sexta-feira, 16 de março de 2012

Franken Fran diz Sayonara, Bye Bye!



De uns dias pra cá eu tenho ficado com insônia. Mesmo quando chego muito cansada da faculdade. Mas quem é que quer saber da minha particular? Essas páginas abaixo surgiram justamente minha insônia. Não é nada demais, mas aqui se encontra presente duas coisas que eu gosto. A primeira é de ficar brincando com programinhas de edição. Eu perco horas nisso e sempre me sinto culpada, por perder horas do meu tempo em algo tão inútil, mas me dá prazer e é isso que importa. A segunda é o mangá Franken Fran. Na verdade, nem acho que eu goste tanto assim de Franken Fran, se eu fosse fazer uma lista, dificilmente ele estaria entre os 10 primeiros. Pode não ser tanto assim, mas é um mangá que eu curtir acompanhar e fico realmente feliz de ter concluído uma boa leitura.

Franken Fran chegou ao fim este ano, com 8 volumes ao todo, depois de se publicado nas páginas da revista shounen Champion Red (Akita Shoten), casa de Saint Seiya Episode G e Shigurui. Você já imaginou se o monstro do romance de Frankenstein fosse uma linda garota, mas com as habilidades do Dr. Black Jack? Franken Fran, de Katsuhisa Kigitsu (é homem, gente), aborda o lado da ciência marginal. Conhecida como Ciência Fringe, que é como se define ideias abordadas em um campo de estudo que foge dos limites ortodoxos da verdadeira Ciência, como por exemplo, viagens no tempo. Com isso, grande parte da ciência presente em Franken, é verdadeira, a outra é algo que foge completamente para o campo teórico e especulativo. Mas Katsuhisa nunca deixou que sua história se tornasse um projeto acadêmico, nem mesmo sua personagem principal, Fran Madaraki, é o grande centro das atenções. Pelo contrário, ela sempre foi o catalizador de tudo.

Franken teve diversas histórias geniais, outras nem tanto. Histórias com desfechos meio tristinhos, hilárias, contemplativas e inusitadas, formam o excêntrico cardápio desta obra. De todas as histórias, a que mais me marcou foi a do capítulo 2. Não pela história em si, pois o mote em Franken Fran é sempre algo meio reflexivo, onde a ação sempre parte da atitude intempestiva de algum personagem.   Seres humanos querem ter seus desejos concedidos, não importando o quê, mas se esquecem de que a vida tem suas próprias regras. Mas foi hilário ver a reação da garotinha, que acabara de acordar em um corpo de centopeia. Também é o quadro preferido do autor, segundo ele mesmo. Katsuhisa sobre trabalhar essa dualidade humana muito bem em seus personagens. Mesmo a Fran, que é um amor de personagem, sendo quase impossível não se encantar por ela, não é completamente boazinha. Ela faz o que ela acha que é certo, muitas vezes ignorando os efeitos de seus atos. A maneira de pensar da Fran é interessante. Toda vida é preciosa. Se o cérebro funciona, então ela pode fazer a cirurgia, não importa o tipo de aberração que a pessoa irá virar.

Franken Fran pode ser comparado a um livro cabeceira. Sempre dá pra voltar ali e abrir em alguma parte e se satisfazer. Discordo de quem diz que Katsuhisa pouco arriscou e não aproveitou todo o potencial da obra. Acredito que ele foi, além disso, e se deixou experimentar. Provavelmente, ele foi o que mais se divertiu nessa história toda, se utilizando de toda sua criatividade. E com tantos personagens de personalidade marcantes, como a amável e silenciosa assassina, Veronica, guarda costas da Fran. É incrível como uma personagem tão ingênua e doce, possa se divertir matando daquela forma. Okita, o que talvez fosse aqui uma tentativa de ser o par romântico da Fran. Ele é uma cabeça humana, num corpo de cachorro. Sempre se mostrou adorável e sua interação com a Fran, sempre rendia risadas comedidas. Até mesmo a Adorea, uma personagem que passa a maior parte da história enfaixada, por ser constituída de centenas de tentáculos. No fim das contas, depois de tantas histórias, é impossível não sentir afeição por aqueles personagens. Por isso, o último capítulo de Franken Fran soa tão nostálgico e termina na parte onde todos aqueles que acompanhariam, ansiavam. Terminou da mesma forma que começou; Ou seja, em algum momento randômico. E você pode enfim fechar a página e soltar um sorriso. Afinal, valeu a pena todos os 8 volumes, até então.

De qualquer forma, você pode conferir a resenha que fiz tempos atrás, com o mangá ainda em andamento aqui.