia clara sobre a questão, e deposita a morte na conta da terrível maldição.
Mesmo entre os fãs de Another, surgiu a teoria de que, a morte dele pudesse ter
sido induzida, por ele parecer estar lutando contra alguém ou alguma força, na
hora em que se esfaqueou.
Não acredito nisso. Primeiro porque o fenômeno não é
consciente e apenas reage a uma ação. Segundo, que o Kubodera não fez nada que
pudesse ir contra as “regras”, a não ser que isso tenha sido omitido, o que não
acredito que tenha acontecido. E terceiro, o morto não sabe que está morto e
não teria nenhum motivo para mata-lo.
A calamidade ainda não parou. Pessoas continuarão morrendo. Elementar
minha cara, Roberta. Diria o saudoso Sherlock Holmes. Como eu comentei de forma
vaga nos episódios 5 e 6, segundo o Arnaldo, a regra não é clara e essa
tentativa de contornar a situação, isolando o Kouchi, além de confusa, é
absurda e irreal. Nessas histórias de maldições quando o “botão” é acionado,
não há como parar mais, a não ser que encontre a causa. Fora que Kouchi e Mei,
se reconheciam e já não eram mais peças isoladas no tabuleiro, por estarem
jogando juntos. Com isso, eles voltam a ser reconhecidos por todos. Justo,
afinal, não há motivos para continuarem a ser ignorados. Ambos.
Agora, vamos juntar os fragmentos do caos.
Basicamente, as memórias relacionadas com o “outro” são
apagadas. Okay, até ai nenhum segredo, pois realmente a regra não é tão clara,
mas deixa evidente que as memorias são apagadas ou “borradas” para que a
lembrança não fique aparente. Há 15 anos, o fenômeno parou pela primeira vez,
onde houve 7 mortes, incluindo a mãe de Kouchi. Durante uma excursão de verão,
houve 2 mortes desconhecidas. Não se sabe o que levou o fenômeno a parar e
muito menos, os nomes dessas pessoas que morreram nessa excursão. Então,
novamente teremos uma viagem de excursão, na mesma data. Obviamente, guardo
grandes expectativas para esse episódio, onde um revival é provável que
aconteça, com novas vítimas e novas pistas para Kouchi e Mei.
Claro que isso, trás grandes possibilidades para a resolução
do mistério. É dai que provavelmente, teremos o nome do nosso “morto”. E falo
da excursão passada, que provavelmente envolve o barco que aparece na abertura
do anime e o templo de Yomiyama, como peças chaves para desvendar o nome do “outro”.
Apesar do pouco impacto, achei muito bacana todo esse lance de envolver o
Kouchi como o suposto “outro” atual. É como se Yukito Ayatsuji estivesse
brincando com as teorias do público de Another. Confesso que achei bem
divertido isso ai, assim como o jogo psicológico, com ele alucinando sobre
isso. Quem é o morto? Basicamente, é o que todos que veem envolvidos com a
trama de Another, se perguntam. E muitos teorizavam que Kouchi seria o morto.
Pois bem, a resposta foi clara. Kouchi não é o “outro” e assim, as coisas ficam
bem mais interessantes.
Claro que, dentro do contexto, as afirmações de Mei e Izumi,
soam vagas, mas é como se fosse uma resposta direta do autor para os
consumidores de seu produto. E se por um lado, a certeza de Mei Misaki, faz
parecer que ela sabe mais do que aparenta e deixa um clima de suspense no ar, a
falta de certeza e o crescente foco na garota “Twintails” (a Izumi), faz crescer o temor interno aqui de que pode ser ela o
morto ou, a futura vítima. Pô, ela é a personagem que eu mais gosto, depois que
a querida Sanae virou panqueca. Mas não, apesar de eu não querer acreditar na
possibilidade de o “outro” ser a Reiko Mikami, esse episódio praticamente jogou
na cara de todos, de forma intrínseca e sem alardes, de que ela é o “presunto”.
Primeiro aquela reação suspeita na sala de aula, ao anunciar à excursão,
segundo, a ligação do pai de Kouchi, no qual ele diz; “sabe, a Ritsuko era uma moça
muito especial. Meus sentimentos por ela ainda não mudaram nada”. E
terceiro, junte tudo isso ao ocorrido no episódio 5, onde avos de Kouchi choram
sua perda e o bizarro papagaio repetindo, “Por quê?, Rei-chan Por que?”. Bem,
de qualquer forma, isso já estava aparente e foi discutido por todos vocês, mas
definitivamente, achei que estava na “cara” demais pra ser verdade. Mas a não
ser que haja um mindfuk grande ai, já temos o nosso morto. De qualquer forma, é
um suspense/mistério juvenil (embora os
suspenses da coleção vaga-lume sejam extremamente bem armados e com
reviravoltas inusitadas) e com elenco de personagens bem limitado, não dá
pra esperar realmente, reviravoltas mega surpreendentes. Mas espero sim, que o
desfecho fuja do básico e que as tramas que levaram a tudo isso, sejam
convincentes.
Agora eu pergunto pra vocês. Como o nosso protagonista, que
nos representa ali, deixa um detalhe assim, passar dessa forma? Ele nem
percebeu as possibilidades.
Bem, algumas vezes, os “como”
são mais interessantes do que os “porquês”.
Ou melhor, os “meios” são mais
interessantes do que os “fins”. Ao
fim do episódio, mas uma peça é jogada, aumentando ainda mais o suspense e a
apreensão para o próximo e assim, seguimos para o terço final de Another.
Pode parecer que não, mas sei separar bem as coisas. Another
me irrita muito tecnicamente, mas sei que é competente como entretenimento (se estiver disposto a se envolver no
mistério para elucida-lo). O problema é que num gênero assim, é uma linha tênue
entre a execução e o roteiro, já que na minha visão, um bom suspense, precisa
de um bom clima. Aliás, o que não precisa de um bom clima? Mas eu vejo que
Another tende a funcionar melhor como um anime escolar, com elementos de
mistério-like e não se levando como algo sério, mas pura diversão. Não importa
como se olhe, definitivamente a PA Works falhou nessa adaptação. Afinal, se
Another se salva só pelo belo argumento, que salvemos Fractale e [C] também.
No mais, um episódio razoável (deixando as emoções de lado) e que não te convida pra festa. Se
convide ou fique de fora. Mas, altamente satisfatório para todos que estão
envolvidos de cabeça a fim de elucidar o mistério e descobrir como tudo
aconteceu, descobrindo o que se esconde por trás das cortinas. Buuh!!!
Considerações:
# O olho da boneca - É óbvio que Misaki pode ver coisas
sobrenaturais com seu olho falso.
# Essa viagem, certamente vai é aumentar ainda mais a contagem
de corpos.
# O que um bêbado sabe sobre o ocorrido na última excursão? E
o que foi que ele deixou pra trás? O corpo do “outro”?
Observem a camisa do Yuya Mochizuki. A referência dessa vez
fica com respeito a uma pintura surrealista de 1931, A Persistência da Memória, de Salvador Dalí. Foi assim nomeada
devido ao fato de ser dificilmente esquecida. Segundo Dalí, as formas e cores
de sua composição ficam gravadas na memória até mesmo de quem a observou apenas
uma vez. É uma tela bem complexa e repleta de interpretações por causa da
dimensão diminuta, onde os símbolos intrigantes de sua pintura ganham ainda
mais intensidade. Mas bem, apenas uma referência interessante, que tenho
certeza, é uma easter egg por parte
da produção da PA Works. É interessante cassar isso a cada episódio (e sim, sei que a cena da dança, foi uma
referência ao Valentine’s Days, assim como esse é uma referência direta ao
presunto que não sabe que está morto). E que venha o episódio de praia.