Ironicamente, a crescente de SAO vem numa temporada repleta
de opções, figurando em segundo plano nas discussões.
Episódio extremamente sólido e SAO Alfheim Online têm mostrado que quer ser diferente do arco
anterior, e até aqui o autor têm conseguido alcançar essa meta. Inclusive, com
uma narrativa bem mais forte. Fiquei contente com a boa exposição da trama e a mecânica
daquele mundo. Agora, se a adaptação está boa, eu não sei dizer, mas a direção
está indo bem.
Com relação ao cenário, a galera da staff do A1-Pictures
sabem desenhar bons cenários (mesmo que
não dê pra dizer o mesmo das cenas de ação. Mas a cena final com o Kirito foi muito legal), tudo muito pitoresco, as
cachoeiras exuberantes e uma floresta que exala vida. É tão belo e sereno que
cheira a artificialidade, o que é bem bacana levando em conta as diferenças contrastantes
entre o mundo de SAO e este das “Terras das Fadas”. SAO era MMORPG PvE e ALO é
mais pro lado de PvP – O que fica claro já no argumento da trama, onde uma se
caracteriza por uma batalha contra o sistema, e a última um embate entre raças
distintas. Então, SAO ter mais aquela aparência de mundo digital enquanto ALO é
bem mais mágico e alude à uma terra
encantada, me parece ser um forte exercício criativo do autor na tentativa
de não se repetir, e particularmente eu considero a proposta desse segundo arco
muito mais difícil, justamente pela simplicidade da premissa.
Quando falaram sobre a “Arvore do Mundo”, o suposto local
onde Asuna se encontra aprisionada, eu imaginei algo mais banal, concreto, mas
fui surpreendida. Inclusive esse “castelo” ainda parece envolto em certa incógnita,
assim como boa parte da premissa dessa trama [ainda]. A representação dos
jogadores que tentaram alcançar o topo foi uma sinergia bem explorada de uma
forma bem humorada, que também alude a praticas comuns de jogadores que tentam
[em vão] enganar o sistema (na época que eu jogava, também já tentei pegar um
atalho. Acho que todo mundo que já jogou antes, não custa nada experimentar né).
Esse conceito de mal absoluto, explorado aqui pelo autor, é
sempre uma faca de dois gumes. Em JoJo's Bizarre Adventure por exemplo, os
personagens são completamente maniqueístas, de cara você sabe quem é mal, quem
é bonzinho, e não há muita ambiguidade. Mas o autor conseguiu reverter isso ao
seu favor. Também espero isso em ALO, e ao menos o background paras as
motivações de Sugou Nobuyuki são bem criveis. Não apenas isso, toda a base da
história com a desenvolvedora do game SAO ter sido processada, ido a falência,
com o CEO de outra empresa [este o é pai de Asuna] comprando-a e herdando todo
o sistema junto, o fato dele ter posto Sugou no posto [aparentemente] máximo no
desenvolvimento daquele projeto, as maquinações deste que parece ser bastante ambicioso
e estar usando Asuna como uma ponte para alcançar seus objetivos – Além, claro,
de já estarmos por dentro de que Kirito em troca de informações sobre SAO, aprendeu
sobre outras em troca. É um bom trabalho expositivo e de caracterização. Ponto
também para a inadequação [e suas feições de surpresa quando fica diante de
algo novo] de Kirito a esse novo universo, muito bem representado. Estou
curtindo.
Quer dizer, eu acho muito bacana como um autor pode evoluir
de um trabalho para o outro. Se SAO é basicamente uma colcha de retalhos, onde
o autor precisou de spin-offs para explicar a mecânica do mundo criado por ele,
aqui tudo está caminhando junto. Enfim, são apenas 2 episódios, não quero ficar
me empolgando muito, mas não consigo evitar sentir curiosidade em ver como tudo
isso será desenvolvido, incluindo a participação da princesa aprisionada
[Asuna]. Enfim a aparente heroína principal deste arco, Lyfa, deu as “caras” e
ela parece ser bem legal, sua batalha no céu não foi lá muito empolgante, muito
menos bem dirigida, mas serviu como apresentação. Junte ai a Yui, como sua
assistente virtual, e Suguha como a imouto puro amor e intocável, temos uma boa
disposição de personagens femininas que talvez não arruínem tudo desta vez, e
ainda dão aquele fanservice básico [sem problemas, a Suguha estava bem fofinha
mesmo, neste episódio]. Falo boa disposição porque está claramente mais
organizado assim, onde cada uma cumpre o seu papel predestinado, sem talvez
precisar tirar a objetividade do roteiro, como aconteceu anteriormente.
Só algo ainda que me inquieta, é com relação aos personagens
de fundo que interagem com Kirito. Será que dessa vez eles serão mais bem
trabalhados? O Egil por exemplo... e o Kirito, continuará o overpower de sempre
ou encontrar uma resistência credível pela frente?