Viver um conto de fadas idealizado nem sempre é possível. Por isso existe a ficção.
Os titãs Téia e Hiperion tiveram três filhos, as mais lindas crianças do Olimpo: Selene - a lua, Helius - o sol e Eos - a aurora. Outros deuses, invejando a beleza dos filhos de Téia, lançaram Helius nas águas negras do Eridano. Quando Selene mergulhou à proura do irmão, foi tragada pelas águas. Ao saber do trágico destino dos filhos, Téia os procurou por todo o mundo e cansada adormeceu.
Ao acordar Téia viu
seus filhos no céu, iluminando tanto o sofrimento como a alegria dos mortais:
Eos - a Aurora, abria as portas para a chegada de Helius - o Sol - que
acompanhava o dia. Selene - a deusa da lua - acompanhava a noite. A jovem tinha
a pele tão branca quanto a neve e viajava em uma carruagem de prata puxada por
dois cavalos. Com seu manto prateado, carrega uma tocha e tem uma meia lua em
sua cabeça.
Selene nunca se havia
interessado por homem algum. Sua imagem pálida e solitária atravessava os céus
numa rotina de pura melancolia. Certa noite ela foi acompanhada pelos olhos
sonhadores do tímido Endimion, um belo pastor da Tessália que levava o rebanho
para o alto da montanha para poder observá-la mais de perto. De tanto
contemplá-la, ele conseguiu compreender o caprichoso ciclo lunar que era um
mistério para todos.
De tanto ver o pastor
Endimion a contemplá-la, Selene quis conhecê-lo, pois talvez ele fosse um homem
diferente capaz de entender o ritmo de seus delicados movimentos pelo céu
noturno. Abandonando seu curso, Selene encontrou Endimion adormecido ao relento
no alto do monte. Seu sono era sereno e seu suave semblante tocou o coração de
Selene que sentiu-se invadida por uma paixão que nunca antes experimentara.
Depois dessa noite,
ela ficava perturbada cada vez que avistava Endimion no alto do monte a
apreciá-la. Certa noite, não resistindo aos encantos do amado Selene abandonou
seu curso e foi encontrar-se com Endimion que dormia numa caverna. Beijando-lhe
os olhos, infundiu-lhe um sono mágico. Tomada pela paixão, ela se esqueceu de
que era a luz que iluminava a noite o que causou um eclipse total, deixando o
mundo totalmente escuro.
Zeus, o deus dos
deuses, não tolerava qualquer distúrbio no cosmos e resolveu castigá-la. Porém
Selene o sensibilizou quando revelou que estava apaixonada pelo mortal, que era
sujeito ao envelhecimento e à morte. Para preservar a felicidade de Selene,
Zeus fêz Endimion dormir eternamente para nunca envelhecer e não temer a morte.
Endímion dorme até hoje e não pode ver a linda luz prateada enquanto Selene
cruza os céus. Algumas vezes, Selene abandona os céus e vem juntar-se a ele nas
noites escuras da Lua Nova e quando ela eclipsa.
– Fonte: Selene, o encanto dos enamorados
Essa é uma trágica história de amor, oriunda da mitologia
grega, do qual Naoko Takeuchi extraiu o argumento para a trama principal de
Sailor Moon, que retrata uma história tão trágica quanto, da princesa Serenity
e do príncipe Endymion, que não foram permitidos ficarem juntos, renascendo
então no século XX como Usagi Tsukino e Mamoru Chiba, onde poderiam ter mais uma
chance, embora não guardem memórias claras da vida passada. Como se pode ver, a
premissa central de Sailor Moon é tudo o que há no mito de Selene (significa claridade ou luz), deusa da
lua. Seu mito é relacionado ao amor, aos enamorados – a lua que tanto inspira
os poetas e apaixonados, que faz companhia aos solitários. O fascínio pela lua (dica: Pocket #17: A Lua & Os Animes) reflete o amor que ignora obstáculos vários, o amor apaixonado que é
cego e febril, o desejo de sentir, de estar juntos, de suspiros e dores. No
mito, a lua e o pastor estavam juntos, mas sozinhos, distantes um do outro. No amor há a necessidade de estar juntos, nos
momentos difíceis e alegres, fazendo memórias.
Acho que ler essas histórias trágicas de amor tempestuoso e ter
fantasias românticas de viver um amor tão intenso e marcante quanto é
indiferente de gênero sexual, embora a forma como cada pessoa pensa nessa
fantasia acaba soando diferente. Em nossa sociedade, é mais comum [por toda uma
questão cultural de condicionamento] ver garotas sonhando com príncipes e
castelos. Esse novo episódio de Sailor Moon Crystal, Masquerade Dance Party, me
lembra dum mangá que li um tempo atrás que se chama Lady Masquerade, da
renomada Chiho Saitou. É um mangá ruim pelo que me lembro, mas sua história
ficou em mim. A premissa aludia ao conceito de um baile de máscaras, uma das
fantasias romântico-sexuais mais provocantes, que é diretamente relacionada à libido;
o momento em que dois corpos se atraem, e ainda que você não saiba quem é do
outro lado, isto não te impende de se “entregar” num jogo de sedução e erotismo.
Só que neste caso, Chiho Saito relaciona isto a uma traumática experiência da
protagonista. Em resumo, quando as pessoas se escondem atrás de uma máscara, são
capazes de atos selvagens sem pensar nas consequências, nas a vida não é um
baile de máscaras e as consequências podem trazer danos irreversíveis, como o
que ocorreu na vida dessa garota.
Se por um lado Saito está mais interessada em implicações dramáticas
e traumáticas acerca deste fetiche romântico-sexual, Sailor Moon de Takeuchi
mesmo na tragédia traz toda aquela virtuosidade do amor idealizado. Essa longa volta
é só pra dizer que o episódio Masquerade Dance Party é sobre uma ingenuamente
doce fantasia romântica adolescente. A escrita foge do habitual monstro da
semana + introdução de alguma Sailor Senshi, para ilustrar as fantasias de
Usagi [já evidentes desde o primeiro episódio quando ela declara querer ser uma
princesa] e desenvolver um pouco mais a relação/fascínio dela com Mamoru.
Uma das cenas mais bonitas deste episódio é quando Usagi se
perde em meio aos convidados e, se afastando, observa um casal apaixonado, em
que a dama lisonjeia o cavalheiro, que retribui o afeto, e ela se sente melancólica;
ela está vestida como uma princesa, belíssima, mas está sozinha (“Eu também estou vestindo um lindo
vestido. Mesmo sendo uma princesa, é muito chato não ter alguém aqui comigo”).
Quando você nutre tolas fantasias, se arruma maravilhosamente esperando que
seus anseios se realizem, mas nada acontece, a sensação é de como se você fosse
uma lua, radiante e brilhante, mas solitária lá em cima, sem conseguir sentir a
ardência dos corpos colados. É quando Mamoru surge de Tuxedo Mask, belo, romântico
e delicado, convidando a linda princesa para uma valsa. Nunca tive essas
fantasias sobre príncipes encantados, mas isto não me impediu de sentir o clímax
de uma atmosfera tão mágica e significativa. É um momento de pequena
realização, onde você pode unir suas mãos e girar pelo salão nos braços daquela
alguém que lhe causa fascínio. É quando tudo em volta desaparece magicamente e
só existe você e aquela pessoa.
É um momento desejado tanto por mulheres, quanto por homens,
especialmente na adolescência. Viver abertamente a fantasia de ser a princesa
ou o príncipe de alguém é algo que requer um pouco de coragem e desprendimento
nos tempos atuais (falando assim parece
que eu vivi 100 anos!). É visto de modo pejorativo, tanto por aqueles que
acreditam que as mulheres com tais fantasias são menos capazes como por quem vê
que um homem pensar de modo tão romântico lhe torna fraco. Obviamente que é necessário saber distinguir
fantasia de realidade e não se deixar cegar pela idealização de uma obra.
Querer viver essas fantasias é natural, mas há uma significativa diferença
entre o intangível e tangível. É a armadilha que as pessoas mais caem, em
querer impor à realidade uma idealização inalcançável. Mas à fantasia é
permitido os sonhos.
Isto é visto de modo pejorativo por ser associado ao
feminino. E tudo que é associado ao feminino é tido como fraco, indesejável, vergonhoso.
Que levante a mão quem nunca ouviu ou leu, direta ou indiretamente, que determinada
pessoa do gênero masculino agia [ou fazia algo] como uma garota? “Nossa, você bate/corre como uma menina”.
Aos homens que tem suas fantasias destroçadas e ousam expor tais emoções, resta
o olhar de superioridade, por ele estar sendo tão frágil e fraco como uma
garota. A emoção, a sentimentalidade, as lágrimas, romantismo e a devoção são
caracteristicamente atribuídos ao feminino e, portanto, expressa fraqueza. Por isso
a velha máxima de que “garotos não choram” (ou
lágrimas masculinas!!!!!!!), ironizada na já clássica Boys Don't Cry, da
banda The Cure. “Por isso eu tento rir disso tudo/Cobrindo com mentiras/Eu tento rir
disso tudo/Escondendo as lágrimas em meus olhos/Pois garotos não choram/Garotos
não choram”, diz a letra. Na maioria das vezes é algo inconsciente,
não se faz por maldade e ninguém está isento desses padrões estabelecidos,
embora seja sábio reconsiderar.
Naoko Takeuchi ilustra em Sailor Moon que não há porque você
se envergonhar de ser garota, de ser feminina e, principalmente, de estar
expressando suas emoções (afinal, você
não vai estar sendo muito menininha
por isso. Estará apenas sendo honesta consigo mesma). Em Sailor Moon, a
feminilidade é a fonte de poder. Sainhas, salto alto, botinhas, blush, gloss,
batom, tiaras e toda espécie de acessórios e maquiagens. Nem mesmo Haruka
Tennou, uma lésbica assumida que no dia-a-dia apenas veste roupas masculinas ou
sóbrias [ou unissex], consegue e nem pode se livrar dos encantos femininos.
Para se transformar e ter acesso ao poder, sua feminilidade precisa aflorar
através do henshin (transformação),
que não por mero acaso, se chama Make Up. A garota com trejeitos tipicamente
masculinos de então, ao invés das inseparáveis calças, veste uma saia curtinha
deixando à mostra suas longas coxas carnudas. Não que Takeuchi esteja pregando
que toda garota tem que ser feminina ou agir de modo pré-determinado, mas evidenciando
o poder existente na feminilidade, que não deve ser encarado como fraqueza ou
algo a ser protegido, ainda que se tenha convencionado assimilar fragilidade/futilidade
à feminilidade.
Olhando por este aspecto, é fácil entender o fenômeno que se
tornou Sailor Moon. Elas poderiam ser muito sexies e pouco femininas. Duronas e
pouco femininas. Poderiam ser guerreiras projetando o subconsciente masculino. Os
desafios e as lutas poderiam ter uma lógica narrativa mais virilizada. Mas,
mesmo o Cristal de Prata, que é o elemento mais poderoso do universo ainda que
seja joia delicada, se refugia no interior do broche de Usagi, que ela usa como
acessório no uniforme escolar. Nota-se o empenho da autora em ilustrar que o
amor, a compaixão, sentimentalismos, perdão, lágrimas, emoções e afetações não
são algo para se envergonhar ou serem suprimidos. Elas queimam os monstros com
a pureza do amor e com este mesmo amor devolvem a luz a quem só vê escuridão. Elas
são lindas, sexies, poderosas, todas são princesas e protagonistas de suas
histórias, sem estar à sombra de nenhuma figura paternal. Elas têm acesso ao poder
através de acessórios femininos que são o sonho de toda garotinha.
Logo, é compreensível que uma garotinha na década de 90, sem
opções variáveis de heroínas que poderiam se identificar, se encontrem em
Sailor Moon, onde as personagens ocupam espaços historicamente masculinos, mas
olham como mulheres autossuficientes que não abrem mão de sua feminilidade. Sem
a necessidade de reprimir este lado ou renega-lo em prol da conquista de
respeito e poder, elas podem ser igualmente poderosas e salvar a galáxia incontáveis
vezes. Mostra-se, representativamente, que elas podem ser super-heroinas sem
abrirem mão de sua identidade, porque no fim das contas, é a combinação de
todos os fatores, que muitos veem com fragilidade e incapacidade, que a tornam
poderosas.
Quando perguntada acerca das diferenças entre anime clássico
e mangá, Takeuchi afirma que a equipe do aime eram homens moldando a série por
suas perspectivas, enquanto que sua história foi contada a partir da
perspectiva de uma mulher sobre meninas e para meninas. Não que seja muito
diferente aqui, mas sabemos que a birra dela é devido às alterações significativas
no conceito de sua história e que neste novo anime, ela possui muito mais
controle criativo. Uma das grandes diferenças se nota em Tuxedo Mask, onde sua participação
é ainda menor no fluxo das batalhas. Tuxedo Mask/Mamoru Chiba é o estereotipo idealizado
masculino pela perspectiva da fantasia feminina. É gentil, gostoso, lindo,
elegante, romântico, fetichizado e mesmo quando se mostra meio ranhento,
sabemos que no fundo ele é um doce e isto se transforma num charme; numa sexy
appeal, e principalmente, está sempre presente, dando apoio emocional, mas
nunca intervindo além de conselhos.
Ela chega a ser moe de uma forma ligeiramente diferente da
qual associamos a palavra. Ele não tem grandes poderes, como a Usagi, tudo que
ele pode fazer é apoiá-la. Ele é capturado, sofre lavagem cerebral, é quase
morto, é salvo algumas vezes, o que não lhe impede de admitir não poder fazer
muito por ela e de agradecê-la, sem que isso afete seu orgulho masculino, ou o
faça se sentir vaidoso nas vezes em que é ele quem precisa estender o braço
para salvar Usagi. Com elegância, é ele quem lhe agradece, mesmo que ambos
estejam quites. Ele elogia o fato dela ser forte e teme se tornar um peso para
ela. Usagi, que por sua vez, promete sempre salvar e protege-lo. Numa história
que discute tanto sobre identidade, não é surpreendente ver em como a série
defende a necessidade uma mulher não se sentir menor pelo que veste ou por como
se comporta, mas talvez surpreenda muitos em como ela pode ostentar fantasias
que soam ingênuas com tanto respeito e sem que a façam parecer fracas ou vulneráveis.
Esse episódio traz algumas diferenças significativas com
relação ao mangá. Uma das mais sentidas é que Jadeite está vivo, ao contrário
do que ocorre no mangá. O que isto significa para os rumos do enredo? Ele será
um personagem inútil ou terá alguma importância?
Particularmente, das mudanças,
a mais sentida por mim foi com relação à personalidade de Rei. Enquanto no
mangá ela se mostra bem dura/pragmática e ameaça não seguir com os planos de
Luna enquanto ela não lhes revelar mais informações , além de já se mostrar
completamente à vontade, no anime ela ainda se sente insegura em relação às
outras, sem muito entrosamento ou destreza social. Lembremo-nos de que ela
passou a maior parte da sua vida sem se relacionar intimamente com as pessoas,
a não ser seus dois corvos e seu avô (inclusive,
ela diz que está cansada de lutar contra yomas justamente por seu caráter psíquico,
sendo uma substituição mais simpática para o que ela diz no mangá; que é muito ocupada). Então é
perfeitamente natural a postura dela, e chega ser até bem terno acompanhar todo
esse processo.
No mangá, isso não é relevante devido ao seu gênio naturalmente forte e pragmático. E agora? Mais uma mudança nas atitudes da Rei. Não desgosto dessa sua camada no anime. Sua personalidade continua sendo firme e decidida,
como se nota em como ela opina em relação ao plano e se comporta ao lado de Amy
e Usagi. Achei lindo. Amy é a que inicialmente se mostra mais próxima dela e constrói
mais intimidade, e ela já demonstra aquele olhar maduro em relação à Usagi. Se
no anime ao vê-la tão desinteressada e preguiçosa Rei quer mata-la a cada
segundo (não sem motivos, claro),
aqui ela se mostra mais madura que a nossa princesa que só quer vida boa.
O Shitennou (os quatro
generais da Rainha Beryl; Jadeite, Nephrite, Zoisite, e Kunzite) aparecer
completo imagino que tenha sito também por questões de fanservice. Mas, das
mudanças, a mais curiosa é com relação ao beijo roubado que Mamoru dá em Usagi,
que dorme serena. No mangá, Usagi após valsar com Tuxedo e sentir o corpo
queimar por dentro, procura água para beber e acaba tomando uma bebida alcoólica
por engano, ficando bêbada e caindo no sono em seguido. É quanto Tuxedo/Mamoru
lhe rouba o beijo. O diretor havia dito que haveria algumas mudanças, no
sentido de que o cenário hoje é diferente do que era na década de 90. Em suma,
ele quer dizer que muitas das coisas que foram permitidos à Sailor Moon numa
revista para meninas de 8 a 12 anos, hoje já não são mais concebíveis. Por
exemplo, uma menor de idade ficar bêbada. No entanto, para eles, uma garota ser
beijada inconscientemente e alheio à sua vontade não é um problema. Digo isto
apenas pelo moralismo paradoxal em decisões como estas, o que nos faz perceber
o quão pouco sentido tem algumas políticas sociais.
Sim, porque a sequência é linda, com enquadramentos abertos
e fechados, insinuando o aspecto palacial daquele local em alusão ao Reino numa
clássica cena onde o príncipe beija a princesa adormecida – imersa dentro de si
– e os ângulos mais intimistas, ressaltando seu carinho e atração. No entanto,
ao contrário dos contos, Usagi não desperta, porque ela simplesmente apagou por
causa da bebida, não é como se estivesse sob um feitiço da bruxa má ou estive
precisando ser salva. É só um momento doce. É uma alteração que não difere muito
do original, já que a lógica estrutural é a mesma, só se alterou os meios.
Considero aceitável por, queiramos ou não, ser uma fantasia que também faz
parte do imaginário de muitas garotas. Não quer dizer que está bem você tirar
proveito de uma garota adormecida ou sair roubando beijos por ai. Acontece que
a perspectiva dessa cena é pela ótica feminina, em que o príncipe predestinado
recebe consentimento de lhe roubar um beijo, no qual, Usagi reage da forma mais
romântica – impossível de se ver na realidade. Na ficção, constantemente o ato
de acariciar e velar o sono de alguém é associado a amor. Essa cena é um
fetiche romântico pela ótica feminina, mas sabemos que no mundo real, fantasias
sejam sexuais ou não devem ser realizadas de comum acordo. Por isso que a
ficção é tão perfeita, idealizada e inalcançável, afinal, você não pode
controlar as ações do outro, apenas confiar.
É uma cena que também reflete o que se vê no Mito de Selene,
a irmã da princesa Diana, deusa da Lua, que nunca havia se interessado por
ninguém, fica contemplada por Endimion quando banhava-se nas águas do oceano e começava sua jornada aos céus quando a noite caia sobre a terra. Não resistindo aos seus encantos, foi
se encontrar com ele, que dormia, e beijando-lhe os olhos, o infunde a um sono
mágico. Todas as noites Selene descia para visitar seu amor adormecido, para beijá-lo e acariciá-lo. Do amor dela por ele, nasceram 50 filhas. Esse mito remete à essência ingênua dos encontros apaixonados repletos de fulgor e cólera, com os corações que se tocam e mudam a vida daqueles que vivem aquele momento, Como Usagi e Endymion.
Por fim, eu gostava da ambientação antiga porque mostrava
claramente a ambiguidade do que Usagi estava sentindo – o corpo queimar –, em um
obvio despertar sexual, que vai de encontro à simbologia do baile de máscaras.
Ou vai dizer que nunca sentiu o corpo ou certas partes dele arder em chamas ao
ter um contato físico mais intimo outra pessoa que lhe atraia? Isso me faz
ficar temorosa quanto ao futuro, espero que não cortem as passagens quentes do
mangá, quando Usagi começa a se relacionar sexualmente e se sentir confusa. Quanto à animação e direção, trabalho pouco inventivo e animação sem qualquer frescor visual, sem angulações fluídas durante a valsa, que era o momento maior do episódio, e a consistência do character design ainda continua inconsistente em todos os momentos. Só as sequências mais estáticas conseguiram se salvar. Muito, muuito mal!
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
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Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
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