domingo, 8 de setembro de 2013

Comentários: Shingeki no Kyojin #22 – Considerações e... Aquecimento pro Encerramento


Fim de arco... mas será mesmo o fim? Pelo preview, os eventos que se sucederam aqui serão a máxima nos próximos episódios.


Novamente um belo roteiro, ou eu deveria dizer ‘adaptação’? Yasuko Kobayashi  (Claymore, Casshern Sins, Kamen Rider Series) tem a fama de ser a roteirista entre as roteiristas, mas não tem nenhum tipo de fama entre os fãs de anime, colhendo os louros do que faz nos tokusatsus, e é bastante coisa, dentre este só tive a oportunidade de acompanhar o dorama/tokusatsu Pretty Guardian Sailor Moon, que apesar da produção barata e tosca, tem um roteiro realmente interessante. Por que eu sei que o texto de Shingeki no Kyojin está fluindo bem mesmo sendo prejudicado pela falta de planejamento do anime? A principio pode parecer que está dando voltas à esmo, mas é uma narrativa que está sempre crescendo em ritmo sequencial, apostando na capacidade do leitor/espectador em captar as sutilezas e entrelinhas.

O desfecho pode ser algo extremamente falho quando acontecer, mas o enredo em si passa uma confiança inabalável de que há uma trama muito bem bolada e amarrada de que nada é ao acaso, tudo tem um motivo. Eu sei que quem leu o mangá é muito sensível a estas nuances e pequenos detalhes do que nós que só vemos o anime, afinal, tiveram anos/meses para ler e reler, discutir, digerir, e então veio o anime e a possibilidade de ter uma visão muito mais ampla. Obviamente não é algo que podem se gabar, é apenas natural. Porém, mesmo quem apenas vê o anime, consegue sentir se tentar todas essas peças se encaixando, o que não impede de se sentir frustrado por não ter controle algum do que está acontecendo e nada ainda faz muito sentido como um todo. É o tipo de história muito comum em obras curtas, mas que nas longas acabam sofrendo pelo desgaste – obras extensas inevitavelmente se tornam obras de reiteração, de desgaste, e numa longa jornada é visível sinais de equívocos na própria estrutura do enredo (como aconteceu com Lost e acontece desde sempre com mangás da Jump, novelas, seriados populares, etc).

O caminho encontrado por Isayama, aparentemente, é o de criar situações e expectativas que mantenham o interesse em sua história. Se por um lado ele não consegue se desvencilhar do desgaste e da reiteração, por outro a sua trama continua a mesma e o mais importante; sólida. Quanto as expectativas criadas, ele trai todas elas porque é um recurso para impactar e mantém a estrutura do enredo intacta. O que eu acho de positivo nisto é que os desvios que ele faz para manter a história viva, como este arco, só faz aumentar o interesse no ponto seguinte. É sem dúvidas um dever de casa bem feito: uma enredo linear precisa manter todos suas tramas conectadas com uma ditando o rumo da próxima (e aquele preview me deixou intrigada pra caralho, ORRAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA). Isso no faz expectadores ativos, participativos, por termos material de indução para que possamos deduzir, discutir, participar. É o tipo de obra que se torna mais atraente por provocar e fazer com que todos discutam-na, e essa interatividade é gostosa por demais, óxentí! Por isso, as respostas que realmente interessam, só virá no fim, a não ser que haja um ponto a ser alcançado além.


Ééééh, eu fiz toda essa volta só pra poder dizer que eu gostei do desfecho deste arco, embora estivesse esperando algo muito mais intenso e significativo. Tenho criticas e elogios. Primeiro os elogios: o mundo e as motivações dos personagens estão cada vez mais fortes. É a primeira vez que acompanhamos uma missão fora dos muros. E é a primeira vez que vemos a exata dimensão do porque o retorno é tão dramático. O tempo de destaque dado aos personagens de fundo enfim se tornam significativos aqui por conseguirmos compreender não só a frustração, como o peso que carregam e o porquê de estarem sofrendo. Isso torna os personagens menos distantes e mais envolventes na medida do possível, diferente de um Eren extremamente afetado diretamente pela morte de Marco, algo que não pude compreender por nunca tê-los vistos juntos anteriormente. O resultado é uma desesperança mais latente que em outras ocasiões.

É um acinzentado emocional bem acentuado com os links feito entre o passado e o presente, fazendo soar como um deja vu, situações que se repetem e se transformam num fardo de impotência. Primeiro Eren se recordando de um momento da infância, acordando a vendo a mesma situação se repetir. Depois o contraste de como saíram reverenciados como heróis e voltaram recebidos com descaso. As duas crianças que sorriem entusiasmadas refletem ele e Mikasa e dão o toque de esperança, mas não é suficiente pra aplacar o sentimento de frustração. A questão aqui é que não dá pra julgar a descrença e a antipatia com que são recebidos, diante de uma cena que vem se repetindo há gerações. Heróis só são coroados como tal e lembrados pelo povo se seu sacrifício tiver um significado de libertação do próprio povo. Além do mais, é uma tropa que ceifa a vida de seus filhos, que morrem em missões FRA/CAS/AS/DAS. Eu senti um nó na garganta na cena do pai de Petra interrogando o Levi. Ao ver sua reação de choque, pude senti o peso que estava carregando ali e foi uma cena em que eu quase pude sentir as lágrimas vindo e vindo e AI MY HEART. >///<

mas eu acho que isso tudo poderia ser tão melhor e mais rico se o drama não fosse tão estilizado no anime

Não consigo explicar o que houve, mas foi uma sequência que conseguiu me tocar e me deixar mortificada. Talvez porque a Petra era uma personagem tão viva e sentimentalmente ligada ao Levi que consigamos sentir empatia por sua perda. E a dor do [não mais] sempre inexpressivo cabo Rivaille Levi. Aquela cena dele retirado o logo da tropa do corpo morto da Petra, ele estava tão detonado – embora mantendo o equilíbrio emocional – que senti vontade de abraça-lo e dizer “vai ficar tudo bem, encosta a cabecinha aqui nos meus seios, awnnnn my boy”.

Aliás, perceberam que o emblema do brasão da Recon Corp que ele arrancara do braço da Petra, provavelmente para entregar ao pai, ele acabou entregando ao soldado chorão como se fosse do Ivan? O que explica o porquê do choque que tem quando o pai vem a ele querendo negar o que já estava obvio, querendo confirmar o que suas vistas não viram: que Petra ainda estava viva, mesmo ele não a vendo entre os demais. Que cena tensa.

HUEHUEHUEHUEHU TEM ALGUÉM FLUTUANDO ALI

Quanto a critica, eu só acho que o desempenho dos episódios anteriores comprometeram bastante a entrega final deste arco. Veja só, este episódio tem uma mensagem a passar, sobre a dificuldade de liderar e manter o controle sob um exercito em território inimigo, em a uma floresta, com pessoas aterrorizadas e psicologicamente despreparadas, em que uma única estupidez de uma única pessoa que resolve furar a formação estabelecida, pode colocar tudo a perder. E mais: de como mesmo um cara inteligente e visionário como Erwin, não pôde sequer prever as imprevisibilidades que se sucedeu. Na boa, quem poderia? Certamente os estudos acerca da biologia dos titãs estão muito mais avançados agora, mas eles não possuem nem material para estuda-los adequadamente, tendo que mantê-los vivos para tentar conseguir extrair informações de modo subjetivo. É uma cama de gato safada utilizada por Isayama, mas eficaz. Não temos controle das informações e os titãs serem tão difíceis de preverem e de se entenderem, representa uma gama de possibilidades a se explorar. Pra complementar, adiciona mais pimenta na sobremesa que dão gravidade, ou assim se espera, ao que estar por vir. Há muitas questões a serem resolvidas que este arco acumulou. Porém, mesmo levando isso em conta, os episódios deixaram a desejar daquele que deveria ser o ponto alto deste secundo cour: boa ação.


Houve coisas questionáveis, como Erwin enviando apenas Levi para proteger um arma tão importante como Eren de um inimigo tão letal, de Mikasa encontrando facilmente o paradeiro dele e da titã Fêmea, ela e Levi deixando a titã fêmea com vida quando poderiam aproveitar que se encontrava debilitada, além do replay sempre escroto utilizado em obras que não confiam em seu conteúdo para enganar os olhos do espectador/leitor para logo em seguida desmentir a cena anterior. Este episódio teve um tratamento melhor, mas as cenas de ação continuam ruins ou muito simplórias, como o Levi rodando como um BEYBLADE. Exigir que siga leis da física (como ele se enroscar nas cordas do equipamento) é tolice, é uma característica do personagem feita pra ser visualmente divertida e orgasmante. Então deveria ser visualmente divertida, orgasmante e não a cena se resumir em um borrão. Ah, a introdução com cenas do episódio anterior estão muito melhores tratadas do que visto anteriormente. Chega a ser frustrante ver isso acontecer e saber que poderia ser melhor e não foi.


Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
______________________


- HMMMMMMMMMMM.... ELA ESTÁ CHORANDO!!! O que diabos é isso? Tenho teorias! Quer dizer, não são teorias, são fatos: se ela está chorando, é porque uma grande tristeza se abateu sobre ela. Tristeza essa que está ligado ao fato de ter falhado ao tentar levar Eren sabe se lá pra onde. Mas, caras, não consigo pensar em nenhuma razão para estas lágrimas, porque, pensa comigo, isso não são lágrimas de frustração, são lágrimas de tristeza. Isso quer dizer que ela estava fazendo uma boa ação (ou achado que estava)? ARRRRGGGHHHHHH QUERO RESPOSTAS :Z - E espero que sejam boas respostas e que este arco não seja um caso isolado de uma personagem enlouquecida sem ligação com o plot XDD


- No próximo episódio a beleza germânica está de volta \º/ E o preview deixou FEELINGS pelo ar. Annie vai ser pressionada? Deu a impressão que sim! Mas como, porque? E Eren? E Erwin? WHATA FUCKA! Ah, e vai ter personagem nova!!!!!!! Ela tem um jeito perva \/




- Se entendi bem, a Mikasa atrapalhou os planos do Levi (por duas vezes, fazendo o se ferir) de seguir a titã, essa sequência me soou um pouco confusa, além do mais, mesmo que Levi tendo deslocado o pé, por que não deixar Mikasa dar cabo da titã? Não faz sentido. E bem, a diferença de que um quadro bem desenhado não faz /\


 ***


Comentários do Critico Nippon (@PedroSEkman)



"Não se esqueça do nosso objetivo!" - Rivaille para Mikasa.

... Qual? Sério, qual?

Se eu não soubesse que o anime terminaria daqui uns 3 episódios, eu com certeza teria largado nesse. Com certeza.

Se no episódio 20 eu lamentei as péssimas decisões de, bem, praticamente tudo na história, no 21 comemorei a "meia volta" que pareciam dar (ênfase no "pareciam"). Isto é, ao invés de voltarem com o rabo entre as pernas pra Rose após uma missão cujo objetivo era, hum, bem, tomar Sol? não sei, eles atacaram. O que foi revelado nesse 22 é que todos me enganaram direitinho: Eren fez de conta que era o principal, e ao final Mikasa e Rivaille vão atrás de algo chamado "objetivo". É importante a história ter um, talvez alguns discordem, bem como discordam de querer Eren no posto do chamado "protagonista" (e eu quero, mas ele nunca assume esse cargo). Talvez seja novidade para algumas pessoas, mas "objetivo" e "protagonista" são coisas importantes para uma trama. E Shingeki no Kyojin não tem nada disso. Tem cadáveres e titãs. É como ver The Walking Dead só com os zumbis.

Enfim, leiam a trilogia Cidade das Trevas. Assistam Breaking Bad. Leiam a crítica do Darker Than Black, importante salientar, não foi fácil. Espero que estejam todos bem, com saúde, e tal.

Quando dublarem aqui, eles deveriam cantar a música de abertura





***

Curta o Elfen Lied Brasil no Facebook e nos Siga no Twitter