domingo, 15 de setembro de 2013

Comentários: Shingeki no Kyojin #23 – Annie

Me disseram que eu ia adorar algo nesse episódio, mas não é bem assim.


Bom, por onde começar? Esse episódio começa muito bem e termina com um dos melhores 5 minutos finais que eu assisti em animes em 2013. Eu estava muito curiosa de como esse novo arco iria começar e para minha surpresa, a primeira cena é de Annie despertando como se fosse a criatura mais angelical daquele lugar, depois de um sonho com seu pai. Dai que eu fiquei na dúvida se este episódio era um flashback, se ele se passava antes ou depois dos eventos do arco anterior. Pow, eu fiquei, não sabia o que esperar e ainda surgiu Armin com aquele plano maluco e fiquei ainda mais confusa, isso deu uma carga de suspense sensacional ao decorrer do episódio, além da enlouquecida Annie, dos gritos desesperados de Eren e da pose KILLER da Mikasa!!. AH COMO É BOM SER VIDA LOKA!!!! Huehuehue, não, quer dizer, como é bom não ter lido o mangá.

Eu disse que Annie parecia a mais doce e angelical criatura por trás daquelas muralhas (oi Christa!) ao despertar, e também parecia tão desprotegida. É por isso que apaixonados adoram observar o outro dormir. Vi certa vez um personagem, que eu não sei de onde é; se é livro ou filme ou anime ou sei lá o que, dizer que você sabe quando alguém está apaixonado, quando o flagra admirando docemente outra pessoa dormir. Isso vale também para pais. É inevitável, quando dormimos realmente estamos mais desprotegidos frágeis e serenos. Principalmente quando sonhamos com pessoas queridas, como aconteceu com Annie.


E este foi o episódio da Annie, né? Não tão forte em caracterização, mas é um ponto de partida interessante para dar camadas a uma personagem que parece ser bem complexa. Além do mais, adorei passar um tempo a mais acompanhando Annie de perto, em outras oportunidades, os planos de enquadramento sempre lhe foram generosos, mas o que víamos era um arquétipo. Pow, até Psycho-Pass* tem um trabalho melhor em cima de alguns de seus personagens que Shingeki no Kyojin. De qualquer forma, não sei se continuarão desenvolvendo bem a Annie, mas gostei muito da proposta desse episódio e adoraria ver isso se repetir. Ele fez provocar um sentimento de estranheza alienígena ao percebermos como a figura paterna tem um peso excepcional na vida de Annie, talvez até no que ela é atualmente, em como ela pode ser doce quando acorda, que a despeito da sua mascara de arrogância e por vezes de enfadonha inexpressividade, também é capaz de ações nobres e de sentimentos quentes como o que demonstra por Armin. Ela também fala de Eren como se não houvesse havido nada, sem nenhum traço de sentimentos negativos, como se tudo o que fizera não fosse pessoal (e talvez não seja, mas sei lá. Já estou roendo unhas querendo saber sua motivação), tudo que demonstra é indiferença. Sentimento estranho por ser contrastante ver que não se trata de uma pessoa essencialmente má, mas que foi capaz de atos tão bárbaros como o do arco anterior (hey! Teve alguém que se chocou com a revelação de que ela é a titã Fêmea?).

É essa complexidade que nos torna humanos, apesar de termos a tendência de negarmos que sentimentos e gestos belos também podem vir de pessoas que cometem atos cruéis. É isso que nos torna humanos e é essa complexidade que torna personagens humanizados. Dessa forma eu não poderia deixar de sentir muito pela Annie quando ela percebe que agora Armin olha diferente para ela, sua hesitação, uma magoa momentânea. Dessa forma também não poderia ser mais frustrante ver aquela expressão de excitação sexual em seu rosto no final, é algo que destrói e contradiz tudo o que havia sido feito no episódio, tornando-a novamente apenas uma yandere maníaca despirocada. Eu adoro essas expressões normalmente (vou até guardar essa imagem aqui, fora do contexto!), mas aqui não se encaixou com a proposta, principalmente por tornar a cena altamente sexualizada, algo que Shingeki no Kyojin conseguiu evitar até então de forma respeitável. Broxante, essa é a definição do que eu senti. Talvez Tetsuro Araki devesse colocar ela em cima do Armin amarrado fazendo isso e aquilo, acho que tornaria a coisa toda bem mais interessante!

Uma obra desrespeitar seus personagens é algo que nunca tolerarei. Tem pessoas que se ofendem com propostas. Eu não!, me ofendo quando se vai contra a proposta de uma hora para outra, traindo as convicções do personagem e do conceito da história.

Fosse apenas por isso, eu teria detestado essa bosta!, felizmente é uma sequência bem construída e que consegue se salvar apesar desse deslize execrável que apenas quem não tem um neurônio ou bom senso poderia curtir tamanha estupidez. Apesar do asco que estou sentindo aqui, a forma como constroem tudo até este momento de clímax, os planos de câmera à distância, o som diegetico, os cabelos de Annie esvoaçante e aquele vento espalhado folhas pelo cenário faz brotar um clima desértico espectro de muita ansiedade. E os cortes pontuais e os enquadramentos cada vez mais abertos e em perspectiva dimensionais (aquela ponto de vista da escada, com Annie em cima e os personagens embaixo ficou fodorento) faz crescer ainda mais a atmosfera de suspense. Foi sensacional até o final com Annie se transformando em titã e aquele BOOM que se pareceu com a explosão de uma bomba atômica.



Vou dizer pra vocês, eu percebi o plano de Armin junto e ao mesmo tempo que a Annie. No começo realmente achei que, a despeito do que eu havia pensado antes, esse episódio era sequencialmente linear e que por algum motivo Armin e Mikasa queriam fugir pra evitar retaliações – o que para mim, era perfeitamente plausível. Podem me chamar de ingênua. Apesar de estar tão suspeito tudo aquilo, enfim, vi que era uma arapuca quando eles precisariam entrar naquele porão. E MEODEOS, Annie muito safa! Todos aqueles conflitos, “eu tenho medo”, “não posso entrar ai” e a atmosfera de suspense ficando cada vez mais intenso, não me pareceram apenas encenação, mas algo genuíno por parte da Annie. Annie me parece ter algum tipo de distúrbio, justificando a forma como perde a cabeça a seguir (não justifica a expressão sexualizada, btw), mas honestamente, eu não quero se este conflito se resuma a isto. PELO AMOR DE DEUS, NÃO! Gosto muito da Annie e espero que seja desenvolvida adequadamente. É bom para a personagem, para o enredo e para o desfecho dessa trama que deve terminar com um cliffhanger infernal, OMG.

Já Eren cada vez mais irritado denunciava tudo e me deixava mais nervosa pelo que estava por vir. O momento que Mikasa saca o equipamento não pode definir de outra maneira se não ORGASTICO, PQPQPQPQPQPQPQ. A postura dos personagens, o que diziam e a boa direção (com exceção do semblante sexualizado da Annie, não justifica. Éeeehhhhhh.... não.) fizeram dessa sequência final algo que eu vou ter o prazer de sentar e rever várias vezes. É muita piração, maon!!! Agora o terror voltou para dentro das muralhas e gosto do autor não retornar para o status quo, mas dar a gravidade que a situação pede ao tomar um rumo definitivamente sem volta tendo como figura central um personagem de peso.


Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
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Consegui um link desse capítulo, nem quis lê-lo, mas dizem que cortaram muito do monologo de Annie com Marlo acerca da corrupção daquele mundo. Bom, não sei, a essa altura pelos caminhos que o anime trilhou, não acho que tenha sido um mal negocio. Corrupção é algo que já sabemos existir naquele mundo e aparentemente não é algo que acrescenta ao personagem da Annie. Além do mais a falta de diálogos carregados deixou o episódio com uma direção mais fluída. Mas não pude evitar de olhar a primeira página do capítulo e a última para ver se o crime que cometeram com a Annie naquela cena era coisa do Isayama. Primeiro que a cena que abre o mangá eu achei bem mais legal que a do anime, embora sejam as mesmas, a perspectiva do mangá é melhor, já que o anime manteve uma distância maior que certamente vão corrigir na versão BD, já que geralmente fazem isso para poupar produção. E bem, a cena da Annie... totalmente diferente. Por um lado respiro aliviada, por outro fico ainda mais revolts pelo crime que cometeram no anime. Por fim: já estão no capítulo 31 de 49? O anime está chegando pertão, vai demorar anos pra ter uma segunda temporada, ainda mais em um mangá mensal. Com sorte em 2016/17. Mas quem sabe não façam filmes recontando a história?


Apenas... 

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Comentários do Critico Nippon (@PedroSEkman)


Até agora fico abismado de Armin ter se tornado o melhor personagem. Eu jamais imaginaria que o loirinho que eu torcia tanto para morrer seria inteligente e corajoso. Claro que com uma galeria tão pobre como a de Shingeki no Kyojin isso pode não ser grande coisa.

O anime volta a caprichar nos fillers absurdamente irritantes (talvez para compensar a falta de recapitulação irritante, deve ser uma brincadeira conosco), colocando por água'baixo as pequenas e rápidas cenas a mais em episódios anteriores que eu havia elogiado. Nos prendendo a mais uma diversidade de soldadinhos que não damos a mínima (já é difícil com os principais, imagina o resto), com diálogos pra boi dormir e situações que beiram o ridículo.


Enfim voltamos aos trilhos do mangá, com Armin falando sobre um plano sem pé nem cabeça, uma Annie incrivelmente patética e desinteressante, e ao nos juntarmos com Eren e Mikasa e vermos o tal "plano" que ela os ajudou (provavelmente o pior da História dos animes) (e olha que eu já aceitei numa boa muitos absurdos de Code Geass), eu desisti de todo mundo. Felizmente (mas não muito, porque uns 70% do episódio já estava cagado) Isayama é rápido em sua reviravolta, e paciente ao desenvolvê-la em seus monólogos finais, criando o suspense adequado e eficiente. E voltamos à interminável batalha com a Titã Fêmea, que pela preview vem Eren novamente não sendo herói de nada e uma bela enrolação. Mau posso esperar pra terminar.



Será que já tem miniaturas dela nessa pose? Me informem, galera <3


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