terça-feira, 25 de março de 2014

5 Luxos & 1 Lixo: Openings da Winter 2014

Final de temporada é sempre a mesma coisa! Lá vamos nós novamente.
Não sei se é só comigo, mas as aberturas dessa temporada me soam bem comuns e sem nenhum grande destaque incontestável. Por isso, nada de posições dessa vez, embora eu goste comecei a gostar bastante da de Kill la Kill. 

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Música: Goya no Machiawase
Interprete: Hello Sleepwalkers



Abertura simples com composições simples, mas exemplar. Saber usar a simplicidade a seu favor e ser simples assim, apenas utilizando convenções clássicas da metáfora das cores. O cenário etilizado ao fundo em cores azuis e os personagens andando por ele em cinza, se destacam de todos. Em determinado ponto eles se reúnem sob as luzes dos holofotes, no centro do palco. Eles são os atores e suas ações formam a mise-en-scène. Em outras palavras, a série conta uma história sobrenatural de um mundo dividido entre físico e metafisico: neste, apenas entidades sobrenaturais o habitam e coexistem silenciosamente com as pessoas do mundo físico, mas sem serem percebidos. O desenho da abertura apenas evoca esses personagens em primeiro plano e ignorados por tudo ao redor. Bom, é eficaz e bom exemplo do que se pode fazer com poucos recursos, afinal, a abertura ainda estreou incompleta, só ganhando algumas camadas de fluidez em determinadas cenas dos personagens, onde ao invés de apenas efeitos estáticos, eles passam a se moverem minimamente, mas isso episódios depois (veja a abertura finalizada). Isto indica os prazos apertados na produção e a dificuldade de entregar um material finalizado a tempo, consequentemente, é uma abertura desenhada para ser fácil de ser executada. 
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Hozuki no Reitetsu
Música: Jigoku no Sata mo Kimi Shidai
Interprete: Jigoku no Sata All Stars



Adoro o tom lúdico dessa abertura e sua complementação entre melodia e visual. Não é uma música que eu baixaria, mas de alguma forma ela é estimulante coreograficamente. Um tipo de melodia recreativa. E você percebe isso pela cinética da abertura, cantada em coro, coreografada por uma multidão de personagens num coral fervoroso e feições afetadas. Para a defesa do seu caráter lúdico, ainda há a disposição de textos que mapeiam diversas localizações. Como uma série sobrenatural sobre youkais assustadores que são mais amigáveis e bobocas que ameaçadores, é divertida a transição entre diversos cenários, como do santuário para a metrópole, e as almas descendo para o grande Hades que arde em labaredas, talvez querendo dizer que não importa de onde seja, destino ou é o céu ou inferno. Tudo com uma estilização caricatural.  
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Música: Viva Namida
Interprete: Yasuyuki Okamura



Grandes projetos tendem a atrair muitos investidores. As gravadoras de música são umas das grandes parceiras em projetos de anime, assim, é com atenção especial que a dupla Shinichiro Watanabe e Shingo Natsume se debruçam sobre os desenhos e a direção de uma abertura que traz a voz de Yasuyuki Okamura. É uma abertura com a formula clichê de sempre [explosões de personagens na tela, corrido da direita pra esquerda, passeio pelo cenário], mas que chama a atenção pela intensidade das cores e a performance de Dandy em meio a um caos vibrante. Em um anime onde o único personagem com individualidade é Dandy, a abertura também não trai a ideia tornando o personagem título o showman que interage com as explosões de cores e formas estilizadas.
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Música: ambiguous
Interprete:  GARNiDELiA



Eu haterizei (dá pra conjugar o verbo “hater” brazucamente, ou seja, com uma licencinha malandra e poética?) essa abertura no inicio e nem mesmo a pobre Garnidelia escapou. Com certa razão, aberturas marcantes, como a primeira de Shingeki no Kyojin ou a de Chihayafuru, acabam fazendo parte do imaginário que a relaciona como a identidade da série – ou alguém dá moral para a segunda abertura de Durarará? Bom, a abertura em si nem era lá tão grande assim, mas a música tema sim.

ambiguous é uma boa música, e com o passar dos episódios, percebi que tanto sua melodia e letra quanto o que se via ao fundo, refletia e fazia justiça à atmosfera do segundo cour. A letra fala sobre romper com o destino – estabelecendo uma espécie de link com a primeira abertura e encerramento que envolvia a vida de todos os personagens interligando-os por fios vermelhos da fibra da vida, ao mesmo tempo em que tomava a possibilidade de um futuro normal para Ryuuko –, sobre relações tão próximas de amizade que permitia que se pudesse ver através dela (Ryuuko-Senketsu), fervores que se faz necessário vestir, sacrifícios para se proteger algo, enfim, é letra que reflete o espirito de Ryuuko nessa parte do anime.

A Abertura em si, como a primeira, foi desenhada por Hiroyuki Imaishi e apesar da sua simplicidade e até previsibilidade, visualmente é bonita e funciona bem. Além do mais, é imaginava, com o layout fechando em um zoom rápido que revela rapidamente um espaço, um planeta, e então a Academia Honnouji, e então a Ryuuko sozinha – destacando seu caráter único, e, portanto, especial que a define como protagonista – e continua no zoom se fechando até enquadrar Senketsu [um uniforme sensiente de life fibers] até que a textura se revele um mar de fibras. O storyboard corta para um novo planos, que são os holofotes que abrem intensos e impactantes a cada piscada para ressoar um novo logo na tela, e a passarela [que indica um desfile de modas] com os personagens se forma. Todos desfilam seus modelitos que exibem durante a série, com direito a projeção ao fundo de suas faces.

Acho bacana aqui são os pequenos detalhes, como os momentos iniciais com o zoom acelerado fechando do espaço, insinuando a vinda ou de onde vieram os visitantes, para depois, enquadrá-los. Na passarela, o núcleo de Satsuki e Ryuuko em cada lado do palco caminhando em direções opostos e no meio, Ragyo, mostra sua rivalidade. As duas irmãs devastam tudo ao redor só para poder bradar suas lâminas num duelo sangrento, mas no fim, elas estão olhando para o mesmo lado com as faces manchadas numa visão me soa particularmente engraçada. Fiz um passo-a-passo por achar divertido mapear, mas é algo que se pega no olhar. Como disse, é uma abertura simples, mas eficaz no seu roteiro e que sabe utilizar sequências recicladas sobre imagens estáticas para economizar o esforço, e ainda assim entregar um material interessante.

A letra se chamar “ambiguous” é outro detalhe que cai bem no contexto, se pensarmos que por grande parte da abertura, ela é caracterizada pela rivalidade entre as irmãs, para só no final, entregar as duas suspensas por fios em uma tentativa de manipulação, que diz respeito à quando Ryuuko e Satsuki caíram nas garras do inimigo. Em tempo, a música da dupla GARNiDELiA merece ser ouvida por completa.
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Mikakunin de Shinkoukei
Música: Tomadoi→Recipe
Interprete: Mikakuning!



Eu não resisto a essas coreografias contagiantes de personagens fazendo poses bestas em um cenário suspenso. Como se nota, é uma abertura cantada pelas seiyuus das personagens, algo muito comum em animes do tipo, que detona que não há ambição em termos de letras, melodias ou vocais, mas em estender o universo da série. E aqui eles fazem isso de modo exemplar, abusado das texturas, cores, e personagens saltando pelo cenário. Por mim, poderia ser o vídeo inteiro só com o swing inicial das personagens se balançado, conseguem fazer parecer tão genuíno. Ótimo timing, seja mais do mesmo e facilmente esquecível. 
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#LIXO

Nagi no Asakura
Música: ebb and flow
Interprete: Ray



Muitos se revoltarão, porque são apaixonados pela melodia e pelos personagens, mas a composição dessa abertura é um lixo. O cenário é lindo, a melodia é bonita, a cantora faz uma boa performance vocal. mas é um trabalho que se enquadraria melhor como ending. Mesmo porque, não há muito esforço de se tentar qualquer coisa além de uma colagem sequencial de sequências do anime, com os personagens se movimentando e vivendo seu dia-a-dia, mais algumas esparsas cenas de efeito. Bom, pode ser uma desconstrução pós-moderna evocando a emoção interior dos personagens, mas eu dormiria no processo antes de chegar no episódio. ZzZzZzZz

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