sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Comentários: Psycho-Pass 2 #03 – Probatio Diabolica

[Prova Diabólica] O que é invisível mostra que sabe ser bem mais assustador. 
O episódio 3 de Psycho-Pass 2 chegou ao fim eu fiquei num estado inquietante. Satisfação por estar assistindo uma sequência que até então segue impecável, um calor intenso que me deu uma vontade de sair pulando e, claro, uma sede insaciável para os enigmas que se tornaram ainda mais pulsantes neste episódio [enquanto assisti também foi um momento de grande apreensão devido às declarações recentes de Gen Urobuchi]. Afinal, o que diabos é a técnica utilizada pelo Kamui? ALGUÉM CONSEGUE EXPLICAR? A resposta estaria no sangue dele ao entrar em contato com as glândulas salivares da Shisui Mizue? Neste caso, seu sangue possui essa capacidade regenerativa de coeficiente devido a alguma droga aplicada previamente ou seria...ou seria....o que? Psicologia? Hmm... Pode ser, mas seria uma resposta decepcionante e bastante complicada de se lidar: oras, se tudo pode ser resolvido tão facilmente, não haveria razão para esta incógnita. Não. Não pode ser psicologia, até mesmo porque, o método que Kamui utiliza em Shisui é simplório e não sabemos exatamente qual foi, somente que a simplicidade reside ali pelo fato que com apenas um diálogo e o dedo enfiado na boca de Shisui com um maneirismo altamente erotizado ele fora capaz de limpar seu Coeficiente Criminal. Ela também estava claramente sedada e antes de falar com ela, Kamui manipulava algo no computador. Enfim, a única conclusão possível por enquanto é a de que esta trama do Kamui ou será incrível ou decepcionante, sem muita possibilidade para meio-termo.

Falando em Kamui, ele é o personagem mais misterioso e excitante do ponto de vista provocativo, de excitar a curiosidade. Claro. Nada nele é claro o suficiente, mas algumas características já se tornaram evidentes. Além da habilidade de retorica, como todo bom vilão filosófico deve ter, ele é claramente sensível e altamente charmoso – o garoto possui uma maneira de abordar a Shisui, que eu acredito se tratar de um padrão que ele deve seguir com qualquer mulher, invasivamente erótico. É uma caracterização clichê esta de vilões sensuais, mas no caso de Kamui, sua malicia se confunde com sensibilidade/fraternidade – agora fiquei curiosa em vê-lo lidando com um homem, será que postura muda ou se mantém? Você consegue discernir claramente entre ambas as opções quando Kamui fica muito próximo à Shisui? Ou quando ele a beija em seus braços no primeiro episódio? Ele chora pelas “vitimas” que são mortas pelo sistema. Para cada perda, cada lamento, uma lágrima é derramada. Pode ser que a sensibilidade dele seja mais uma questão cientificamente nervosa, ou seja, algo proveniente de suas glândulas. Isso acontece. Eu, por exemplo, às vezes me pego lacrimejando em diversas situações em que não estou triste ou emocionada, mas as pessoas em volta acabam interpretando mal. No entanto, não acredito nesta opção em Kamui – quer dizer, pode até ser que seja TAMBÉM, o que poderia ser uma resposta para o soro que limpa o CC, mas ele claramente chora quando se emociona por algo.
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Kamui tem uma character design com uma pegada mais infantil; ingênua, ele não tem os traços maduros e sexualmente maliciosos do Makishima. Não, ele tem uma beleza padrão, fisicamente não possui tantas características que atraem num primeiro momento, mas ele tem uma expressão com traços ingênuos, voz doce e equilibrada e seus maneirismos retratam um amor incondicional para as pessoas que sofrem.

Não é de se surpreender que este episódio, apesar das diversas subtramas que estão ganhando corpo (como a de Akane e Mika, e agora a do próprio Tougane que começa a despontar no horizonte), se centre em especial nos dilemas existenciais das pessoas que se submetem a uma profissão perigosa e pouco ambicionada como a de Inspetores (lembrem-se na primeira temporada, as amigas de Akane sentem inveja e a questionam por que com tantas opções melhores, ela escolheu justamente o departamento de policia e neste episódio, em que ficamos sabendo que há obviamente uma oferta atrativa para aqueles que se submetem à profissão e conseguem sobreviver nela). É uma perspectiva que nos dá sempre bons conflitos de se acompanhar. Se na primeira temporada Akane, Ginoza e Masaoka nos trouxeram os questionamentos da perspectiva das pessoas que fazem o serviço sujo numa sociedade limpa, Risa Aoyanagi e Shisui trazem novamente esta perspectiva à tona, mas por uma nova ótica. Houve momentos em que Akane se viu perdida e em dúvidas sobre suas capacidades, Masaoka certamente teve o conflito familiar, mas simplesmente não pôde virar as costas para uma profissão que significa parte importante da sua vida e Ginoza culpabiliza o pai por ter “caído” e segue uma carreira brilhante sem questionamentos, seguindo os seus passos, mas sem cair nos mesmos erros – ou assim pensa. No entanto, a ótica traçada neste episódio é refrescante, nos mostrando que os inspetores passando um determinado tempo nesta profissão começam a [naturalmente] dar sinais de desgaste. Shisui vivia com medo, um medo parecido com o que começara a atormentar Ginoza a partir de determinado ponto. Um medo que parece muito comum naquela sociedade (Mika receia ter seu psycho-pass manchando por simplesmente falar com Jouji Saiga). É um medo, um receio pungente, afinal, você não sentia a mesma pressão psicologia se vivesse numa sociedade onde ser morto ou marginalizado dependia apenas da elevação do seu stress?
Entende-se que as pessoas ali vivem numa quase obrigação de estarem sempre bem. Eles não possuem a nossa preocupação diária de sermos assaltados e mortos em qualquer esquina, de sairmos à noite preocupadas com sujeitos estranhos e vendo potenciais estupradores em qualquer sombra, mas a pressão que sente a mesma. Se nos preocupamos e tomamos certas precauções para evitarmos o pior, eles também devem agir da mesma forma, mas com uma limitação extrema de suas ações. Viver na sociedade do Sibila é viver amordaçado e até mesmo com os pensamentos censurados, mas quem vai dizer que isto é pior do que viver livre em expressão, mas sem segurança social?

Porém, é Aoyanagi que tem para mim a expressão mais bonita neste dilema. Uma pessoa que se sente vazia e sem proposito, e não entende o motivo – é impossível para ela compreender o motivo. Você só compreende o valor de algo se tiver um parâmetro para comparação. Aoyanagi é de uma geração que nasceu no Sibila, ela não conhece outro modo de viver. No entanto, ela sente a ausência de algo. Se sente perdendo a humanidade e se transformando em uma outra pessoa. O prazer que ela sente ao “apertar” o gatilho de uma Dominator contra um recém-marginalizado pelo sistema, é pungente e compreensível naquele contexto – e com um peso extra pelo fato de que eles não se veem como assassinos ou qualquer coisa do tipo, já que quem decreta a sentença e punição é o próprio Sibila. Ainda assim, é ela quem aponta a Dominator e aperta o botão da analise do Psycho-Pass. Para alguém que não goza plenamente da vida e sente os dias iguais, pode encontrar a válvula de escape nas coisas mais inusitadas. O problema é naquele mundo, isto é perigoso. É a conclusão que ela chega sem ao menos deslumbrar por uma solução; a única solução possível para o seu desconforto é a perda de fé no Sibila, e lidando de perto com Kamui ela se encontra surpreendentemente próxima disto.

Consigo sentir plenamente o conflito da Aoyanagi, talvez por isso tenha tocado de forma especial. Também já me senti assim, emocionalmente confusa e me distanciando de mim mesma. Espero que ela continue tendo destaque e seu drama siga numa crescente.
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Sempre achei perversamente irônico que no mundo de Psycho-Pass as pessoas que vivem em sociedade são proibidas de manterem contato com elementos artísticos e conhecimento – o conhecimento é perigoso e a arte desperta este indelével senso crítico, essa incontrolável fome por conhecimento, e consequentemente seu psicológico reage a estas informações, afinal o ser humano é moldado não só pelo ambiente à sua volta, mas pelo que ele consome intelectualmente. Logo não é bom para o Sibila que as pessoas se tornem mais questionadoras e também não é bom para as pessoas saberem além da conta e se tornarem psicologicamente afetadas/sujas. O que há de maliciosamente irônico nisto é que as pessoas que são marginalizadas pelo sistema e vivem enjaulados (ainda que com muito mais conforto do que a maior parte dos enjaulados da nossa sociedade real) são aqueles que possuem a prerrogativa do sistema de se manterem em contato com a arte e conhecimento. Isto sempre me chamou a atenção, e fui novamente desperta quanto a isto ao ver Saiga enjaulado por ter auxiliado na fuga de Kougami (olha ai que revelação bacana). Lógico que Saiga tinha certo status, por isso possui uma acomodação especial, mas mesmo aqueles de status menores, ainda que em grades menos luxuosas, possuem acesso a material cultural. O Sibila não é um sistema tão opressivo como se nota, é interessante como eles mantém certos direitos humanos e até mesmo oferecerem tratamentos para quem começa a despontar com o coeficiente nublado – considerando outras distopias, a utopia de Pycho-Pass talvez só não seja melhor que a de Admirável Mundo Novo (neste até eu me sentiria propensa em viver).

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Bom, este episódio esteve ótimo em extrair o melhor de cada personagem e construir pontos futuras; Tougane continua sendo uma figura enigmática que segue crescendo, demonstrando uma malicia inquisitiva no olhar – a cena em que vira para Ginoza em incentivo à Akane, ele está com um olhar e um sorriso de psicopata. Mika continua interessante como uma figura de contraste à Akane, neste episódio dá para sentir que ela se incomoda em estar numa posição inferior à de Akane. É um episódio bem compactado onde todas as tramas soam deliciosamente conectadas, desenvolvidas concomitantemente e com urgência, o que faz com que um simples episódio de 24 minutos tenha parecido agradavelmente robusto. Isto soa mais evidente aqui por se tratar de uma temporada de apenas 11 episódios, com o ritmo mais acelerado, o que também é ótimo. 

Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
Roteiro: Jun Kumagai
Diretor auxiliar: Kaoru Suzuki
Storyboard: Kaoru Suzuki
Diretor de Animação: Kenta Nagaya
Composição de Roteiro e argumento: Tow Ubukata
Direção: Naoyoshi Shiotani
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-Essas cenas mais triviais do dia a dia de personagens possuem um valor imensurável, acho uma pena que havendo possibilidade de explorar o convívio entre personagens, um texto não o faça. E se trata de uma cena agradabilíssima, numa confrontação entre dois personagens que já foram muito parecidos, mas que agora se mostram tão distintos. Começando com o fato de Aoyanagi estar sempre em vigilância, e Gino já não precisar viver uma vida tão sufocante. Em tempo: eu achei que talvez pudesse rolar algo entre eles, mas isso parece improvável. Em determinado CD drama, é revelado que o Gino é virgem, o que certamente satisfaz muitas fangirls otomes. Outra coisa curiosa é ver o cachorro dele aqui, algo que também revelado num CD drama, inclusive, ele tinha dois e um morreu. Seja como for, algo me diz que o papel do Gino neste temporada será sutil, no entanto crucial para Akane. Bandeira da morte? No mais: Gino é tão moe <333
-Como saber que o roteiro não foi escrito pelo Butcher: essa é uma cena que [muito provavelmente] teria um embate sobre ideais entre Akane e Kasei. Aliás, esta ressalva da Kasei praticamente anula as teorias de que Tougane pudesse ser algum cérebro do Sibila.
-E essa pose da Akane? SWAG DEMAIS!!! OKSDPAOKDPAODKAPDK PODEROSÍSSIMA.
-Okay, me sinto seduzida!
-Em um episódio chamado Pobatio Diabolica, Tougane mostra a sua face diabolica. Coincidência? Levando em conta que ele é ligado à indústria que produz medicamentos que auxiliam a limpeza do coeficiente, não duvidaria nada ele estar por trás das ações do Kamui. E QUE DIABOS DE ABERTURA FOI ESSA A DESTE EPISÓDIO? Teorias? Ela quer dizer alguma coisa, como confusão e desestabilização, mas porque neste episódio?

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