Trááááááágico!
Para mim, este episódio conseguiu ir mais fundo que o
anterior, porque este é o meu tipo de show. Aquele que não é apenas choque,
permitindo que possamos sentir a dor do personagem. Este também trabalhou com o
choque, mas dessa vez não é pra vibrar e sim emocionar. Eu me senti realmente
tocada. Este é o ato seguinte ao momento propiciado pelo choque da surpresa,
agora são eles tendo que lidar com este horror que abalou todas as estruturas
familiares, de recolher os corpos, superar as perdas, porque vocês sabem como é
fucking difícil ter que encarar uma realidade com o corpo de uma pessoa querida
estirada ao seu lado. Não se compara às perdas e danos materiais. São essas
insights que eu procurava no episódio anterior; a reação, a forma como eles
estavam lidando com aquilo, então eu fiquei satisfeita com o que vi aqui.
-Na segunda imagem, Anna tão alucinada que nem percebeu que Franz estava partido ao meio... Isso foi forte, mesmo censurado.
-Na segunda imagem, Anna tão alucinada que nem percebeu que Franz estava partido ao meio... Isso foi forte, mesmo censurado.
São apenas 3 momentos antes de partimos para um flashback,
que são suficientemente representativos,
fortes, emocionais. Até mesmo o flashback, que antes de assistir temia que
pudesse quebrar a narrativa, conseguiu ser uniforme com a climática. Oras, são
dois eventos de aspectos distintivos, mas interiormente é a mesma coisa. O
feeling é mesmo. É uma pessoa confrontada com o choque de ver seus entes
queridos morrerem diante de seus olhos sem poder fazer nada, de se sentir
completamente sozinha, a perda, a incapacidade de conseguir reagir e curto
prazo. Em que isso difere do que está acontece no tempo linear? Entre os
humanos que tiraram a vida dos pais de Mikasa para vendê-la ao mercado sexual e
os titãs que matam humanos seja por qual motivo for, há uma linha tênue que só
é vislumbrada pelo físico de cada um.
Não tão alucinante quanto o anterior, no entanto, este
episódio conta com uma afiada parceria entre Tetsuro Araki, na direção, e Hiroshi
Seko no roteiro, que juntos conseguem tecer uma trama envolvente, que prepara o
palco para aquele que provavelmente é o último ato deste arco. Um desfecho que
contará com o respaldo emocional de um link entre Mikasa e Eren (o vislumbre dela correndo em sua direção),
que só foi possível com este flasback. Talvez não dê toda a eloquência visual e
a violência incontida dos titãs que muitos esperam, mas se vê aqui um trabalho
muito interessante de introdução ao despertar de um protagonista [e seus
asseclas], que a longo prazo pode render frutos suculentos, com uma motivação
que realmente soe convincente, além de atitudes mais maduras – ou ao menos, eu
espero que o Eren possa sair dessa mais sensato.
Desde o primeiro episódio eu pude sentir o quão a trilha
sonora é eficaz, mas foi neste que eu pude senti-la com mais intensidade, mesmo
não fazendo nenhuma força para se sobrepor, aliada a um bom roteiro e uma boa
direção em um raro momento onde tudo foi muito feliz da parte de ambos.
A saída sendo obliterada por um nobre acreditando que seus
bens valiam mais que as vidas daquelas pessoas imundas – numa passagem muito
verossímil do pensamento hierárquico social e intelectual presente mesmo nos
dias atuais – é um desses grandes momentos. É um domínio narrativo exemplar de
repulsa (as atitudes do nobre),
seguido de apreensão (os passos de um
titã surgindo de algum lugar), e então uma ação tragicômica (o titã surgindo desengonçadamente de forma
fulminante) cortada por uma performance visualmente estimulante da Mikasa.
Foi uma volta completa na montanha russa, com um misto de sentimentos internos
coroado por um clímax absoluto que leva quem vê a um pequeno orgasmo. Mikasa é
foda, derrubou o titã e ainda calou a boca do cara mal. A mãe e a filha agradecidas,
aplaudindo a atitude de Mikasa que assente em um gesto honroso, foi algo que
inexplicavelmente me emocionou. Ali, ela representa com honrarias o verdadeiro
espirito de um soldado da infantaria, um espirito adormecido, aquele pelo qual
acredito deverá ser o lema de sua equipe.
São insights repletas de clichês importantes para relacionar
o publico com o personagem e o tema com o qual está trabalhando. Numa sala de
cinema, não tenha dúvidas que todos ficariam apreensivos com aqueles passos
assustadores, rindo com a aparição do titã despirocado, vibrantes com o show da
Mikasa e por fim, exultantes com sua postura diante o nobre. Uma volta completa
na montanha russa :)
Um episódio também cheio de subjetividade, conseguindo transmitir
sua mensagem com muita força, como toda a sequência com o Armin, a transição do
tempo entre passado e futuro e a forma como as duas tramas se interligam: Uma
atitude que leva Mikasa de volta às suas dolorosas lembranças e o ponto onde
Eren estende os braços para ela, trazendo-a de volta ao tempo presente, indo de
encontro a ele, dessa vez para ser aquela que este os braços. Em meio a tudo
isto, há um obvio buraco que cria certa expectativa, porque Araki engenhosamente
nos mostra que entre uma ação e outra, Mikasa conseguiu ir em auxílio a Eren.
Shingeki no Kyojin é uma obra muito fantasiosa, seu mérito é
conseguir nos fazer acreditar nessa fantasia como algo verdadeiro, relacionando
isso bem ao seu pano de fundo credível, embora exageros como mostrados no
episódio anterior se tornem uma pedrinha no pé. Ainda que as ações do Eren soem
muito vazias, por não entendermos de onde vem toda essa obstinação em alguém de
sua idade até então sem grandes traumas e maduro demais para sua idade, suas
ações neste episódio conseguem ser envolventes ao fazer aquilo que temos
vontade de fazer aqui do outro lado, mas não podemos. Aliás, torcemos por isso,
por Mikasa. Eu não poderia descrever minhas feições diante em quão delicada é a
cena final dos últimos segundos do flashback, com Eren lhe dando o cachecol,
agora carregado de significados, com o qual ela responde francamente “...vamos” ao chamado dele. Assim com ela, meus olhos também estão lacrimejados. Agora eu consigo entendê-la
um pouco melhor, assim como sua motivação, seu apego ao Eren, consigo até mesmo
sentir que eles podem ser mais do que irmãos. Espero que Shingeki no Kyojin
continue assim, repleto de significados para tudo que não entendemos ainda.
FODA-SE o mangá, sem spoilers, hein! Ou avisem antes que há
spoilers (e mesmo assim as pessoas leem. Curiosos!).
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
-HAHAHAHAHAAH O mundo pode estar acabando, mas sempre haverá amor! "Minha Christ" HHHNNNGGGG!!!!!
-Eu já sabia que isso ia acontecer. Eles sempre dão a dica, MÃS... Não evitou de eu ficar com um nó no peito >_<
-O filho do boneco assassino?
-Gostei dessa sacada e como se correlaciona com o contexto; repletos de predadores que matam para se sustentarem, é a cadeia alimentar natural da vida. Nessa cadeia, o homem é o único animal dotado de inteligência e que não age unicamente por impulso. O que dá um pouco de complexidade nessa construção, é Mikasa relacionar o ato da caça (com fins alimentares) e os predadores naturais do reino animal, equivocadamente ao ato praticado pelos bandidos que eliminaram sua família. Ela vê um mundo repleto de pecadores e provavelmente se sente de algum tipo, asco pela humanidade, enxergando em Eren o seu porto seguro, talvez o seu único exemplo de pureza humana, explicando em partes seu apego e exagerado senso de proteção. Talvez ela veja nele mais do que alguém que ela ama, mas uma relíquia, um objeto idealizando. Enfim, veremos. De qualquer forma, a forma como ela vê o mundo, é bem tipico do tropo de personagens ao qual ela faz parte (o mesmo da Lucy, de Elfen Lied. Pessoas muito más fazem com que elas veem o mundo de outra forma e em meio a tudo isso, encontram uma única pessoa que parece diferente de todos e então passam a concentrar nessa pessoa todo o seu afeto).
-HUEHUEHUEEHUEHUEH CHORANDO!
-A @sunnysobunny me enviou isso pelo twitter e ela sabe que não consigo ficar indiferente, então: MIKASA, EU TÔ AQUI, VEM PRATICAR BOX COMIGO!
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
-Eu já sabia que isso ia acontecer. Eles sempre dão a dica, MÃS... Não evitou de eu ficar com um nó no peito >_<
-O filho do boneco assassino?
-Gostei dessa sacada e como se correlaciona com o contexto; repletos de predadores que matam para se sustentarem, é a cadeia alimentar natural da vida. Nessa cadeia, o homem é o único animal dotado de inteligência e que não age unicamente por impulso. O que dá um pouco de complexidade nessa construção, é Mikasa relacionar o ato da caça (com fins alimentares) e os predadores naturais do reino animal, equivocadamente ao ato praticado pelos bandidos que eliminaram sua família. Ela vê um mundo repleto de pecadores e provavelmente se sente de algum tipo, asco pela humanidade, enxergando em Eren o seu porto seguro, talvez o seu único exemplo de pureza humana, explicando em partes seu apego e exagerado senso de proteção. Talvez ela veja nele mais do que alguém que ela ama, mas uma relíquia, um objeto idealizando. Enfim, veremos. De qualquer forma, a forma como ela vê o mundo, é bem tipico do tropo de personagens ao qual ela faz parte (o mesmo da Lucy, de Elfen Lied. Pessoas muito más fazem com que elas veem o mundo de outra forma e em meio a tudo isso, encontram uma única pessoa que parece diferente de todos e então passam a concentrar nessa pessoa todo o seu afeto).
-HUEHUEHUEEHUEHUEH CHORANDO!
-A @sunnysobunny me enviou isso pelo twitter e ela sabe que não consigo ficar indiferente, então: MIKASA, EU TÔ AQUI, VEM PRATICAR BOX COMIGO!
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Comentários do Critico Nippon (@PedroSEkman)
Sobre o episódio: nhé.
Ela não anda. Ela desfila. |
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Porém, finalmente conformado com a morte do Eren, merece uma homenagem... porque é hilário DEMAIS.
Vamos relembrar de um homem que nos deixou muito cedo...
Um homem que assustava multidões com sua fúria...