E dessa vez a seleção foi acirrada, com as escolhas sendo
feitas por pequenos detalhes. A única exceção foi a de Shingeki no Kyojin; essa
desde o inicio eu sabia que dificilmente seria barrada por qualquer outra.
05) Yahari Ore no Seishun Love Come wa
Machigatteiru – Yukitoki (Nagi Yanagi)
Para fechar, vamos com uma baladinha melódica, para a série
de comédia romântica mais pretensiosa (no
sentido não-pejorativo) da temporada. Mais uma abertura que ganha nos
pequenos detalhes de execução criativa. Uma cadeira estrategicamente vazia no
centro de um cenário escolar vazio, diversas cortes de câmera em pernas, jogo
de olhares, filtros, uma câmera giratório, flores, flores, tempestade. Pode não
ter nenhum significado especial, mas é visualmente agradável, principalmente
com a bela voz de Nagi Yanagi (ex vocal
do Supercell) no embalo.
Eu tive um professor de filosofia, que nos primeiros dias de
aula de uma matéria totalmente desconhecida, nos apresentou um ponto de vista
tão inédito, quanto absurdo (nós
pensávamos), de muitas coisas; o que nos levou a rir dele pelas costas e o
chamar de maluco. Claro, ele virava e dizia coisas estranhas, chegava à lousa,
desenhava algo (poderia ser um cachorro,
uma madeira, um objeto qualquer, qualquer coisa) e pedia uma interpretação
não literal daquela figura naquele contexto. Para mim, tão ingênua, parecia
algo tão absurdo, que determinada vez fiquei revoltada quando ele disse que se
numa ilustração há uma fumaça, nem sempre ela quer dizer que há um incêndio. E
essas eram nossas questões, avaliações. O que eu quero dizer que a montagem na abertura
diz muito sobre a temática da série; e embora eu ainda não a tenha conferido,
há a excentricidade e um foco na sociologia de gênero; os personagens são
solitários (a cadeira no começo com a
luz do sol entrando pela janela), as pernas solitárias e logo após o corte
de câmera mostrando os como um grupo; tudo o que vem a seguir é a interação
desse grupo naquele contexto social. Frente a frente, de lados, de costas, os
caminhos que se encontram e o espaço em volta reduzido evidenciando apenas uma
pessoa, as flores em meio a tempestade, ao flores ao redor de alguém; tudo isso
como conseqüência dessa interação ou de determinado ponto de vista.
04) Namiuchigiwa no
Muromi-san - Nanatsunoumi Yori Kimi no Umi (Sumire Uesaka)
Mais uma abertura elétrica que retrata o espírito da série,
neste caso, um bando de sereias pervertidas e... levemente alcoolizadas (?). As aberturas de animes quase
sempre são econômicas (os encerramentos
costumam receber bem menos trato), seguindo certo padrão de economia (já saíram diversos vídeos mostrando as
semelhanças entre as aberturas de centenas de animes). Ou é o personagem
correndo em alguma direção, ou slides de quadros estáticos, ou animações
reaproveitadas; ou algo assim. Mas tem sempre alguém pra usar a criatividade e
fazer algo interessante sair disso. Em Muromi-san, um pouco aqui, mais um
pouquinho ali de material original, selecione as melhores seqüências que digam
do que se trata a série e zás. Se houver sensibilidade para um tema que dê liga
às imagens, o resultado pode ser algo que se sobressaia. A abertura de
Muromi-san é divertidamente inquietante e se você assistir seguidamente vai chegar
um momento que seu corpo também entrará inconscientemente no embalado. Os
desenhos com animação tradicional também ajudam, há um quê oldschool que torna
as sequências algo agradável aos olhos. Tanto Muromi-san, quanto Aiura, são
animes curtos, e que chamam a atenção pelo uso de animação (apesar que eu deixei Muromi pelo caminho... hahá!).
O principal componente aqui é a dançante composição da idol Sumire
Uesaka, que fez a Sanae Dekomori em Chuunibyou e repete a dose de maluquez
dublando a Sumida-san na série. A própria Sumire é bem maluca, ou digamos, que
se ela se apresenta de modo exótico. Se a abertura é boa, o clip e a versão
original da canção são melhores ainda – vale à pena dar uma conferida, ela tem
uma performance envolvente. É divertido, vai, apesar de que... Eu morreria de
vergonha de cantar isso na frente de alguém. É meio constrangedor, como quase
tudo voltado para o otaku hardcore.
03) Aiura – KaniDo-Luck! (Aiu♥rabu)
Quem imaginaria que uma adaptação de mangá 4-koma (aqueles de tirinhas) com uma média de
menos de 5 minutos por episódios iria vir ter ainda aberturas e encerramentos;
e mais, que este encerramento ainda iria dar a maior polêmica. Tudo começou com
a imagem do icônico Steve Jobs (1955-2011)
presente em alguns momentos da abertura, sendo associada a caranguejos, que
nada mais seria que um nefasto trocadilho com as palavras ‘caranguejo’ e
‘câncer’. A graça estaria no câncer que Jobs carregou Poe um bom tempo até vir
a sucumbir a ele. Logicamente virou assunto do momento nas principais
comunidades otakus americanas.
Mas vá, lá, independente da polêmica, a abertura de Aiura
conta com uma ótima montagem basicamente de quadros estáticos em slide com as
personagens em formato chibi. É criativa, fazendo alusão principalmente à
música de Aiu rabu com o refrão chiclete “Kanakana/kanikani” (daí vem o trocadilho com a palavra
caranguejo), com muitos caranguejos por todos os lados prontos para
servirem não só de refeição como um mascote para as garotas – isso se explica
fácil, afinal, os caranguejos ao lado das lulas, são os animais marinhos sempre
associados à fanservice em animes hardcore – e tal qual, bem fofos. Essa
aleatoriedade da abertura [com sua música trava língua e trocadilhos] reflete
bem o espírito da série. XD
02) Haiyore
Nyaruko-san W – Koi wa Konton no Reichi (Ushiro Kara Hai Yori Tai G)
01) Shingeki no Kyojin – Guren no Yumiya (Linked
Horizon)
Aberturas com temas agressivos e animação dinâmica, forte
contraste de cores, e um resumo básico do que se trata aquela animação. Kurozuka
(2008), Death Note (2006), Highschool of the Dead (2010); Tetsuro Araki criou uma
assinatura para aberturas que se faz presente em boa parte das obras que
dirige, a exceção seria Guilty Crown (2011)
– bem mais comportada e melódica, com apelo sonoro e estético pop e sem o grau
de agressividade presente nas anteriores.
A paleta de cores dá o tom; vermelho para mortes, verde para
humanidade. Parece até meio sádico, tons vermelhos marcam as mortes (como quando brota a fúria dos titãs no
vídeo, esmagando a humanidade, com o vídeo repicado de manchas de sangue ou na
primeira tomada com os personagens cabisbaixos frente às sepulturas –
simbolizadas pelas armas solitárias abandonadas fincadas ao chão – com o choque
entre tons acinzentados e vermelho), enquanto os verdes [que geralmente é
uma cor associada à esperança] estão sempre expostos sobre os titãs, como se
referenciando ao anti-herói dos gradinhos; Hulk, a bestial fera fruto de
experiências humanas.
Araki constrói uma abertura extravagante e original, de modo
econômico, utilizando basicamente filtros sobre cenas presentes no anime e
nenhuma animação original, fora os CG’s em formato de muralha que explodem nos
primeiros segundos. O resultado é uma abertura vibrante em sincronia com a
poderosa ópera rock do Linked Horizon com guitarras elétricas, teclados, acompanhamento
orquestral e mais uma variedade de metais. Essa abertura com a calorosa
performática dos personagens com seus saltos à altura dos titãs ilustrando o
título da série (‘Ataque aos titãs’)
ao mesmo tempo em que propõe um embate de igual para igual, se tornou um meme poderoso
na internet e alcançou até o mesmo o público convencional. Pony Canyon e King
Records devem estar sorrindo de orelha a orelha com o sucesso do single com um patrocínio
que irá lhes trazer muitos fruto$.
O difícil é conseguir se manter estático ao ouvir o tema de
abertura. Não dá vontade de saltar como os personagens? Nem conto que já tentei
isso no meu quarto.
Lixo
Eita que essa foi uma escolha muito acirrada com Devil
Survivor 2, mas esta se destacou ao meu olhar. Tudo porque o tema é sonoramente
gostoso e se adéqua perfeitamente à temática da série, que são fetiches por
fotografias de garotas em diversas situações ou de determinados pontos de seus
corpos (de algum forma, o arranjo me
lembra lentes e sons de câmeras fotográficas, acho que porque muitos programas
do tipo saem com temas mais classudos assim). Aliás, fiquei sabendo que a
série pode ser considerada um sucessor espiritual de KimiKiss e Amagami –
ambos, jogos da mesma produtora que ganharam seus respectivos animes. Enfim, a
música tema é boa, mas sua execução segue em modo automático, o que é um
desperdício. Há um momento em que sua direção se contenta com um espaço azul e
com anacrônicos efeitos de fotografia [das personagens] caindo do espaço vazio.
Há também a tentativa de colocar os personagens cantando a música tema, o que
poderia ser até interessante, se a forma como eles mexem as bocas e se
comportam em meio à canção, não parecesse fora do tempo e tão engessado. Não
está fora do tempo, mas isso acontece porque não há sincronia audiovisual, o
ritmo da animação não acompanha o timing da música – fica como se a música
falasse uma coisa e o vídeo outra. Nada que melhores efeitos de transição e
alguns filtros caprichados não resolvesse. Algo me diz que um stop motion daria
uns efeitos sensacionais aqui.
Kaori Hayato é mestiça (pai
japonês e mãe brasileira de Minas Gerais), nasceu no Japão, passou a
infância no Brasil, e é dona de um timbre de voz lírico e aveludado, e não por
acaso, canta diversos clássicos da bossa nova para os japoneses – seu primeiro
álbum trouxe composições de Tom Jobim, Djavan e Lenini. Koisuru Lens não tem um
quê bem característico de bossa nova, tanto em timbre, como em composição.
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