segunda-feira, 20 de maio de 2013

Comentários: Suisei no Gargantia #07 – O Destino de Um Soldado


Conflitos. Conflitos reais! Eu posso vê-los, até que enfim!

Você sabe o quê? Quando um cenário como o de Gargantia tenta me convencer que a maior ameaça que existe são aqueles infames piratas que parecem ter saído de uma animação da Disney (que naquele universo funcionam), eu realmente não posso fazer mais do que apenas suspirar. Então vemos em episódios seguintes [mais precisamente o quinto] que aquela tripulação parece estar vivendo num cruzeiro colorido, então eu simplesmente fico muito desanimada. Nada contra, eu gosto deste tipo de show, mas Gargantia desde o primeiro episódio nunca se mostrou como uma fantasia escapista, do tipo, você senta pra assistir e apenas se diverte, sem qualquer pretensão de questionar qualquer coisa. No entanto, sempre foi doce e até mesmo com certo grau de ingenuidade, mas no fundo uma história sobre crescimento, conflitos culturais e individuais. Logo, eu não posso apenas desligar meu cérebro e comprar algumas decisões fáceis e baratas, por mais bem dirigido [e está... muito] que esteja.

Eu disse que teriam polvos tentáculos, eu disse hahaahah (mas imaginava que seriam maiores, pouxinha)

Nestes últimos episódios Gargantia voltou a crescer aos meus olhos e parece que permanecerá estável, figurando logo atrás de Chihaya e Shingeki no meu rank. E caramba, caramba!! Que semana (!)... Ao menos para o animes que acompanho (fora Maou-sama que tem se mostrado uma decepção crescente). Drama, conflitos, suspense, tensão, Gargantia estava realmente intenso neste episódio. Daishiro Tanimura escreve este episódio, e ao contrário do que ele fez no quinto, este tem muita liga e as tramas progridem homogêneas sem parecer esquetes de programa de humor. Claro, não está perfeito, a informação de que a população de Gargantia temem as proclamadas lulas gigantes surgiu abruptamente sem que no episódio anterior fizessem qualquer indicio, o que inevitavelmente acaba soando um pouco forçado. Quiseram deixar uma brecha para esta tensão, mas se esqueceram que essa revelação não faz muita diferença em termos de impacto, a tensão seria a mesma porque continuaríamos sem saber ao certo o que estaria por vir.

Nada que estrague o feeling deste episódio, que tem um ritmo agradavelmente eficaz para uma mudança de direção surpreendente (talvez no momento errado), nos tirando da zona de conforto. Essa é a primeira vez que eu me importo com o que está acontecendo no vídeo ao ponto de ficar apreensiva.

A mudança traz múltiplas possibilidades e com elas, questionamentos diversos. Eu esperava que esse conflito acontecesse onde Ledo tivesse que escolher entre partir e ficar, mas não tão cedo, não dessa forma, não com ele ainda não tendo criado raízes, não com a politica de Gargantia desestabilizada dessa forma. Waahh, gosto deste tipo de sentimento quando assisto uma série em que uma jogada desfaz com todas as previsões e acaba por criar um futuro indefinido, incerto. É gostoso. E não é uma apreensão muito otimista, embora. Há um certo temor no ar, a série pode acabar se perdendo completamente se não souberam trabalhar e conciliar tramas e personagens. Isso é muito grave, porque Ledo ainda não está completo e não parece haver tempo suficiente para trabalhar essa curva tomada; muito plot para pouco tempo. Nem mesmo Amy, a despeito do seu tom carismático, consegue ainda ser uma personagem ao menos mais humana. Periga cair no mesmo mal de Psycho-Pass ao sofrer crise de identidade, e talvez o nome de Urobuchi envolvido [mesmo tendo só escrito 1 episódio a composição ainda é dele, que ama tramas alienígenas] seja o maior problema. O @cnetoin chamou a atenção no ultimo comentário em como o primeiro episódio destoa de todo o tom que vem a seguir. É uma introdução muito boa e poderia ser melhor se essa fosse uma série mais longa, mas pode ser um problema se a partir de agora o enredo estiver caminhando para aquela tonalidade. Seja como for, Kazuya Murata (diretor), periga cair na própria armadilha publicitaria que armou ao envolver o Butcher no projeto.

Pensando só no agora e deixando de lado aspectos futuros, foi um episódio com ótimas vibrações. As Hideauzes passando sob Gargantia e representando um perigo real, o clima de tensão entre Ledo e todos mais, Ridget se impondo, Fairlock sendo incríveis com uma tática muito sábia, todos assustados. Pow, quanto aquela chave começou a cair em câmera lenta direta para o solo, eu estendi o meu braço para pegá-la e não imaginam minha expressão quando outro personagem fez isso, hahaah! Foi demais! Inclusive, a tática de Fairlock parece indicar que esta não é a primeira vez...  Este oceano começa a cheirar a sangue e de alguma forma me sinto estranha quanto a isso, a série parece estar se precipitando por caminhos que de certa forma são dissonantes com a narrativa até então. A seguir, cenas do próximo capítulo.


Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★


Comentários Soltos


-Falando um pouco das particularidades do episódio, o comportamento do Ledo é o esperado. Faz quanto tempo que ele está em Gargantia? Dou no máximo uns 2 meses. É inadmissível pensar que em tão pouco tempo ele pudesse por suas raízes e motivações de lado pelo apego que sente a Amy [por mais que eu tenha ficado um pouco awwn ao vê-la abraçada implorando para ele não ir]. “Eu vivo para matá-los” – tá aí, curti e sua obstinação desenfreada por lulas me fez rir internamente por alguns momentos.


-Pinion me surpreendeu e passou a ser um pouquinho mais interessante, teria potencial se o explorassem. Não necessariamente gosto de suas atitudes para com Bellow, mas em termos de entretenimento é algo interessante, ele tem um lado negro escondido naquelas expressões canastras. Fora que gosto dele com a Bellow, e ao me lembrar disto, choro pelo anime ter apenas um cour.


-A Bellow é bem carnuda, hein?



-A Sayaka Ohara, digo, a Ridget parece que ganhará mais importância depois deste episódio. Ansiosa para ver como se portará e se o roteiro irá desenvolvê-la adequadamente, e pelo preview, ela terá muitos problemas com a demandada em massa. Por enquanto, sua presença com a dublagem da Ohara já conseguem chamar a atenção por si só. Suas expressões de horror estavam fascinantes.  :D:D


-Por outro lado, foi o comandante Fairlock que mais me surpreendeu [positivamente], mostrando aquilo que eu sempre esperei de um velho lobo do mar: sabedoria. Sua experiência e pulso firme para agir na hora certa salvaram Gargantia, pagando um preço alto inclusive. Uma morte digna, mas problemática pra toda Gargantia. Eu acho que ele não era tão importante no comando, mas sim a sua figura, o que ele representava para todos. Com tamanha influência, não duvidaria que ele conseguisse evitar o dissolvimento de uma importante frota, porém, o mesmo não pode ser dito com relação a Ridget, que definitivamente deverá enfrentar um grande conflito politico, afinal, ela é respeitada, mas não parece ter a mesma influência do velho. 


-Então as lulas gigantes são realmente da mesma espécie das Hideauzes, só que subdesenvolvidas e ainda não se importando com os seres humanos. Fica a questão: o que quebrou essa coexistência até então pacifica? E mais, Gargantia está tomando uns rumos que parecem querer validar aquela teoria que tivemos nos primeiros episódios, de que Ledo não passou por uma fenda espaço tempo, mas sim, viajou de volta ao passado. Imagina se o que provocou essa luta entre humanos e Hideauzes não foi um paradoxo criado por Ledo, por exemplo, nessa expedição que ele está indo? Há alguns buracos, como as declarações de Bevel sobre lendas de humanos que foram para o espaço depois do ocorrido com a terra, além do fato deles não terem tecnologia para ir ao espaço. No fim das contas, é uma teoria que eu gosto, mas paradoxal demais para uma história como esta.  Porém, é legal pensar se os humanos daqui não criaram indiretamente as Hideauze e que por algum infortúnio, não as levaram para o espaço, fazendo com que se desenvolvessem.




-O Not Red Reviews levantou a bola para essas semelhanças com base na revelação de que a fonte de energia de Gargantia são uma espécie de peixes nanomáquinas. E tem todo aquele lance de seguir os caminhos da galaxia, que são os caminhos de luz. Caminhos estes que aparecem a medida que raios caem em certo local, com Gargantia precisando se dirigir até lá para então conseguir eletricidade. Então, essas nanomáquinas seriam obras de Hideauzes? Parece meio viajado, porém...