segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Corrente de Reviews: Golden Boy

Saudações do Crítico Nippon!


Golden Boy consiste em 6 OVAs adaptados do mangá criado por Tatsuya Egawa, produzidos pela Shueisha e KSS. Conta com uma direção repleta de energia e vitalidade por Hiroyuki Kitakubo (Blood The Last Vampire). É impossível não gargalhar com esta obra, que em sua simplicidade e honestidade, nos conquista do início ao fim. 




             Oe Kintaro é um garoto de 25 anos que largou a faculdade de Direito da Todai (Universidade de Tóquio) após já ter completado todas as matérias. Ou seja, ele é um pequeno gênio ao seu modo. Ele decide pedalar pelo Japão a procura de experiências de vida que lhe tragam ensinamentos que não poderiam ser obtidos trancado em uma sala de aula. E não só de sua inseparável bicicleta ele se mantém, mas com um caderninho em que faz constantes anotações em todos os episódios.

            E que protagonista divertido de acompanhar ele é. Contando com um poço imensurável de energia do excelente dublador Mitsuo Iwata, Kintaro é multifacetado desde o início. Com uma tara descontrolável por mulheres, constantemente o vemos seguindo-as para que trabalhe no mesmo local que estas. E se a princípio isso pode causar certa repulsa, o anime não demora a estabelecer que sintamos simpatia por ele. Isso graças à inteligência de exibir o ‘deslocamento’ do protagonista em uma situação atrás da outra desde o começo. Primeiro inicia com garotas na rua ridicularizando pessoas que pedalam ouvindo música (algo que ele está fazendo no momento); em seguida, ele é vítima de um atropelamento e, quando sua agressora lhe oferece bastante dinheiro, ele insiste dizendo que não pode aceitar tamanha quantia; e imediatamente o vemos em um ambiente de trabalho predominantemente feminino, colocando-o em uma posição oprimida de estranheza. Isso tudo refletindo em nós, o espectador, em pouquíssimos minutos. Não há como não torcer por Kintaro.


Cada episódio conta com uma história diferente, em um novo emprego que o rapaz arruma. E mesmo sendo obsessivo pelo sexo oposto, e com fetiche por vasos sanitários (sim, em todos os episódios ele ‘namora’ os assentos de suas musas inalcançáveis), somos levados a torcer por ele devido a sua imensa integridade vista com o passar do tempo e das resoluções de cada história. Atencioso com todas as pessoas ao seu redor, jovens e velhos, homens e mulheres, bonitas e não tão bonitas, Kintaro é extremamente altruísta e busca sempre aprender com aqueles ao seu redor. Não é a toa que os episódios são intitulados de “Lições”.

            Com trilhas sonoras variadas e discretas, percebam o tom corporativo semelhante a teclas de computador na música do primeiro episódio; bem como os violinos e corais do segundo, em que ele conhece uma “anjinha” rica; diferenciando-se completamente das flautas e cordas de quando está trabalhando no dojo no quinto episódio. 

            Deste modo, não só o cuidado na trilha foi importante, mas de cores. Percebam como todas as mulheres sedutoras e explosivas sempre aparecem com cores vermelho sangue, que significa paixão e perigo ao mesmo tempo (e é interessante como nosso cérebro associa o vermelho a essas duas sensações aparentemente distintas). Desde o colante da primeira, ao maiô e lenço da segunda, passando pelo traje de motociclista e kimono da quinta. E com exceção da terceira e da sexta, que são garotas normais e nada extravagantes, notarão que o vermelho é totalmente ausente nelas. A quarta, apesar de ter um corpo escultural, não carrega qualquer malícia ou perversidade consigo, portanto o vermelho foi negado a ela também. É brilhante como o uso da cor se encaixa em um perfil específico. 




Com um conteúdo sexual bastante evidente, prepare-se para ver muito além da calcinha aparecendo debaixo da saia. Os seios fartos e à mostra inundam cada episódio, bem como diálogos de sexo explícito, passando por uma personagem que se masturba duas vezes no episódio com uma moto (aham, juro), e uma mão que se transforma em um protótipo de pênis. Apesar disso, o anime culmina em um ótimo episódio final que homenageia seu próprio criador e todas as personagens anteriores. Sempre divertido e hilário, Golden Boy desperta em cada desfecho de episódio um calor no peito de pura satisfação.




 (Para mais dos meus textos, é só ir no menu 'Crítico Nippon'.)
@PedroSEkman





O blog que tiramos foi o Letarius Animes, e indicamos o Sayonara Zetsubou Sensei. Resolvi participar do Corrente de Reviews esse ano porque sou o membro do blog mais inativo na ‘blogosfera’. E se tudo der certo, vai continuar assim. Então é bacana mudar de ares às vezes e se permitir a tais experimentos. Quem acompanha minhas (inúmeras) postagens na página do ELBR no facebook sabe que estou constantemente pedindo dicas e conselhos sobre animes e mangás, portanto não há pretensão alguma de minha parte. É apenas o meu jeito. Peço que continuem indicando sempre, já assisti várias recomendações de leitores. Mesmo que nem sempre comente na minha coluna, no meu twitter sempre falo algo. E leiam a trilogia Cidade das Trevas.

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