Se tudo der certo, já temos aqui a bomba do ano. Digo isso,
porque depois de não aguentar mais de curiosidade, resolvi conferir a RAW (em baixíssima qualidade) de Gyo que
vazou lá da China, mas que até o momento, ainda não possui tradução em nenhuma
outra língua. Dizem que a curiosidade mata. Mas o que me matou aqui foi esse
OVA, uma versão longa-metragem de 70 minutos, do projeto "Anime Bunko" produzido pelos estúdios ufotable e Aniplex, com adaptações dos mangás de Gyo, Minori Scramble! e Yuri
Seijin Naoko-san. Esse é um novo selo, nascido da parceria entre esses dois
conhecidos estúdios, com o proposito de criar uma variedade de adaptações que
não teriam espaço numa exibição normal.
Dirigido por Takayuki Hirao, essa adaptação de Gyo, é o que
chamamos de uma série livremente inspirada em outra original, pois aqui o que
vemos é somente a ideia básica, a espinha dorsal da história escrita e
ilustrada por Junji Ito, que são os peixes que invadem a ilha de Okinawa,
atacando os humanos sob uma estrutura biomecânica. Nota-se o conceito original,
mas falta a alma que Junji Ito impregnou nas páginas do mangá, tornando o uma
obra fantástica, alucinante e desoladora. Mas bem, apesar da falta de legenda,
como um produto original e completamente livre, senti que o roteiro funcionou
bem. Gyo por si só já lembrava bastante series americanas, pelo seu alto teor
trash e sua pegada thriller. Mas aqui, temos isso maximizado e que nos dá a
sensação de estarmos assistindo a um filme B qualquer, produzido na terra do
tio Sam. Poderia ser divertido, mas tecnicamente, é pavoroso. E isso compromete
a diversão. Sei que o público convencional prefere colocar a satisfação pessoal
com qualquer elemento que o agrade dentro da obra, acima de uma analise técnica,
mas nesse caso, o fato de ser uma produção de tão baixo orçamento, influi
diretamente em qualquer intenção de se divertir com esse anime.
RAW de Gyo - Obrigadinha ao Junior que postou ali no "Buteco"
A maioria dos animes atuais que lidam com Sci-Fi valem-se do
uso de CGI para criar os robôs, naves e etc para economizar na animação. Isso é
ruim, quando isso não consegue misturar ao cenário. O CGI na maioria das vezes
mata e contrasta completamente com o cenário em 2D. Eles soam falsos, contrastam
com o desenho e não empolgam, afinal, é difícil se concentrar e descer de sua
balança de descrença quando tem diante de si, algo que te lembra a todo o
momento que aquilo ali é mais falso que uma nota de 200 reais. Mas enfim, essa
é minha opinião e apesar de que certamente ela não mudará nada depois que eu
assistir de forma descente, deixarei pra fazer uma crítica mais completa e
relatar minha experiência assistindo Gyo, depois que saírem as legendas.