Hora de conhecermos 6 encerramentos da temporada de Outono
que se destacam de alguma maneira.
O que você pula mais, aberturas ou encerramentos? Temporada
após temporada, selecionar alguma que faça o dever de casa completo, nunca é
uma tarefa fácil. Sem delongas, vamos lá povo.
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05) Stella Jogakuin
Koutouka C3-bu – Hajikero! C3-Bu! (Stella Women's Academy, High
School Division Class C3)
Anime ‘cute girls’ de clubinho que segue a receita de Girls
und Panzer ao invés de K-On! e agora praticam atividades em seus clubes. Nesse
caso, airsofty. Mas o que C3-bu tem de boa intenção, lhe falta em boa direção
e, er... bem, animação. Mas seja como for, esse encerramento que faz
referências à Rambo-chan e é cantando
pelas seiyuus das personagens, recria o cenário básico da série com as meninas praticando
airsofty e exalando, hmm, aroma de amorzinho
pelo ar. A pegada é infatilesca, do cenário colorido, passado pela letra e interpretação
das seiyuus, até a melodia, e embora seja algo que não agrade tanto o publico
médio, é inegável que é um encerramento muito divertido. As próprias seiyuus
parecem estar se divertindo a beça ao fundo. Por isso parece tão vívido e
pulsante, e as personagens chibs são umas gracinhas. Command! Control!
Communicatioooonnnn! The c3-bu!!!! Cada vez que elas falam “Bam! Bam! Bam!”
também sinto vontade de pegar uma arma dessas, pode ser até essas de água, e
começar a fazer pose de ataque também, hahaha. Como single não tem muito valor,
mas cumpre um bom papel integrado à série, embora tão esquecível quanto.
04) Watamote – Dou
Kangaete mo Watashi wa Warukunai (Izumi Kitta)
Não tem o primor imaginativo da abertura, no entanto, traz
na voz de Izumi Kitta, ou seja, na própria Tomoko, um charme próprio para o
encerramento de um anime que quase sempre termina com o espectador sentindo uma
vontade enorme de dar um abraço na pobre garota. A letra fala sobre o problema
que a Tomoko tem para se expressar e comunicar-se com os demais, na voz
desafinada da própria garota infortunada. Nada melhor então que ao invés de
simples slides, colocar um telefone celular, que por si só é um ótimo contraste
com a letra que fala sobre comunicação, para executar essa função de ir
exibindo imagens da Tomoko em diversos momentos do seu dia-a-dia.
Solitariamente, claro. E não é que é uma música que dá vontade de sair cantando
também? Só não deixe ninguém te pegar fazendo isso. Aliás, não deixe ninguém te
pegar em flagrante escutado a trilha sonora de Watamote, pelo bem de sua imagem
publica.
03) Uchouten Kazoku – Qué
será, será (fhana)
Falando francamente, o encerramento de Gin no Saji preenche
melhor os espaços, a de Uchouten soa mais preguiçosa aos meus olhos. Porém,
será mesmo? Ela é mais simples, friamente falando, mais pobre, mas ela pulsa, é
atmosférica, é bem pensada. Com uma canção melódica destila várias imagens de
várias passagens da vida da personagem mais instigante do enredo que
inevitavelmente se interliga com os 2 personagens masculinos mais
significativos para ela. Não é algo que chamariam alguém para a série, mas como
qualquer ending, este nem é o proposito. Seu proposito, assim como todo
encerramento, é embalar o espectador numa atmosfera que prolongue um pouco os
sentimentos provocados pelo termino da série. Teoricamente falando. Não dá pra
falar em trabalho preguiçoso quando ela é toda pensada numa correlação com um
de seus personagens mais importantes e que o enredo faz questão de manter um
tom de mistério, ainda que todos os caminhos estejam interligados. Os círculos lembram
aquelas fotografias antigas, e ora essas, o formato que viria se revelar o
preferido dessa personagem.
O título da música ‘Qué será, será’ faz lembrar da canção homônima
imortalizada na voz de Doris Day no para o filme ‘O Homem que Sabia Demais’ (The Man Who Knew Too Much - 1956), de Hitchcock.
E bem, faz sentido, as duas possuem relação entre si. Pra começar, a oscarizada
‘Que Sera, Sera’, posteriormente também conhecida com o título alternativo de ‘Whatever
Will Be, Will Be’, tem como um dos 2 principais motivos do seu monstruoso
sucesso o jogo de palavras derivadas do espanhol e do italiano, “che sara sara”,
que era um ditado popular. Foi erroneamente traduzido pro inglês como “que
será, será” e virou história. O segundo motivo, e que possui mais valor aqui,
é que se trata de uma melodia com versos que falam sobre crescimento, das
questões que povoam a mente da infância à idade adulta. Os 3 versos da canção original
acompanham a vida do narrador, que sempre ouve como resposta a seus
questionamentos, o famoso ditado popular “o que será, será”.
Para quem assiste o anime, fica evidente a correlação com a
sua temática de “somos ignorantes/tolos” e “aceitar o que está por vir”, duas
palavras repetidas constantemente pela família Shimogamo e um ideal conformista
aceito uniformemente pela classe de tanukis, que não tem outra coisa a fazer, a
não ser aceitarem o destino de que um dia poderão se tornar um delicioso guisado
nas mãos humanas. Apesar da temática da canção se aplicar a todos os
personagens e especialmente aos tanukis, é com relação à Beten, que a letra
fala mais forte. Nas letras interpretadas pela banda ‘fhana’, repetem os mesmos
versos de “Que Sera, Sera”, essa que seria a frase preferida da personagem título
da canção, que tem o costume de desaparecer sem dizer adeus. Não parece ter
sido composta pensando em Beten? É uma letra linda, que fala da melancolia das
incertezas que o futuro reserva e da esperança que tudo saia bem.
02) Shingeki no Kyojin – great escape (cinema staff)
Desenhada e dirigida por Yuzuru Tachikawa, este
encerramento exala criatividade em um esforço imaginativo para fugir do padrão
e como o primeiro encerramento, continuar contando uma história à parte. Dessa
vez não é a história da Mikasa, mas da humanidade, através de registros na
parede, e dos personagens centrais que irão conduzir a humanidade de volta à
liberdade, sendo representados através de suas emoções e interações. É um
encerramento simples e relativamente econômico, mas que me encanta por sua
criatividade. O cenário é uma maquete. Detalhe para a iluminação fotográfica,
que destaca justamente a parte cenográfica e os personagens recortados, com a
câmera passando por eles. Nas paredes, diversos momentos históricos no contexto
do enredo que só terá maior significado para quem conhece a história de cabo à
rabo, os personagens interagindo com aqueles que são mais próximos (no caso de Sasha, um pão. Claro!) ou
aqueles que ficam à parte emocionalmente, apenas em poses cool. Mikasa com uma
chuva torrencial caindo sobre sua cabeça e na parede um desenho que simboliza
sua ideologia a partir de determinado ponto de sua vida é o meu momento preferido,
que logo corta para um personagem ligado externamente a nervos de uma criatura
viva como se estivesse crucificado numa cruz, mas que todos sabemos se tratar
de uma simbologia do peso carregado por aqueles possuem a capacidade de se
transformarem titãs (isso foi um
spoiler?). Ou seria apenas a representação de mártir de um personagem que,
teoricamente ao contrário dos outros titãs, está do lado da humanidade, mas que
é visto com temor, estando sempre às vias de ser crucificado pela mesma
humanidade que salvou da morte. E então, essa sendo a melhor sequência, BOOM, o
muro explode com um soco e a humanidade contra-ataca os titãs com o auxilio de
Titã Elfo.
Por fim, eles se tornam lenda ao também se transformarem em
registro histórico. Enfim, sequencialmente enigmático e escondendo ao olho nu do
desconhecimento diversos mistérios do enredo. O ponto de ebulição é ‘great
escape’ ser um tema de encerramento mais atmosférico que ‘Utsukushiki Zankokuna Sekai’.
01) Free! - Iwatobi Swim Club – SPLASH FREE (STYLE FIVE)
Ao menos na minha timeline do twitter, o momento em que essa
OP ficou online pela primeira vez, houve um surto divertidíssimo de se
assistir. De um lado garotos com urticarias por todo o corpo e garotas rindo da
vergonha alheia do que viam no vídeo, mas delirando compulsivamente com o swing
daqueles corpos bem torneados. Puro NOSEBLEED!
Quanto a mim? Rapidamente se tornou minha OP preferida da temporada. Vai
dizer que não sente o sangue ferver com a coreografia sexy-sexy-sexy dos
garotos ao embalo de “Omou yo ni Say Say Say, Uh-Oh/jibunrashiku
Kick Kick Kick, Uh-Oh/tsukamitai nda Blue Blue Blue, Uh-Oh/todoki so na Deep
Deep Deep/Splash Free!”, interpretado pelos seiyuus dos personagens? HUEHUEHUEHU Podem dizer o que for, mas é o
ritmo é contagiante e a melodia e a letra sem qualquer complexidade
proporcionam uma entrega total em que você se entrega para os movimentos
dançantes sem a menor preocupação com o que há em volta. A dança por si só é um
universo próprio, em que mesmo pessoas introvertidas, conseguem se soltar e
curtirem em par de igualdade com qualquer um, porque a música é justamente
introspecção e o corpo só reflete os sinais internos, a dança é a resposta do
corpo. Mesmo quem não dança dificilmente consegue diferente à uma melodia rítmica,
mexe os dedos, os pés, a cintura, a cabeça, pronuncia umas sílabas irreconhecíveis.
A macumba é tão forte que pode acontecer caso se distraia, ainda que odeie a
música.
Além da boa melodia pop dance, KyoAni continua entregando
ótimos trabalhos de storyboard em seus encerramentos, contrariando a tendência
de endings serem mais simples mais
pobres. O encerramento traz como argumento contar uma historia que resume as
motivações do enredo de Free! e seus personagens, trazendo algumas charadas,
que aliás, deram muito material para os fãs teorizarem. O cenário é uma espécie
de deserto do Saara, paisagem caracterizada por seus enormes palácios, sultões,
água escassa, riqueza concentrada em poucas mãos, clima árido, harém e dança
típica. A diretora Hiroko Utsumi que trabalhou como animadora nos dois
encerramentos da segunda temporada de K-On!! parece ter pegado o timing dançante
e a animação compassada (por exemplo,
repare como nessa ED aqui, a Mio dá ritmicamente dois tempos ao bater a
pontinha dos pés no chão. Mesmo processo dessa de Free! seja com o bater das
mãos ou os mesmos intervalos de tempo com o pé tocando ao chão) e
transportado para um universo igualmente fetichista, só que com este universo
se situando no imaginário feminino.
Dessa forma, as danças ganham uma roupagem atual com a
pegada mais “K-pop”, contraste evidenciado por uma boate com arquitetura
palacial; os personagens tem seus atrativos físicos minuciosamente destacados
com o ótimo character designer de Futoshi Nishiya, conhecido como o melhor design de corpos masculinos do estúdio. Rin é um sultão predador que
mantém toda a posse da água para si, enquanto todos os outros ficam à mingua.
Haru sai peregrinando pelo deserto até se deparar com um oásis em que todos os
outros estão se divertindo e então se juntar a eles. Não faz lembrar o próprio
enredo de Free!? Rin é o único que seguiu o sonho, como um tubarão perseguindo
seu objetivo, enquanto Haru se sentia terrivelmente deslocado, como um golfinho
fora d’água. No processo, Rin é retratado como se fosse um tubarão em meio à
agua (own, ele todo felizinho com
aquelas bicas d´’água é muito FUWA~FUWA DESU) e Haru como um golfinho fora
do seu habitat natural (como destacado
pelos ossos de um golfinho ali no deserto). Haru volta a sorrir quando se
junta aos demais garotos, que também encontraram a felicidade submersos na
água.
#Lixo
Kamisama no Inai
Nichiyobi – Owaranai Melody wo Utaidashimashita. (Mikako Komatsu)
Eu acho essa música linda! Tenho o single no meu playlist e
nos primeiros dias ficava escutando-a em looping infinito. Gosto muito dos
primeiros acordes do piano, mas o agudo da Mikako Komatsu é muito doce e
juntamente com seus ecos eletrônicos a música ouvida seguidamente pode se
tornar rapidamente enjoativa. Enfim, se há algo de bom em KamiNai, sem dúvida
são seus encerramentos. Acredito que eu assisti mais de 6 episódios do anime
por exatamente os encerramentos serem tão bons e revestidos de uma promessa de
acontecimentos realmente bons no episódio seguinte. Coisa que nunca se
concretizou com solidez. A música tema pouco antes de entrar no encerramento de
fato, entra como insert song, com os primeiros dedilhados do piano, a voz amena
de Mikako Komatsu, o giro de câmera pelo cenário, aquele vento batendo nos
personagens; tudo isso passava muitos feelings. Mas o encerramento em si não
tem nada de significativo, é só uma tela com imagens que não dialogam com a
canção, além dos belos filtros. A parte final à lá Durarará! pode ser legal,
mas sequencialmente não é algo que se conecta com a primeira parte. No fim, é
tão sem sentido, negativamente falando, quanto o próprio anime. Sua direção é ruim.
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Mais em: OP&ED
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