Asseylum descobre que não é bem quista e a justice torpe do cavaleiros orbitários começa a descer dos céus.
Sintetizadores, electro rock, coro e vozes de cantoras pop
ao fundo embalando um cenário de ação não são novidades, o cinema já faz isso
há tempos e os animes nos oitenta seguiram a receita – apesar da falta de
trejeito da maioria, foi justamente neste aspecto que a série Macross conseguiu
se destacar. Gosto muito da trilha sonora composta por Hiroyuki Sawano para
Aldnoah Zero, que poderia se destacar nas cenas de ação ritmadas pelo tom frenético
de suas composições com uma estrutura similar a de videoclipe, muito explorado por
diversos OVAs dos anos 1980 (com
resultado irregulares, diga-se de passagem). Não consigo desgostar de
nenhum momento que surge as músicas de Sawano na série, pelo contrário, creio
ser justamente essa trilha sonora que ainda dá um gás à maioria das sequências
de ação, que tendem a ser não muito criativas e o próprio conflito não tem
muito sucesso em despertar uma chama interior de tensão e reverberação. Então,
você tem uma trilha sonora forte que exige arroubos, mas ao fundo as cenas soam
monótonas e mecânicas.
Este é grande impasse ao qual se encontra Aldnoah Zero,
porque a direção de Ei Aoki não tem se mostrado muito feliz na condução de
todos estes elementos da história (bem
feito, deveria estar fazendo Fate/Stay Night). São elementos interessantes,
mas que não funcionam tão bem juntos e a direção tem grande papel nisto. Vamos
pegar este episódio como exemplo, teoricamente tudo o que ocorreu aqui não só
era o esperado para um episódio decisivo em relação aos desdobramentos finais
do anime, como também foram ações que em tese tinham tudo para ser agradáveis;
conflitos, tensão e todos unidos por um objetivo comum, a preparação ideal para
o grande momento de clímax. É a fórmula básica de um roteiro. Mas porque
pareceu tudo tão xoxo? Se envolver com ação significa estar envolvido com os
personagens, seja 0diando ou amando-o. E passados 11 episódios eles não são
bons personagens, mesmo com certa tentativa de substanciá-los melhor ao final
da série, obviamente não funcionou e estes personagens estão aí com
conflitos/motivações que soam ou ridículas ou irrelevantes para o quadro atual.
Rayet se juntar novamente ao time do bem para ajudar a ganhar a luta contra o mal deveria ser um momento de redenção, mas não se sente nada na
cena porque sua construção até este momento é equivocada e vazia de emoção. Nós
já vimos este filme antes, onde o personagem trai a tripulação/clã/amigos e
depois obtém a redenção, e mesmo clichê, se bem feito ainda é eficaz.
Junte se a isso um storyboard que não tem vivacidade nas
cenas de ação e a conclusão é de que a ambição da staff de Aldnoah Zero era grande,
as pessoas são unanimes em apontar o potencial do projeto, mas faltou mais competência
na tentativa de fazer uma série de ação mecha que fugisse do convencional ao
mesmo tempo que homenageia o gênero. Para quem queria ser o sucessor de Gundam,
Aldnoah Zero parece que morrerá na praia. :P
***
Mais importante: quero ver qual será o papel de Slaine nisto
tudo e se Asseylum vai continuar firme ou voltará para a concha. O momento onde
ela se dá conta de sua cegueira foi um bom momento, mas poderia ter sido ainda
melhor se houvesse uma construção mais dramática em torno dos conflitos. E por
ultimo, os adultos desta série são incompetentes e estúpidos, rs. Quem organiza
o plano de ataque? Uma criança. Quem leva a princesa até o ponto decisivo? Uma
criança. Quem mais tem experiência em lutar contra marcianos? Uma criança. Quem
comanda os mustangs? Crianças e um ou outro adulto incompetente (desculpem, mas a Yuki-nee não fez nada na
série até agora e o Marito só soube ficar pelos cantos)! XDDD
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
Roteiro: Katsuhiko Takayama
Storyboard: Keiichi Sasajima
Diretor Auxiliar: Akio Hosoya
Direção: Ei Aoki
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