Eu não sou habituada em me aventurar no universo das novelas
e filmes japoneses, para evitar experiências como essa aqui, afinal, japoneses são conhecidos mundialmente por suas atuações
exageradas e caricatas, que, aliás, me lembra em alguns aspectos as novelas
latinas (que por acaso, sou fã, mesmo
ciente do nível de bizarrice – e essa é a graça). Por não ser uma
espectadora hardcore desse gênero, não tenho tanta propriedade para falar, mas
com o pouco que consigo “pescar” dos tokusatsus que meu pai assiste (sim, ele fã), é perceptível a
diferença entre a nova e velha escola de atuações japonesas, onde a característica
era o exagero em demonstrar sentimentos. O que era até engraçado e que hoje aparente
foi drasticamente reduzidos a gritos e gestos. Notei isso no primeiro movie
live action de Gantz, onde não temos
exatamente boas atuações, apesar do bom investimento. Mas como vi bastantes
elogios, imaginei que o problema pudesse ser comigo. Mas ai, eu me lembro de filmes como Kokuhaku, onde há uma diferença incrível
de qualidade.
Então, sem dúvidas há excelentes doramas e live actions,
ainda que o nível como um todo, não se equipare as produções coreanas (e em menor grau, Tailandesas), onde
como diferença posso citar que, assim como os japoneses serem polidos em
demasia, as produções de um modo geral são mais precárias e de baixo orçamento.
Já as coreanas, de um modo absurdamente geral, tem uma produção excelente
englobando fotografia, enredo e atuação. E é exatamente por isso, que os
K-Dramas (novelas coreanas), vem se
tornando referência (e já não se tornou há
muito tempo?) e desbancando o J-Drama (novelas
japonesas). É notável a olho o nu o tom de profissionalismo em cada obra e
você sente o sentimento (perdoem a
redundância) a flor da pele. Mas se tem algo que eu realmente gosto nas produções
japonesas, é o drama (elogia-se bastante
a comédia japonesa, preciso assistir algo qualquer hora). O primeiro live
action que eu assisti, foi Pretty
Soldier Sailor Moon, há muito tempo atrás e gostei bastante do que vi. A produção
era bem pobre, mas as atuações das meninas [tirando
a Ayaka Komatsu, como Sailor Venus] eram boas o suficiente, principalmente
considerando que eram crianças/adolescentes. E o que isso tem haver com o
J-Drama de Mirai Nikki? É que Mirai
Nikki - ANOTHER: WORLD me lembrou exatamente o dorama das garotas de minissaia
e pernocas de fora.
A História de Mirai
Nikki - ANOTHER: WORLD
Como o esperado, houve alterações no enredo, porém o os
pilares centrais criados por Sakae Esuno
continuam. As alterações são bem vindas e traz uma sobrevida à história,
além de situar toda a trama num mundo jovem, com personagens universitários e
não com adolescentes cursando o fundamental japonês. Uma das alterações são os
nomes dos personagens, começando com Hoshino Arata (Okada Masaki) no lugar de Yukiteru Amano. O personagem de Okada
Masaki não gosta de se esforçar e não tem grandes aspirações para o futuro, não
sentindo que este possa ser mudado de alguma forma. Embora ele continue
procurando trabalho, ele apenas vai se deixando levar até que em um encontro
com outros colegas no campus da universidade, Rui Moriguchi (Hongo Kanata), derruba uma bebida no
celular dele.
Para se retratar Rui da a ele um smart phone exclusivo da Chronos,
o modelo com o qual Arata sempre sonhou. Em casa, fuçando no celular, ele clica
num aplicativo de diário que pergunta para ele o que está acontecendo. Então
ele começa a digitar, entre outras coisas “Eu não quero pensar sobre meu futuro”.
Na manhã seguinte, ele descobre que o diário foi atualizado com previsões sobre
o futuro. Arata fica completamente feliz e começa a se beneficiar dessa
capacidade. A onda de boa sorte parece evidente, já que uma garota linda, Furusaki
Yuno (Goriki Ayame) começa a falar
com ele. Assim como ele, ela também é um dos proprietários do “Diário do Futuro”
e se mostra loucamente apaixonada por ele. É então que sua maré de boa sorte
começa a se esvair, com Arata sendo perseguido por um louco homicida que também
é possuidor de um “Diário do Futuro”. E pior, sua sentença de morte foi dada e
o cronometro está correndo. Agora ele só tem a Yuno, para lhe socorrer.
Impressões
Bom, pode não parecer, mas esse é um clássico “primeiras impressões” e tudo o que eu
disser aqui, tem como base apenas o primeiro episódio. E vai ficar assim, no
primeiro episódio. Definitivamente não pretendo continuar acompanhado de perto,
apenas à distância mesmo. Com a curiosidade saciada, eu posso dizer que eu
preferiria se a história fosse uma comédia romântica ou qualquer outra coisa,
tendo como base os diários, mas não uma história de sobrevivência. O motivo?
Primeiro, que falta coordenação e feeling nas cenas de ação, que são bem
tosquinhas. Segundo que cenas casuais do dia a dia, exigem menos desenvoltura e
terceiro, porque o orçamento não cobre efeitos especiais decentes.
Então quer dizer que eu odiei e não recomendo? Não necessariamente.
Eu gostei do que vi, o “novo” plot é interessante, os diálogos são bacanas e a
atriz, Goriki Ayame (como Yuno) de
cabelo curtinho, está realmente um gracinha, muito linda e conta com um look
caprichado. Okada Masaki (como Arata)
aqui não está tão lindo como ele realmente é. Como referência, ele está nos
filmes; Kokuhaku – Confessions e Space Brothers, que ainda não estreou.
Mas o que interessa é que ele continua um bom ator e não decepciona em nenhum
momento nesse episódio. Ai você pergunta, por que motivo eu não vou continuar
assistindo. E eu respondo que simplesmente não quero mais saber dessa história.
Alguns detalhes curiosos, é que esse novo “Yuki” é bem mais
próximo à realidade que o anterior. Ele não é recluso e não é muito esperto
também. Seria bacana que tivessem retratado no personagem uma atitude de descrença
e medo com relação ao diário que do nada, começa a revelar seu futuro. Já que a
trama é tão mais voltada pra realidade, esse elemento fantasioso tão característico
do mangá poderia [e deveria] ser
retirado. Mas é divertido ver o personagem “enlouquecendo” e indo para casas de
jogos, aproveitando a habilidade do diário. Quer dizer, é exatamente o que eu
faria!
Também acho meio sem noção uma garota linda como a Yuno,
interpretada de uma forma tãããão simpática pela Ayame, dando em cima e ele
ficar tão na retaguarda, meio que amedrontado. Um personagem que mostrou um
carisma radiante [devido ao Masaki] soaria
mais agradável, se não mostrasse tanta resistência inicial à sua aproximação e
aqui, quando ela se revela uma stalker, os diálogos se encaixariam melhor do
que reações gesticuladas e de fuga. Mas isso é apenas OPINION, não é nada tão problemático, claro, afinal, a educação
japonesa é bem extrema e consigo imaginar qualquer um deles reagindo daquela
forma. E isso é realmente hilário (no
sentido de ser divertido).
Arata, ao contrário do “nosso” Yuki, tem seus dois pais
vivendo sobre o mesmo tempo. Aliás, o pai dele também aparece inicialmente como
um proprietário de Diário e é funcionário da Corporação Chronos Seed. Detalhes,
a conferir. Os personagens restantes são diferentes, incluindo ai o restante
dos proprietários do Diário, que são basicamente colegas universitários de
Arata, ele os conhecendo ou não, todos são bem próximos. E aqui nós temos
apenas 6 portadores do Diário e só pode restar um ao fim do jogo. As regras são
basicamente iguais, todos se matam e tentam reverter os “Dead End”. Ao contrário do original, Arata não é visto [inicialmente] como especial. E caso uma
vencedor não apareça até o fim do jogo, todos perdem. Agora, eu realmente não
entendi (e nem vou continuar assistindo
pra entender) o que eles ganham se matando. Será que o vitorioso será o
Deus do novo mundo? Ganhará uma incrível quantia? A conferir.
E pra encerrar, deixo registrado que fiquei pasmada quando
descobri que o Deus de Mirai Nikki ~
Another World é um holograma. Sim, é quase um Zordon (!) e a catedral da casualidade dá lugar a um Planetário com um
telão onde o Deus, passa as regras. Claro que naquela realidade, um Deus holográfico
acaba sendo mais plausível, apesar de toda a ideia disso já me soar
suficientemente absurda. De qualquer forma, Another World é um dorama que deve ter resultados bem mais satisfatórios
para não fãs ou expectadores casuais. A produção não é refinada e deixa
bastante a desejar em cenas especificas, mas de um modo geral se encaixa
perfeitamente na média. O que quer dizer: Que é bom. Tá okay, é assistível.
Sim, esse é Deus! |
O dorama tem uma previsão de 12 episódios, com duração média
de 40 minutos. Indo ao ar na TV Fuji, todo sábado às 23 horas, no retorno do timeslot que exibia doramas no horário e
que ficou ausente por 2 anos. Antes de sair do ar, exibiu séries badaladas como
o thriller Liar Game e drama Life. Ambos, recomendados por mim.
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