segunda-feira, 26 de maio de 2014

Comentários: Gokukoku no Brynhildr #08 – Vamos Transar, baby!

Olá, guerreiros! Resistindo bravamente? 
Pessoas realmente podem ser surpreendentes. Aparentemente para aqueles que não tiveram a oportunidade de acompanhar o mangá, este anime de Gokukoku no Brynhildr está relativamente divertido. Isso pegando por alto algumas reações por ai.

Como podem ver no meu hiato de exatos 4 episódios, para mim não estava tão divertido assim. Ainda assim, neste meio tempo me mantive acompanhando todos os episódios assim que eram lançados. A história cria uma barriguinha e fica andando em círculos, se concentrando mais nas inter-relações dos personagens: entre si e com relação ao cenário da história, estabelecendo estruturalmente um grupo e seus diversos conflitos. E acho que já devem saber a minha opinião sobre a forma que isto se desenrola no anime: desastroso, obviamente.  

Também não venho gostando muito do desenvolvimento da Kazumi, mas mesmo assim é de longe a melhor personagem feminina. Neste episódio, por exemplo, mesmo com uma falta de destreza no desenrolar da ação (o storyboard da cena em si, é bom, mas a falta de qualidade na animação meio que mata seu potencial), o conjunto geral é satisfatório apesar de ser um tanto quanto vergonhoso. Falo no sentido da relação dos personagens mesmo. Neste aspecto, essa falta de destreza dos personagens em lidar com questões sexuais até que caiu muito bem aqui: ambos adolescentes sem qualquer experiência ou traquejo com o sexo oposto. Suas ações refletem o que exatamente os personagens são, não havendo então uma dicotomia entre o modo de agir e a personalidade, como costumo notar em alguns ecchis. 
Vamos lá: vemos no começo da história que Murakami é um obsessivo por exatas e questões cientificas, perseguindo uma ideia e vivendo minimamente como um adolescente da sua idade. Em determinado momento, um dos seus colegas de classe ficam surpreso por ele ter ficado aficionado pela Neko, uma vez que não costumava prestar atenção no sexo oposto – características de grandes gênios da história. Albert Einstein era tão devoto aos seus estudos e experiências, que sacrificou não apenas as relações intimas com a sua mulher, mas o próprio casamento, já que não estava disposto a ser um marido para ela. Objetivamente falando, ele queria uma empregada doméstica que apenas cumprisse funções básicas como entregar suas refeições, nunca discutir qualquer ordem dele ou envolvimento sexual.

Já Kazumi, é uma garota ávida por viver intensamente tudo que lhe fora negado, por saber que não lhe resta muito tempo de vida. Ela quer experimentar, curtir, e gozar (hihihi~ desculpem!) o que lhe resta de vida da melhor maneira possível. Não obstante, a ausência de travas morais nela faz com que ela não se intimide em levar sua atração sexual por Murakami aos finalmente. Kazumi tem plena consciência de que ele gosta da Neko, mas o que ela busca está muito além de um relacionamento e promessas românticas com ele. Ela quer curtir um momento de libido comum como qualquer pessoa desperta sexualmente. Como é possível perceber pela forma que a personagem se comporta quando está sozinha, é claro que ela sente dor; medo; angustia; carência afetiva, no entanto ela se mostra bem objetiva e meio que interpreta um papel para não se deixar abalar. Ela é forte, mas não por reprimir estas emoções e sim por suportá-las, não deixando que isto a deixe agrilhoada e inerte perante as adversidades. Novamente: ela sabe que irá viver pouco, não há tempo se deixar travar pela insegurança. 
Quando digo que suas ações refletem o que os personagens são, o comportamento de Kazumi é o que melhor exemplifica isto. Ela pergunta à Murakami se ele gosta da Neko não por ter alguma duvida disto, mas como uma abertura para levar Murakami para cama. Sua negativa pouco convincente de que não gostava da Neko, abre uma brecha para que ela encostasse Murakami contra a parede, deixando-o sem saída. Essa cena dela se despindo e então partindo para cima dele pode ser vista por diversas perspectivas diferentes: é uma cena que provavelmente muitos irão se excitar, mas também bastante embaraçosa (eu fiquei com as bochechas coradas num misto de vergonha alheia com risos frouxos). Eu duvido que tenha sido intencional (eu acho que é apenas o Lynn Okamoto sendo Lynn Okamoto) a passar essa impressão, porém é uma cena construída de uma forma que soa mais verossímil do que fosse estruturada sensualmente e com diversas sutilezas. Sim, para quem nunca fez sexo, é comum que a primeira vez seja tragicômica e bastante embaraçosa para ambos os lados.

E para aqueles que estão acusando o Murakami de frouxo: ele é apenas um dos melhores protagonistas deste tipo de obra. Murakami se saiu muito bem, e não fosse a Kazumi ter se acovardado no último instante ao ter atingido o limite do seu pudor (ela precisaria ser uma experiente Misato Katsuragi para não deixar o nervosismo e a vergonha dominá-la completamente naquela hora), ele não faria nenhuma objeção em transar com ela. De fato, se ele tivesse tido uma postura mais ativa e agressiva (não no sentido de violência sexual, por favor!), eu acredito que Kazumi cederia fácil a essa tensão sexual, no entanto, ele nunca teve este lado desperto, é natural que sua atitude fosse mais passiva naquele contexto. Ela disse que era melhor deixar pra lá e ele não fez objeção. Claro que essa postura centrada e sempre calculista do Murakami faz parte do seu tropo, não se trata de um personagem com reações repletas de nuances. Mas gosto de como ele se comporta, é diferente de muitos progonistas que parecem ter nojo ou medo de estar em contato com a garota, além de ele não demonstrar os histrionismos típicos dos protagonistas de harém.

Gente, sério que eu tô discutindo essas questões? Bitch, please! KPOSPOSKDOADKAODK 
Enfim, Kazumi é utilizada essencialmente como um tropo (uma muleta da narrativa), como se vê em seus diálogos e ações libidinosas na maior parte do tempo, e embora tenha minhas ressalvas, nos últimos episódios tem se mostrado a personagem mais vivida da história, ao lado de Murakami. Não que isto tenha salvado os últimos episódios do fiasco total, pelo contrário, essa necessidade de atender ao arquétipo da personagem faz com que suas ações soassem muito artificiais e mecânicas, ao lado da execução morna da direção. Sã recursos utilizados a exaustão que demonstram pobreza criativa, diferente da cena relatada acima que consegue emparelhar o fanservice com estruturação de personagens. Esse anime tem essa peculiaridade, de ampliar os defeitos do mangá e atrofiar as suas qualidades.

O enredo finalmente se encontrou novamente com uma trama significante, e já na reta final, é de esperar que a narrativo volte a centrar em questões mais graves. Com a adaptação sendo acelerada, já imagino que teremos um final meio aberto e meio conclusivo. E tanto faz também, esse anime é uma bosta mesmo.

(sim, a nota permanece com medianas 2 estrelas pelos mesmos problemas de sempre)

Avaliação: ★   ★ ★
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-Melhor casal! <3
-Algo me diz que é a Neko não iria gostar dessa ideia... Aliás, quando Neko explode as armas, as pólvoras não deveriam explodir?
-Ok, eu ri desse comentário! Ele diz as meninas desse anime tem coisas viscosas verdes com olhos e dentes afiados dentro delas e se questiona se seria uma boa ideia o Murakami inserir seu órgão sexual numa delas. Deixo a questão com vocês! huhuehuehue~

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