Final de temporada. Sabe o que isso significa?
YESSSSSS!! Vamos falar de Stevie Wonder e aquelas músicas bregas que seus pais colocam no som quando vão namorar, aumentando o volume para você não escutar coisinhas (T_T). O mais impressionante talvez seja o fato de alguém conseguir se excitar escutando Stevie Wonder, que é ótimo, mas convenhamos que é o equivalente à escutar Lionel Ritchie e--
Nã..o...não é disso que se trata o post. Vamos falar das aberturas que mais se destacam, seguindo um padrão de qualidade altíssimo e tendencioso da Roberta Coraline. Etto... sem mais delongas.
Nã..o...não é disso que se trata o post. Vamos falar das aberturas que mais se destacam, seguindo um padrão de qualidade altíssimo e tendencioso da Roberta Coraline. Etto... sem mais delongas.
05) Chihayafuru (STAR, de 99RadioService)
Depois de emplacar com louvor YOUTHFUL – que se tornou uma
das músicas mais pedidas nos shows da banda, faz nos lembrar que animes também
são um importante meio de divulgação para o single do seu artista, o que leva
diversas empresas da indústria fonográfica à patrocinar animes. Inclusive, se
você se pergunta por que alguém se interessaria em bancar adaptação de
Sakamichi no Apollon em tempos de vacas magras e fora do nem tão atualmente conceituado Bloco noitaminA, a resposta é a
trilha sonora, afinal, nunca se esperou que a série pudesse arrebentar em
vendas – na primeira temporada de Chihayafuru, a banda 99RadioService retorna
com STAR, que apesar de tecnicamente superior, não cai tão bem como poderoso
cartão de visita. Ao menos, não como a anterior.
YOUTHFUL, como a própria tradução do título sugere, é jovem,
pulsante, cheia de energia e com uma pegada saltitante que contagia. Traduz
exatamente o que sentimos ao termino de cada partida em que Chihaya Pereirão e
companhia se saem vitoriosos das partidas. É dessas músicas que se torna
difícil não se deixar levar e cantar junto, mesmo que tortamente. Bem, STAR tem
mais pedigree, os dedilhados de teclado logo no inicio seguido de toda a
percussão, com o delicado e solitário violão ao fundo que teima em se
sobressair, é um deleite. Daquelas onde fechamos os olhos para poder senti-la
melhor.
E STAR não é uma música lenta, ela é ritmadamente frenética,
no entanto melódica, o tipo de arranjo musical que visa valorizar as letras.
Daí vem todas as impressões negativas que essa abertura causa num primeiro
momento. Claro que com o tempo, naquela velha formula das rádios FM e novelas
de tv, você acabará curtindo. E a animação, que é o fator que eu mais levo em
consideração em uma abertura de anime, novamente une o velho padrão de
storyboards de cenas que serão encaixadas nos episódios, com o já
característico toque artístico da produção. Eles conseguem se desvencilhar dos
temidos spoilers e enquadram somente locais e personagens importantes com
diversos kanjis de poemas brotando do chão, cartas de karutas entrecortando
momentos cruciais do TEAM principal, arranjos florais que evidenciam o
incógnito semblante facial de Shinobu, fechando com uma explosão de personagens
e folhas de arvore levantando voo. Essa abertura evidencia como o karuta tomou
de assalto a vida destes personagens [destacado pelos poemas que brotam entre
eles], os conectando uns aos outros. Depois de alguns episódios, parece claro
que essa segunda temporada está bem mais emocional, com a paixão pelo karuta
mais aflorada do que nunca. Parece que acertaram novamente no feeling...
04) Tamako Market (Dramatic
Market Ride, de Aya Suzaki)
KyoAni como sempre, capricha até mesmo nas aberturas, que a
cada ano se vêm se tornando mais e mais genéricas e consequentemente esquecíveis.
A de Mercado da Tamako consegue registrar presença num curto espaço de tempo
com uma explosão de cores, clima de festa e confetes, um cenário efervescente e
que se mexe no ritmo imposto pela música – Um popzinho com timbre de voz
infantilizado composto especialmente para série *e que eu faço questão de
ignorar a existência de uma versão FULL*. A Tamako [e sua pintinha provocante
no pescoço] caracterizada com um chapéu de mágico e uma varinha magica dá uma
degustação da magia presente na série. E isto está incluso acontecimentos
fantásticos, como um pássaro saindo da cartola. O que você entende quando
alguém diz que certa série é “mágica”, que é repleta de “magia”? Essa definição
recai geralmente sobre obras que lidam com o cotidiano e possuem como carro
chefe, os personagens, ao invés do enredo. Essa magia são os acontecimentos
fantásticos que não deveriam ocorrer numa história centrada na realidade,
inclusive o fato de um pássaro arrogante e aristocrático que fala com as pessoas
ser encarado com naturalidade.
Logo, a produção do estúdio Kyoto Animation faz um belo
trabalho em uma abertura que tem a cor rosa predominando ao lado de
coraçãozinhos e estrelinhas, ressaltando o estado mais puro da castidade; é o
estúdio indo mais fundo ao explorar o universo púbere, após Chuunibyou, que por
sua vez faz um contraste interessante com os hormônios aflorados e de curvas
mais definidas de Hyouka. Mas diabos, como é difícil conseguir passar por essa
abertura sem o corpo começar a se balançar junto com o da Tamako. Quase um
musical, infelizmente a música é apenas eficaz.
03) Uchuu Kyoudai
(Small World, de Fujifabric)
As aberturas dos Irmãos do Espaço são sempre muito
criativas, de 3 posts temáticos sobre aberturas de animes, eles já pintaram em
dois (aqui e aqui). E nessa
terceira participação, a quarta abertura da série, a produção rendeu uma homenagem
a Georges Méliès – ilusionista francês, que se tornou um dos percussores do
cinema ao utilizar inventivos efeitos fotográficos para criar mundos
fantásticos – com Mutta caracterizado à caráter. O resultado é o puro
brilhantismo, em que mais uma vez o invencionismo supera problemas orçamentários.
Há um sutil filtro aplicado que visa recriar a imagem de um
vídeo retro através das lentes de uma câmera defasada, com os personagens se
movimentando em stop motion. Essa abertura é praticamente um curta metragem
parodiando as invencionices visuais de Georges Méliès, aludindo à ida de Hibito
para a lua e seu passeio pelo astro mais romântico da via láctea. Destaque para
a irreverente representação de Kenji e Nitta como figuras romanas segurando uma estrela , por representarem um status visado por Mutta; e Serika, graciosamente como
uma deusa romana sentada na esfera duma lua, dando uma conotação romântica, ao
mesmo tempo em que como a lua, ela permanece inalcançável [ao menos na visão do
nosso carismático herói].
Fujifabric inclusive é a banda que dá voz à abertura de
Tsuritama, e aqui continua com o seu pop rock flertando com o eletrônico, e
afiadíssimos; O delicioso coro ao fundo denuncia a perfeita simetria entre as
notas e o vocal. Desnecessário dizer que a animação acompanha o timing da
música.
02) PSYCHO-PASS (Out of Control, de Nothing’s
Carved In Stone)
Depois da criativa primeira abertura, PP retorna com uma
segunda igualmente criativa, porém mais minimalista e brincando com padrões e
contrastes de cores para dizer mais, mostrando pouco – E assim, dando pistas
para os espectadores especularem e montarem o seu quebra cabeça do enredo. O
domínio no uso das cores é incrível, contrastando belamente entre o jogo de
sombras, o estilizado, o vibrante uso de câmera; num código visual que tenta reter
informações do público, criando uma sequência conflituosa repleta de
subjetividade entre os personagens; tudo leva à um referencial ao estilo neo-noir
dos quadrinhos [e animações] americanos.
E a sincronia com a
música Out of Control é perfeita. A banda Nothing’s Carved In Stone é conhecida
por seu som fortemente influenciado pelo rock americano, e isso se torna
perceptível na melodia e riffs de guitarras de Out of Control, que apesar dos
apetrechos prog-rock, é um pop-punk com refrões sensacionais, vocal poderoso e
sintetizadores que dá uma ambientação do típico cenário de ficção distópica
americana. Quem curte essas porradas com
guitarras e distorções, conferir a discografia da banda é mais do que válida,
inclusive a música Spirit, abertura de Zetsuen no Tempest, é deles. Fora de
controle alude com letras, melodia e instrumentos ao universo de PP ao tornar
tudo caótico e vibrante, quanto aos acontecimentos que vemos neste segundo cour
do anime. A voz amargurada de Shinichi Ubukata é só mais um ingrediente ao
tempero. Okay! Dá licença que eu vou pular aqui *para o terror dos vizinhos
abaixo dos meus pés*.
01) Bakumatsu Gijinden Roman (RanTiKi, de Yukino)
Abertura criativa e emana um carisma que você não irá
encontrar no anime. Quanto à canção, uma verdadeira gema. Classuda, que começa
já explosiva com solos de trompetes, sax e teclados que levam à verdadeiros
orgasmos auditivos. E Yukino está soltinha, soltinha; escandalosa e provocante
com uma voz extremamente afinada que não teme a se entregar a diversos e
oscilantes falsetes durante a execução; uma mistura envolvente entre ska e jazz.
Se você imaginou aí toda uma performance com Yukino vestida à caráter, com um
vestido provocante e luvas, rodeada por músicos trajados socialmente, vocêa certou. Bom, ela não é nenhuma Amy Winehouse no palco, mas é impressionante
no vocal. Para os amantes do jazz, em seu single, Track Listing, ela interpreta
I Just Called to Say I Love You; um cover de um dos clássicos de Stevie Wonder.
Na abertura do anime, o uso de cores vibrantes que dançam e envolvem os
personagens ao som da melodia, com movimentos que parecem interagir com cada
nota, é realmente convidativo.
#Plus: Vividred Operation (ENERGY, de
earthmind)
Sim, as cocotinhas de Vividass Operation, e vocês sabem [ou
deveriam saber], o verdadeiro destaque de Vidonkadonkred é o PLOT, todos sabem
disso, a tia da cantina sabe disso, até o meu gatinho [que se chama Cherry, mas
é muito machinho e adora literalmente correr atrás de cocotas que ciscam e
comem milho]. O que esperar da abertura de um anime que tem no dokingu a
metáfora da pratica do tribadismo entre menores pré púberes? Bem, as meninas do
earthmind conseguiram com a envolvente e energizante (desculpem u_ú) ENERGY,
fazer com que a animação soasse mais interessante do que realmente é. A
precisão e o timing entre música e vídeo não possui uma boa sintonia, mas é
tudo tão animado, que a abertura consegue passar a vibe de diversão repleta de
otakismos da série com competência. Destaque para a partir de 1:10 com as
personagens correndo no ritmo intenso da melodia – A forma como a Himawari (a
vividyellow) corre e a expressão facial que ela faz é hilariante, e é meio que
um escracho porque garotas com peitos balão em animes tendem a correr assim e
fazer essa pose meio sexy, meio bitch, meio “, sou um pudim, me coma”. LOL
Reparei nisso quando fui assistir para decidir quais
aberturas entravam na post. Verdade seja dita, ENERGY não me deixa prestar
muita atenção no vídeo [eu fico bem ocupada, dançando], mas as escolhas dos
quadros reutilizados conseguiu ser pontual, principalmente na transformação de
Akane em VividRED. Sua coreografia emana força e energia, e é meio que
contagiante. Bom exemplo de como uma canção consegue fazer a diferença.
#Lixo: AKB0048
Next Stage (Aruji Naki Sono Koe, de NO NAME)
Utiliza o mesmo padrão da abertura de Love Life [também um
anime sobre idols]; 3DCG em um show simulado com as idols exibindo suas performances.
O resultado final, ao contrário do visto em Love Life, é bem desajustado, com
direito à um show pirotécnico performático e CG ruim. A ideia é até bacana, mas
a poluição visual e a edição, não passam a vibe que deveriam. Aruji Naki Sono
Koe não é ruim, sinto que teria se encaixado melhor apenas com a performance das
idols no palco.
***
Menções Honrosas
-A música é um delicia, e ao contrário do anime, empolgante.
Baixe o single e ouça no máximo.
-Nhammnhaammm essas meninas saltitando no palco é muito
fofinho, e a coreografia é uma convite para tentar fazer igual no quarto.
-Eu adoro essas aberturas coloridinhas com os personagens
interagindo com a música.