sábado, 20 de outubro de 2012

Comentários: Robotics;Notes #02


"Você é mesmo um pé no saco"

O que a Aki disse para o Kai, é o que todos gostariam de dizer para ele, eu sei. RISOSSSS

Eu não gosto muito de personagens apáticos como o Kai, isso virou uma tendência comum desde que o Kyon da série Suzumiya Haruhi surgiu, mas nunca com o mesmo brilhantismo. Eu sofri bastante no início de Hyouka por causa do comportamento de Oreki (felizmente, demorou, mas ele cresceu substancialmente como personagem), e eu já estava prestes a ranger os dentes por causa do Aki, mas felizmente ele esboçou sinais de que não é apenas um elemento vegetando na trama (embora eu saiba muito bem que ele vai estourar mais a frente e talvez isso seja trabalhado de uma forma bem bacana).

Aliás, este episódio de uma forma geral foi bem superior ao primeiro, com uma parte final bem destacada. Muitas vezes o termo “ritmo lento” é usado de forma depreciativa caracterizando episódios que não desenvolvem suas tramas, são arrastados ou com uma execução maçante. Os episódio 15 de Sword ArtOnline, o segundo de Little Busters, e este segundo de R;N são bons exemplos de roteiros expositivos com execução cadenciada onde é possível notar a clara progressão do enredo.


R;N é uma história de muitos personagens (num nível até maior do o presente em Steins;Gate, que já representou um aumento significativo com relação a Chaos;Head) que se interligam com a trama principal da série. Enquanto a trama do clube de robótica vai ganhando corpo, eles estão sendo introduzidos aos poucos (e muito destes, ainda farão parte do clube, obviamente), e cada aparição, o suspense acaba fincando ainda maior. E ficar especulando mentalmente (mesmo que sem grandes evidências, até então) como esses pequenos fragmentos inseridos a cada episódio se juntam, têm sido bem divertido.

Com o concurso Robo-One como plano de fundo – que também servirá de catalizador para a trama principal ficar em evidência (não é spoiler, apenas me parece um caminho óbvio) – ficamos sabendo um pouco mais sobre Aki, que tem uma irmã aparentemente desaparecida, o que me faz especular se seu desaparecimento (se é que ela desapareceu mesmo) não tem algo a ver com os acontecimentos que irão surgir em alguns episódios. O seu passado parece bem fragmentado, de seu acidente misterioso, à sua doença que parece ter alguma ligação com a aurora boreal. Esse é um fenômeno místico tido como inesquecível, e em diversas séries sua aparição sempre é relacionado a algum acontecimento importante dentro de trama, normalmente emocional. Bem, essa é apenas uma especulação.


O roteiro já começou a brincar de ficção pseudocientífica com a doença de Aki, a síndrome do Elefante Rato, e eu acho isso bem divertido. Não, não tem nenhuma ligação com a narcolepsia do Riki de Little Busters, mas ambas as doenças são obvias ferramentas de roteiro que escondem pontos chaves de suas histórias. Isso me deixa um pouco excitada, pois já fico imaginando algo meio louco comum nesse tipo de obra, que é o protagonista tentando corrigir um erro ou salvar algo/alguém em um ponto cego paradoxal. Com a aparição da garota (que se parece filha da Belldandy e do Keiichi em Ah! Megami-Sama) do episódio passado, é claro que assim como as séries anteriores do ponto e vírgula, teremos aí paradoxo temporal de alguma forma envolvendo o enredo.

Apenas para por mais lenha na fogueira especulativa, novamente nós temos mais um easter eggs referente a Chaos;Head (alguém mais notou?). A imagem abaixo, se refere ao nome da irmã de Takumi, o protagonista dessa série. Mas eu acho que são apenas os desenvolvedores da 5PB. sendo engraçadinhos. De qualquer forma, episódio bem sólido, sendo divertido pra caramba principalmente na parte final, onde o Kai acorda. A Aki como sempre, foi o ponto alto, ela às vezes parece que tem pulga na calcinha (RINDO aqui), destaque para sua interação com o velho pão duro, os diálogos estavam bem afiados, e com um humor bem sútil. Aliás, engraçado como R;N parece ser menos otaku do que as séries anteriores, não?


E pra finalizar, quero dizer que estou adorando a intenção Aki X Kai. Eles têm uma boa química, possui uma relação verossímil existente entre dois amigos e o roteiro não parece ter pressa em envolvê-los rapidamente em um romance não declarado. Claro, imagino que até o final ambos acabem se reconhecendo romanticamente. Os valores de produção estão bacanas, há boa movimentação e os efeitos da aurora boreal convenceram. Acho que no próximo teremos bastante movimentação (intuição), nos vemos lá.

Avaliação:


P.s.: A síndrome do Elefante Rato parece se basear no mito popular de que elefantes têm medo de ratos. Essa lenda surgiu com o boato de que os ratos poderiam entrar em suas trombas, o mesmo boato de que Elefantes tem medo de coisas menores do que eles, por poderem entrar na tromba e a infecionar. Mas é pura balela, pois elefantes adultos não possuem predadores naturais (sempre questionei isso, mas...). Também é balela que a síndrome de Aki se refira a esse mito popular, na verdade não se usa muito esse termo no meio cientifico, que é conhecido popularmente como Ansiedade Anormal, que é resultante de um auto grau de intensidade cotidiana e forte stress. Normalmente isso surge depois de um forte baque emocional e se torna corriqueiro diante de ameaças instintivas, mesmo que pequenas.