Olá, guerreiros! Resistindo bravamente?
Como podem ver no meu hiato de exatos 4 episódios, para mim
não estava tão divertido assim. Ainda assim, neste meio tempo me mantive acompanhando
todos os episódios assim que eram lançados. A história cria uma barriguinha e
fica andando em círculos, se concentrando mais nas inter-relações dos
personagens: entre si e com relação ao cenário da história, estabelecendo estruturalmente
um grupo e seus diversos conflitos. E acho que já devem saber a minha opinião
sobre a forma que isto se desenrola no anime: desastroso, obviamente.
Também não venho gostando muito do desenvolvimento da Kazumi,
mas mesmo assim é de longe a melhor personagem feminina. Neste episódio, por
exemplo, mesmo com uma falta de destreza no desenrolar da ação (o storyboard da cena em si, é bom, mas a
falta de qualidade na animação meio que mata seu potencial), o conjunto
geral é satisfatório apesar de ser um tanto quanto vergonhoso. Falo no sentido
da relação dos personagens mesmo. Neste aspecto, essa falta de destreza dos personagens
em lidar com questões sexuais até que caiu muito bem aqui: ambos adolescentes
sem qualquer experiência ou traquejo com o sexo oposto. Suas ações refletem o
que exatamente os personagens são, não havendo então uma dicotomia entre o modo
de agir e a personalidade, como costumo notar em alguns ecchis.
Vamos lá: vemos no começo da história que Murakami é um
obsessivo por exatas e questões cientificas, perseguindo uma ideia e vivendo
minimamente como um adolescente da sua idade. Em determinado momento, um dos
seus colegas de classe ficam surpreso por ele ter ficado aficionado pela Neko,
uma vez que não costumava prestar atenção no sexo oposto – características de
grandes gênios da história. Albert Einstein era tão devoto aos seus estudos e experiências,
que sacrificou não apenas as relações intimas com a sua mulher, mas o próprio
casamento, já que não estava disposto a ser um marido para ela. Objetivamente
falando, ele queria uma empregada doméstica que apenas cumprisse funções
básicas como entregar suas refeições, nunca discutir qualquer ordem dele ou
envolvimento sexual.
Já Kazumi, é uma garota ávida por viver intensamente tudo
que lhe fora negado, por saber que não lhe resta muito tempo de vida. Ela quer
experimentar, curtir, e gozar (hihihi~
desculpem!) o que lhe resta de vida da melhor maneira possível. Não
obstante, a ausência de travas morais nela faz com que ela não se intimide em levar
sua atração sexual por Murakami aos finalmente. Kazumi tem plena consciência de
que ele gosta da Neko, mas o que ela busca está muito além de um relacionamento
e promessas românticas com ele. Ela quer curtir um momento de libido comum como
qualquer pessoa desperta sexualmente. Como é possível perceber pela forma que a
personagem se comporta quando está sozinha, é claro que ela sente dor; medo;
angustia; carência afetiva, no entanto ela se mostra bem objetiva e meio que
interpreta um papel para não se deixar abalar. Ela é forte, mas não por
reprimir estas emoções e sim por suportá-las, não deixando que isto a deixe
agrilhoada e inerte perante as adversidades. Novamente: ela sabe que irá viver
pouco, não há tempo se deixar travar pela insegurança.
Quando digo que suas ações refletem o que os personagens
são, o comportamento de Kazumi é o que melhor exemplifica isto. Ela pergunta à
Murakami se ele gosta da Neko não por ter alguma duvida disto, mas como uma
abertura para levar Murakami para cama. Sua negativa pouco convincente de que
não gostava da Neko, abre uma brecha para que ela encostasse Murakami contra a
parede, deixando-o sem saída. Essa cena dela se despindo e então partindo para
cima dele pode ser vista por diversas perspectivas diferentes: é uma cena que
provavelmente muitos irão se excitar, mas também bastante embaraçosa (eu fiquei com as bochechas coradas num
misto de vergonha alheia com risos frouxos). Eu duvido que tenha sido
intencional (eu acho que é apenas o Lynn
Okamoto sendo Lynn Okamoto) a passar essa impressão, porém é uma cena construída
de uma forma que soa mais verossímil do que fosse estruturada sensualmente e
com diversas sutilezas. Sim, para quem nunca fez sexo, é comum que a primeira
vez seja tragicômica e bastante embaraçosa para ambos os lados.
E para aqueles que estão acusando o Murakami de frouxo: ele
é apenas um dos melhores protagonistas deste tipo de obra. Murakami se saiu
muito bem, e não fosse a Kazumi ter se acovardado no último instante ao ter atingido
o limite do seu pudor (ela precisaria
ser uma experiente Misato Katsuragi para não deixar o nervosismo e a vergonha
dominá-la completamente naquela hora), ele não faria nenhuma objeção em
transar com ela. De fato, se ele tivesse tido uma postura mais ativa e agressiva
(não no sentido de violência sexual, por
favor!), eu acredito que Kazumi cederia fácil a essa tensão sexual, no
entanto, ele nunca teve este lado desperto, é natural que sua atitude fosse
mais passiva naquele contexto. Ela disse que era melhor deixar pra lá e ele não
fez objeção. Claro que essa postura centrada e sempre calculista do Murakami
faz parte do seu tropo, não se trata de um personagem com reações repletas de nuances. Mas gosto de como ele se comporta, é diferente de muitos progonistas que parecem ter nojo ou medo de estar em contato com a garota, além de ele não demonstrar os histrionismos típicos dos protagonistas de harém.
Gente, sério que eu tô discutindo essas questões? Bitch,
please! KPOSPOSKDOADKAODK
Enfim, Kazumi é utilizada essencialmente como um tropo (uma muleta da narrativa), como se vê
em seus diálogos e ações libidinosas na maior parte do tempo, e embora tenha
minhas ressalvas, nos últimos episódios tem se mostrado a personagem mais
vivida da história, ao lado de Murakami. Não que isto tenha salvado os últimos
episódios do fiasco total, pelo contrário, essa necessidade de atender ao arquétipo
da personagem faz com que suas ações soassem muito artificiais e mecânicas, ao
lado da execução morna da direção. Sã recursos utilizados a exaustão que
demonstram pobreza criativa, diferente da cena relatada acima que consegue emparelhar o fanservice com estruturação de personagens. Esse anime
tem essa peculiaridade, de ampliar os defeitos do mangá e atrofiar as suas qualidades.
O enredo finalmente se encontrou novamente com uma trama
significante, e já na reta final, é de esperar que a narrativo volte a centrar
em questões mais graves. Com a adaptação sendo acelerada, já imagino que
teremos um final meio aberto e meio conclusivo. E tanto faz também, esse anime
é uma bosta mesmo.
(sim, a nota permanece com medianas 2 estrelas pelos mesmos problemas de sempre)
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
______________________
-Ok, eu ri desse comentário! Ele diz as meninas desse anime tem coisas viscosas verdes com olhos e dentes afiados dentro delas e se questiona se seria uma boa ideia o Murakami inserir seu órgão sexual numa delas. Deixo a questão com vocês! huhuehuehue~
***
Curta o Elfen Lied Brasil no Facebook e nos Siga no Twitter