Hiroshi Nagahama, o diretor de Aku no Hana, é um desgraçado
infeliz tr0llador dos infernos!!!
MÃÃÃÃSSS... mesmo eu ainda não tendo assistido Mushishi,
ele é um diretor bem elogiado. Muito da minha motivação com este anime, vinha basicamente de sua presença na staff de produção. E vou te dizer, eu gostei da postura deste
canalha! Eu aposto que ele deve estar se divertindo muito com a repercussão que
conseguiu. Sim, porque ele já esperava por isso, como declarado em uma
entrevista para o Comic Natalie e resumida AQUI pelo confiável @Kuromitsu no
Animesuki.
Nessa entrevista, entre outras coisas, ele comenta que
recusou a primeira vez em que lhe proporam adaptar o mangá de Shuzo Oshimi por
não achar interessante adaptação fiel de um manga, que segundo ele seria melhor
se fosse em live action. E aí surgiu a brilhante ideia de utilizar 100% de
rotoscópia, no que foi atendido prontamente. O resultado é isso mesmo que
assistimos no anime. Segundo ele, já era esperado uma reação negativa por parte do
fandom, mas que ainda assim queria deixar uma marca em todos, transformando essa
experiência inicial em algo marcante, mesmo que estes não voltassem para o segundo
episódio...
HAHAHAHAHAHAAHAHAUIHAIUHDAIUDHAIDUHAIDUHAHUHUSHUSHUSSHUAHUAHUAHUAHUAAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAAHUHUAHUAHUAHUAHUAHUAUHAAHUAHUAUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHU
LOOOOOOOOOOOOOOOOOOL~
Eu sempre tenho muito medo de staffs que fazem muito
segredos em torno de suas produções. O choque da surpresa geralmente tende a
ser traumatizante, e isso nem sempre é bom huehuehuehueheehehue.
Ok, ok! Nagahama realmente entrou no espírito
sádico do mangá de Oshimi e resolveu sacanear todo mundo. Maldito! Acabei de te dar um unfollow agora, no twitter. Mas eu realmente
gosto de posturas firmes assim por parte de diretores, infelizmente a maioria
são um monte de saco de batatas incapazes de colocar a sua visão naquilo que
está produzindo [obviamente nem sempre há espaço para tal e etc]. Meu lema enquanto
nerdinha, é que se eu quiser saber exatamente o ponto de vista do autor, eu vou
no original. Claro que, direção autoral não é sinônimo de qualidade, deixando a
vala do Tezuka repleta de animes com propostas interessantes e execução lixosa.
Terá Aku no Hana, já no primeiro episódio, caído diretamente
nessa vala? Bom, o assunto de ontem (data
de exibição do anime) e que ainda repercute com força no fandom de animes
em toda a parte foi o anime e seu...peculiar character designer + rotoscópia.
Deu pra sentir a terra tremendo, e embora eu esperasse que houvesse certa
polêmica, sinceramente eu não imaginava que fosse pelo visual, mas sim pelo
conteúdo. A bem da verdade, eu também não esperava que... errr... o Nagahama
fosse utilizar 100% de FUCKING CARALHADAS de rotoscópia nessa merda, e
inclusive comentei no post de apostas da temporada que este era o meu maior temor. Que se concretizou.
Deixando as polêmicas pra vocês, e falando sobre o episódio
em si, eu espero não ser fincada na cruz por isto, mas eu gostei do que vi.
SORRY guys! Como fã da obra, como blogueira amadora, como implicante que sou com
materiais originais que eu admiro. É, eu achei bem legal.
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e ae brods |
Hiroshi Nagahama conseguiu provar para mim que realmente é
um bom diretor. Eu poderia resumir o episódio em FEELS FEELINGS EVERYWHERE.
Parecia até que Nagahama estava brincando com a noção de terror das pessoas.
Primeiro que é
impossível não olhar para as expressões dos personagens e não sentir um sorriso
brotar nos lábios. É zoado! Até involuntariamente engraçado, lembro que ri
bastante quando vi essa técnica aplicada em Sakamichi no Apollon, naquele
episódio onde todos saem correndo para ir assistir a jazz season. Os movimentos
que deveriam dar um efeito realista, na animação acaba parecendo muito antinatural.
Rotoscópia é uma técnica muito trabalhosa e que só fica realmente legal
aplicada de forma minimalista. Por exemplo, nas sequências de bateria em
Sakamichi no Apollon isso ficou realmente bom. A abertura do filme de Cowboy Bebop ficou bem casual com filtros bem aplicados. Você ainda nota a diferença,
sente que não é natural, como se fosse um 3DCG que não se esconde, mas ainda é
legal porque é um plano geral que não se mistura com a animação tradicional. Kuuchuu Buranko e Mind Game são outros animes que se destacam pelo bom uso da rotoscópia,
mas vocês entenderam onde quero chegar.
Então, o maior problema do uso de em FULLTIME de rotoscópia
em Aku no Hana estão justamente nos detalhes mais minimalistas por não serem
desenhados com mais pericia, sendo os rostos as falhas mais notáveis. As características
faciais estão desproporcionais, falta textura aplicada, e como já disse, falta
detalhamento nos desenhos [desenhos com aquele padrão quality de produtos tabajara] e coesão sequencial – As bocas, narizes e olhos
chegam a aparecer instantaneamente como se fosse simples mágicas.
Definitivamente não há boa fluidez, o que é bem natural se tratando de uma
técnica complexa como essa em um anime com prazos de entrega e muita pressão.
Não é surpresa a rotoscópia soe tão antinatural (mais do que deveria, aliás) e estranha. Os
primeiros filmes clássicos da Disney já utilizavam esta técnica, e mesmo com a boa
aplicação, nunca fora bem vista com bons olhos. Por que é claramente detectável em rimo padrão e câmera aberta.
Segundo que a
despeito de tudo isto, Aku no Hana só soa realmente hilário através dos memes
que surgiram no 2chann. Na execução, tudo flui em um tom atmosférico um tanto
mais envolvente. A direção do tio Nagahama é pontual e certeira. Convenhamos,
ele se saiu muito bem na execução, melhor do que eu esperava. A fotografia melancólica
consegue transmitir o feeling de DOENÇA infestada no ar, os enquadramentos,
angulações e trilha sonora apenas complementam o episódio, deixando-o mais
denso. Essa é a típica cidade baudelairiana; triste, suja, sufocante – a
trilha sonora não é agradável, a
fotografia não é atraente, a ost vai crescendo como ranço a medida que Kasuga
vai adentrando nos portões do seu inferno astral. Fico na expectativa que a
sensação de asfixia se torne realmente latente no anime.
Baseado na obra máxima de Baudelaire, ‘As Flores do Mal’ (Les fleurs du mal), Aku no Hana
replica a essência da obra, que em suma é uma crítica à sociedade hipócrita e
seus preceito de pureza virginal e repressão social, dilacerantes contradições
e dramas íntimos sufocantes que alternam orações a Deus e ao diabo. Por
enquanto, eu só gostaria de salientar o quão magistral é como Nagahama utiliza
a metáfora da flor. Durante todo o episódio, a tensão vai crescendo
gradualmente, ao passo em que algo muito pobre vai despertando em Kasuga cada
vez que ele abre, recita ou reflete sobre os poemas de Baudelaire, a flor vai
se enraizando e crescendo ao ponto de ganhar uma forma assustadora. Vai me
ficar mais interessante com a prodigiosa confusão entre amor sublime e
degradação. E Nagahama trabalha isso com muita tensão, suspense e com ~vibes~ de terror audiovisual, sente-se
que como se estivéssemos num filme de terror e que a qualquer momento fosse
saltar uma criatura horrível na tela.
Terceiro que... pohã! O que foi aquela ED no finalzinho, com letras que pareciam
dialogar diretamente com Kasuga? Foi aterrador. Ao mesmo tempo viciante. É, tô viciada nisso e já quero a versão FULL pra tipo...NOW! Conseguiu ter uma pressão atmosférica
muito mais envolvente do que foi feito no primeiro capítulo do mangá. Espero
realmente ser surpreendida [positivamente] no próximo episódio e que as
promessas de Hagahama de algo realmente bom pela frente, não sejam palavras ao
vento. Melhor ainda se isso aqui não passasse de um troll de primeiro episódio.
Sobre a adaptação, o tom aplicado no anime é
substancialmente diferente do que vi no mangá, aqui se assemelha mais a filmes
japoneses de terror e suspense. E levando em conta a proposta de Hagahama em
fazer algo muito mais próximo de um live action, devo dizer que ficou realmente interessante. Embora eu não goste exatamente de como isso soa como um filme live action (seria tão melhor com animação tradicional
~_~). O mangá é melhor, algumas cenas funcionaram melhor lá, como a de Nakamura enfrentando o fodido de seu professor, mas eu gostei da vibração que a
sequência teve no anime. Já sobre o mal falado character designer, novamente é
algo que não me importei tanto, o diretor quis dar uma nova “cara”para a serie
que está dirigindo e casou perfeitamente com a proposta – ainda que
visivelmente não seja a proposta esperada pela maioria dos fãs, ficou algo bem próximo de séries undergrounds sem muita personalidade de temática guro. Eu ficaria
realmente e plenamente satisfeita se o character designer fosse mais
consistente, assim como a animação, no mais, os personagens serem feios e não fazerem
justiça ao original... C'est La Vie. No fim, esse tipo de obra é realmente a
outra face da comédia. E tão subjetiva quanto (Junji Ito já ousou explorar estes limites tênues). Por enquanto, ainda tem o meu interesse...
Etto... eu realmente fico contente de saber que minhas coxas estão sendo valorizadas num anime. Really. E... Aku no Hana vai dar muito pano para galerias de sarro ;)
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
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"Se as coxas não estão, pelo menos, um pouco grossas, não são realmente coxas." |
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
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