sexta-feira, 27 de setembro de 2013

5 Luxos & 1 Lixo: Endings da Summer 2013

Hora de conhecermos 6 encerramentos da temporada de Outono que se destacam de alguma maneira.




O que você pula mais, aberturas ou encerramentos? Temporada após temporada, selecionar alguma que faça o dever de casa completo, nunca é uma tarefa fácil. Sem delongas, vamos lá povo.


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05) Stella Jogakuin Koutouka C3-bu – Hajikero! C3-Bu! (Stella Women's Academy, High School Division Class C3)


Anime ‘cute girls’ de clubinho que segue a receita de Girls und Panzer ao invés de K-On! e agora praticam atividades em seus clubes. Nesse caso, airsofty. Mas o que C3-bu tem de boa intenção, lhe falta em boa direção e, er... bem, animação. Mas seja como for, esse encerramento que faz referências à Rambo-chan  e é cantando pelas seiyuus das personagens, recria o cenário básico da série com as meninas praticando airsofty e exalando, hmm, aroma de amorzinho pelo ar. A pegada é infatilesca, do cenário colorido, passado pela letra e interpretação das seiyuus, até a melodia, e embora seja algo que não agrade tanto o publico médio, é inegável que é um encerramento muito divertido. As próprias seiyuus parecem estar se divertindo a beça ao fundo. Por isso parece tão vívido e pulsante, e as personagens chibs são umas gracinhas. Command! Control! Communicatioooonnnn! The c3-bu!!!! Cada vez que elas falam “Bam! Bam! Bam!” também sinto vontade de pegar uma arma dessas, pode ser até essas de água, e começar a fazer pose de ataque também, hahaha. Como single não tem muito valor, mas cumpre um bom papel integrado à série, embora tão esquecível quanto.


04) Watamote – Dou Kangaete mo Watashi wa Warukunai (Izumi Kitta)


Não tem o primor imaginativo da abertura, no entanto, traz na voz de Izumi Kitta, ou seja, na própria Tomoko, um charme próprio para o encerramento de um anime que quase sempre termina com o espectador sentindo uma vontade enorme de dar um abraço na pobre garota. A letra fala sobre o problema que a Tomoko tem para se expressar e comunicar-se com os demais, na voz desafinada da própria garota infortunada. Nada melhor então que ao invés de simples slides, colocar um telefone celular, que por si só é um ótimo contraste com a letra que fala sobre comunicação, para executar essa função de ir exibindo imagens da Tomoko em diversos momentos do seu dia-a-dia. Solitariamente, claro. E não é que é uma música que dá vontade de sair cantando também? Só não deixe ninguém te pegar fazendo isso. Aliás, não deixe ninguém te pegar em flagrante escutado a trilha sonora de Watamote, pelo bem de sua imagem publica.


03) Uchouten Kazoku – Qué será, será (fhana)


Falando francamente, o encerramento de Gin no Saji preenche melhor os espaços, a de Uchouten soa mais preguiçosa aos meus olhos. Porém, será mesmo? Ela é mais simples, friamente falando, mais pobre, mas ela pulsa, é atmosférica, é bem pensada. Com uma canção melódica destila várias imagens de várias passagens da vida da personagem mais instigante do enredo que inevitavelmente se interliga com os 2 personagens masculinos mais significativos para ela. Não é algo que chamariam alguém para a série, mas como qualquer ending, este nem é o proposito. Seu proposito, assim como todo encerramento, é embalar o espectador numa atmosfera que prolongue um pouco os sentimentos provocados pelo termino da série. Teoricamente falando. Não dá pra falar em trabalho preguiçoso quando ela é toda pensada numa correlação com um de seus personagens mais importantes e que o enredo faz questão de manter um tom de mistério, ainda que todos os caminhos estejam interligados. Os círculos lembram aquelas fotografias antigas, e ora essas, o formato que viria se revelar o preferido dessa personagem.

O título da música ‘Qué será, será’ faz lembrar da canção homônima imortalizada na voz de Doris Day no para o filme ‘O Homem que Sabia Demais’ (The Man Who Knew Too Much - 1956), de Hitchcock. E bem, faz sentido, as duas possuem relação entre si. Pra começar, a oscarizada ‘Que Sera, Sera’, posteriormente também conhecida com o título alternativo de ‘Whatever Will Be, Will Be’, tem como um dos 2 principais motivos do seu monstruoso sucesso o jogo de palavras derivadas do espanhol e do italiano, “che sara sara”, que era um ditado popular. Foi erroneamente traduzido pro inglês como “que será, será” e virou história. O segundo motivo, e que possui mais valor aqui, é que se trata de uma melodia com versos que falam sobre crescimento, das questões que povoam a mente da infância à idade adulta. Os 3 versos da canção original acompanham a vida do narrador, que sempre ouve como resposta a seus questionamentos, o famoso ditado popular “o que será, será”.

Para quem assiste o anime, fica evidente a correlação com a sua temática de “somos ignorantes/tolos” e “aceitar o que está por vir”, duas palavras repetidas constantemente pela família Shimogamo e um ideal conformista aceito uniformemente pela classe de tanukis, que não tem outra coisa a fazer, a não ser aceitarem o destino de que um dia poderão se tornar um delicioso guisado nas mãos humanas. Apesar da temática da canção se aplicar a todos os personagens e especialmente aos tanukis, é com relação à Beten, que a letra fala mais forte. Nas letras interpretadas pela banda ‘fhana’, repetem os mesmos versos de “Que Sera, Sera”, essa que seria a frase preferida da personagem título da canção, que tem o costume de desaparecer sem dizer adeus. Não parece ter sido composta pensando em Beten? É uma letra linda, que fala da melancolia das incertezas que o futuro reserva e da esperança que tudo saia bem.


02) Shingeki no Kyojin – great escape (cinema staff)


Desenhada e dirigida por Yuzuru Tachikawa, este encerramento exala criatividade em um esforço imaginativo para fugir do padrão e como o primeiro encerramento, continuar contando uma história à parte. Dessa vez não é a história da Mikasa, mas da humanidade, através de registros na parede, e dos personagens centrais que irão conduzir a humanidade de volta à liberdade, sendo representados através de suas emoções e interações. É um encerramento simples e relativamente econômico, mas que me encanta por sua criatividade. O cenário é uma maquete. Detalhe para a iluminação fotográfica, que destaca justamente a parte cenográfica e os personagens recortados, com a câmera passando por eles. Nas paredes, diversos momentos históricos no contexto do enredo que só terá maior significado para quem conhece a história de cabo à rabo, os personagens interagindo com aqueles que são mais próximos (no caso de Sasha, um pão. Claro!) ou aqueles que ficam à parte emocionalmente, apenas em poses cool. Mikasa com uma chuva torrencial caindo sobre sua cabeça e na parede um desenho que simboliza sua ideologia a partir de determinado ponto de sua vida é o meu momento preferido, que logo corta para um personagem ligado externamente a nervos de uma criatura viva como se estivesse crucificado numa cruz, mas que todos sabemos se tratar de uma simbologia do peso carregado por aqueles possuem a capacidade de se transformarem titãs (isso foi um spoiler?). Ou seria apenas a representação de mártir de um personagem que, teoricamente ao contrário dos outros titãs, está do lado da humanidade, mas que é visto com temor, estando sempre às vias de ser crucificado pela mesma humanidade que salvou da morte. E então, essa sendo a melhor sequência, BOOM, o muro explode com um soco e a humanidade contra-ataca os titãs com o auxilio de Titã Elfo.

Por fim, eles se tornam lenda ao também se transformarem em registro histórico. Enfim, sequencialmente enigmático e escondendo ao olho nu do desconhecimento diversos mistérios do enredo. O ponto de ebulição é ‘great escape’ ser um tema de encerramento mais atmosférico que ‘Utsukushiki Zankokuna Sekai’.


01) Free! - Iwatobi Swim Club – SPLASH FREE (STYLE FIVE)


Ao menos na minha timeline do twitter, o momento em que essa OP ficou online pela primeira vez, houve um surto divertidíssimo de se assistir. De um lado garotos com urticarias por todo o corpo e garotas rindo da vergonha alheia do que viam no vídeo, mas delirando compulsivamente com o swing daqueles corpos bem torneados. Puro NOSEBLEED!  Quanto a mim? Rapidamente se tornou minha OP preferida da temporada. Vai dizer que não sente o sangue ferver com a coreografia sexy-sexy-sexy dos garotos ao embalo de “Omou yo ni Say Say Say, Uh-Oh/jibunrashiku Kick Kick Kick, Uh-Oh/tsukamitai nda Blue Blue Blue, Uh-Oh/todoki so na Deep Deep Deep/Splash Free!”, interpretado pelos seiyuus dos personagens? HUEHUEHUEHU Podem dizer o que for, mas é o ritmo é contagiante e a melodia e a letra sem qualquer complexidade proporcionam uma entrega total em que você se entrega para os movimentos dançantes sem a menor preocupação com o que há em volta. A dança por si só é um universo próprio, em que mesmo pessoas introvertidas, conseguem se soltar e curtirem em par de igualdade com qualquer um, porque a música é justamente introspecção e o corpo só reflete os sinais internos, a dança é a resposta do corpo. Mesmo quem não dança dificilmente consegue diferente à uma melodia rítmica, mexe os dedos, os pés, a cintura, a cabeça, pronuncia umas sílabas irreconhecíveis. A macumba é tão forte que pode acontecer caso se distraia, ainda que odeie a música.

Além da boa melodia pop dance, KyoAni continua entregando ótimos trabalhos de storyboard em seus encerramentos, contrariando a tendência de endings serem mais simples  mais pobres. O encerramento traz como argumento contar uma historia que resume as motivações do enredo de Free! e seus personagens, trazendo algumas charadas, que aliás, deram muito material para os fãs teorizarem. O cenário é uma espécie de deserto do Saara, paisagem caracterizada por seus enormes palácios, sultões, água escassa, riqueza concentrada em poucas mãos, clima árido, harém e dança típica. A diretora Hiroko Utsumi que trabalhou como animadora nos dois encerramentos da segunda temporada de K-On!! parece ter pegado o timing dançante e a animação compassada (por exemplo, repare como nessa ED aqui, a Mio dá ritmicamente dois tempos ao bater a pontinha dos pés no chão. Mesmo processo dessa de Free! seja com o bater das mãos ou os mesmos intervalos de tempo com o pé tocando ao chão) e transportado para um universo igualmente fetichista, só que com este universo se situando no imaginário feminino.

Dessa forma, as danças ganham uma roupagem atual com a pegada mais “K-pop”, contraste evidenciado por uma boate com arquitetura palacial; os personagens tem seus atrativos físicos minuciosamente destacados com o ótimo character designer de Futoshi Nishiya, conhecido como o melhor design de corpos masculinos do estúdio. Rin é um sultão predador que mantém toda a posse da água para si, enquanto todos os outros ficam à mingua. Haru sai peregrinando pelo deserto até se deparar com um oásis em que todos os outros estão se divertindo e então se juntar a eles. Não faz lembrar o próprio enredo de Free!? Rin é o único que seguiu o sonho, como um tubarão perseguindo seu objetivo, enquanto Haru se sentia terrivelmente deslocado, como um golfinho fora d’água. No processo, Rin é retratado como se fosse um tubarão em meio à agua (own, ele todo felizinho com aquelas bicas d´’água é muito FUWA~FUWA DESU) e Haru como um golfinho fora do seu habitat natural (como destacado pelos ossos de um golfinho ali no deserto). Haru volta a sorrir quando se junta aos demais garotos, que também encontraram a felicidade submersos na água. 


#Lixo

Kamisama no Inai Nichiyobi – Owaranai Melody wo Utaidashimashita. (Mikako Komatsu)


Eu acho essa música linda! Tenho o single no meu playlist e nos primeiros dias ficava escutando-a em looping infinito. Gosto muito dos primeiros acordes do piano, mas o agudo da Mikako Komatsu é muito doce e juntamente com seus ecos eletrônicos a música ouvida seguidamente pode se tornar rapidamente enjoativa. Enfim, se há algo de bom em KamiNai, sem dúvida são seus encerramentos. Acredito que eu assisti mais de 6 episódios do anime por exatamente os encerramentos serem tão bons e revestidos de uma promessa de acontecimentos realmente bons no episódio seguinte. Coisa que nunca se concretizou com solidez. A música tema pouco antes de entrar no encerramento de fato, entra como insert song, com os primeiros dedilhados do piano, a voz amena de Mikako Komatsu, o giro de câmera pelo cenário, aquele vento batendo nos personagens; tudo isso passava muitos feelings. Mas o encerramento em si não tem nada de significativo, é só uma tela com imagens que não dialogam com a canção, além dos belos filtros. A parte final à lá Durarará! pode ser legal, mas sequencialmente não é algo que se conecta com a primeira parte. No fim, é tão sem sentido, negativamente falando, quanto o próprio anime. Sua direção é ruim.

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Mais em: OP&ED

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