Me disseram que eu ia adorar algo nesse episódio, mas não é
bem assim.
Bom, por onde começar? Esse episódio começa muito bem e
termina com um dos melhores 5 minutos finais que eu assisti em animes em 2013.
Eu estava muito curiosa de como esse novo arco iria começar e para minha
surpresa, a primeira cena é de Annie despertando como se fosse a criatura mais
angelical daquele lugar, depois de um sonho com seu pai. Dai que eu fiquei na
dúvida se este episódio era um flashback, se ele se passava antes ou depois dos
eventos do arco anterior. Pow, eu fiquei, não sabia o que esperar e ainda
surgiu Armin com aquele plano maluco e fiquei ainda mais confusa, isso deu uma
carga de suspense sensacional ao decorrer do episódio, além da enlouquecida
Annie, dos gritos desesperados de Eren e da pose KILLER da Mikasa!!. AH COMO É
BOM SER VIDA LOKA!!!! Huehuehue, não, quer dizer, como é bom não ter lido o mangá.
Eu disse que Annie parecia a mais doce e angelical criatura
por trás daquelas muralhas (oi Christa!)
ao despertar, e também parecia tão desprotegida. É por isso que apaixonados
adoram observar o outro dormir. Vi certa vez um personagem, que eu não sei de
onde é; se é livro ou filme ou anime ou sei lá o que, dizer que você sabe
quando alguém está apaixonado, quando o flagra admirando docemente outra pessoa
dormir. Isso vale também para pais. É inevitável, quando dormimos realmente
estamos mais desprotegidos frágeis e serenos. Principalmente quando sonhamos
com pessoas queridas, como aconteceu com Annie.
E este foi o episódio da Annie, né? Não tão forte em
caracterização, mas é um ponto de partida interessante para dar camadas a uma
personagem que parece ser bem complexa. Além do mais, adorei passar um tempo a
mais acompanhando Annie de perto, em outras oportunidades, os planos de enquadramento
sempre lhe foram generosos, mas o que víamos era um arquétipo. Pow, até
Psycho-Pass* tem um trabalho melhor em cima de alguns de seus personagens que
Shingeki no Kyojin. De qualquer forma, não sei se continuarão desenvolvendo bem
a Annie, mas gostei muito da proposta desse episódio e adoraria ver isso se
repetir. Ele fez provocar um sentimento de estranheza alienígena ao percebermos
como a figura paterna tem um peso excepcional na vida de Annie, talvez até no
que ela é atualmente, em como ela pode ser doce quando acorda, que a despeito
da sua mascara de arrogância e por vezes de enfadonha inexpressividade, também
é capaz de ações nobres e de sentimentos quentes como o que demonstra por
Armin. Ela também fala de Eren como se não houvesse havido nada, sem nenhum
traço de sentimentos negativos, como se tudo o que fizera não fosse pessoal (e talvez não seja, mas sei lá. Já estou
roendo unhas querendo saber sua motivação), tudo que demonstra é
indiferença. Sentimento estranho por ser contrastante ver que não se trata de
uma pessoa essencialmente má, mas que foi capaz de atos tão bárbaros como o do
arco anterior (hey! Teve alguém que se
chocou com a revelação de que ela é a titã Fêmea?).
É essa complexidade que nos torna humanos, apesar de termos
a tendência de negarmos que sentimentos e gestos belos também podem vir de
pessoas que cometem atos cruéis. É isso que nos torna humanos e é essa
complexidade que torna personagens humanizados. Dessa forma eu não poderia
deixar de sentir muito pela Annie quando ela percebe que agora Armin olha
diferente para ela, sua hesitação, uma magoa momentânea. Dessa forma também não
poderia ser mais frustrante ver aquela expressão de excitação sexual em seu rosto
no final, é algo que destrói e contradiz tudo o que havia sido feito no
episódio, tornando-a novamente apenas uma yandere maníaca despirocada. Eu adoro
essas expressões normalmente (vou até
guardar essa imagem aqui, fora do contexto!), mas aqui não se encaixou com
a proposta, principalmente por tornar a cena altamente sexualizada, algo que Shingeki
no Kyojin conseguiu evitar até então de forma respeitável. Broxante, essa é a
definição do que eu senti. Talvez Tetsuro Araki devesse colocar ela em cima do
Armin amarrado fazendo isso e aquilo, acho que tornaria a coisa toda bem mais
interessante!
Uma obra desrespeitar seus personagens é algo que nunca
tolerarei. Tem pessoas que se ofendem com propostas. Eu não!, me ofendo quando
se vai contra a proposta de uma hora para outra, traindo as convicções do personagem
e do conceito da história.
Fosse apenas por isso, eu teria detestado essa bosta!, felizmente
é uma sequência bem construída e que consegue se salvar apesar desse deslize
execrável que apenas quem não tem um neurônio ou bom senso poderia curtir
tamanha estupidez. Apesar do asco que estou sentindo aqui, a forma como
constroem tudo até este momento de clímax, os planos de câmera à distância, o
som diegetico, os cabelos de Annie esvoaçante e aquele vento espalhado folhas
pelo cenário faz brotar um clima desértico espectro de muita ansiedade. E os
cortes pontuais e os enquadramentos cada vez mais abertos e em perspectiva
dimensionais (aquela ponto de vista da
escada, com Annie em cima e os personagens embaixo ficou fodorento) faz
crescer ainda mais a atmosfera de suspense. Foi sensacional até o final com
Annie se transformando em titã e aquele BOOM que se pareceu com a explosão de
uma bomba atômica.
Vou dizer pra vocês, eu percebi o plano de Armin junto e ao
mesmo tempo que a Annie. No começo realmente achei que, a despeito do que eu
havia pensado antes, esse episódio era sequencialmente linear e que por algum
motivo Armin e Mikasa queriam fugir pra evitar retaliações – o que para mim,
era perfeitamente plausível. Podem me chamar de ingênua. Apesar de estar tão suspeito
tudo aquilo, enfim, vi que era uma arapuca quando eles precisariam entrar
naquele porão. E MEODEOS, Annie muito safa! Todos aqueles conflitos, “eu tenho
medo”, “não posso entrar ai” e a atmosfera de suspense ficando cada vez mais
intenso, não me pareceram apenas encenação, mas algo genuíno por parte da Annie.
Annie me parece ter algum tipo de distúrbio, justificando a forma como perde a
cabeça a seguir (não justifica a expressão
sexualizada, btw), mas honestamente, eu não quero se este conflito se
resuma a isto. PELO AMOR DE DEUS, NÃO! Gosto muito da Annie e espero que seja
desenvolvida adequadamente. É bom para a personagem, para o enredo e para o
desfecho dessa trama que deve terminar com um cliffhanger infernal, OMG.
Já Eren cada vez mais irritado denunciava tudo e me deixava
mais nervosa pelo que estava por vir. O momento que Mikasa saca o equipamento
não pode definir de outra maneira se não ORGASTICO, PQPQPQPQPQPQPQ. A postura
dos personagens, o que diziam e a boa direção (com exceção do semblante sexualizado da Annie, não justifica. Éeeehhhhhh....
não.) fizeram dessa sequência final algo que eu vou ter o prazer de sentar
e rever várias vezes. É muita piração, maon!!! Agora o terror voltou para
dentro das muralhas e gosto do autor não retornar para
o status quo, mas dar a gravidade que a situação pede ao tomar um rumo
definitivamente sem volta tendo como figura central um personagem de peso.
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
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Consegui um link desse capítulo, nem quis lê-lo, mas dizem
que cortaram muito do monologo de Annie com Marlo acerca da corrupção daquele
mundo. Bom, não sei, a essa altura pelos caminhos que o anime trilhou, não acho
que tenha sido um mal negocio. Corrupção é algo que já sabemos existir naquele
mundo e aparentemente não é algo que acrescenta ao personagem da Annie. Além do
mais a falta de diálogos carregados deixou o episódio com uma direção mais
fluída. Mas não pude evitar de olhar a primeira página do capítulo e a última
para ver se o crime que cometeram com a Annie naquela cena era coisa do
Isayama. Primeiro que a cena que abre o mangá eu achei bem mais legal que a do anime,
embora sejam as mesmas, a perspectiva do mangá é melhor, já que o anime manteve
uma distância maior que certamente vão corrigir na versão BD, já que geralmente
fazem isso para poupar produção. E bem, a cena da Annie... totalmente
diferente. Por um lado respiro aliviada, por outro fico ainda mais revolts pelo
crime que cometeram no anime. Por fim: já estão no capítulo 31 de 49? O anime
está chegando pertão, vai demorar anos pra ter uma segunda temporada, ainda
mais em um mangá mensal. Com sorte em 2016/17. Mas quem sabe não façam filmes recontando
a história?
Apenas...
Apenas...
Até agora fico abismado de Armin ter se tornado o melhor
personagem. Eu jamais imaginaria que o loirinho que eu torcia tanto para morrer
seria inteligente e corajoso. Claro que com uma galeria tão pobre como a de
Shingeki no Kyojin isso pode não ser grande coisa.
O anime volta a caprichar nos fillers absurdamente
irritantes (talvez para compensar a falta de recapitulação irritante, deve ser
uma brincadeira conosco), colocando por água'baixo as pequenas e rápidas cenas
a mais em episódios anteriores que eu havia elogiado. Nos prendendo a mais uma
diversidade de soldadinhos que não damos a mínima (já é difícil com os
principais, imagina o resto), com diálogos pra boi dormir e situações que
beiram o ridículo.
Enfim voltamos aos trilhos do mangá, com Armin falando sobre
um plano sem pé nem cabeça, uma Annie incrivelmente patética e desinteressante,
e ao nos juntarmos com Eren e Mikasa e vermos o tal "plano" que ela
os ajudou (provavelmente o pior da História dos animes) (e olha que eu já
aceitei numa boa muitos absurdos de Code Geass), eu desisti de todo mundo.
Felizmente (mas não muito, porque uns 70% do episódio já estava cagado) Isayama
é rápido em sua reviravolta, e paciente ao desenvolvê-la em seus monólogos
finais, criando o suspense adequado e eficiente. E voltamos à interminável
batalha com a Titã Fêmea, que pela preview vem Eren novamente não sendo herói
de nada e uma bela enrolação. Mau posso esperar pra terminar.