OVA da série de anime Red Garden.
Red Garden (Jardim
Vermelho) faz parte da minha era de ouro como otaka, onde era tudo mágico e
animes me deixavam na ponta da cadeira com mais frequência que o habitual
atualmente. Também é da época que eu não sabia escrever reviews. Se trata de
uma série original do estúdio GONZO de 2006, ambientado no cenário nova-iorquino,
em que vivem quatro garotas que se vestem fabulosamente, e depois que
descobriram que estão mortas e destinadas a viverem para sempre, estão
sempre fazendo coisas malucas [como matar monstrengos pelas ruas da cidade e
punir garotos maus] todas as noites. A temática de Red Garden é uma variação
dos vampiros e sua eterna busca pela sentido da vida, a melancolia de serem
seres eternos e por vezes solitários.
O OVA, Dead Girls (2007 – Garotas Mortas)
expande essa questão existencial, se passando cerca de 300 anos no futuro após
o fim da série de tv. É interessante ver as personagens novamente, com a mesma
idade e fisionomia, mas com personalidades inusitadamente diferente, embora a
essência de cada uma ainda esteja lá. Sendo sincera, eu só resolvi assisti
agora, 2 anos depois de ter assistido a série original, por pura nostalgia. Queria
revisitar esse universo, sem necessariamente rever a série original. Já haviam
me alertado que o OVA estava longe de ser bom. E realmente, a trama não é nada
demais e peca muito no clímax, com um desfecho fraco. Essa trama traz
personagens da série de tv, em novos corpos, respondem algumas perguntas
deixadas no anime, mas traz diversas outras questões.
Bom, nada de importante. Foi bom revisitar este cenário, embora ele definitivamente não seja bom. O
ponto alto foi ver as meninas, guardadas as devidas proporções, como se
estivessem no cenário de Sex and the City. Aqui elas parecem lobas e não
dispensam uma boa caça... Digo, elas mostram ter muito mais tesão por homens do
que o mostrado anteriormente hahaha! De alguma forma, acredito que elas
descobriram no sexo uma boa forma de passar o tempo. Inclusive discutem uma com
a outra por isso, o que deu um clima mundano bacana de se observar.
Principalmente porque a trama discorre sobre companheirismo, eternidade e
solidão. Peculiar é o fato de todo o feeling lésbico ter se dissipado por
completo aqui, e de uma forma geral, o aspecto sexual mais presente. Outro ponto interessante é a forma como elas se transformam com
o passar desses anos. Ver a humilde e recatada Rose (Ayumi Tsuji)se portando como uma ojou-sama e a tomboy
masculinizada Claire Forrest (Miyuki Sawashiro)como Femme Fatale foi no mínimo hilário.
A parte técnica é bem inferior à série de tv, com animação abaixo do apresentando na série de tv, pouquíssima fluidez e cenários
mais pobres, além de um 3DCG de qualidade duvidosa – com direito a um mecha em
com design de boneca e... Com uma barrica que passa a ideia de gravidez (!). Design vanguardista! Enfim, Red
Garden faz parte de uma época em que o estúdio GONZO estava flertando com os
americanos, por isso possui cenários tão típicos dos EUA. Incluem-se aí as
cenas de musicais – no OVA não há musical, mas elas continuam cantando. Na
série de tv há inúmeras referências à cultura americana, só perceptível mesmo
para quem tem laços estreitos com a mesma, é difícil se perceber todas essas
referências. Um exemplo é no episódio 04, quando Rose e Kate (Akira Tomisaka) falam sobre o dono de
uma loja de sopa “Se você não seguir suas regras, ele não vai te vender sopa durante um
ano”, uma referência a um episódio de The Soup Nazi, um sitcom
americano. Já o character design é tipicamente josei, inclusive o look das personagens.
Gostei disso e acredito ter afunilado bem à atmosfera da história. Acho que se
eu resistisse a série atualmente, seria mais crítica – de qualquer modo, apesar
da sensação agradável deixada, não sinto nenhuma vontade de revê-la tão cedo.
Nota: 05/10
Direção: Kou Matsuo
Roteiro: Mari Okada
Tipo: OVA
Episódios: 01
Duração: 45 minutos.
Estúdio:
GONZO
Similares:
Blood: The Last Vampire, Witch Hunter Robin, Tokyo Majin Gakuen Kenpucho:
Tou, Kite
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-Red Garden Review
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