É interessante como este episódio de Psycho-Pass conseguiu
gerar opiniões tão mistas. Err... opiniões mistas tem sido a grande máxima
deste anime.
Depois de uma semana em que a rede social twitter
simplesmente explodiu em gente “chorando” e se lamentando com o que aconteceria
(obviamente, munidos de spoilers)
neste episódio 21, eu realmente acreditei que pudesse ser surpreendida aqui.
Hm, parte disso porque eu já esperava algo de ruim para Gino e para o velhinho
Masaoka. E bem, aconteceu o era obvio. O que não tira o mérito da carga
emocional do episódio, o Butcher é desses que consegue impactar e envolver mesmo
seguindo rumos mais ou menos
previsíveis. Digo mais ou menos porque sempre resta uma pontinha de dúvida, o cálculo
nunca é exato: Poderia ser o Gino à morrer, tanto quanto o Masaoka.
Toda essa sequência do Ginoza e Masaoka foi realmente de
doer – Em mim nem tanto pela morte do velho, mas pelas expressões do Gino. Eu
fiquei com os olhos esbugalhados e boquiaberta ao ver ele se erguer com uma
força animal e primitiva quando viu seu pai atingido pela granada. Logo achei
bem curioso a reação de alguns à ficarem realmente emotivos com essa cena, eu não
consegui, estava tensa demais pra restar espaço pra qualquer ensaio lacrimoso.
NÃO, PENSE SÓ poucas vezes eu me corroí tanto por dentro assistindo um episódio
de anime. O monstro da expectativa e do suspense criado pela atmosfera do
episódio estava me devorando por dentro. Eu estava tão agoniada que se tivesse
uma bacia de pipoca crocante na minha frente, eu teria comido e nem perceberia.
Eu iria mastigar aquilo no puro NERVOSO HAHAHAHSHIAUDHAIDUAKAP *crises
nervosas*
Eu realmente fiquei tremulante com essa merda
uhehueuhehuehu, não sei de nada!!!!11 Só sei que pela primeira vez em 21
episódios, eu senti muito ódio pelo gostosudo do Shougo. Nem essa barriguinha
lisinha, esse quadril delicado, e essa calça baixa seriam
capa....cccccca-pazzzes deeee OH MY GOSH MINHA LIBIDOOOOOOOOOOO *rawrr*
Agora, vamos falar sério. Se analisado friamente, este é episódio
soa mais convencional do que deveria. Já disse e repito; o confronto Shougo VS
Kougami não é interessante o suficiente, mas sim o que provém dele: Akane,
Síbila, Sociedade. A trama conflituosa do Sibila foi forçosamente eclipsada por
este embate nessa reta final, no entanto o que deixou a tensão atmosferica
deste episódio a flor da pele é a ânsia de descobrirmos como Akane conseguirá
se colocar entre os dois e salvar o dia, de quebra, talvez se livrando da
influência do Síbila >> Também vale a tensão pelo fato de que isto parece
muito difícil de ser almejado. Então, o que raios... Como Butcher escolherá
botar um 続けて (Continua...) na sua história? É eu continuo
apostando que ele escolheu não fechar essa história e muitas pontas continuarão
abertas – A não ser que de fato o ponto principal do enredo não seja de fato o
Síbila, e sim o Shougo. Eu ficaria um tanto decepcionada... talvez, sinto que
só terei um opinião formada sobre PP, após o termino do mesmo.
Sempre considerei PP uma série de story driven [história
guiada e focada no enredo], e não character Driven [guiada pelos personagens,
com foco nos mesmos] – Ao menos, é assim que ela se sustentou durante todos
estes episódios. O aspecto character driven de PP não é o ideal para este rumo (embora os motivos de Kougami sejam
válidos, ele não foi construído de uma forma que sintamos empatia – Apenas
entendemos – por sua causa. Não como sentimos por Spike Spiegel em Cowboy
Bebop. A rivalidade entre Spike e Vicious, mesmo que este mal apareça e mesmo o
motivo do seu ódio sendo algo contado usando a mesma formula do Butcher, é algo
que explode de uma forma poderosa na tela), e isto fica claro quando você
percebe que este episódio se parece mais como um episódio acima da média de
meio de temporada ou próximo ao desfecho final.
Dá até para fazer uma comparação com a primeira temporada de Chihayafuru,
que definitivamente não seria a ideal, caso aquele fosse realmente o ponto final.
Então continuo acreditando que o duelo não é e nem será o foco. Bom, vamos
descobrir isto no próximo... Sinto que as coisas irão ficar Out of Control. Risossss,
risooosssss nervososssss.
Primeiro que, depois de ver o que Shougo fez com Masaoka, a
sede de vingança de Kougami está à mil. Segundo, Ginoza está a ponto de
explodir, ele já cruzou os limites da sanidade e vai ser difícil voltar atrás.
Pior, ele sabe que não dá pra recusar. Mais: A expressão de desalento ao ver
Kougami passar por ele e por seu pai e não parar, perceber que perdeu tudo o
que tinha sobre seus pés – Manow, o Gino está completamente aturdido, sua
expressão facial ao final é de completo desespero. E ele vai atrás do Shougo
taaaambém. Acho...
O ponto em comum nisso tudo? Estes personagens estão
dançando a música imposta por Shougo. Todos eles estão longe agora de qualquer
civilidade, retornaram ao estado mais primitivo de um ser humano. No centro
deste caos, está Akane que representa a justiça, a ordem, a lei;
Simbolicamente, podemos dizer que ela representa a civilidade. O irônico neste
embate é a forma como todos eles, menos Shougo, sempre se postaram como homens
civilizados. É como se a cortina armada neste teatro de marionetes enfim tenha
caído e revelando a todos que a suas vidas não passam de uma farsa. Libertos
das jaulas que os mantinham presos, se mostram selvagens e inaptos a agir
civilizadamente. Por que: A sociedade não podendo contar com a ordem e a lei,
irá fazer sua própria justiça e a cadeia alimentar se fará valer.
Creio que agora aquele desfecho da abertura esteja mais
lúcido.
Como apontado pelo nosso leitor Adramalesh, os olhos
parecem se referir o conhecimento adquirido por Akane, que enfim acordou do seu
sono de garota ingênua.
Eeeeeee... Akane se postando entre Shougo e Kougami, como
todo mundo já previra, com ela tentando fazer prevalecer a ordem...
...Enquanto estes se atracam da forma mais primitiva da
humanidade. Aliás, Shougo detém o conhecimento [o livro, que ao mesmo tempo
simboliza este conhecimento, e também o caracteriza como um comunista], e assim
como os terroristas comunistas do Baader-Meinhoff, possivelmente será tratado
pelas gerações futuras da sociedade distópica de PP como um herói nacional, com
direito a busto e tudo.
E já que estamos falando deste aspecto, que tal comentarmos
a parábola bíblica do Shougo logo que o episódio começa? Gosto da interpretação
do draggle, de que o sistema Síbila é muito parecido com os escravos que
querem arrancar as ervas daninhas antes de sua colheita, removendo as daninhas
da sociedade, e com isso arrancando junto o trigo junto. É um ponto de vista
interessante, e vai além.
“Jesus disse-lhes outra parábola: O reino dos céus é semelhante a um homem
que semeou boa semente no seu campo, mas enquanto todos dormiam, ervas daninhas
seu inimigo veio e semeou entre o trigo, e foi embora” – Shougo
Aí vai o trecho completo da versão bíblica nacional:
“Jesus lhes propôs outra parábola: O reino dos céus é semelhante a um
homem que semeou boa semente no seu campo. Mas enquanto os homens dormiam, veio
um inimigo dele, semeou joio no meio do trigo e retirou-se. Porém quando a erva
cresceu e deu fruto, então apareceu também o joio. Chegando os servos do dono
do campo, disseram-lhe: Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? pois
donde vem o joio? Respondeu-lhes: Homem inimigo é quem fez isso. Os servos
continuaram: Queres, então, que vamos arrancá-lo? Não, respondeu ele, para que
não suceda que, tirando o joio, arranqueis juntamente com ele também o trigo.
Deixai crescer ambos juntos até a ceifa; e no tempo da ceifa direi aos
ceifeiros: Ajuntai primeiro o joio e atai-o em feixes para o queimar, mas
recolhei o trigo no meu celeiro.” (Mateus 13:24-30)
Os cristãos interpretam essa parábola como sendo uma
referência à igreja [e verdade seja dita, o sistema doutrinário do Síbila se
ajusta completamente aos ideais das igrejas, que trazem paz e segurança aos
seus membros cobrando, em troca sua completa liberdade de agir e pensar, assim
como os mantendo o quanto puderem na ignorância, demonizando tudo que lhes
possam abrir os olhos], mostrando que os pecadores convivem com os fieis,
aguardando o julgamento de Síbila Deus. Mas o próprio Jesus explicou a
parábola, dizendo que “o campo é o mundo”. No mundo, os
servos dele convivem com os pecadores. Ele orou sobre os apóstolos: “Não
peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal.”.
O que essa citação realmente quer dizer, é o com relação ao
desejo de Shougo de se misturar com os demais, e não ser arrancado como uma
erva daninha por ser diferente, por não poder se misturar completamente como um
trigo [pelo fato de ser assintomático]. Enquanto isso, o Kougami em todo o seu
ódio, brada “Você é apenas um pedaço de lixo abandonado pela sociedade” – Levando
em conta o histórico do Butcher em incluir critica social nas suas obras, às
vezes imperceptível (achei até engraçado
como em um entrevista, ele se mostrou surpreso pelas pessoas não terem
percebido a critica dele ao amor idealizado dos otakus em Saya no Uta, achando
aquilo na verdade tudo lindo, quando deveria ser o contrário), aqui temos
uma que é bem liminar, se é que você me entende. Desde que eu vi a
justificativa de Saiga que Shougo se sentia à parte da sociedade e por isso
agia de tal modo, não pude deixar de olhar um pouco mais além da trama do Sibila.
Acho que já comentei em posts anteriores em como PP parece
ser às vezes uma grande alegoria que critica a sociedade japonesa contemporânea
(iremos ter certeza disso no episódio
final). Hmm... acredito que muitos não devem tomar conhecimento do quadro
politico atual japonês, mas peguemos o exemplo mais claro da problemática mais
clássica: o terrorismo interno, praticado pelos próprios jovens japoneses, muitos
deles otakus ressentidos com a sua sociedade. Em todos os livros, o ponto em
que os especialistas sempre tocam é em como otakus são os filhos esquecidos da
sociedade japa. O Butcher parece estar trilhando o mesmo ponto de crítica de
diversos autores do próprio Japão, inclusive do Miyazaki (Nausicaa, Princesa Mononoke) que se posta contra a forma como a
indústria alimenta e é alimentada por este grupo.
Ah, bem, eu já disse que este episódio foi eletrizante? Que
eu fiquei trêmula enquanto assistia? O quanto eu gostaria de ver o episódio
final tipo AGORA? Não, cês não faz ideia huuhhahahaha!! Vai ser tensão e eu vou botar um ovo de tanta agonia! >_^
P.S.: Meus pais ficariam chocados com o que eu falei sobre a
igreja aqui. A minha babá, que tanto me castigava por não conseguir decorar
trechos bíblicos, Pai Nosso e a Ave Maria, deve estar se remexendo nas covas ao
ver no que me tornei.
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
>Muitos reclamam sobre my tomboy estar apagada, mas isso é culpa do amor, olha só como ela olhar pra mim. Hm hum ~_^ Yayoi só precisa realmente se mostrar ativa na minha cama! *avoa* UUUUGGHHH ~_~ Não é nada disso. Dia desses o @PedroSEKman (Identidade secreta: Critico Nippon) estava comentando no twittter em como PP poderia ser perfeitamente um seriado americano. A estrutura é muito similar, até mesmo no uso dos personagens. Nem todos precisam ter destaque e grande influência no andar do enredo, mas apenas exercer seu papel de preencher o enredo. Normalmente cada personagem possui a sua função, como o de Masaoka que era ser um pai e Kagari ser a figura carismática e politicamente incorreta que faz a platéia delirar. Yaoi tá pra PP, como a Astrid está pra Fringe. Assustador. O que eu quero saber mesmo é por onde anda a Rina. Eu sei que Butcher não desperdiçaria um episódio por nada.
> Masaoka morreu, mas sua despedida foi GLAMOUROSA! Deu uma suadeira no Shougo que só venceu por usar métodos baixos e ainda protagonizou uma cena emocionante. É de mais velhinhos assim que os animes precisam, não desses Docs da vida.
> Que irônico, no fim pai e filho trilharam o mesmo caminho. E é a perda do braço esquerdo que simboliza esse reflexo de gerações. Eu realmente gostaria de ver o Ginoza se salvando :/
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
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-E VOTEM! Encerra semana que vem. Terá post comentado depois.
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> Masaoka morreu, mas sua despedida foi GLAMOUROSA! Deu uma suadeira no Shougo que só venceu por usar métodos baixos e ainda protagonizou uma cena emocionante. É de mais velhinhos assim que os animes precisam, não desses Docs da vida.
> Que irônico, no fim pai e filho trilharam o mesmo caminho. E é a perda do braço esquerdo que simboliza esse reflexo de gerações. Eu realmente gostaria de ver o Ginoza se salvando :/
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